Manuel Alegre: Carlos César «não é socialista de plástico»
Novamente certeiro.
É caso para perguntar e Sócrates é? Ou será de "meia tigela"?
A máscara está a cair.
O lado paranóico da política
Uma psicose de Diogo Agostinho às 10:15 da manhã
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6 comentários:
O deputado do PS Manuel Alegre declarou na noite de segunda-feira, em Angra do Heroísmo, que o presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, «não é um socialista de plástico, feito por uma agência de comunicação».
Alegre alertou em Angra para a necessidade de restituir à política a sua «dimensão humanista», elogiando o trabalho desenvolvido pelo Governo Regional dos Açores, que não esqueceu a «matriz» socialista.
«O Governo Regional dos Açores tem mostrado que é possível fazer diferente mesmo com uma situação difícil à escala global; houve uma matriz que não foi esquecida e que é aplicada na saúde, na educação, na administração pública, na cultura, na solidariedade aos mais desfavorecidos, aos mais idosos», disse Manuel Alegre, durante a apresentação em Angra do Heroísmo do seu livro Escrito no Mar - Livro dos Açores.
No curto discurso, marcado pelos elogios ao trabalho desenvolvido por Carlos César no Governo Regional dos Açores, Manuel Alegre alertou ainda para a necessidade de restituir à política a sua «dimensão humanista» e acrescentar «um pouco mais de sonho».
«A política, ao contrário do que parece hoje pensar-se e ser a cultura dominante, não é só tecnocracia, nem estatística, nem números. É preciso restituir à política a sua dimensão humanista, o mundo e Portugal precisam um pouco mais de sonho, um pouco mais de golpe de asa e, se me permitem, um pouco mais de poesia», salientou.
Sobre Carlos César, que é também líder do PS/Açores, Manuel Alegre elogiou o seu sentido de Estado e a sua «elevada sensibilidade social», considerando que o chefe do executivo açoriano «honra a herança de Antero e do socialismo português».
«Não é um socialista de plástico, feito por uma agência de comunicação», acrescentou depois, em declarações aos jornalistas no final da apresentação do seu livro.
Diário Digital / Lusa
Manuel Alegre é o melhor apoiante de Sócrates, mesmo que esteja a fazer este papel sem o saber.
Até 2009 mantém a esquerda socialista presa, sossegada por encontrar no PS a sua voz. Em 2009 virá apoiar Sócrates no seu caminho para a sociedade socialista e trará os votos que tanta falta farão.
Um dos problemas do PSD é há muito se encontrar despojado de figuras para além do seu Presidente.
Concordo com o início do comentário do Né mas discordo da punchline, salvo seja :)
Alegre é o maior amigo de Sócrates, porque Sócrates também tem sido amigo, mais ou menos.
O PS precisa de uma tendência, e Alegre representa-a. Não é uma tendência fratricida, bem pelo contrário: é muito obediente...
E enquanto for assim, Sócrates agradece e Alegre lá vai fazendo as vénias necessárias. Não lhe estragam o ego nem prejudicam a marcha.
Ahhh, como Alegre gostava de os ter no sítio, como Roseta...
Quanto à punchline (a do Né, não a minha), entendo que ao PSD nao faltam figuras.
Têmo-las, umas a nível regional outras a nível nacional.
Não são muitas, é certo, mas conseguem completar a base de apoio dos líderes ou retirá-las, consoante o grau de compromisso que assumem.
Cavaco, Marcelo e Pacheco comprometeram a base de apoio de Santana nas últimas legislativas, embora quem mais a comprometeu foi o próprio Santana (não esqueçamos que perdemos mesmo em sítios tradicionalmente nossos, onde a derrota foi novidade).
Eu não acho que seja o melhor amigo!
Acho que Alegre disse o essencial! Tocou no ponto. É vergonhoso assistirmos a um PM que aparece para colocar a primeira pedra e esta fica lá, intacta, meses a fio. É vergonhoso assistirmos a este simplex da vida política, em que um homem só diz a sua frase, não revela o que pensa, como pensa, chega ao pé dos jornalistas e faz uma declaração e nada...não responde rigorosamente a nada..zero. Este homem não tem coragem, foge de perguntas, este homem governa às vezes para Alegre.
Quantos aos nossos, bem, esta última opinião demonstra bem o estado do PSD. Quando vemos lá fora um ataque a Sócrates, no ponto crucial da sua plasticidade, falamos dos nossos erros...caro Colaço, o PSD só ganha a este plástico se for de betão! Indestrutível e sem brechas!
Manuel Alegre representa o que de melhor existe na nossa "classe política", até porque é um dos agentes políticos que se encontra presente no hemiciclo desde o seu "very beginning"...
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Gosto de ver Alegre defender a pureza do Socialismo, tanto como gostei de ver a sua candidatura à Presidência da República contra o seu camarada Soares.
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O socialismo de Coimbra tem destas coisas. Não é de plástico, está contra a co-inceneração, pretende sempre honrar as promessas eleitorais, defender as brilhantes conquistas de Abril e enquanto recita uns versos mantêm-se sempre fiel à matriz da segunda internacional.
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Com tudo isto se prova, que a oposição a Sócrates dentro do PS se mantem Alegre... e sabem que mais? Ainda bem... ;)
Não posso dizer que tenha ficado surpreendido com o Relatório da União Europeia (Eurostat) e o trabalho, coordenado pelo Prof. Alfredo Bruto da Costa, do Centro de Estudos para a Intervenção Social (CESIS), intitulado "Um olhar para a pobreza em Portugal", divulgados há dias, que coincidem em alertar para o facto de a "pobreza e as desigualdades sociais se estarem a agravar em Portugal". Surpreendido não fiquei. Mas chocado e entristecido, isso sim, por Portugal aparecer na cauda dos 25 países europeus - a Roménia e a Bulgária ainda não fazem parte da lista - nos índices dos diferentes países, quanto à pobreza e às desigualdades sociais e, sobretudo, quanto à insuficiência das políticas em curso para as combater.
Recentemente, cerca de 20 mil cidadãos portugueses, impulsionados pela Comissão Justiça e Paz, dirigiram à Assembleia da República um apelo aos legisladores para aprovarem uma Lei que considere a pobreza uma violação dos Direitos Humanos. Foi uma manifestação de consciência cívica e de justa preocupação moral - que partilho - quanto à pobreza crescente na sociedade portuguesa. E acrescento: a revolta quanto às escandalosas desigualdades sociais, que igualmente crescem, fazendo de Portugal, trinta e quatro anos depois da generosa Revolução dos Cravos, o país da União Europeia socialmente mais desigual e injusto, ombreando, à sua escala, naturalmente, com a América de Bush... Ora, a pobreza e a riqueza (ostensiva e muitas vezes inexplicável) são o verso e o reverso da mesma moeda e o espelho de uma sociedade a caminho de graves convulsões. Atenção, portanto.
Eu sei que o mal-estar social e as dificuldades relativas ao custo de vida que, hoje, gravemente afectam os pobres, mas também a classe média - e se tornaram, subitamente, muito visíveis, por força da comunicação social - vêm de fora e têm, evidentemente, causas externas. Entre outras: o aumento do preço do petróleo, que acaba de atingir 135 dólares o barril; a queda do dólar, moeda, até agora de referência; o subprime ou crédito malparado, em especial concedido à habitação (a bolha imobiliária); a falência inesperada de grandes bancos internacionais e as escandalosas remunerações que se atribuem os gestores e administradores; o aumento insólito do preço dos géneros alimentares de primeira necessidade (cereais, arroz, carne, peixe, frutas, legumes, leite, ovos, etc.); a desordem geostratégica internacional (com as guerras do Afeganistão, do Iraque e do Líbano, a instabilidade do Paquistão, o eterno conflito israelo-palestiniano e as guerras em África); o desequilíbrio ambiental que, a não ser de imediato corrigido, põe o Planeta em grande risco; a agressiva concorrência dos países emergentes, que antes não contavam; etc...
Tudo isto configura uma situação de crise profundíssima a que a globalização neoliberal conduziu o Mundo, como tantas vezes disse e escrevi. Uma crise financeira, em primeiro lugar, na América, que está a alargar-se à União Europeia, podendo vir a transformar-se, suponho, numa crise global deste "capitalismo do desastre", pior do que a de 1929. Uma crise também de civilização que está a obrigar-nos a mudar de paradigma, tendo em conta os países emergentes, e os seus problemas internos específicos, uma vez que o Ocidente está a deixar de ser o centro do mundo. Não alimentemos ilusões.
Claro que com o mal dos outros - como é costume dizer--se - podemos nós bem. É uma velha frase que hoje deixou, em muitos casos, de fazer sentido. Vivemos num só Mundo em que tudo se repercute e interage sobre tudo.
No entanto, no nosso canto europeu, deveremos fazer tudo o que pudermos, numa estratégia concertada e eficaz, para combater a pobreza - há muito a fazer, se houver vontade política para tanto - e também para reduzir drasticamente as desigualdades sociais. Até porque, como têm estado a demonstrar os países nórdicos - a Suécia, a Dinamarca, a Finlândia - as políticas sociais sérias estimulam o crescimento, contribuem para aumentar a produção e favorecem novos investimentos. Este é o objectivo geostratégico para o qual deveremos caminhar, se quisermos evitar convulsões e conflitos.
Depois de duas décadas de neoliberalismo, puro e duro - tão do agrado de tantos que se dizem socialistas, como desgraçadamente Blair - uma boa parte da Esquerda dita moderada e europeia parece não ter ainda compreendido que o neoliberalismo está esgotado e prestes a ser enterrado, na própria América, após as próximas eleições presidenciais. A globalização tem de ser, aliás, seriamente regulada, bem como o mercado, que deve passar a respeitar regras éticas, sociais e ambientais.
Em Portugal, permito-me sugerir ao PS - e aos seus responsáveis - que têm de fazer uma reflexão profunda sobre as questões que hoje nos afligem mais: a pobreza; as desigualdades sociais; o descontentamento das classes médias; e as questões prioritárias, com elas relacionadas, como: a saúde, a educação, o desemprego, a previdência social, o trabalho. Essas são questões verdadeiramente prioritárias, sobre as quais importa actuar com políticas eficazes, urgentes e bem compreensíveis para as populações. Ainda durante este ano crítico de 2008 e no seguinte, se não quiserem pôr em causa tudo o que fizeram, e bem, indiscutivelmente, para reduzir o deficit das contas públicas e tentar modernizar a sociedade. Urge, igualmente, fortalecer o Estado, para os tempos que aí vêm, e não entregar a riqueza aos privados. Não serão, seguramente, eles que irão lutar, seriamente, contra a pobreza e reduzir drasticamente as desigualdades.
Já uma vez, nestes últimos anos, escrevi e agora repito: "Quem vos avisa vosso amigo é." Há que avançar rapidamente - e com acerto - na resolução destas questões essenciais, que tanto afectam a maioria dos portugueses. Se o não fizerem, o PCP e o Bloco de Esquerda - e os seus lideres - continuarão a subir nas sondagens. Inevitavelmente. É o voto de protesto, que tanta falta fará ao PS em tempo de eleições. E mais sintomático ainda: no debate televisivo da SIC que fizeram os quatro candidatos a Presidentes do PPD/PSD, pelo menos dois deles só falaram nas desigualdades sociais e na pobreza, que importa combater eficazmente. Poderá isso relevar - dirão alguns - da pura demagogia. Mas é significativo. Do que sentem os portugueses. Não lhes parece?...|
E depois de Alegre, Soares...
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