Diz Constança Cunha e Sá no Público de hoje "Pouco importa que os "jovens" sejam um segmento da população particularmente limitado pelo seu umbigo e pelo imediatismo dos seus interesses", para logo a seguir concluir "Numa sociedade infantilizada que estigmatiza a velhice e privilegia a novidade, a juventude adquiriu um valor irrefutável que ninguém se atreve a contrariar".
Termina assim "Se metade dos jovens inquiridos não sabe qual o número de Estados da União Europeia, desconhece quem foi o primeiro Presidente eleito após o 25 de Abril e não faz ideia se o PS tem maioria absoluta no Parlamento, o melhor que os políticos têm a fazer é pensar melhor no que se tem passado na Educação."
Discordo quase em absoluto do primeiro parágrafo, confundir a juventude com a infância é um erro grave e perigoso. Hoje em dia o paradigma social é diferente, os jovens são jovens até mais tarde, por um lado ainda bem, é sinal de que as condições de vida melhoraram e de que hoje podemos dar-nos ao luxo de vivermos a vida que queremos e não a que nos é imposta pelas condições sociais e isto sim é um excelente indicador de qualidade de vida e de democracia. Outra coisa bem diferente é dizer que "os jovens" (que bonito é utilizar umas aspas como figura de estilo), ou seja, a juventude é uma cambada de irresponsáveis "Morangos-com-açucar-ó-dependentes" (eu também sei usar aspas).
Como diria o Tiago Sousa Dias não confundamos a beira da estrada com a estrada da Beira, é que isto das sinédoques dá jeito na escrita, mas na vida real raramente se aplicam. E para comprovar isso mesmo convido as/os Constanças Cunhas e Sás deste mundo a visitar uma secção da JSD (sim uma das "Escolas do crime") para que possam comprovar que "a gente não somos parvos".
No entanto, no segundo parágrafo mora uma crítica certeira e com a qual concordo, se há problemas, e com certeza que os há, "o melhor que os políticos têm a fazer é pensar melhor no que se tem passado na Educação". Citando Eça "é a basezinha".
quinta-feira, maio 08, 2008
Jovens são os trapos
Uma psicose de João Marques às 10:28 da manhã
Marcadores: Jovens
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7 comentários:
E quanto à infantilização da sociedade convém saber a quem devem ser assacadas as responsabilidades, é que nós não estavamos cá quando andaram por aí a "infantilizar".
Shaw disse:
"A única pessoa sensata que conheço é o meu alfaiate. Ele tira-me as medidas de cada vez que me vê, enquanto todos os outros andam com as medidas antigas e esperam que eu lhes sirva."
A generalização da juventude enquanto uma massa indistinta é um erro grande.
Pior se torna quando essa generalização é feita através dos níveis mais baixos.
Estarmos a dizer que todos os jovens são ignorantes só porque alguns não sabem algumas coisas importantes é o tipo de confusão que nos pode levar a afirmar que os nazis são um bom exemplo da humanidade.
Desde esta caixa aberta há três horas e ainda não consegui dois minutos para comentar.
Fecho a caixa para voltar com mais tempo mas não posso deixar de dizer que não consigo respeitar Constança Cunha e Sá enquanto jornalista.
Engraçado!!!
Paulo Colaço emperrei em algo parecido com o que dizes!
Eu quando comecei a ler o post, não consegui passar de Diz Constança Cunha e Sá...
Só me lembrava da triste entrevista e do triste espaço noticioso que a ”tabloidiana” TVI anunciou e estreou esta semana.
ARGH.
Mas o nosso amigo João merece mais! Espero conseguir voltar, e passar para lá do impasse natural ;)
Voltei. E agora com coragem para comentar.
Eu acho que a actual geração dos 17aos 19 anos é muito limitada. Tenho ouvido coisas que me enfurecem.
Lidam mal com a língua portuguesa, não sabem coisas básicas sobre o funcionamento do País ou da sociedade em que estão inseridos. Têm modos sociais embaraçosos.
Esta é a maioria.
Mas, não só a Constança Cunha e Sá não é exemplo para nada, como não se pode avaliar as potencialidades da geração pela ineptidão da maioria dos seus elementos.
Se assim o fizermos, nao há geração qte tenha prestado, porque haverá sempre mais ignaros que capazes.
Tomemos a geração que fez o 25/Abril: seriam todos políticamente envolvidos? Seriam todos corajosos? Seriam todos conscientes das suas obrigações? Seriam todos esclarecidos?
NÃO!
Por cada um que se envolvia, havia dois que se escondiam e 5 que nem sabiam o que se estava a passar.
Portanto, a dona Constança que ponha os olhos nas excepções: são elas que dão esperança ao Mundo.
Quanto à "basesinha", sim, claro!
Faz lembrar uma pequena história passada há uns séculos de um tipo que sentia mal.
Foi a vários tipos de "especialistas": do médico ao cura.
O único que o curou foi o aguadeiro, que lhe deu um banho e o libertou das pulgas e do ranço acumulado.
Estou tramado: primeiro, porque gosto das entrevistas da Constança Cunha e Sá (ainda não vi o seu novo espaço na TVI, mas ficou-me na memória a entrevista que fez a Cavaco Silva nas presidenciais: forte, persistente). Segundo, porque concordo com o que ela escreveu.
Pelo menos nesta versão segmentada... damos demasiado valor à novidade pela novidade, todos desejamos aquilo que nos impinjem e perdemos a perspectiva nesta sociedade consumista. Daí o infantilizada... penso eu.
A crítica aos políticos, como salientou o João, é certeira.
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