segunda-feira, maio 19, 2008

Palavra de Ministra


«Se o aluno custa 3000 euros por ano, quando chumba passa a custar 6000. E se chumbar outra vez custa 9000»

Palavra da Sra. Ministra!!

E então? Passamos todos?

Mas isto admite-se?

14 comentários:

Anónimo disse...

Há que ser rigoroso na avaliação.

Não podemos tolerar a impunidade: ir à escola não é um fim em si mesmo, é um meio.

Paulo Colaço disse...

Gostava de saber quanto é que nos está a custar a senhora Ministra...

jfd disse...

Eu gostava era de saber o contexto!
:P

Pina Martins disse...

Caro Amigo Diogo,

Espero que esteja tudo bem cnt,

Vi este Post e não posso deixar de perguntar... Donde vem a magnfica frase da nossa ministra?

Obrigado e um grande abraço,

Miguel Pina Martins

Diogo Agostinho disse...

Caro amigo,

Bem vindo!

Esta citação retirei de uma notícia do Sol:

«Facilitismo é chumbar. Rigor e exigência é trabalho».

E, para Maria de Lurdes Rodrigues, «o trabalho principal não é feito na sala de aula, é feito nas escolas», pelo que «a organização é uma peça fundamental para o sucesso».

A governante frisa ainda os custos financeiros das reprovações: «Se o aluno custa 3000 euros por ano, quando chumba passa a custar 6000. E se chumbar outra vez custa 9000». E o impacto aumenta nas situações de abandono escolar: «É um investimento não recuperável».

E ao ler este fim-de-semana a rábula do Comendador na última página do Expresso fiquei ainda mais consciente da gravidade da frase.

Realço que é uma frase solta, mas é uma frase muito grave.

Os alunos não são números. aliás este Governo reduz tudo a número e estatísticas. Respeito muito as fórmulas, os dados econométricos, mas quando se governa, deve existir a sensibilidade de falar para as pessoas e não apenas referimos número frios e que escondem a realidade social!

Diogo Agostinho disse...

Errata:

Os alunos não são números. Aliás este Governo reduz tudo a números e estatísticas. Respeito muito as fórmulas, os dados econométricos, mas quando se governa, deve existir a sensibilidade de falar para as pessoas e não apenas referirmos números frios e que escondem a realidade social!

Inês Rocheta Cassiano disse...

Diogo, concordo inteiramente contigo quando dizes que os alunos não são números. A formação e qualificação são o factor chave na tomada de decisão de contratação. Sem formação não há aprendizagem, impedidindo o desenvolvimento natural de alguém.
Mas como para este executivo o que interessa é apresentar resultados favoráveis em 2009, aprova-se o Novo Estatuto do Aluno, as Novas Oportunidades...
Mas há uma coisa para mim absolutamente chocante: os testes intermédios do ministério, os exames têm revelado um grau de facilitismo nunca antes visto.
Eu ainda consigo ficar abismada com o que se faz para poupar e vencer eleições...

xana disse...

Caro Diogo,

Temos que ser cuidadosos. Cada um com o seu estilo, claro.

Mas de facto, facilitismo não é caminho. Se os alunos merecem reprovar, têm que re provar e não é pelo custo que algo deve mudar.
Mas este problema do custo é uma facto. Facto incontornável meu caro.

Como solucionar, também, este problema?
A mim também me preocupa que um aluno que reprova custe 2 vezes mais, ou mesmo 3! É ou não é um problema?

Quanto a mim, das duas uma: ou se repensa os custos por aluno (exercício difícil) ou se repensa o sistema e aí temos que mexer em muito mais. Na educação que se dá em casa, nos valores das crianças hoje em dia, na sua postura na escola, na importância que dão ao espaço escolar e à aprendizagem, and so on.

Não posso concordar com a frase da ministra se estiver no contexto que aqui é apresentado. Noutro contexto, concordo com a mesma porque é um problema real. Num país que não é propriamente rico, meus caros, é pura demagogia atacar a ministra assim sem reflectir no que a mesma está a querer por na ordem do dia (sem colocar em causa que a dita ministra tem os seus episodios infelizes e uma postura bélica).

jfd disse...

Xana, que ainda não tive o prazer de conhecer, tiras-me as palavras dos dedos;)

Realmente o contexto é tudo, e não te vou repetir, pois ia aprofundar a coisa na mesma direcção que tomaste.

Tânia Martins disse...

Pela crise que se verifica, até admira não termos o Ministro das Finanças a obrigar os professores a passar os alunos.

Luis Correia disse...

Boas,

Deixo só uma pergunta, quanto custará a um aluno um mau professor?
Principalmente os do 1o ciclo...
Provavelmente custa o ódio à disciplina (daí mtas vezes o problema da Matemática...)
No inicio da vida escolar de um aluno um mau professor pode marcar toda a sua vida, as suas escolhas futuras etc...

Deixo só esta questão, gostava de saber a vossa opinião...

Cumprimentos

Paulo Colaço disse...

Boa malha, amigo Luís Correia,
um mau professor tem custos desastrosos.

Não só para o aluno mas também para a família e para o País.

Do ponto de vista global, um mau professor é uma desgraça para a profissão, para o sistema de ensino, para uma turma, para as famílias dos alunos.

Individualmente é um estorvo para um aluno. Dá-lhe cabo da auto-estima, impede o seu desenvolvimento, atrasa-o relativamente aos da sua idade, pode ser causa de urticária ao estudo, à escola, ao meio.

Anónimo disse...

Claro que não se admite Diogo. Nunca as razões orçamentais deveriam ser tidas em conta, como um meio de facilitar o ensino. Com esta indole socialista, acredito que até os maus professores poderão estar ainda mais tentados em aprovar os alunos, só com o intuito de não verem atacada a sua progressão e em nome do controle orçamental.
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Mas esta realidade não me espanta, pois estamos perante o "Executivo do Powerpoint" que precisa de dados positivos, como de "pão para a boca". Ora que melhor teria o Engº Sócrates para dizer aos portugueses em 2009 sobre a educação, de que o país possuía elevados graus de aprovação no ensino básico e secundário, fruto das suas políticas?
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É mera estratégia política. Só que estes senhores esquecem-se das implicações gravissimas que tais medidas podem ter ao longo de gerações. É tempo de parar com as brincadeiras e de olhar para os bons exemplos dos parceiros europeus, como é o caso da Irlanda. Escusamos de gastar mais dinheiros em estudos. Basta copiar o que foi bem feito e que teve bons resultados...

Bruno disse...

Mas agora andamos a fazer contas destas?!?!? É por causa dos custos que é importante ter qualidade no ensino?!?!? Confesso que estou baralhado. Ou então são as prioridades que Sócrates apresentou à sua Ministra que estão baralhadas...

Sim, porque para uma Ministra da Educação, que é professora, dizer isto é porque está muito preocupada em atingir objectivos que lhe foram impostos pelo "chefe"!

Sinceramente também não percebo essa de o trabalho não ser feito na sala de aula mas nas escolas. Ainda se ela alertasse para o trabalho que deve ser feito em casa (como diz a Xana e bem!) poderíamos interpretar como um alerta aos pais de que uma maior responsabilidade no acto de educar e ensinar os filhos é benéfica para o país até no aspecto financeiro.