Venham novas opurtunidades e coisas que tais.
O Expresso noticiou esta semana o pedido de rescisão do contrato de António Vitorino com a Faculdade de Direito de Lisboa.
O Expresso noticiou esta semana o pedido de rescisão do contrato de António Vitorino com a Faculdade de Direito de Lisboa.
Porquê? Porque sem um Doutoramento, o homem que já foi Juiz do Tribunal Constitucional e Comissário Europeu não tem, à luz da Lei portuguesa, possibilidades de ir além de assistente, a menos que seja convidado pela faculdade.
Mas este é só um exemplo. O quotidiano é fértil demais em exemplos da cultura do Dr. (desta vez refiro-me ao licenciado). Para tudo e mais alguma coisa se exige uma licenciatura ou um Mestrado, fazendo tábua raza de conhecimentos que foram adquiridos de outra forma (quem sabe até mais eficiente).
Quantas pessoas válidas não se perderão todos os anos pela exigência de uma licenciatura para certos cargos da função pública, por exemplo? Ou pela descriminação (salarial e não só) que a falta do título "Lic." origina?
10 comentários:
Como já devem ter adivinhado, o Sr. da fotografia nunca acabou o curso...
hmmm... o "Dr." podetentar aproveitar essa coisa das "novas oportunidades" e do curos para "maiores de 23" para conseguir o mestrado...e que tal???
É das tais leis (eu penso que é por força de lei)que não ajudam, só obstaculizam.
Deixem este tipo de decisões às faculdades... então essa autonomia científica ;)?
Caros ilustres psicos,
Algo de errado se passa quando os melhores vão abandonando a "nossa" casa (FDL). É triste mas é a realidade. Ano após ano os melhores professores e assistentes vão saindo.
Cumprimentos
Concordo absolutamente com o que dizes Zé Pedro. Infelizmente creio que é uma questão cultural entre nós... Mas espero em breve que a questão dos "titulos" deixe de ter tanta importância, em detrimento do mérito e do desempenho profissional de cada um...
Há muita gente que a extraordinária experiência de vida merecia ser "contabilizada".
Gente que já teve altíssimas responsabilidades ou funções e que as desempenhou com notável zelo e sucesso.
Não é preciso curso (ou doutoramento) para se ter capacidade de gestão, mas o canudo é exigido para lugares de administração.
Não é o doutoramento que faz um bom professor, mas António Vitorino, um excelente comunicador, não passará de assistente por falta dele.
Contudo, o curso (e seus upgrades) é prova de um percurso que se quis fazer. De uma opção que se tomou.
A quem a tomou deseja-se boa sorte; a quem não a tomou, deseja-se que tenha alternativas.
Boas caros colegas.
Esta notícia também me despertou bastante interesse, pelo ridículo a que se consegue chegar numa instituição de tão grande prestígio como a FDL.
Ninguém coloca em dúvida o mérito científico e o conhecimento de António Vitorino. É por demais vangloriado por todos. Era uma indiscutível mais valia e referência para a faculdade.
Um homem que foi Comissário Europeu e que, nessa qualidade, lançou as bases para uma política judiciária europeia afastado por não possuir um grau académico é no mínimo um contra senso absoluto com os novos paradigmas da educação mundial. Por cá continuamos a apostar no ensino escolástico e na dedicação absoluta à investigação, negando espaço aos que , com as mais diversas experiências profissionais podem ajudar os estudantes a preparar-se melhor para a vida que os espera lá fora.
E o pior é que era tão fácil mantê-lo. Bastava criar o lugar de Professor Convidado. O maior especialista de Direito do Trabalho no país, Jorge Leite é professor da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra sendo licenciado. E qual é o mal? Nenhum.
Cumprimentos a todos.
O investimento, o esforço, a dedicação, o estudo, etc... de um jovem para conseguir um canudo deve ser estimado, valorizado e premiado.
Atribuir competências a alguém mediante e apenas um canudo, é além de mais, muito redutor.
A experiência é um capital que não deve ser de desprezar.
Nisto, de resto como em tudo, o bom senso ajuda.
Olá Cidália: comentário completo!
Duas precisões:
Vitorino não foi afastado, rescindiu o contrato.
O lugar de Professor Convidado existe, mas a FDL ao que parece desde 1913 nunca foi usado, e a FDL orgulha-se disso. Não vejo mal nesta parte. O que está errado é o paradigma, não a sua aplicação.
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