quinta-feira, julho 24, 2008

É uma prioridade?


A Juventude Socialista reuniu-se no último fim-de-semana em Congresso.
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Do conclave saíu o novo líder e apenas uma ideia: Legalizar o Casamento entre homossexuais!
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É esta uma preocupação do país? Não tem mais a dizer uma Juventude partidária que faz parte de um Partido que é Governo?

40 comentários:

Anónimo disse...

Obviamente que não é uma prioridade! Existem inúmeras decisões e medidas importantes a tomar para o futuro do país.

Esta "ideia", não é mais do que uma massa de fumo, ou manobra de diversão se preferirem, que o PS está a arranjar para desviar a sociedade portuguesa dos reais problemas do país.

Isto "cheira-me" a uma possivel ponte entre o PS e o BE, encapotada por esta decisão do "conclave" da JS. Posso estar enganado, mas esta defesa de mais uma causa fracturante, vai dar muito jeito a posições conjuntas à esquerda em 2009...

Daniel Geraldes disse...

O que eu gostava é que eles tambem liberalizassem os casamentos poligâmicos, é que como na canção do Marco Paulo, eu tambem tenho 2 amores e não tenho a certeza de qual eu gosto mais.

Criar um regime juridico que preveja estas uniões, eu concebo, agora o casamento é que não.

Anónimo disse...

O discurso das prioridades é sempre um pau de dois bicos: nada é prioritário até o ser.

A única coisa que digo é: se o PS quiser, que o faça. Tem maioria para isso.

Eu mudei oficialmente de posição: passei do "sou a favor", para o "não me incomoda" e cheguei ao "sou contra".

Se os modernistas realmente querem abalar a instituição casamento que o façam: mas parem de usar os homossexuais como escudo para outras lutas.

Daniel Geraldes disse...

Adoptando uma postura mais serio, neste comentario que não utilizei no primeiro, quero dizer que concordo integralmente com o Nelson, e tambem passei por essas 3 fases, e quero tambem sublinhar que pela primeira vez desde os meus ultimos 30 comentarios neste blog que eu e o Nelson estamos de acordo.

O que para mim é uma grande vitoria. :)))))

Anónimo disse...

O que é importante é que haja concórdia ;)

Anónimo disse...

"Do congresso só saiu essa proposta e um novo líder..."

E da JSD?

Só saem bolas e copos e continua o mesmo "líder?"

JM

Anónimo disse...

O cúmulo da hipocrisia
Está num PS que se recusa a legislar a favor do casamento dos homossexuais, apesar de ter maioria absoluta suficiente para mudar a lei hoje se quiser, e ataca Manuela Ferreira Leite por se opor ao dito casamento, como sendo conservadora e retrógrada. Vergonha é algo que não abunda para aqueles lados.


in SÁBADO de hoje

Concordo muitas vezes com JPP... vezes demais ultimamente.

P.S. O JM é um psico-comentador-mono-temático lolololololololololol

Margarida Balseiro Lopes disse...

Como já escrevi no Psico, sou a favor da legalização do casamento entre homossexuais. Se aos mais conservadores a palavra lhes choca, arranjem outra qualificação para este tipo de contrato.

Quanto à prioridade do tema, realço que não é de hoje esta bandeira de luta da JS, como disso é exemplo a campanha de outdoors alusivos ao tema. Não creio que esta seja uma das principais preocupações da juventude portuguesa, mas tendo em conta que se trata da JS, é mas do que óbvia esta permanente bajulação a José Sócrates.

A JSD tem-se batido por causas que verdadeiramente interessam aos jovens portugueses, destacando aqui a campanha em torno da porta 65, que o Né já amplamente explicitou.

Paulo Colaço disse...

Nao creio que o casamento entre homossexuais tenha sido o único tema do Congresso da JS.
A nossa imprensa, para criar uma manchete, hiperboliza tudo.

Acredito que tenha sido o tema mais forte. Ou melhor, que tenha sido um tema mais político que social.

Ou seja, dá jeito ao PS um piscar de olhos ao BE e à comunidade gay.
E dá jeito à JS ficar com mais uma medalha na lapela das causas fracturantes.

A JS perdeu para a JSD a vitória no fim do SMO (uma eterna bandeira da JSD que foi erguida bem alto no mandato do Jorge Nuno Sá), e quer também deixar uma marca.

Prevendo que o PS está muito inclinado para a "coisa", elege esse tema como prioridade, matando vários coelhos: faz um favor a Sócrates que precisa de uma aproximação a Louçã; faz um favor ao PS na busca de novos eleitorados; faz um favor a si mesma pois capitaliza com esse tema na agenda.

Filipe de Arede Nunes disse...

Se os casamentos entre homossexuais são importantes?

Claramente que não. Aliás, chamar casamento a uma união entre pessoas do mesmo sexo é algo que me choca em absoluto. Eu também não chamo contrato de arrendamento ao aluguer de uma automóvel. É que são coisas diferentes e como tal, devem ser tratadas de forma diferente.

Seja como for, parece-me que existem coisas, efectivamente, mais importantes. No entanto, discute-se esta, porque quem a lançou sabia que ia ser polémica e com espaço nos média.

O segredo da política, consiste em fazer um casamento (para me manter dentro do tema) entre as questões importantes e com capacidade de mediatização.

O fim do SMO foi uma dessas questões - embora eu, pessoalmente, não veja qualquer vantagem no fim do SMO!

Seja como for, enquanto se falar disto, sempre se deixa de falar daquilo que efectivamente interessa aos jovens, que basicamente, é o mesmo que interessa aos portugueses.


Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes

Inês Rocheta Cassiano disse...

Margarida,

nem é tanto uma questão de choque, é uma questão de coerência. Como diz no artigo 1577 do Código Civil, o casamento é um "contrato celebrado entre duas pessoas de sexo diferente que pretendem constituir família mediante uma plena comunhão de vida". Se queremoso discutir, sejamos precisos.

Quanto às prioridades da JS, claramente anda um pouco desnorteada. Se esta é uma das suas grandes bandeiras e verdadeiras lutas, é assim nítida a pequenez das suas ambições. Não é um tema fulcral, nem sequer prioritário.

Felizmente, ainda há juventudes partidárias que se preocupam com a formação dos jovens do futuro, as suas condições de habitabilidade, entre outros.

Aquilo por que lutamos com afinco define-nos. A JS continua a assumir-se como uma arma de arremesso do PS e à mercê de José Sócrates. Pelo menos, como diz o nosso hino, "ser da Jota é ser diferente" e ainda bem.

Unknown disse...

via Margarida:

"A JSD tem-se batido por causas que verdadeiramente interessam aos jovens portugueses"

via Inês:

"Se esta é uma das suas grandes bandeiras e verdadeiras lutas, é assim nítida a pequenez das suas ambições. Não é um tema fulcral, nem sequer prioritário."

Se fores jovem homosexual e te quiseres casar, tenho a sensação que este tema é verdadeiramente interessante e até fulcral! É tudo relativo... aliás como tudo na vida...

cumprimentos

Anónimo disse...

Tal como disse MFL, e muito bem, o objectivo do casamento é a procriação. A constituição de uma família.

Não se pode por isso chamar "casamento" a uma união entre homossexuais. Chamem-lhe outra coisa, mas casamento não.

Mas já agora, para que querem eles casar-se? Para terem os benefícios dos casais "normais"? Não podem. Não devem.

Os benefícios para os casais "normais" têm em vista a saúde financeira, para estes poderem educar os seus filhos (a sua familia).

Quanto ao congresso da JS e esta ideia chave que de lá saiu: Penso que apenas serve para tentar chamar o eleitorado do BE. Que como sabemos é maioritariamente constituído por jovens. Jovens esses que vivem de "liberalizar haxixe", "casamento homosexual", etc.

Tânia Martins disse...

Não se pode considerar que este tema seja neste momento a prioridade para o desenvolvimento da juventude portuguesa. Para isso existem assuntos como o primeiro emprego, a habitação jovem, a qualificação profissional.

Mas para ser sincera este é um tema que começa a ser fundamental e prioritário para a sociedade. Respeito plenamente que duas pessoas do mesmo sexo se queiram unir perante um contrato de comunhão. Pode não se chamar casamento para não se romper com o padrão casamento que já está intrínseco nas nossas mentalidades. Mas acho bem que se chegue ao reconhecimento legal da relação de duas pessoas do mesmo sexo. É uma prioridade sim, é uma realidade à qual não se pode fechar os olhos. Se a JS quer lutar por essa causa que lute, agora não deixe passar ao lado muitas necessidades essenciais das quais carecem a juventude portuguesa. E mais, não se esqueçam que essa luta é um poço sem fim, e que atrás disso virão muito mais lutas!

E disse...

Manuela Ferreira Leite está contra «política assistencial» aos jovens [22-07-2008]

A líder do PSD considera «totalmente desadequadas» as políticas de juventude em Portugal. Manuela Ferreira Leite, que participava sábado, na festa do 34.º aniversário da JSD, na Figueira da Foz, manifestou estar contra a «política assistencial, de subsídios» aos jovens.
«Tem de ser uma política de apoio ao empreendedorismo dos jovens, de apoio à sua iniciativa privada», defendeu a presidente do PSD, para quem a política das ajudas «não resolve o futuro dos jovens».

Para a presidente do PSD, uma da causas que suscita maior preocupação em Portugal diz respeito à chamada «juventude adulta», frisando que o jovens «não conseguem adquirir a sua autonomia na fase em que a deviam adquirir, em termos profissionais, de estudo e face a família».

Hmm... aonde é que entra o subsídio ao arrendamento para habitação jovem, para compensar o fim ao crédito habitação jovem/subsidios anteriores? Haa... pois, vão tornar-se todos empresários e ricos, não precisam de subsídio para pagar prestações com Euribor a 5 ou 6%. E pronto!

"In the Grim, Dark Future, there is only war..." - Obi Wan

Cata A. disse...

Uma coisa a dizer meus caros amigos,

Espanha infelizmente é o país de sonho do nosso primeiro ministro. Penso que o lema deste é:"Se funciona com eles também funciona connosco", o que a meu ver é, peço desculpa pelo termo, ESTÚPIDO!

Vejamos, Zapatero promete legalizar o casamento entre homossexuais o que é dá? Mais votos!! Porquê? Porque, quer queiram quer não, a comunidade gay tem aumentado de dia para dia, logo mais pessoas para votarem...mais anos no governo a fazer asneiras!

Em 2009 acontecerá o mesmo, mas em Portugal. "Portuguesas e portugueses, eu prometo que irei legalizar o casamento entre homossexuais, e irei legalizar a adopção de crianças a vocês, meus queridos amigos e amigas bastante confusos!"

Não sou nem a favor nem contra o casamento entre homossexuais, não aponto o dedo a quem por mim passa na rua agarrado a outra pessoa do mesmo sexo, não critico o que fazem ou o que querem fazer, mas enervo-me profundamente ao ver o Partido Socialista usar gays e lésbicas para obter mais votos.

Parece impossivel, mas começo a pensar que o senhor José Sócrates sente alguma invejinha pelo senhor Francisco Louça e que está, com esta política de promessas, a tentar tirar os jovens (gays e lésbicas) do Bloco de Esquerda!...

"Ser homossexual já foi condenado, está a ser normalizado e qualquer dia será obrigatório"

Anónimo disse...

À 6 horas atrás fui ao site da JS e tive a ler 4 ou 5 moções sectoriais.

A questão da legalização do casamento entre homossexuais foi tão ou o mais debatida, que a regionalização, eutanasia, ou a organização interna da js.

Pelo menos pelo numero de moções, nesse sentido.
Digo isto porque não acompanhei o congresso. Se pudesse teria-o feito.

A dúvida que me fica mais, é olhar para a JSD, JP, a JS, a JCP, a InterJovem e o Movimento de Jovens do BE e pensar...
Afinal a curto-medio prazo o que é que +/- juntas podem defender ou apresentar soluções conjuntas para a melhoria de vida dos jovens ?

Porque separadas têm tão ou mais força que uma grande Associação de Estudantes ou uma Federação.
E às vezes algumas funcionam melhor que algumas juventudes partidárias.

xana disse...

O tema é prioritário sim. Para todos os casais homossexuais que se querem casar.
É o cúmulo dizerem que o tema não é prioritário!

Não será egoísmo dizer uma coisa dessas?

Querida Inês, o que diz o 1577º do CC hoje, pode dizer outra coisa diferente amanhã. Como em milhares de outros artigos da nossa lei.
Os tempos mudam, e as leis também.
Vamos ver até quando esta lei se mantém.

E essa discriminação de comparar o casamento hetero e homo a um arrendamento e a um aluguer é demasiado redutor e a mim causa-me uma enorme perplexidade. Isso e a generalidade de posições que jovens como vocês assumem em relação a este assunto.

Já agora, Né, gostava de saber porque és contra hoje, quando já foste a favor?

Anónimo disse...

Fui a favor quando entendia que havia de facto discriminação por não deixarem os casais homossexuais casarem-se. Achava chocante. Entre os meus 16 e os 20 anos, pra aí.

Depois comecei a ler umas coisas de Direito, comecei-me a interessar. E cheguei à conclusão que afinal havia razão dos dois lados: apesar de existir uma aparente discriminação, o Direito da Família é mais receptáculo do que inovação e criação de institutos. E, na tradição, a instituição Casamento sempre foi entre um homem e uma mulher, com o objectivo de constituir família. Será mesmo necessário ter o mesmo nome, criando uma guerra artificial?

Mas isso era o meu "eu" mais moderado, que entendia que a questão do nome era despicienda.

Depois veio o volte-face: cada vez mais me convenci que o nome não deveria mudar. Cada vez que assistia à discussão via uma construção argumentantiva mais sólida do lado "tradicional" e, reconheço, teve um papel bastante importante a sobranceria daqueles que defendem o "casamento" entre homossexuais catalogando todos os outros de retrógrados e atrasados mentais.

Foi uma evolução. Também me tenho tornado cada vez mais conservador, e tenho dado nota disso aqui no Psico.

xana disse...

Já vi que sim.

Eu não diria que são retrógrados ou atrasados mentais, mas que claramente estão a favor da discriminação, isso sem dúvida.

Guilherme Diaz-Bérrio disse...

Anda muito na voga atirar o termo descriminação a torto e a direito.

É assim tão errado ou moralmente repreensivel tratar de forma diferente coisas que são manifestamente diferentes?

xana disse...

Guilherme não percebi o "bold" no "descriminação". Até porque não utilizei esse termo, não estamos perante um crime que quero ver retirado, disse mesmo discriminação, ou seja, acto de discriminar.

Guilherme Diaz-Bérrio disse...

Gralha minha... tava distraido.

A questão mantêm-se, no entanto

Paulo Colaço disse...

Guilherme, deve tratar-se o igual por igual e o diferente diferentemente. Concordo.

Porém, de entre as várias noções de Justiça que estudei, a melhor é esta: Justiça é dar a cada um o que cada um merece.

Eu pergunto: duas pessoas que se amam não merecem poder celebrar um contrato de união conjugal?

Anónimo disse...

"Do conclave saíu o novo líder e apenas uma ideia: Legalizar o Casamento entre homossexuais!"

Caro Diogo Agostinho. Não é legítimo pensar que se tem uma opinião sobre algo, sobrevoando apenas a cacofonia mediática, lendo as ideias por interposta pessoa. É preciso ler para se julgar a importância da extensão dos mesmos direitos a pessoas de orientações sexuais contrárias.
São 52 páginas. Se só quer ver o que lhe interessa, leia apenas a página 38. Não nos venha é dizer que leu todas.

"É esta uma preocupação do país?"

É. Não deve ser muito mais prioritário o tempo que a AR dispõe aos debates como o voto de pesar pela morte do Cónego Melo e outras jóias da coroa.
Pode não ser para si, porque à sombra de uma exígua lógica egoísta, a coisa não lhe toca. Mas toca.
Alterar esta lei é mais do que a simples extensão dos mesmos direitos a que acima aludi. É o sinal do Estado que se quer projectar na sociedade civil. Rejeitar a estigmatização do "outro" (daí que se chame casamento) e criar dificuldades à vida das pessoas, que à partida não existem. Mostrar que não são só todas pessoas que devem ser iguais perante a lei, mas a lei também deve ser igual perante todas elas. Não deixar que as convenções costumeiras sejam um travão à felicidade se não servirem para proteger liberdades alheias.

"O que eu gostava é que eles tambem liberalizassem os casamentos poligâmicos"

Tem uma opinião sobre isso ou está apenas a lançar farpas para escarnecer a proposta?

"a instituição Casamento sempre foi entre um homem e uma mulher, com o objectivo de constituir família."

É mais plural que isso mas também é isso. E um casal de homossexuais não está impedido de constituir família, tal como um casal heterossexual que seja estéril.

E disse...

Quando se promove a discriminação - e para os que não sabem o que isso significa, aqui vai:

acto ou efeito de discriminar;
separação;
distinção;
diferenciação;
destrinça;
discernimento;
marginalização devido à diferença, de raça, por exemplo.

... caminha-se para a marginalização. Não concordo com a discriminação dos casais homossexuais. Se são casais, merecem ser reconhecidos como tal, marido e marido ou mulher e mulher ou sei lá como é que eles se chamam entre eles.

Discriminar é um pequeno passo para começarem a ser perseguidos, e na desculpa de "promover" os bons-costumes, deixam de poder andar em transportes públicos, em assumirem funções públicas, políticas, etc.

Não sei se sabem, mas a origem do símbolo do PSD - independentemente do facto de termos uma vóvozinha ortodoxa, que gosta de marginalizar homossexuais e que é actualmente líder do partido - remonta ao tempo do nazismo, e simbolizava a resistência contra a marginalização de parte da sociedade - judeus, comunistas, homossexuais, transsexuais, o "tal povo não-ariano", etc - pela máquina nazi.

O que eu quero dizer é que este partido, o PSD, devia ser social-democrata, mas não é. Este encontra-se desviado da matriz social-democrata, que é do centro, adquirindo um "fervor" católico que me mete impressão. Até parece o TV Rural!

Não me chateia o facto de a Manuela ser como é. É o facto de o PSD como partido não assumir uma posição clara de protecção dos direitos de uma certa parte dos cidadãos portugueses que têm uma orientação sexual diferente da geral. O mais importante não foi dito. E o que ficou - e que vai ficar para o resto do mandato da Manuela - é essa atitude discriminatória.

xana disse...

Apesar de respeitar as vossas opiniões, custa-me ver jovens que de alguma forma ambicionam uma carreira política a serem tão obtusos em relação a esta questão. Discriminar não é o caminho, e ou se adaptam aos novos tempos ou nunca permitirão uma evolução positiva.

As comparações são perigosas. Mas ao longos dos tempo assistimos a imensas discriminações que vão desaparacendo com o devir dos tempos. E os casais estéreis? Não podem procriar claro. Então, pela lógica da vossa defesa e da líder do PSD, não poderiam casar-se porque adoptar não é procriar.
A proibição do casamento inter-racial também teve o seu fim um dia. Acredito que esta proibição e discriminação vão acabar um dia.
Porque ninguém tem o direito de dizer que dois homens ou duas mulheres que se amam não podem ter o seu conto de fadas e celebrar um casamento. É hipócrita.

Pior ainda é perceber que com a mudança de líder, porventura muda-se o pensamento e as convicções.

Anónimo disse...

Onde uns vêm discriminação, outros vêm diferenciação.

Porque se deve impôr aos que têm uma visão tradicional do casamento esta "ideia nova"?

Tratar tudo de forma igual não é combater a discriminação: é equalitarismo. Eu não gosto dessa ideia.

Quanto à justificação de MFL: não é a minha.

Anónimo disse...

Caro EM. Deduzo que te revejas no celebre discurso de LFM, em que colocava o PPD/PSD como "o partido da esquerda democrática"...

Cara Xana. Vamos acabar com a discriminação, mas também com a demagogia. Será que as pessoas com orientações sexuais diferentes, devem ter o direito a contrair o matrimónio civil? Não vejo qualquer problema nesse sentido.

Já quanto às consequências que daí podem resultar, tenho outra opinião. Como é o caso da adopção de crianças...

Quanto à demagogia, acho que já rebentou há muito, essa bolha interpretativa sobre as declarações de MFL.

Uma coisa é certa. Quando há cada vez mais pessoas no desemprego, quando há cada vez mais familias endividadas, quando há cada vez mais empresas a fechar e quando o espectro da fome se adensa entre nós, desculpem, mas não me venham falar em "casamentos".

A prioridade legislativa deve focar-se nos próximos meses em questões essencialmente económicas e não em causas fracturantes, que apenas são defendidas pelos pretensos paladinos dos direitos sociais com o intuito alimentar a sua urna de votos.

Manuel Monterroso disse...

Concordo com o Luís quando ele diz que é "uma possível ponte entre o PS e o BE, encapotada por esta decisão do "conclave" da JS". Eles têm maioria absoluta! Porque é que é só na próxima legislatura?
Sobre o casamento entre Homossexuais sou absolutamente contra e cito o que a Inês (e muito bem) disse: "contrato celebrado entre duas pessoas de sexo diferente que pretendem constituir família mediante uma plena comunhão de vida".
Toda a gente deve ser respeitada é verdade. Mas não se deve nem pode ir contra a Natureza humana. Os homossexuais não devem poder adoptar uma criança porque isso é anti-natural. Uma criança precisa de pai e mãe. Óbvio que as pessoas se vão adaptando às circunstâncias mas considero que todas as pessoas têm direito a ter pai e mãe. O homossexuais podem constituir família, é verdade, mas sempre de uma forma artificial. É ir contra a Natureza humana...
Finalmente sobre as prioridades da JS, toda a gente sabe quais são: os seus dirigentes querem estar ao lado do Sócrates e defender os seus interesses pessoais acima dos interesses dos jovens e do país (como se viu com o caso da porta 65). Bem...isto tudo para quê? Obviamente para terem um acesso privilegiado a um lugarzito onde possam ter protagonismo, ganhar muito dinheiro e não fazer nenhum...que é o que sabem fazer menos mal...
Tenho dito.

Paulo Colaço disse...

Pode parecer off topic mas não é:

Em Rio Maior, a minha terra, o PS está no Poder há 24 anos. Sempre com o mesmo presidente: Silvino Sequeira.
Nas próximas eleições o PSD tem forte hipótese de ganhar a contenda.
Há dias, em conversa com um companheiro, dizia-lhe eu o seguinte: "na campanha eleitoral temos de ter consciência que mais de metade do eleitorado votante já confiou em Silvino Sequeira. Devemos respeitar a opção que foi tomando em vez de lhes chamarmos patetas ou maltratar a pessoa em quem votaram estes anos todos."

Para que conto eu esta história?

Acho de todo imprudente que os partidários do casamento homossexual reputem os "adversários" com epítetos desagradáveis ou depreciativos.
Não é assim que conquistam as pessoas para a sua causa.

Eu sou favorável à alteração da lei mas não me passa pela cabeça dizer que os outros são retrógrados ou similar. Seria uma bela forma de não fazer crescer a mole receptiva da opinião pública.

Anónimo disse...

"Onde uns vêm discriminação, outros vêm diferenciação."

Não há razões para diferenciar aquilo que é o reconhecimento de uma relação, se não para estigmatizar.

"Porque se deve impôr aos que têm uma visão tradicional do casamento esta "ideia nova"?"

Poderia fazer a pergunta oposta. Porque se deve impor aos que têm uma nova concepção do casamento, esta ideia tradicional?
É obviamente por uma questão de justiça e, como já disse, pelos direitos que decorrem do casamento.

"Tratar tudo de forma igual não é combater a discriminação: é equalitarismo. Eu não gosto dessa ideia."

A malta de esquerda, onde eu me incluo, costuma diferenciar para proteger a parte mais fraca, como na boa esteira de Rousseau - "Entre o fraco e o forte a liberdade oprime e só a lei liberta".
Neste caso concreto, qual a necessidade de diferenciar? Será, na boa moda da direita trauliteira, acossar a parte que já é a mais fraca?? Reforçar os espartilhos de antanho, perpassando na cabeça das pessoas uma só ideia de família, marginalizando todos os outros?? Fazer com que o Estado ceda às pressões desmoralizadoras da Igreja??

Anónimo disse...

Caro Miguel,

Eu não nego que há uma relação e que há Amor entre pessoas do mesmo sexo. Mas considero que é, de facto, distinto da relação entre pessoas de sexo diferente.

Considero também que o Matrimónio foi consagrado legalmente por influência do rito religioso e que não deve ser o Estado a ditar a modificação deste Instituto.

Os direitos envolvidos no Casamento não estão à disposição do casal do mesmo sexo? Verdade. Que lhes sejam concedidos, mas sem usar a mesma nomenclatura.

E louvo a inversão da questão: era esse o seu propósito. Mostrar que não é uma questão de preto e branco, que há sensibilidades distintas a serem tidas em conta.

Não sou um fundamentalista desta questão, nem tive sempre a mesma opinião. Mas não me parece ser tão clara a sua resolução, como um e outro lado tentam colocá-la.

jfd disse...

Eu não nego que há uma relação e que há Amor entre pessoas do mesmo sexo. Mas considero que é, de facto, distinto da relação entre pessoas de sexo diferente.

Como assim!?!?!?!?

xana disse...

Faço minhas as palavras do jfd. Quando li, tive que voltar atrás.

Ou foi um lapso, ou quiseste dizer que o Amor entre homossexuais é diferente do amor entre heteros...
Care to explain?

Anónimo disse...

Leram bem, eu é que escrevi mal:

Mas considero que é, de facto, distinta da relação entre pessoas de sexo diferente.

A relação entre casais do mesmo sexo e casais de sexo diferente é que é, para mim, objectivamente diferente.

Os direitos envolvidos no Casamento não estão à disposição do casal do mesmo sexo? Verdade. Que lhes sejam concedidos, mas sem usar a mesma nomenclatura.

jfd disse...

Já agora as obrigações também ;)

Diogo Agostinho disse...

"Não é legítimo pensar que se tem uma opinião sobre algo, sobrevoando apenas a cacofonia mediática, lendo as ideias por interposta pessoa. É preciso ler para se julgar a importância da extensão dos mesmos direitos a pessoas de orientações sexuais contrárias.
São 52 páginas. Se só quer ver o que lhe interessa, leia apenas a página 38. Não nos venha é dizer que leu todas. "


Caro Miguel Lopes,

Bem sei que de um congresso saem muitas ideias, se me permite tem inteira razão quando afirma que estou errado!

De facto, existem imensas ideias da Juventude Socialista, em que apenas referem como o PS já faz, como o Governo já está a elaborar, ou como os nossos camaradas lutam todos os dias.

Mas permita-me que lhe diga, o único ponto diferente é o casamento entre homossexuais. Não sei se a cacofonia mediática estragou os planos à JS, mas de facto o "sumo" do Congresso assenta nesse ponto! O resto são puros elogios ao Governo de Sócrates, ora para ouvir elogios, basta assistir às conferências do afável Vitalino Canas.

Se é uma prioridade?

Não me parece de todo. Respeito a vida íntima de cada um. Mas família homossexual não existe! Pode existir amor, carinho e devoção, mas família e criação de família, é algo humanamente impossível.

Causas fracturantes são temas apelativos de facto, mas servem para fundamentar a existência de um partido que se chegasse ao Governo desaparecia, ou então para desviar atenções da má governação que o Engenheiro Sócrates já não consegue esconder com a sua agência de comunicação.

Anónimo disse...

Já estou a ver o mesmo na ordem de trabalhos da JSD ...

Bruno disse...

Respondendo à pergunta do Diogo: não, não é! Não é uma prioridade nem pode ser. E não falo por mim porque eu não sou Governante nem represento todo o país. Falo de não ser uma prioridade para o país.

É a ideia que tenho pelas conversas que tenho com homens e mulheres de Portugal que estão preocupadas com o futuro, com a saúde, com o emprego mas não têm este tema na sua lista de prioridades. E, no fundo, penso que é isso que o Diogo pergunta, se bem que podemos dar a opinião de cada um.

Não sei se sairam ou não mais ideias do Congresso da JS mas acredito que não tenham saído muitas mais pois é a isso que eles me têm habituado nos últimos tempos.

A minha opinião: sou frontalmente a favor da legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Sou a favor de que seja possível aos casais homossexuais adoptarem crianças como é permitido a casais heterossexuais. Sou a favor de que estes assuntos sejam tratados com elevação e com debate público para que percebamos o que quer a sociedade. Sou a favor de que as coisas se façam com os cuidados necessários em termos de integração das novas realidades no dia-a-dia das pessoas.