domingo, julho 27, 2008

Porque não concretiza?


Mas afinal em que ponto ficamos? Que "forte pendor governamental é este"? Não querendo entrar numa caça às bruxas, porque razão João Cravinho não concretiza as suas denúncias? Será que tem algum conhecimento de causa? A mostrar pelo que se tem visto ultimamente na praça portuguesa, virou moda acusar, lançar chamas ao palheiro e depois de o ver arder, sair sem dizer mais nada. Se existe corrupção ao mais alto nível do Estado, que se identifiquem os infractores e que sejam julgados em tribunal. Caso contrário, escusam de tentar transformar a República Portuguesa, numa República de frutos tropicais.

19 comentários:

Pedro disse...

É um mal agradecido esse Cravinho. O "inginheiro" mandou-o para Londres e mesmo assim não se cala. Ele que passei pela Picadilly e que esteja calado. Esperemos que o Carrilho, brindado com uma estadia na Unesco seja mais agradecido e não chatei o pobre "inginheiro" que tão ocupado anda com o Chavez e com o Luís Felipe Viera da Líbia - haja compreensão com o "inginheiro" acocorado!

jfd disse...

Luís partilho contigo o desconforto com que soube das notícias.
Quero ver a entrevista toda.
Não sei que este senhor é sério ou não. Bem, não deve ser muito, se o fosse teria ficado a lutar pelo que acreditava e não teria sido exilado para o silêncio à boa maneira Portuguesa...

Ainda no outro dia dizia no post do Colaço que não havia em Portugal corrupção como a de Leste. Mas que há a nossa corrupção há. E ela tem de ser exterminada com mão de ferro.
Viram a estória da Ponte Europa? E outras tantas que conhecemos? Que vergonha...

jfd disse...

PS - folgo mais uma vez em verificar a fidedigna fonte da tua informação ;)

Paulo Colaço disse...

Neste país de pouca memória alguns lembrar-se-ão que Cravinho só descobriu a corrupção quando saiu do Ministério das Obras Públicas.

Antes disso "não passava nada".

E lembrar-se-ão que Cravinho meteu no bolso a bandeira da corrupção quando foi indicado para o Conselho de Estado, na era Guterres/Sampaio.

Entretanto voltou à carga com a corrupção, mas em estilo Marinho Pinto: acusa muito, mas parece ser só fumaça.

Margarida Balseiro Lopes disse...

São de factos notáveis e, até heróicas, as declarações de João Cravinho. Depois de ter deixado a pasta do Ministério das Obras Públicas e de ter renunciado ao mandato de deputado do PS na Assembleia da República para ser administrador do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento (BERD), João Cravinho vem fazer vácuas críticas ao combate à corrupção, sem nunca as concretizar.

Um corajoso!

jfd disse...

Pensei, e será que o senhor não poderá ter uma nova visão do mundo e da sua vida?
Não poderá esta rno caminho da redenção?

Porque não dar o benefício da dúvida?

Paulo Colaço disse...

Dar o benefício da dúvida não é nunca uma decisão que se toma.
Ou se é juiz e, nesse caso, há obrigação de "in dubio pro reu", ou não se é juiz e, nesse caso, ou duvidamos de uma pessoa ou não.
Eu não tenho dúvidas.
Se tu tens, dá-lhe tu esse benefício.
;)

jfd disse...

O que ganha ele em ir contra os seus?

Ou será tão maquiavélico que é tudo um grande plano?

Anónimo disse...

Este Sr. engenheiro foi ministro das das Obras Públicas e na altura dele não se passava nada destas coisas, como diria o outro, jamais.
Agora que está longe é fácil mandar as bocas...Penso que todos têm consciência, ainda que infima, de como funciona "o por trás dos bastidores": nos concursos, compras, vendas and so on, para mandar pérolas que não levam a lado nenhum mais vale estar calado. Depois existe a questão do PS, as bulhas internas que têm sido dadas a conhecer com algumas temáticas, como por ex. Código do Trabalho e agora com a Corrupção.
Patrícia.

Anónimo disse...

Não te esqueças que nem tudo no PS "são rosas". Pois segundo se sabe, existem muitos anticorpos entre algumas figuras centrais dos últimos anos.

Só fico triste por montarem este "circo" e depois não chegarem a uma conclusão que seja.

Qualquer cidadão estrangeiro a viver no nosso país, diria que tudo isto é de loucos. Acusações com ou sem fundamento, investigações que não são feitas ou que ficam pela metade e processos em tribunal que prescrevem...

Anónimo disse...

Benvinda Patricia ;) Sim tens razão! O Cravinho parece alinhar com o velho principio - "olha para o que eu digo e não para o que eu fiz"...

jfd disse...


Lisboa, 27 Jul (Lusa) - O PS respondeu às críticas de João Cravinho, garantindo que "não recebe lições de combate à corrupção" do ex-deputado socialista que hoje disse que a grande corrupção "de Estado e política" está a aumentar em Portugal.

Numa declaração à Agência Lusa, o líder parlamentar do PS, Alberto Martins, assegurou que a sua bancada "não recebe lições de combate à corrupção do engenheiro João Cravinho" e promete continuar esse "combate sem tibiezas e sem desautorizar o esforço que está a ser feito".

Em entrevista à Rádio Renascença, RTP2 e Público, João Cravinho, que esteve na origem do pacote de medidas anti-corrupção apresentado na Assembleia da República, rejeitado pelo PS, disse que a grande corrupção "de Estado e política" tem vindo a aumentar, "independentemente dos partidos".

Para o antigo deputado, "há 'factos anómalos' na lei contra a corrupção".

Na resposta, Alberto Martins advertiu ainda o combate à corrupção "pratica-se e não vive de proclamações".

"Quem faz deste combate, repressivo e preventivo, uma bandeira, não o deixa a meio", frisou Alberto Martins.

João Cravinho deixou o Parlamento no ano passado, para desempenhar um cargo na direcção do Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (BERD) e viu as suas propostas serem rejeitas pela bancada do PS.

O líder parlamentar dos socialistas prometeu que o PS continuará o combate contra a corrupção "sem tibiezas e sem desautorizar o esforço que está a ser feito para a sua consolidação e melhoria".

O Conselho para a Prevenção da Corrupção (CPC), aprovado pelo PS no Parlamento, é, para o ex-ministro de António Guterres, "uma entidade de forte pendor governamental" em que alguns membros "vão ser juízes em causa própria".

Segundo a proposta do PS, o CPC será composto por três inspectores-gerais, das Finanças, Obras Públicas e Administração Local, os dois mais altos responsáveis do Tribunal de Contas (presidente e director-geral), um magistrado do Ministério Público, um advogado e uma personalidade de reconhecido mérito escolhida pelos anteriores.

Esta composição - diz Cravinho - põe em causa a independência do Tribunal de Contas já que "o seu presidente preside a uma comissão de pendor governamental".

Por outro, afirma também, a própria composição impede o CPC de realizar o seu trabalho já que alguns dos seus membros (inspectores-gerais das Finanças, Obras Públicas e Administração Local) são responsáveis por inspecções que também deveriam ser alvo de fiscalização por parte do Conselho para a Prevenção da Corrupção.

NS.

Lusa/fim

Diogo Agostinho disse...

Bem sei que Cravinho foi Ministro e enquanto assumiu responsabilidades governativas, nem uma palavra disse sobre corrupção. Porém, neste caso realço que nunca é tarde para começar a falar.

E importa realçar que atacou este Governo, do seu partido, numa medida para português ver, porque ninguém acredita que um Conselho para a Prevenção da Corrupção não passe de umas sessões e de uns PowerPoints.

Vem tarde? Vem! Mas ainda assim vem! E ele foi encostado, enviado para Londres, tal como Ferro, Maria Carilho, Pedroso, até António Costa, António Lamego.

Esperemos que concretize!

jfd disse...

Ora vá lá!
Alguém com esperança !!!

Paulo Colaço disse...

Sim, ainda bem que vem, mas eu pergunto: ao que vem, caro Cravinho?

É importante que se denuncie o "estado da corrupção" mas eu gostava de saber as motivações do denunciante.
;)

jfd disse...

Who cares digo eu! O que interessa é o resultado. Esse ditará a intenção.

Paulo Colaço disse...

O resultado ditar a intenção é boa!

Enquanto não for o alzeimer a mandar em mim, dificilmente deixarei de olhar para os dentes de cavalos que me sejam dados....

jfd disse...


Cravinho: "Conselho pouco ou nada fará contra a corrupção"
Ex-ministro do Governo de Guterres distancia-se cada vez mais do modelo aprovado pelos socialistas
2008-08-14
ANA PAULA CORREIA
João Cravinho volta a criticar o Conselho de Prevenção da Corrupção, ao responder a Alfredo de Sousa, ex-presidente do Tribunal de Contas, um dos autores do diploma aprovado pelo PS, que aguarda promulgação em Belém.

O socialista, ex-ministro do Governo de Guterres, que na qualidade de deputado foi autor de um pacote anticorrupção não subscrito pela direcção da bancada do PS, está a distanciar-se cada vez mais das opções do seu partido. Depois de ter assumido que o CPC tem "um forte pendor governamental", Cravinho assinou um artigo na edição de ontem do Público, no qual considera que "ao limitar a acção preventiva à exclusiva óptica de controlo da administração financeira, o CPC pouco ou nada fará para atacar a grande corrupção política ou de Estado, na base do tráfego de influências".

O socialista usou a fórmula da resposta ao artigo de Alfredo de Sousa, também publicado no Público, para propor "repensar de alto a baixo uma verdadeira estrutura nacional de gestão preventiva de risco de corrupção, incluindo o tráfico de influencias". "Poderá funcionar junto do TC, mas sem coabitação que ensombre a sua independência. Com a nova lei, nem sequer conseguirão salvar as aparências", concluiu, após lembrar que "dos oito membros do CPC apenas três gozam de estatuto e garantias como independentes". O Conselho funcionará junto do TC, enquanto a comissão proposta por Cravinho estava agregada ao Parlamento.

Na polémica entrou também o actual presidente do TC, Guilherme Oliveira Martins (a quem cabe presidir ao futuro CPC) ao garantir, em entrevista à Visão de ontem e sem entrar em confronto com Cravinho, não haver risco de governamentalização.

jfd disse...

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=979603