Depois da presidência portuguesa que culminou com a assinatura do Tratado de Lisboa (TL) e de uma apagada presidência eslovena. A França, pela mão de Nicolas Sarkosy, assumiu, esta semana, a Presidência da UE.
A procura de soluções para ultrapassar o impasse criado após o “não” irlandês e as ameaças de não ratificação que se seguiram, pode ofuscar os ambiciosos desafios fixados pela França. Entre eles encontram-se:
Agricultura: debate da PAC após 2013, a França defende uma agricultura forte para a UE. O Reino Unido defende o contrario.
Imigração: Paris propõe um pacto para imigração para a UE inspirado na sua própria politica por uma “imigração selectiva”. O objectivo é o combate á imigração ilegal, a harmonização das politicas de asilo e a concessão de ajudas ao desenvolvimento dos países de origem.
Petróleo: A França quer que a UE adopte medidas que atenuem o impacto da subida dos preços, mas a sua proposta de redução do IVA sobre os produtos petrolíferos não recolheu apoio entre os seus pares.
Economia: Paris aposta na melhoria da competitividade nos mercados interno e externo, na estabilidade e integração dos mercados financeiros e relança o debate sobre o papel/acção do BCE ao defender que se olhe para o crescimento e emprego.
Quais as vossas expectativas sobre esta presidência? Irá Sarkosy surpreender?
7 comentários:
A propósito da questão da imigração acabo de ler que este foi um dos temas que marcou a agenda da reunião do MERCOSUL realizada no principio da semana.
Os presidentes dos paises MERCOSUL vão pedir esclarecimentos à UE sobre o destino dos imigrantes latino-americanos na UE.
E mais cedo ou mais tarde lá teremos nós outra vez Chávez na cena política internacional.
Primeira reflexão: "a França defende uma agricultura forte para a UE."
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Mas alguém no seu perfeito juízo pensaria que Paris iria defender algo contrário? Para onde vai a larga fatia dos fundos hoje em dia?
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Segunda reflexão: "Paris propõe um pacto para imigração para a UE inspirado na sua própria politica por uma “imigração selectiva”.
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Já vi esta medida ser comentada por Evo Morales, dizendo que à semelhança do que se dizia nos "descobrimentos", que os indios eram desprovidos de alma e tendo os países sul americanos acolhido tantos europeus, ele perguntava onde estava a "alma europeia"?
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É uma boa discussão, a chamada "fortaleza europeia"...
Nem de propósito Elsa :)
A Elsa é uma das nossas especialistas em assuntos europeus (brevemente explicaremos porquê) e este post é um bom convite à discussão.
Perguntas se Sarko surpreenderá. Atrevo-me a dizer que não.
Sarko é um exemplo de alguém que tinha tudo para ser respeitado/temido.
Tornou-se foco de rábula e de indiferença.
Esperemos que a "mão invisível do mercado" exerça algum controle.
Uma nota: fecham hoje as inscrições para a UV 2008.
No site da Jota é possível proceder à inscrição on-line.
Relembro que o Psicolaranja nasceu após a UV 2006, tendo reunido antigos alunos e membros da organização.
De lá para cá o projecto tem crescido, fruto das visitas e comentários assíduos de muitos companheiros e independentes interessados nas nossas discussões.
Viva a UV, a "mãe" do Psico.
Quando vi o título pensava que era um post sobre a Força de Intervençao Rápida ou sobre o Exército Europeu :)
Traços gerais, não espero muito desta presidência europeia. Acho que a inveja de ser um grande irá paralisar as negociações, que Sarkozy não tem capacidade diplomática, sendo um político mais do ou vai, ou racha.
Há apenas um senão que me leva a ponderar que ele até pode ser bem sucedido: a vontade de todos os grandes líderes da europa de que o tratado de lisboa acabe o ano ratificado por todos, excepto a Irlanda.
Com a devida assessoria, assim talvez ele consiga surpreender. Caso contrário, será como diz o Colaço.
P.S. Durante algum tempo gostei de Sarkozy... essencialmente até ele ganhar as eleições. Depois comecei a considerá-lo mais um político comum.
Se existe politico que me desiludiu foi Sarkozy.
Tinha-o como um politico de direita liberal que seria capaz de fazer em França aquilo que 'ela' precisa: reformas estruturais.
Em vez disso, não resistiu à deriva populista. A culpa dos males de França é de toda a gente menos da dita. Os combustiveis estão altos, logo a solução é para os especuladores, taxar o "lucro imoral" das petroliferas e baixar impostos - que inevitavelmente irá aumentar o consumo...mas essa parte escapou.
O desemprego francês é alto, mas outra vez a culpa não é do mercado laboral do país mas do BCE e da sua política - de nada serve colocar um grafico com o desemprego dos últimos 10 anos em França e ver que ele está actualmente num minimo - talvez o problema seja rigidez a mais - ou explicar que o BCE ao "ancorar" as expectativas de inflação está na pratica a garantir taxas de juro mais baixas no médio prazo [não, o BCE não establece a taxa de juro, mas sim tenta establecer a expectativa de inflação, e o mercado faz o resto, mas isso dá para outra discussão].
A culpa da alta dos alimentos não é partilhada pela França, obviamente. O facto da agricultura europeia ser altamente subsidiada e criar distorções erradas no mercado não interessa - não é de estranhar quem é pois o grande benificiário da PAC ao nível europeu.
Espero que os restantes lideres europeus tenham algum juizo quando se discutir as "propostas" de Sarkozy que nada mais são que puro populismo de um lider em busca de popularidade no país de origem...
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