quinta-feira, julho 24, 2008

O "sobe e desce" do desemprego em Portugal

Estávamos na campanha eleitoral de 2005, quando o ainda candidato ao lugar de Primeiro-ministro, José Sócrates, disse que a taxa de 7,1% de desemprego era na altura a "marca de uma governação falhada" e de uma "economia mal conduzida". Desde esse dia muito mudou. Chegou ao Governo, implementou o seu programa e pasme-se, em Outubro de 2007 Portugal já contava com 8,3% de desempregados, onde pela primeira vez em quase 30 anos superava a taxa de desemprego espanhola. Entretanto dizem as estatísticas que a referida taxa desceu, apesar das justificadas desconfianças face aos reais números do desemprego.


Afinal quem tem razão? São os números do Executivo ou são os dados das instituições independentes, que tendem a mostrar um quadro mais negro? Desconfio que o sentimento nas ruas, atesta bem quem terá razão... O Governo culpa a crise internacional, a falta de qualificação de alguns portugueses, mas não terá ao fim destes 3 anos alguma responsabilidade?

7 comentários:

Diogo Agostinho disse...

"Estávamos na campanha eleitoral de 2005, quando o ainda candidato ao lugar de Primeiro-ministro, José Sócrates, disse que a taxa de 7,1% de desemprego era na altura a "marca de uma governação falhada" e de uma "economia mal conduzida". "

Aí está, foi o mesmo Sócrates que criticou semanalmente Manuela Ferreira Leite pela subida do IVA e que colocava sistematicamente a então Ministra das Finanças na figura negativa da semana.

O mesmo que depois não teve resposta em plena campanha eleitoral!

Os portugueses optaram pela mentira! O desemprego é assustador e as perspectivas de primeiro emprego cinzentas.

E as fábricas vão continuar a fechar.

E este Governo fica contente com uma loja de móveis(IKEA) a abrir em Matosinhos ou Ponte de Lima. Móveis também fazemos em Paços de Ferreira, precisamos de atrair investimento de alta tecnologia. Para isso? Qualificar os portugueses, e não vamos lá apenas com "novas oportunidades"

jfd disse...

Congratulo-me pela fonte das notícias. Só credibiliza o post ;)

Quanto às empresas que fecham, já o disse e digo de novo, muitas mais deviam fechar. Há muitas ineficiência em Portugal.

O Governo está é a falhar redondamente no apoio social a estas pessoas que se um momento para o outro se encontram sem sustento devido às más opções de maus gestores ou de subsídios estatais.

Há que separar o trigo do joio.

Daniel Geraldes disse...

O Sarkozy em França tinha uma proposta muito discutivel e bastante interessante do ponto de vista de Direita Socialista, o que ele propunha era que o estado devia subsidiar as empresas que não eram economicamente viaveis, porque assim evitava o desemprego e consequentemente o mau estar social,o subsidio de desemprego, as pessoas ficarem em casa sem perspectivas de trabalho, etc,etc,etc.

Em Portugal até reconheço que há certas industrias que se tivessem este apoio do Estado, não fazia mal nenhum.

Anónimo disse...

Há cerca de 8 anos que estamos em crise: umas vezes mais grave, outras vezes menos grave.

E tenho a certeza que não é só com o governo português que sairemos dela. mas ajudava se o governo fosse um bocadinho mais previdente, um pouco melhor e menos reactivo.

Nada foi feito para renovar o tecido empresarial para lá do esperar que os desadequados fechem.

Não se consegue reduzir a despesa, que eu compreendo que seja um problema endémico da Adm. Central e não um problema deste governo.

Não se reviu sériamente o código de trabalho. Não se reviu sériamente o sub. de desemprego. Não há políticas sociais novas.

O que faz falta? Diminuir o desperdício retirando o Estado directamente da Economia, aumentar o seu peso com apoios estratégicos.

Paulo Colaço disse...

Não sendo eu um expert nesta área, há algumas coisas que sei sobre o desemprego:

- haverá tanto maior desemprego quanto menor for o respeito pelo empresário ou dono de negócio. Acha-se sempre que o patrão deve arcar com o mundo às costas porque, sendo patrão, deve ser rico. Tal como se acha que um senhorio deve andar com o inquilino ao colo.
Pois bem, não é assim: o patrão não pode ser maltratado - é ele que faz a economia andar.
O seu azar pode ser o azar de várias famílias.

- Tratar-se o empregado como o coitadinho do sistema é alimentar uma cadeia de vícios.

- As escolas devem estar "coligadas" com o mundo exterior. A escola/universidade fechada em si mesma dá no fornecimento à sociedade de gente não qualificada para aquilo que a sociedade precisa.

- Muitos dos cursos de formação são truques para enganar as estatísticas e formam muito pouco. Há empresas com crédito no sector mas é preciso saber escolher.

A culpa deste enquadramento não será só do Sócrates mas é ele que neste momento nos anda a mentir, certo?

Manuel Monterroso disse...

Mais uma vez pergunto:alguém sabe onde estão os 150000 postos de trabalho prometidos pelo José?
O post do Luís está excelente. Parabéns! Realmente tocaste numa ferida que a comunicação social não se recorda: em 2005 Sócrates disse que a taxa de 7,1% de desemprego era na altura a "marca de uma governação falhada" e de uma "economia mal conduzida". Ora 8,3% é o quê? Uma governação totalmente falhada?
Estamos de facto numa crise profunda em que é preciso criar pessoas qualificadas (e não pseudo qualificadas como ele quer fazer). É preciso estimular a criatividade das pessoas. É preciso incentivar o empreendorismo.. E para isso é preciso criar condições...para que elas sintam capazes de arriscar, inovar e ter vontade de aprender e melhorar continuamente... Fundamentalmente é preciso justiça que funcione, educação que dê frutos, acesso à saúde para todos e um governo que dê confiança e fale verdade..:p

Anónimo disse...

Cuidado com a forma como colocamos a questão, ou arriscamo-nos a receber a resposta de que foram criados cerca de 90 mil até ao início de 2008 (acho que era isso). Ele prometeu mais 150 mil, para além dos empregos que seriam destruídos.

A questão do desemprego foi ensaiada pelo nosso grupo parlamentar durante a liderança de Santana Lopes mas nunca colou bem.

Lá para o final do ano deverá vir nova insistência no assunto.

Bem lembrado, Manuel.