terça-feira, julho 08, 2008

O Bom Governo



Muitos apregoaram a enorme capacidade reformista deste Governo. Nunca me convenci. O último relatório da SEDES faz uma análise crua ao trabalho deste Executivo...

Um Bom Governo não pára as reformas porque se aproximam as eleições, pois tal é o comportamento de um Governo Fraco; um Bom Governo não ignora a realidade, pois tal é o comportamento de um Governo Débil; um Bom Governo é discreto na acção e eficaz nos resultados, não é espalhafatoso na acção e medíocre nos resultados.

Não, não temos um Bom Governo!

10 comentários:

Anónimo disse...

Origem da imagem:

Ambrogio Lorenzetti (c. 1290 - c. 1348). Alegoria do Bom Governo (c. 1337-1340). Afresco, 296 x 1398 cm. Siena, Palazzo Pubblico, Sala dei Nove

Paulo Colaço disse...

Aí pelo meio também se elogia o caminho que MFL estará a trilhar.

Fala-se em estabilidade. Assim seja.

Daniel Geraldes disse...

Calma que até há um mês, tambem não tinhamos uma boa oposição.

Mas de facto, a gota de agua foi para mim o bloqueio dos camionistas e a cedencia do governo, isso demonstrou claramente de que fibra esta malta é feita, de todos os membros do governo o meu preferido devo dizer que curiosamente é o ministro da agricultura, é o unico que tem tentado fazer frente aos lobby da agricultura e diga-se que com algum sucesso.

Anónimo disse...

Uma curta referência, não deixando de o ser:

No maior partido da oposição poder-se-á ter iniciado um ciclo de
estabilidade, condição necessária para a afirmação de uma alternativa
credível.

Rui disse...

um Bom Governo é discreto na acção e eficaz nos resultados, não é espalhafatoso na acção e medíocre nos resultados.

Ora aí está uma formula que este Governo não utilizou. Foi sempre muito espalhafatoso quando anunciava as suas medidas e como diz o povo: "Quando a esmola é grande, o pobre desconfia." E eu desconfio!

Viu-se na entrevista à RTP, um PM bastante nervoso e ansioso a propor as suas medidas sociais, antes de verificar quem é que era abrangido por elas e quanto é que isso iria custar!

Como diz o relatório, "São disso exemplos a declaração do fim da crise orçamental, a ênfase
nos investimentos públicos de grande dimensão, a cedência à agitação
social e as recentes baixas de impostos."


Agora vamos ver se as pessoas vão se deixar iludir...

Pedro disse...

Em boa verdade, nem bom, nem mau. Desconheço a existência de um governo e de uma oposição neste país. Também não vejo nenhuma razão para este sentimento de desconfiança - sabemos o que há e o que vem aí: assaltos, contas mal feitas, amiguismos, mentirinhas de bordel, pouca-vergonha, o cardápio habitual em qualquer governo (rosinha ou laranja) que se preze. Porque o problema não está na vaca, está em quem, na ânsia de mamar, secou as tetas do animal, e ela agora muge mas não derreia. Tenham lá calma que a vossa vez de botar as beiças no Poder acabará por chegar - de TGV ou de Interregional.

Diogo Agostinho disse...

É um relatório que arrasa e deixa boas perspectivas para a Oposição.

Mas, este último comentário está genial.

Anónimo disse...

"Um Bom Governo não pára as reformas porque se aproximam as eleições, pois tal é o comportamento de um Governo Fraco" - Claro que sim Nélson.
.
Mas estavas à espera de outra coisa? Penso que não...
.
1- "Reforma" da administração pública.
2- "Plano"[Choque] tecnológico
3- "Reforma" da Segurança Social
(...)
Alguma destas políticas foi levada até ao fim? Não! Falta de rigor, de sentido de responsabilidade e de coragem política? Sim.
.
Não é de estranhar, pois ao cabo de 2 anos de mandato com falsos processos de intenção de reformas, que pretenderiamos nós no fim desta legislatura?

Bruno disse...

Ainda mais curioso - para mim - do que o próprio relatório da SEDES, está a ser a reacção do Governo com os especialistas em declarações "infelizes" (Pinho e Jaime Silva) a atirarem-se ao pescoço do ex-colega Campos e Cunha, acusando-o de "frustração pessoal".

Também Alegre diz que se pode dizer muita coisa do Governo mas não que está a ter uma atitude eleitoralista. Basicamente, quererá ele dizer que as únicas críticas aceitáveis são as dele e da sua conversa populista e que quem apresenta propostas que não sirvam para os seus amigos do Bloco não tem direito a bater no PS.

Mas a discussão nem tem grande sentido porque Sócrates já respondeu por antecipação. Lembra bem a TSF que o PM disse na entrevista à RTP que não está a pensar nas eleições porque esse seria o primeiro passo para as perder. E se ele o diz, nós acreditamos porque sabemos bem que ele não mente, não é assim?

Anónimo disse...

Muitos apregoaram a enorme capacidade reformista deste Governo. Nunca me convenci.

Eu não fico surpreendido, mas uma das discussões que mais vezes tenho centra-se na veia reformista do governo, dos que fazem aquilo que não fomos capazes.

O Governo anda abespinhado e respondão. Se continuarem assim, talvez cansem mesmo as pessoas em 2009.