sexta-feira, julho 18, 2008

Menezes em Directo



"DEPOIS DE MIM VIRÁ... Luís Filipe Menezespresidente da Câmara de Gaia e ex-presidente do PSD

Nem quero imaginar o que se escreveria sobre o anterior líder social-democrata se ele, em escassas seis semanas, não tivesse divulgado uma proposta, estivesse em hibernação enquanto os camiões bloqueavam o País e culminasse tal período de ausência com a pomposa declaração de que o casamento era um magistério virado em exclusivo para a procriação! Aquando da sondagem de Fevereiro, o anterior líder do PSD afrontava o pico de uma campanha negra, interna e externa, nunca vista antes em mais de trinta anos da nossa democracia. Ao invés, nestes 45 dias ninguém criticou as omissões, os silêncios, o discurso generalista, ou o conservadorismo radical da actual direcção do partido. Ainda bem, todos merecem o seu estado de graça. E isto de ser líder tem que se lhe diga.
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Contudo, muito do que quis provocar com a minha demissão está atingido. Não houve uma eleição eufórica e já está provado que não é a mudança de "chefe", por mais que um substituto seja levado ao colo pelos interesses instalados e pela intelligentsia que parasita o statu quo, que resolve as entorses estruturais do PSD.Em trinta anos, o PSD especializou-se em dizimar presidentes.
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Menos tempo, ou tão pouco quanto eu próprio, passaram por S. Caetano à Lapa, Emídio Guerreiro, Rui Machete, Sousa Franco, Menéres Pimentel, Santana Lopes. Pouco mais tempo, exclusivamente por "culpa" da inércia dos calendários eleitorais, estiveram Mota Pinto, Fernando Nogueira e Marques Mendes. Saíram ainda sem glória Marcelo Rebelo de Sousa e Durão Barroso!!!O PSD só "tolerou" dois líderes em três décadas: Sá Carneiro e Cavaco Silva. É decisivo que os seus militantes e apoiantes entendam o porquê de tal bizarria.
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Dos actuais vice-presidentes e apoiantes de topo da actual maioria, foram vários os que deram a cara em 50 (!) entrevistas televisivas nos primeiros 60 dias do meu mandato. Todas a criticar e a pedir a substituição da direcção mais representativa da história do PSD. "Nem que fosse à bomba!"Para além do citado Carnaval, acusavam-nos de não fazer oposição, de não dinamizar as bases e de não ter um discurso e propostas estruturadas!!!
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Hoje é claro que a substituição de Ângelo Correia por António Capucho não deu mais credibilidade à liderança do Conselho Nacional, que a substituição de Amorim Pereira por Morais Sarmento não trouxe nada de novo. Finalmente é óbvio que a substituição de Santana Lopes por Paulo Rangel diminuiu substancialmente a capacidade de afirmação parlamentar.
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Mas para que o PSD possa regressar aos tempos altos da militância como com Sá Carneiro e Cavaco Silva, e daí chegar ao poder com solidez e capacidade reformista, é preciso que o partido se modernize e se repense ideologicamente. Isso só será possível se o caminho que a minha direcção estava a trilhar possa ser retomado.
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Um partido de bases para voltar a reformar o País."
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Comentários?

22 comentários:

Diogo Agostinho disse...

http://dn.sapo.pt/2008/07/18/opiniao/depois_mim_vira.html


O link para a Coluna de Opinião integral.

jfd disse...

Eu não alimentarei a discordia pública entre membros do meu partido, nesta fase, e com estes protagonistas.

:P

Filipe de Arede Nunes disse...

Eu ouvi este senhor no dia das últimas eleições directas dizer que se ia comportar de uma forma diferente, que se ia manter calado e deixar a nova liderança trabalhar, e mais não sei quê e pardais ao ninho, etc!

Este senhor, se tivesse vergonha e sanidade mental, estava calado.

Foi disto que nos livrámos. É que sempre gostei de pessoas coerentes!

Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes

Diogo Agostinho disse...

Eu também não alimento nada. Mas o Psico não serve para comentarmos?

jfd disse...

Meu caro Diogo, não era intenção nenhuma indirecta. Esse foi o meu comentário!

Diogo Agostinho disse...

;) Estava a meter me contigo só.

jfd disse...

:)

Paulo Colaço disse...

Breves notas 1:

"Em trinta anos, o PSD especializou-se em dizimar presidentes".

Pois, Menezes sabe do que fala.
Eu lembro-me das declarações costumeiras contra Barroso.

E vocês? Lembram-se?

E eu lembro-me do que fez face a Mendes.

E vocês? Lembram-se?

Paulo Colaço disse...

Breves notas 2:

"Hoje é claro que a substituição de Ângelo Correia por António Capucho não deu mais credibilidade à liderança do Conselho Nacional, que a substituição de Amorim Pereira por Morais Sarmento não trouxe nada de novo."

AHAHAHAHAHA.

Escorre sangue da pena de Menezes. Discernimento tolhido.

Sem ainda o CN ter reunido. Sem ainda haver trabalho do CJN, já ele faz a análise dos respectivos mandatos.

Ele tem problemas.

Paulo Colaço disse...

Breves notas 3:

"Finalmente é óbvio que a substituição de Santana Lopes por Paulo Rangel diminuiu substancialmente a capacidade de afirmação parlamentar"

Se avaliarmos a afirmação parlamentar pelo primeiro debate com o PM, ou pelo segundo... ou pelo terceiro, então Rangel está em linha com o antecessor.

A destilaria de inveja em que Menezes trabalha devia ser visitada pela ASAE...

Paulo Colaço disse...

" preciso que o partido se modernize e se repense ideologicamente. Isso só será possível se o caminho que a minha direcção estava a trilhar possa ser retomado"

Modernização? Menezes modernizou onde?
Reforma ideológica? Menezes fez tudo para amesquinhar a revisão do programa do PSD, proposta por Mendes...
A minha direcção estava a trilhar? É difícil encontrar gente que se acha o melhor mas que dá lugar aos piores. Mais uma característica de Menezes: altruísta!

Paulo Colaço disse...

Já agora, durante o problema dos camionistas, já tinha havido o congresso de afirmação de liderança de Manuela Ferreira Leite?

José Pedro Salgado disse...

O interrégono durante o qual Luís Filipe Menezes foi presidente do partido foi para mim muito confuso.

É natural que as novas CPN necessitem de um qualquer período de adaptação até estarem aptas para funcionar a todo o vapor, mas com Menezes esse período não existiu, "foi existindo".

No início notava-se uma certa inaccção da CPN que era facilmente atribuível a essa necessidade de ganhar balanço. De repente sentimos um grande impulso desamparado. Como se as pernas tivessem começado a correr mas se tivessem esquecido de avisar o tronco. Acabava tudo em trambolhão.

Não votei em Menezes, mas tendo sido ele o eleito, sempre esperei que ele comprovasse que eu estivesse errado. Não provou.

Se da primeira vez que se candidatou eu via em cada candidato um igual mérito com estratégias diferentes, hoje cada vez menos dúvidas tenho.

Anónimo disse...

Um homem também chora, menina, morena...

Acho muito importante que Menezes continue a falar. Há quem saiba conviver com a crítica.

Não concordo com uma coisa que ele tenha dito. Nem na não contestação a Sá Carneiro e Cavaco: Sá Carneiro foi imensas vezes contestado, demitia-se, fazia birra e voltava; Cavaco teve Menezes a atacá-lo.

O Presidente tem de saber conviver com a crítica. Quem estiver à altura é Líder, enquanto quem não aguentar a pressão pode continuar nas galeiras a fazer barulho.

Manuel Monterroso disse...

A minha opinião pessoal é que PSD aceita/"demite" um líder dependendo da sua performance, da sua conduta, das suas ideias e do seu carácter. Um bom líder pode ser contestado por alguns críticos mas não terá problemas absolutamente nenhuns com isso.
Por fim, gostaria de vos dizer que fico triste que ele quee esteve em altos cargos governativos quer do partido quer do país, não tenha pensado (nem pense) duas vezes antes de falar e tenha andado a intitular os seus críticos de sacanas, canalhas, etc. , porque além de lhes estar a dar razão não fica nada bem a ele nem ao partido este tipo de situações...
Tenho dito.

Paulo Colaço disse...

Precisamente.
Entretanto, alguém diga a Menezes que não foi Capucho que substituiu Ângelo Correia. Foi Rui Machete.

Margarida Balseiro Lopes disse...

O primeiro reparo que queria fazer, já o Paulo fez: por que razão o cabeça de lista ao Conselho Nacional vai substituir o presidente da mesa do CN?

Quanto às declarações de Menezes, acabo por concordar com o Jorge. A maior prova da falta de credibilidade/confiança dos militantes em Menezes é o facto de ninguém acreditar que este cumpriria o anunciado pacto de silêncio até 2009. Menezes quer atenção, para quê dar-lha?

Anónimo disse...

Menezes não conseguiu ficar calado. Quebrou a promessa feita. Escolheu mal o "timming" da intervenção. Resultado: descredibilizou-se a ele mesmo, não só perante os que o apoiaram em tempos, como aos olhos dos que ainda hoje o encaravam como a solução.
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Não é deste tipo de intervenções que precisamos agora. Já nos chega a oposição externa. No final do próximo ano, quem sabe, no local próprio poderão criticar.
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Aqui não há vitimas. Menezes quis sair. MFL candidatou-se e ganhou. Ponto final. Rumo a 2009, venceremos.

Davide Ferreira disse...

Eu posso até não gostar do Menezes por muitos e diversos motivos, posso dizer que ele não têm credibilidade e que ainda bem que mudamos de líder... agora tambem acho que a Manuela Ferreira Leite enquanto líder deixa muito a desejar.

Senão vejamos:

- Acho que nos tempos que correm dizer que o objectivo da família é a procriação é do mais conservador e retrogrado que existe.

- Concordo que MFL diga que não algumas obras públicas... basta que diga quais e porque.

- Nem quero que diga que vai baixar os impostos, quero que diga isso sim onde vai baixar a despesa e fazer mais com menos dinheiro.

Em suma à um ano das eleições quero que se moste forte, incisiva e determinada, com ideias e propostas.

E ela ainda têm a sorte (e os portugueses o azar) de estarmos numa recessão ecónomica, senão mostrariam resultados ainda piores que o alcançado nas ultimas legislativas.

Daniel Geraldes disse...

Mandem-lhe com um pau na tola a ver se o gajo se cala, porque este gajo é mesmo tolinho!!!

Anónimo disse...

LER

BLOG CLUBE DOS PENSADORES

20 Julho 2008
Luis Filipe Menezes autofágico ou como se suicida um líder?

No entanto, com o artigo, LFM veio clarificar a sua personalidade. Tem um transtorno bipolar obsessivo (altera demasiado de humor. Uma pessoa de manhã e outra á tarde. Um excelente autarca, mas um péssimo líder nacional). Não tem estratégia para ele próprio, quanto mais para o país que queria liderar. É demasiado ansioso e revela profunda incontinência… verbal. Portugal livrou-se de um desastre completo



Luís Filipe Menezes depois de ter “batido com a porta”, prometeu manter-se calado até 2009, alegando que não faria o mesmo que anteriores lideres fizeram com ele após ter sido eleito. Eis que volvidos escassos 45 dias da eleição no seu partido e LFM escreve um artigo de opinião sobre Manuela Ferreira Leite, a nova líder do PSD.

De facto as expectativas da performance de MFL como líder da oposição saíram goradas, já que é um “remake” gasto do discurso balofo e vazio - o “TANGA 2”. Um discurso que vem na linha do que está nos jornais: a crise. Só fala da crise e mais deprime quem o ouve. Não mobiliza o povo para sair da dita crise. Não aponta soluções, nem há uma ideia nova, ou desígnio. Acompanha o discurso generalista dos economistas profetas da desgraça, convidativo a deitar a “toalha ao chão” e esperar que algo dos céus aconteça. Assim não é possível mobilizar ninguém, nem se sai da crise. Ao menos Sócrates vai lançando projectos e não está deitado a dormir.

Mas, LFM não é um militante qualquer. Fugiu das “pancadas” que os seus correlegionários lhe infringiam ao anunciar a sua recusa em liderar o partido “com aquela canalha”, como disse. Não é de bom-tom escrever de MFL, a nova líder legitimamente eleita pelo seu partido, o que o gato não faria ao toutiço. Dá a imagem de ressabiado, porque esperava uma “vaga de fundo” com os militantes a implorarem a sua recandidatura, que seria vencedora e propiciaria calar a oposição interna. Como não aconteceu, está ressentido com quem venceu. Destila fel sempre que pode. Mostra o quanto não se pode confiar nos políticos. Diz uma coisa agora, e faz outra depois.

Mas tem mais, LFM mostra a sua face bipolar, transtorno que parece estar na moda. Um excelente autarca que se revela um desastre a nível nacional. Além disso, revela ansiedade, que o “matou” enquanto líder do PSD. Não sabe esperar o seu momento. Simplesmente, não serve para liderar ao mais alto nível.

O artigo que escreveu, sendo genericamente assertivo em muitas das posições, podia ser escrito por outra pessoa, mas não por ele, como é demais evidente. Aqui emerge a sua falta de estratégia e de táctica, sendo sabido que com elas pode perder-se uma guerra, mas sem elas, jamais se pode ganhar uma.

São demasiados erros que fragilizam LFM e, quiçá, estarão a eliminá-lo politicamente. Amigos meus do PSD, estão desiludidos com os ziguezagues, desvarios e derivas de LFM e até sentem urticária só em ouvir o seu nome - uma promessa de mudança política há um ano atrás - que se revelou uma verdadeira fraude de expectativas. A mim bem que enganou.

No entanto, com o artigo, LFM veio clarificar a sua personalidade. Tem um transtorno bipolar obsessivo (altera demasiado de humor. Uma pessoa de manhã e outra á tarde. Um excelente autarca, mas um péssimo líder nacional). Não tem estratégia para ele próprio, quanto mais para o país que queria liderar. É demasiado ansioso e revela profunda incontinência… verbal. Portugal livrou-se de um desastre completo.

Só por isto agradeço a clarificação de LFM, que me mostra o quanto estava enganado a seu respeito. Mas é pena, porque até gostava dele. Também é pena que não tenha uma assessoria de qualidade que o aconselhasse no trajecto, que revela estar sozinho ou escolhe mal as equipas, o que é também revelador

Anónimo disse...

A propósito do "depois de mim virá..."

O ex lider tem mau perder. Saiu zangado com as críticas e agora nem
repara que as sondagens dão PS e PSD a par.

O mais importante é o seu ego. Vá lamber as feridas como qualquer
velho leão faria.

Não há que avaliar personalidades, apenas resultados. Ouvir o cidadão
descontente e, solidário com as vítimas da actual crise, apresentar-se
com seriedade e coerência ao eleitorado é mais importante do que
ajustar pequenas contas pessoais ou medir os decibéis e o número de
foguetes na festa de consagração dos líderes ...

Se nos colocamos atrás da árvore, não vemos a floresta. Viva o PSD..