O nosso bastonário tem batalhado por uma advocacia e justiça mais transparentes. Queixa-se a toda a hora dos caciques, dos corruptos e malfeitores de toda a ordem.
Ora hoje queixo-me eu.
Sou um liberal, é certo. Mas pense-se na advocacia de hoje em dia (em Portugal). Os advogados ou são conhecidos e a eles nos dirigimos; ou então vamos ao amigo do amigo, ao primo afastado que se licenciou em direito; ou "ouvi dizer que aquele é bom"... Pois este é o maior obscurantismo da advocacia.
Um advogado não pode fazer publicidade do seu escritório por causa da nobreza da profissão. Por causa da nobreza da profissão??? Então e o consumidor?
Não seria legitimo que o cliente de um serviço soubesse claramente as condições do seu prestador de serviços por antecipação? Os bancos são obrigados a ter as clausulas contratuais expostas na agência, a referir sempre quais as taxas a que se referem nos anúncios publicitários. As agências de viagem têm que anunciar os preços finais dos seus produtos; os automóveis com os preços chave na mão; os planos tarifários de comunicações, enfim, todo o mercado deve ser transparente no estabelecimento do preço, mas a nobreza da advocacia impede que os advogados façam publicidade de si mesmos e que os clientes saibam que na porta ao lado existe um serviço mais barato.
Nem se venha com a história das publicidades abusivas porque essa regra vale para todos os serviços e é regulada por lei sendo punido quem abusar; nem tão pouco com o argumento de que isso seria matar a pequena advocacia. Então não existem pequenas e médias empresas a competir com gigantes do mercado nos diversos sectores? Para este argumento tenho 2 palavras: LONDON STYLE. A pequena lojinha familiar de fatos por medida nos aliados. Qual Zara a 300 metros... LONDON STYLE meus caros.
Foi só um desabafo.