domingo, junho 08, 2008

Tem estudos? Não? Então não vota...

Grave! Inaceitável! Inconstitucional!


O manifesto do Movimento Mérito e Sociedade propõe que a escolaridade mínima obrigatória passe a ser condição de acesso ao cartão de eleitor.
Se primeiro me regozijei com o movimento, agora inquieta-me profundamente, naquele que considero ser um atentado ao nosso sistema democrático e uma inconstitucional elitização do voto.

69 comentários:

Margarida Balseiro Lopes disse...

Há uns meses atrás, dava conta aqui no Psicolaranja de um novo movimento político que estava a reunir assinaturas necessárias para legalmente se constituir como partido.

Regozijei-me, pois é uma manifestação da vitalidade do nosso sistema democrático. Na altura, visitei o site e li a carta de princípios.
Hoje decidi ler o seu manifesto, escrito pelo fundador Eduardo Correia.

E, indignei-me com aquilo que considero ser um atentado à nossa Democracia e uma absurda, inaceitável e creio que inconstitucional, elitização do voto.

Paulo Colaço disse...

No seu Manifesto Anti-Dantas - uma das minhas obras de cabeceira - Almada dizia que Dantas nascera "para provar que nem todos os que escrevem sabem escrever".

Também alguns partidos/movimentos nasceram para provar que nem todos os que usam a democracia são democratas.

E disse...

Informalmente, apoio o Movimento Esperanca Portugal e espero que ele consiga tornar se um partido a serio, com representacao autarquica legislativa europeia. Deixo vos o feedback da Ines Teixeira Botelho, depois de terem conseguido reunir as 7500 assinaturas para formarem o partido.



O processo de recolha de assinaturas foi uma das tarefas mais enriquecedoras, quer a nível pessoal, quer a nível do grupo, que o MEP desempenhou.

O contacto com as pessoas na rua, com a sua vida, os seus problemas, medos e anseios, fez com que a nossa concepção, de que a política deve ser mais próxima dos cidadãos e de que o MEP é um partido feito por e para gente comum, começasse a tomar forma.

Também foi muito importante a nível de feedback pois demonstrou que existe realmente espaço para um lugar ao centro. As pessoas estão bastante cansadas do confronto que é hoje a discussão política, estão muito receptivas a uma politica que nasça para fazer pontes muito mais do que a simples oposição.

Por outro lado os cidadãos procuram cada vez mais uma política que lhes diga respeito, e que discuta e se movimente em aspectos que incidam no seu dia-a-dia. A política não pode continuar a ser uma discussão de temas de elite sobre aeroportos, pontes e afins.

As pessoas quando abordadas na rua reagem com surpresa, mas o facto de sentirem que queremos ouvi-las e que isso faz parte da construção dos nossos ideais, fá-las, na maioria dos casos, superar o medo que existe no apoio a um novo partido politico e partilharem a realidade da sua vida e as dificuldades que encontram e que precisam que sejam solucionadas.

As pessoas procuram sobretudo esperança nas soluções para os problemas que enfrentam nos seus dias como as listas de espera nos hospitais que, nalguns casos, chegam a anos, a educação estar cada vez mais cara, assim como o nível de vida, e os ordenados serem demasiado baixos para sustentar os bens de primeira necessidade como uma casa, comida e formação. Começam a surgir casos em que mesmo com emprego e estudos superiores as pessoas não têm dinheiro para um tecto porque o arrendamento e a compra custam o mesmo, a comida começa a ser racionalizada e várias vezes se dirigem ao banco alimentar para ir procurar alimentos que a vida não permite que tenham no prato.

Já os jovens preocupam-se com o futuro cada vez mais incerto, com o desemprego, com o custo da formação e da recente necessidade dela existir ao longo da vida, criticam os estágios não remunerados e o eufemismo dos subsídios de arrendamento.

São estas soluções que as pessoas precisam de encontrar na política, porque isto é o que lhes diz respeito directamente, isto é aquilo que fará diferença no seu mundo. Por isso o MEP protagoniza uma política com capacidade de ouvir o cidadão comum, uma política de todos, porque isso é o que realmente faz falta.

Anónimo disse...

Esta ideia que pressupõe que a escolaridade mínima obrigatória passe a ser condição de acesso ao cartão de eleitor, é simplesmente ridicula e antiquada, pois não cabe na cabeça de ninguém estarmos agora a regressar ao século XIX e ao voto censitário...
.
Contudo sendo 100% irónico, esta proposta seria viável se os portugueses apostassem fortemente no programa das "novas oportunidades" do Engenheiro José Sócrates e pudessem tirar quer a escolaridade obrigatória (por agora) com o 9º ano, como depois o 12º em apenas 6 meses, ao melhor estilo dos cursos por correspondência.
.
Aí era a loucura, se me permitem a expressão. "Queres votar e não tens habilitações? Junta-te ao programa novas oportunidades e poderás exercer o teu direito de voto".
.
Depois ainda querem que acredite em movimentos deste cariz. Por falar nisso, onde anda o movimento cidadãos por Lx de Helena Roseta? Ainda dá sinais de vida?

Anónimo disse...

"A escolaridade obrigatória irá até ao 12.º ano. Para garantir
o cumprimento desta medida determina-se que a aprovação
no 12.º passe a ser condição de acesso à carta de condução
e ao cartão de eleitor. Deste modo, apenas em face da aprovação
no ensino obrigatório os portugueses reunirão condições
para poder obter a carta de condução e poder adquirir
o direito de voto, independentemente da idade."

Nunca ouvi barbaridade tão grande. Este partido é democrático? A minha alma está parva com tamanha "boajarda". Mas eu sei que isto é o resultado da sociedade que temos. Como a democracia se vem degradando, abrem-se espaços para este tipo de movimentos.

A.Costa disse...

Totalmente Inaceitável!
Até costumo escrever mais qualquer coisa mas as duas palavras acima dizem tudo.
A. Costa

Ricardo Lopes disse...

Lamentável, lamentável, é a assinaturazinha que ajudou à constituição deste pseudo-partido. ;)

Paulo Colaço disse...

ehehehehe, bem visto.

Anónimo disse...

eheheheh

O Luís já fez a piadinha que eu ia fazer.

Deixem lá o MMS, ouçam o MEP - Movimento Esperança Portugal, cujo lema é "Melhor é Possível".

Só por causa disto já se viu que pensaram no nome. E o frontman é um tipo que respeito muito.

jfd disse...

Como diz o Ricardo lamentável!

E eu digo: Bem feito! Para a próxima pensem :P

Vejam os comentários desse post:P

Paulo Colaço disse...

Até me espanta que o Jorge, sendo o amigo dos outsiders e dos homunculos não assinasse a possibilidade de existirem pequenos partidos.
ehehe

Subscrever uma lista, uma moção, uma candidatura ou mesmo uma petição, nem sempre implica que acreditamos nos seus princípios ou ideias.
Muitas vezes (com Patinha Antão foi assim) trata-se apenas de uma "subscrição democrática", ou seja: não concordo com as tuas ideias mas todos devem ter a possibilidade de as apresentar a sufrágio.

Anónimo disse...

Nem mais Paulo.

Eu falo constantemente disso quando defendo a liberdade de expressão:

não concordo contigo, mas defenderei até à morte que digas o maior disparate do mundo... desde que no final te possa chamar idiota ;)

Ricardo Lopes disse...

Depois de concordar comigo, lá vem ele defender a mulher.
É vergonhoso: ela assina, depois indigna-se. Ele concorda com o "ataque", depois defende-a.

Enfim... ;)

jfd disse...

Paulo,

Patinha Antão é do meu partido.
O resto não me interessa nada.

Não defendo as franjas só porque sim; Defendo aquilo em que acredito.

jfd disse...

/me rebola-se a rir!!!!!!!!!!
LOLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL

Paulo Colaço disse...

Da mesma forma como Patinha Antão é do "teu" partido, o Eduardo Correia é o do meu país.

Nunca subscreverei o teu "não me interessa".

Paulo Colaço disse...

ehehe, sao coisas diferentes: uma é a ironia patente no teu comentário, outra é o acto consciente de subscrever um proto-partido.

Paulo Colaço disse...

HCl: ácido clorídrico, um dos ácidos mais fortes que se conhece.

jfd disse...

Nunca subscreverei o teu "não me interessa".

Pois não!
Porque é o MEU não ME interessa, e não quero veicular ninguém com o meu pensamento.
Ora essa!!!

jfd disse...

outra é o acto consciente de subscrever um proto-partido

Um proto partido? Ou uma pseudo ideia de uma coisa que não se sabe muito bem o que vai ser e afinal agora parece que cheira mal?

Ha pois é!

Paulo Colaço disse...

E é este o homem que defendia Patinha Antão.
Jorge, gostamos de ti.
ehehe

Margarida Balseiro Lopes disse...

Não deixa de ser irónico, Jorge, criticares os que viabilizaram este partido através da sua assinatura. ;)
Se o teu partido é o PSD, o meu primeiríssimo partido é a Democracia.

Voltaria a assinar se mo fosse solicitado. Trata-se de dar a possibilidade a um conjunto de pessoas de apresentar as suas propostas, as suas ideias para o país. Depois, posso ou não concordar com elas. Manifestei aqui uma total discordância em relação ao voto.

Mas, é destas discussões que vive a nossa Democracia. Sem estes debates, caminharemos a passos largos para uma democracia totalitária.

Margarida Balseiro Lopes disse...

Só o Ricardo, para me fazer rir em vésperas do exame de Teoria Geral do Direito Civil. ;)

jfd disse...

na Sexta-feira, 22 Fevereiro, 2008, em http://psicolaranja.blogspot.com/2008/02/mms.html
jfd dizia:



Já reflecti sobre o assunto.
E o bacalhau já assentou.

Afinal estamos todos contentes por existir um movimento que está a capitalizar a vontade de mudança, o descrédito no sistema, etc. e tal???

Truz truz???? Sou o único com uma dor no pé???
Afinal de contas, não é nossa a culpa???
Hellooooooooooooooo?

Não assino.
Primeiro, porque não assino qualquer coisa.
Segundo porque era o que faltava.



jfd, coerente q.b.!
Agora o povo anda insatisfeito com a política, com os políticos e eu como quadro político a primeira coisa que faço é viabilizar mais partidos? Ainda por cima, sem sequer saber quem são, de onde vêm e para onde vão?
Está tudo louco?
Bem feito para quem se sente defraudado.
Para a próxima Margarida, pensa com a cabeça e não com o coração!

E ainda cometem a injustiça intelectual de comparar essa blasfémia à viabilização de uma candidatura interna, que viabilizei com todo o gosto?
Respeitem-me por favor!

Margarida Balseiro Lopes disse...

Eu poderia repetir aquilo que escrevi. Mas creio que a linguagem é clara. Peço-te apenas, Jorge, para leres de novo. Aquela parte em que digo que voltaria a assinar. Ok?

É claro que assinar o MMS ou MES ou qualquer outro movimento é comparável à viabilização de uma candidatura interna. Jorge, é o mesmo princípio que está subjacente: DEMOCRACIA. Há quem não conviva bem com a palavra nem o que ela implica. Não é o meu, nem o teu caso, Jorge. ;)

Anónimo disse...

Há diferença entre viabilizar a formação de um partido em Portugal e subscrever uma candidatura pária que quer somente atenção mediática.

Ao menos o MMS tem ideias das quais eu possa discordar lol.

Anónimo disse...

Dito isto, sou um adepto da subscrição democrática.

E não percebo qual é o problema da subscrição da Margarida, quando devíamos era discutir se o voto censitário faz ou não sentido.

E se em vez da formação pensássemos em que só poderia votar quem tivesse servido o País, fosse no Exército ou em regime de voluntariado?

Porque deve o voto ser um direito intrínseco ao nascimento?

Paulo Colaço disse...

Jorge, no anterior Congresso do PSD nós, do Psico, levámos uma moção, tal como levaremos neste Congresso.

Para que uma moção seja aceite precisa da subscrição de 25 delegados.

Alguns desses 25 não gostam nem do Psico nem de alguns dos psicóticos. Alguns nem leram a moção. O normal, já que mais de 80%dos companheiros congressistam votam sem as conhecer.

Talvez aconteça o mesmo desta vez. Mas não é por isso que deixam de subscrever.
É um princípio.
E não subscrevem por sermos todos do PSD. Subscrevem por sermos todos democratas.

jfd disse...

Paulo,

Eu estava na porta da sede Nacional, e com o meu estatuto de Delegado ao XXX Congresso, dava a minha assinatura de bom grado a qualquer moção de qualquer companheiro.

Jamais iria assinar numa banca de rua, nem que o subscritor nº1 me viesse explicar tudo de A a Z, a criação de um novo partido.
Estou bem onde estou. É a minha posição, vocês têm a vossa. Deal with it

José Pedro Salgado disse...

Eu assinei pelo MMS (e puxei malta para assinar), e não me arrependo. Apenas quis dizer que reconheço legitimidade às ideias para serem debatidas em sede democrática. Não quer, de maneira nenhuma, dizer que concordo necessariamente com elas.

Tendo dito isto, o direito ao voto é um direito de nascença porque não existe uma outra forma de governo. Eu não posso viver em Portugal sem contribuir para o país, sem pagar impostos, etc.

Se não posso votar, também não pago impostos. Aliás, houve um país qualquer que começou porque se lembraram disto enquanto estavam a tomar chá...

jfd disse...

* E como já sei que vem aí uma grande injustiça;
Apenas exprimo a minha opinião. Não quero mudar ninguém, nem que me mudem a mim. Façam o que quiserem, assim como eu!

Quero lá saber ;)

Porque é o MEU não ME interessa, e não quero veicular ninguém com o meu pensamento.

E disse...

Uma das coisas positivas que vejo em movimentos que mais tarde se tornam "verdadeiros" partidos, como o MPT (com representação na A.R.) ou o MEP, é o de trazerem alguma renovação no programa político dos outros partidos, e na prática governativa. São dos mais "idealistas" e que "arriscam mais". Mesmo que não concordemos com as suas propostas políticas, como esta, elas não passam disso mesmo, propostas.

O mérito é sempre bem-visto. Contudo, é preciso ter uma grande dose de humildade e "reality check", o que faltou a quem avançou com a proposta. Um pedreiro com a 4º classe que trabalha intensamente 8 a 12 horas todos os dias têm tanto mérito como um gestor financeiro com um MBA que faz aumentar os rácios de rentabilidade e "cash-flow" de uma empresa num ano. Mas um recebe 400 euros por mês e o outro cerca de 1 200 000 euros por ano, fora prémios de objectivos.

Paulo Colaço disse...

eu lido bem com a tua posição, tu é que lidas mal com a assinatura que muitos militantes de muitos partidos deram ao MMS e a outros movimentos.
O teu direito em não assinar uma petição ou similar é identico ao deles de assinar.
Deal you with that!
ehehe


(comentei isto há horas mas só agora reparei que tinha colocado na caixa de comentários do post errado)

jfd disse...

Eu como já sabia, deixei o comentário anterior ;)

Anónimo disse...

Salgado,

eu sou um defensor do voto universal. Mas vou assumir a pele de quem defenderia o voto censitário ;)

Os impostos são o preço que pagamos pela civilização, não pelo voto.

Será que só por se pagar impostos tenho o direito de votar? Deveria haver um compromisso superior das pessoas, deveriam envolver-se na vida do Estado e realmente preocuparem-se com o que as rodeia antes de votarem. Até para diminuir o voto em causa própria.

As pessoas esforçar-se para que se desperte o direito latente, não simplesmente esperar por uma data. O voto a quem se preocupa.

Exemplo: serviço militar, voluntariado, serviço político...

Tiago Sousa Dias disse...

Eu acho a ideia interessante. Não sei se concordo ou discordo. Honestamente não sei. Mas que não é um disparate, não é.

Eis que tudo vira do avesso. Ora, os que apoiaram aqui no blog a constituição deste partido, atiram-se agora contra ele. Eu que critiquei, até me surpreendeu a ideia.

1- Depende qual é o fundamento - limitar o acesso ao voto? Ou obrigar à escolaridade minima? Se for o segundo, é ridiculo de facto porque o meu direito ao voto não pode ser cerceado pelo meu nível de estudo. Na pior das hipóteses corríamos o risco de a evolução democrática levar ao resultado último de que só votaria quem fosse doutorado.

Mas se a ideia é dar o direito de voto a quem "sabe" votar... Ora, em principio custa-me concordar. Mas a verdade é que noto que está a haver alguma hipocrisia aqui (a palavra é pesada eu sei, desculpem lá por isso, mas é a única).

Senão vejamos, em conversas com todos vós e com tantas outras pessoas, quantas vezes eu e vocês já ouvimos dizer ou já dissemos até: "o Povo é parvo"; "o Povo não quer pensar, quer é votar no que for apelativo"; o Povo blá bla bla.

E agora vêm defender o Povo com a sua superioridade no voto? Desculpem lá.

Eu sempre tive a mesma posição e cá vai ela:

- O Povo não é parvo;
- O Povo é perigoso, porque é influenciável sobretudo nos tempos que correm em que o poder da imagem e do populucho influencia muito mais que a qualidade e o mérito;
- Logo a proposta do MMS faz sentido no âmbito programático deste novo partido;
- Logo o Povo que acha que a proposta é parva, é Parvo porque sobescreveu a constituição do Partido;
- Logo o MMS tem razão.

;)

Tiago Sousa Dias disse...

esqueci-me de assinar à JFD:

Tiago Dias - do latim "Elitis Provocantis"

jfd disse...

Eis que tudo vira do avesso. Ora, os que apoiaram aqui no blog a constituição deste partido, atiram-se agora contra ele. Eu que critiquei, até me surpreendeu a ideia.

Exactamente caro Dias!!!
Só que eu não disse mais nada para não me cairem em cima ;) Mas até sorri à ideia desse movimentozinho...

Pois eu não sou deste género de exercícios fajutos :) tipo o vegetariano, que volta e meia, mordisca o bife alheio;);

eu sou um defensor do voto universal. Mas vou assumir a pele de quem defenderia o voto censitário ;)

Gosto muito do que diz aqui o Tiago;
O Povo é perigoso, porque é influenciável sobretudo nos tempos que correm em que o poder da imagem e do populucho influencia muito mais que a qualidade e o mérito;

E não gosto só por gostar.
Quem tiver curiosidade e se der ao trabalho, veja no meu 1º primeiro post neste maravilhoso blog... Falo exactamente disto:) Quer dizer, mais ou menos.

Durante,e no pós UV, no meu grupo, de tirano, passei a iluminista escocês :P

Resumindo: só alguns deviam votar!

jfd, como é bom encontrar um fio condutor na confusão!

Anónimo disse...

Jorge,

Não percebo a tua animosidade. Peguei numa bandeira que não é de ninguém para fomentar o debate. Não percebo o porquê de criticar alguém porque se disponibiliza a discutir. É uma escolha. Cega, mas uma escolha.

Tiago,

gostava que retirasses a pequena incorrecção de que "todos já dissemos que o povo é parvo". Que é influenciável sim, mas influenciáveis somos todos ;)

A questão é: como adoptar o voto censitário sem provocar injustiça? O que nos leva a crer que um tipo com o ensino superior votará melhor que o analfabeto?

Lembrem-se da discussão em relação da idade para votar, em que mais cedo ou mais tarde acabamos por falar de que há muitos com 16 anos que são interessados e muitos com 30 ou 40 que nem conhecem em quem votam.

Voto censitário nem por formação, nem por património. Talvez por serviço público, mas ainda assim...

jfd disse...

Não percebo a tua animosidade. Peguei numa bandeira que não é de ninguém para fomentar o debate. Não percebo o porquê de criticar alguém porque se disponibiliza a discutir. É uma escolha. Cega, mas uma escolha.

chill out
é tudo na onda desportiva e da amizade. Paz e amor ;)

Ora vê lá, se não me tivesses dado a oportunidade, não teria debatido, mas que sustentado o que agora dizes! ;) hugzz

Anónimo disse...

Então fazemos assim: tu ficas na tua onda de "mordiscar" em pessoas.

Deixa os outros falar de ideias.

Boa? ;)

jfd disse...

Não vale a pena tentar amenizar a tua antipatia com simpatia, vem sempre ao de cima a arrogância.
Até me senti mal à pouco por teres levado a mal a forma como coloquei o assunto.
Claro que com esta resposta que agora me dás, foi-se algum do mal estar...

Enfim, desnecessário :P

Tiago Sousa Dias disse...

Né disseste:

Tiago,

gostava que retirasses a pequena incorrecção de que "todos já dissemos que o povo é parvo".


Relê o que eu disse:

"quantas vezes eu e vocês já ouvimos dizer ou já dissemos até: "o Povo é parvo"; "o Povo não quer pensar, quer é votar no que for apelativo" "

Esta tua mania de citar o que os outros dizem alterando o conteúdo das palavras...

Por outro lado esqueces-te que eu disse que em principio não concordo e quem te ler até pensa que eu concordo.

A única coisa que disse é que o MMS parte do pressuposto que o Povo é parvo e aí... relê o silogismo que eu fiz.

Tu subscreveste?

Paulo Colaço disse...

Não sei qual é a dificuldade:

eu não subscrevi a criação do partido MMS mas teria todo o gosto em subscrever.
E se hoje me pedissem a subscrição, eu subscreveria.

Não concordo com esta ideia da limitação do voto, mas acho que a deve apresentar.
Custa-me que o PS tenha proposto a aprovação parlamentar do Tratado de Lisboa, mas não defendo a extinçao do PS por isso.

Tiago:
- não estou arrependido de ter defendido a criação de novos partidos.
- nunca disse que o Povo é parvo (costumo dizer que o Povo não tem memória)
- está por provar, (e tu entendes-me) que ter o 12º ano - ou mesmo o curso superior - eleve as pessoas acima da mediocridade.

O aluno universirário médio, sobretudo o caloiro, é fruto de um sistema de ensino facilitista e poiuco preparador.
E não duvidem: dar a voto apenas a quem tem o 12º ano não alteraria o resultado eleitoral. Seremos como somos está-nos no sangue e não nos livros que lemos.

Guilherme Diaz-Bérrio disse...

Está-me a escapar uma coisa:

Desde quando é que subscrever um partido faz com que eu concorde com ele?

A partir do momento em que temos um sistema politico "fechado", que requere que um movimento recolha subscrições para se formar como partido, terei todo o prazer em assinar!

Não é uma questão de concordar ou não com o MMS, MEP, ou outra sigla qualquer que alguém se lembre, mas sim de lhe dar uma "oportunidade democrática"!

O concordar (ou discordar) é feito na Urna, não na "subscrição".

Quanto ao voto censitário, o Né e o Colaço já disseram tudo, em especial isto: partir do pressuposto que um jovem com o 12º ano/caloiro de faculdade tem "melhor capacidade" de voto que uma pessoa com a 4ª classe é pura ilusão no nosso sistema de ensino...

Anónimo disse...

[a citação: não pretendia sê-lo. Normalmente quando cito recorto e coloco em itálico. Quis apenas frisar um ponto, que eu nunca defendi nem defendo que o povo é parvo, ou idiota, ou menor.]

Jorge,

Desnecessárias são as tuas boquinhas gratuitas sobre "exercícios fajutos". Como sabes, a minha "arrogância" não me permite ter paciência para as aturar.

Tiago,

eu não te imputei opções que não tomaste. Eu simplesmente coloquei a questão nos mesmos termos que já tinha colocado anteriormente, do ponto de vista hipotético.

Acho que é um tema que vale a pena discutir, ainda que não o defenda.

Não admito o voto censitário por património nem por formação. Mas entendo como curiosa a ideia de que só quem se dedicar ao interesse comum poderá votar. Não defendo, mas acho-a curiosa.

Porque devemos esperar tudo e mais nada fazer senão pagar impostos? Será a nossa relação com o Estado e com a nossa sociedade meramente contratual numa prestação de simples deve e haver?

jfd disse...

Queres que passem a ser pagas é????

Humpft:P

Anónimo disse...

Deveriam ser sujeitas a um IEC, os chamados Impostos do Pecado ;)

Tiago Sousa Dias disse...

Colaço:

- está por provar, (e tu entendes-me) que ter o 12º ano - ou mesmo o curso superior - eleve as pessoas acima da mediocridade.


Concordo em absoluto. Por isso é que digo que em principio sou contra esta medida. O erro aqui foi lançado pelo Né que colocou no meu teclado palavras que eu não disse.

Guilherme:
Subscreverias um Partido de Índole fascista, ou que por qualquer forma promova a censura, que estivesse a constituir-se em Portugal?

Guilherme Diaz-Bérrio disse...

Guilherme:
Subscreverias um Partido de Índole fascista, ou que por qualquer forma promova a censura, que estivesse a constituir-se em Portugal?


Bem, tecnicamente sou contra a disposição da constituição que proibe esse "tipo" de partidos, portanto sendo coerente sim.

Repara que, na minha humilde opinião de quem não é de direito/ciencia politica, o teu sistema politico é relativametne fechado - nem podes ser eleito deputado como independente. É preciso um minimo de subscrições para um projecto politico se apresentar a votos, entao a subscrição é um mero acto de "oportunidade democrática".

Digo e repito: para mim, a aceitação ou não das ideias politicas e programáticas de um partido é feito na urna, no dia das eleições, não no acto da subscrição!

E em democracia, quer gostemos ou não, todos têm direito a apresentar os seus pontos de vista...fascistas incluidos!

Compete-nos a nós, no PSD por exemplo, não deixar que o povo se deixe levar ou arranje razões para votar num partido fascista por descrença nos restantes, mas proibi-lo de entrar na "luta" é um pouco cobardia politico-institucional ;)

jfd disse...

Desde quando é que subscrever um partido faz com que eu concorde com ele?

A mim é que se me escapa alguma coisa realmente....

Para quê gastar uma nossa assinatura!!!

É assim tão descabida esta questão???

Né esse imposto não pago!!!

Guilherme Diaz-Bérrio disse...

O que tu vês como "gastar uma assinatura" eu vejo como "permitir que alguém possa propor uma visão para o país sobre a forma de partido" ;)

Essa visão será depois julgada nas urnas por todos nós...

jfd disse...

Paulo disse:
E se hoje me pedissem a subscrição, eu subscreveria.

Jorge pergunta:

Porquê??? Para quê???
A sério, não me levem a mal. Para mim isto é claro como àgua na minha mente. Juro que não compreendo.

Guilherme, ao dizeres;

Compete-nos a nós, no PSD por exemplo, não deixar que o povo se deixe levar ou arranje razões para votar num partido fascista por descrença nos restantes, mas proibi-lo de entrar na "luta" é um pouco cobardia politico-institucional ;)

Já abres um pouco a pestana! Aleluia alguém que se lembra que pertence a um partido e já tem responsabilidades.
Mas contrapondo o teu ponto de vista com o meu;

Aliás, nem sei qual é o meu ponto de vista no que toca aos extremos... Os extremos são muito perigosos... Deverão ter um even level playing field? Deverão ser reprimidos ao máximo?
Fiquei confuso agora!

jfd disse...

O que tu vês como "gastar uma assinatura" eu vejo como "permitir que alguém possa propor uma visão para o país sobre a forma de partido" ;)

Essa visão será depois julgada nas urnas por todos nós...


Desculpa lá...
Não me leves a mal Guilherme.
Mas eu vejo nisso tudo um fair play demasiadamente forçado...

Na minha cabeça só me passa o pensamento "Para quê mais preocupações!" "Mais dinheiro gasto no processo"!

Somos tão poucos... Quanto mais dispersarmos a energia, mais entropia criamos!

Isto para mim é simples, desculpem lá pessoal!

Guilherme Diaz-Bérrio disse...

Aquele que troca liberdade por segurança não merece nem uma nem outra
Lincoln

No caso dos extremos é isto que queres: limitar a possibilidade de novos partidos de "extremos" para não teres que ter trabalho de convencer as massas de que a visão deles está errada e a tua está certa? Queres trocar liberdade por segurança ;)

Repara que ter consciencia que estou num partido e tenho responsabilidades não me inibe de deixar que outros concorrentes entrem a jogo e exponham as suas ideias. Como em tudo na vida, competição politica é saudável e mantêm-nos "alerta"!

jfd disse...

Guilherme! Repara tu, que não sei o que hei-de fazer aos extremos!!!

Na politica contento-me com o duopólio do costume. O barulho de fundo dos que existem já chega. Essa cena de concorrência saudável, aqui não me cheira... Concorrência q.b. ;)

Quanto à citação faz todo o sentido no tempo e espaço da mesma. Sendo que agora é injusto utilizar a mesma.

Eu sou forte apologista que com a liberdade deverão haver algumas limitações e concessões! Não sehamos inocentes nem politicamente correctos!

Margarida Balseiro Lopes disse...

Guilherme:
Subscreverias um Partido de Índole fascista, ou que por qualquer forma promova a censura, que estivesse a constituir-se em Portugal?


E agora eu pergunto-te Tiago, achas comparável a subscrição de um partido fascista ao MMS?
Concordo em absoluto com a opinião do Guilherme.

Em primeiro lugar, subscrever não é sinónimo de apoiar/concordar com o que o partido defende. Subscrever é contribuir para o enriquecimento da nossa democracia, para o debate de ideias. Se assim não fosse, tal como diz o Guilherme, viveríamos num sistema fechado sobre si mesmo, incapaz de evoluir e de se adequar à realidade dos tempos.

Por essa mesma razão, questiono-me por que razão, num país democrático se continua a proibir (art. 46º n.º 4) organizações fascistas ou que perfilhem ideologia fascista?

jfd disse...

Pronto agora é que vai ser ;)
Vou começar devagarinho ;)

E agora eu pergunto-te Tiago, achas comparável a subscrição de um partido fascista ao MMS?
Concordo em absoluto com a opinião do Guilherme.


Minha querida, se me permite, tivesse a menina, tido a surpresa de que o MMS se tinha tornado num movimento reaccionário racista, e tivesse-lo sabido à altura da subscrição, te-lo-ia feito?

Não sendo eu de Direito, permita-me a pergunta:

Por essa mesma razão, questiono-me por que razão, num país democrático se continua a proibir (art. 46º n.º 4) organizações fascistas ou que perfilhem ideologia fascista?

Ou organizações racistas que perfilhem o racismo???

Margarida Balseiro Lopes disse...

Por essa mesma razão, questiono-me por que razão, num país democrático se continua a proibir (art. 46º n.º 4) organizações fascistas ou que perfilhem ideologia fascista?

Esta minha interrrogação/crítica tem a resposta à tua primeira pergunta, Jorge.

A segunda pergunta não percebi. Explique-se. ;)

jfd disse...

Desculpa Guida!
Perdi-me!
Soubesses tu que o MMS seria um partido racista, terias dado o teu lindo autografo na mesma?

A minha segunda pergunta pode-se traduzir no seguinte:

Ser democrata, viver em democracia quer dizer o quê? Que tudo é permitido? Faça-se um grupo que odeia piriquitos! Porquê? Porque se pode! Faça-se uma associação contra os estudantes indianos! Porquê? Porque se pode!
!??!

Tiago Sousa Dias disse...

Guilherme:

entao a subscrição é um mero acto de "oportunidade democrática".

Gostei desta tua frase. Talvez tenhas a tua razão.

A proposição de um Partido significa que somos favoráveis a que um Partido com uma determinada índole exista no nosso sistema democrático. Eu não subscreveria um Partido Comunista em Portugal, que de resto já existe, porque não cumpre com o escopo da democracia.
Subscreveria um Partido como o BE.
Não subscreveria partidos cuja aparição se deve a estimulos individuais nem tão pouco partidos que se julgam censuradores dos burros tomando por burros os não licenciados. Conheço animais de 4 patas mais inteligentes que alguns bons licenciados. Desde logo porque não tomam café nem sabem falar ao telemóvel.

A méritocracia, porém, é coerente com a apresentação desta ideia. E quem apoiou o surgimento deste partido, tem que levar com isto. hehe

Paulo Colaço disse...

Em cada momento, o nosso país será aquilo que o Povo permite que ele seja.

Não me agrada que a CPR impeça a criação de partidos de um extremo e permita a criação de partidos do outro.

O Partido comunista, avesso à democracia, tem acesso parlamentar. Os partidos de extrema direita são proibidos.

O regresso à Monarquia é constitucionalmente vedado.

Sempre disse: o regime verdadeiramente democrático é aquele que permite ser posto em causa.

Outra coisa: não podemos ser flexiveis numas e empedernidos noutras.

Jorge: tu és pela total liberdade de expressão (tal como eu) mesmo para casos desviantes (ao contrário de mim), por isso não te compreendo.

Achas que a militância partidária obriga a que sequemos a sociedade civil?

Os sindicatos é que costumam defender mais os direitos dos trabalhadores e deixar de lado os direitos dos jovens em início de carreira...

Margarida Balseiro Lopes disse...

Jorge,

A democracia pressupõe uma liberdade de associação e de expressão, que não se coaduna com a restrição do art. 46º/4 da nossa CRP.

O que te leva a considerar moralmente superior determinada ideologia?

Se na Democracia a autoridade emana do povo e é exercida por ele ao investir o poder soberano através de eleições periódicas livres, por que razão pode o poder legislativo limitar o leque de opções possíveis?

Se a Democracia é melhor do que todos os outros sistemas, por que razão não se coloca ela própria em causa?

Guilherme Diaz-Bérrio disse...

Acho que é a costela do "fascismo puritano" do rapaz ;)

Se se pode "moralizar" a televisão obivamente que se pode "moralizar" quem deve ou não poder apresentar-se a eleições...

E quem decide? Ora o legislador e/ou reguladores, ora essa :P

jfd disse...

Exactamente Guilherme!!!!!! ;))))))))))))))))
Embora com um enorme sorriso terás tu escrito isso, mas para mim é verdade!!!

Paulo, é daquelas coisas que me dão grande nó no pensamento! Como dizia eu ao Guilherme, que fazer com os extremos.

Guida, muito hábil a desviar a conversa, mas, gostaria da resposta, ou então que me digas que não respondes!
Eu não vou lá com citações da Constituição mas com casos práticos! ;)

jfd disse...

Jorge: tu és pela total liberdade de expressão (tal como eu) mesmo para casos desviantes (ao contrário de mim), por isso não te compreendo.

Essa do desviantes tem muito que se lhe diga. Pois tal não é assim.
Essa tua expressão encerra para ti um significado, diferente do meu. O que altera logo o contexto e o sentido que tem esta tua quote.

Tânia Martins disse...

Chegando tarde e a más horas muita coisa já foi dita neste post. Estou em estado de choque. Então uma luta de anos para afirmar a democracia para depois rotrecedermos tanto! Não me parece!

Bruno disse...

Ler o Psico é fantástico! Só por isso é que aqui estou às 4 da manhã quase, quase a fechar os olhos mas sem conseguir ir dormir antes de acabar de ler mais esta leva de comentários :D

Sobre este tema, já muito foi dito e por isso muito há a comentar. Indo por partes:

Desde os tempos de liceu que sempre adoptei a postura de subscrever as listas adversárias. Quem se queria candidatar e se apresentava com essa vontade merecia essa minha pequena colaboração.

Ora, se dava essa colaboração, mesmo às listas adversárias, significa que não me obrigo a concordar com as suas ideias para subscrever. E isto é muito simples. Não me obrigo a concordar, como tal reservo-me o direito de não assinar se discordar.

Tentando concretizar no MMS: se a banquinha onde os senhores e senhoras promotores do movimento recolhiam assinaturas tivesse um cartaz com indicação de algumas das suas propostas e esta fosse uma delas, é provável que eu dissesse "nem merecem a minha humilde assinatura!".

É que considero a proposta mesmo ridícula! Perceberia melhor se fosse algo como diz o Né (serviço cívico de várias formas) mas ainda assim não acho que tenhamos já chegado a um ponto em que seja preciso repensar o primado do voto universal.

E como diz o Tiago, ainda estou para perceber se a ideia é "fomentar a escolaridade obrigatória" ou "tirar o voto a essa cambada de burros que só elegem gente que não interessa". Em qualquer dos casos: proposta ridícula! ridícula! ridícula!

José Pedro Salgado disse...

Nélson,

É claro que pagar impostos não é a contra-prestação do voto. É, como muito bem apontas, da civilização.

O que eu quiz dizer liga-se não com isso, mas com o facto de não haver alternativa.

Existe alguma forma de eu "fugir" do poder político? Existe algum local e/ou estatuto onde me possa refugiar para não estar a ele sujeito? Não me é ele imposto desde que nasci?

Assim sendo, ao menos que o possa influenciar.

E já agora, eu sou das pessoas que mais vezes se pasma com a ignorância de certas pessoas (em massa ou isoladamente), mas se há coisa que, por muito que me custe, é verdade, é que a estupidez é um direito inalienável.