Hoje, mais uma vez, uma central sindical voltou a juntar mais de 200 mil pessoas contra as políticas do Governo. A CGTP, que ainda está em negociações com o PS sobre o Código de Trabalho, saiu hoje à rua!
Serão os sindicatos os grandes vencedores da maioria absoluta PS? O PS faz reformas que pouco mais são do que revisões do actual sistema, mas contabilizamos adesões às "manif's" como há muito não se via. Estará a acontecer um verdadeiro movimento de massas ou serão estas adesões mero enriquecimento sem causa?
E deve o Governo mudar de opinião abismado e receoso da "rua"? Quando ignoramos sinais da rua somos preserverantes ou prepotentes?
Tudo depende da consciência de cada um. Neste ponto, prefiro a pálida reforma do Governo à via defendida pelo sindicato. Não devemos ser autistas, e a política sem as pessoas não vale a pena, mas também cabe a quem governa ter a presença de espírito de conduzir o País, mesmo quando seria mais cómodo ir com a corrente.
6 comentários:
Quem governa tem de ter:
- um rumo (e saber defendê-lo)
- lucidez para perceber quando o rumo é errado (e humildade para retroceder).
Sócrates não tem nem uma coisa nem outra.
Eles identificaram bem os problemas de Portugal, não têm é as políticas adequadas - ou melhor, não têm é a melhor sequência.
Começaram a construir a casa pelo telhado.
Veja-se a ASAE: antes de uma grande campanha de sensibilização do País para os problemas da higiene e segurança, começaram por considerar criminosos o comum comerciante.
Resultado: no início era giro ver a a ASAE fechar estabelecimento, hoje mete nojo.
Quando se fecha uma fábrica poluidora, ninguém reclama: a defesa do ambiente foi-nos enraizada. O fim da colher de pau não!
(Uma nota: as tábuas de cozinha em plástico são consideradas as mais higiénicas. Erradamente. As tábuas em madeira contêm resinas naturais que fazem regenerar a sua superfície, matando a "bicheza" que fica de utilização em utilização)
Voltando ao conto para não fugir ao ponto:
- na surdez de quem manda, os sindicatos florescem.
Foi assim com Cavaco, não foi assim com Guterres, está a ser assim com Sócrates.
Há razões que assistem aos sindicatos, mas são sacos de gatos, em que cada manifestante quer uma coisa diferente.
Unidos na voz de Carvalho da Silva, parece que têm um pensamento comum, mas muitos nem sequer têm pensamento.
Espanta-me como é que conseguem sair da cama, usar o telemóvel, compreender o que é dito nos telejornais.
Os seus maiores medos são:
a) a possibilidade de patrões e empregados poderem chegar a acordos como na Auto Europa
b) o Estado diminuir o número de sindicalistas em "sabática"
É que, se tiverem de voltar a trabalhar, alguns cortam os pulsos!
Quanto às perguntas do Né, e recordando um post antigo: a rua manda no Governo?
Não!
Repito: o Governo tem de ter um rumo. Se estiver convicto do rumo a seguir, não há que retroceder.
Se reparar que esse rumo é errado, há que ter capacidade de reacção.
Agora, o elemento mais perturbador é a rua. A rua tem, normalmente, desejos imediatos e esses sao usualmente contrários à planificação de um executivo consciente.
Eu se fosse Sócrates delapidava o poder dos sindicatos de forma magistral ;)
Sinceramente nunca gostei de manif´s instrumentalizadas. Digo isto, pois vi que a proveniência de alguns autocarros estava associada a grandes empresas do vale do ave que tinham "encerrado as portas". Ora, a CGTP-IN estar a aproveitar-se da debelidade destas pessoas, enfim...
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No entanto os cidadãos têm o direito legitimo a poderem manifestar-se e a fazerem greve.Só acho despropositada esta nova moda de "invadir" a Av. da Liberdade, causando um enorme transtorno aos cidadãos que se deslocam naquela área da cidade, muitas vezes em trabalho.
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Convém deste modo, fazer um reparo e dizer ao Dr. Carvalho da Silva, que a Av. da Liberdade não é uma passerelle e que, se pretende de facto fazer manif´s com algum fundamento, que as faça aos fins de semana, não perturbando a vida laboral de muitos precários que trabalham em Lisboa...
Um bom político tem de saber reconhecer o que está de trás das manif's. É o velho brocardo "Quem lucra?"
E agir a partir daí.
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