segunda-feira, junho 16, 2008

Qual é o partido, qual é ele...


Que tem conservadores, liberais e social-democratas todos juntinhos? E que tem uma tensão entre barões e bases? E que vai ter um congresso dias 20, 21 e 22 de Junho?

Se pensava no PSD desengane-se, pois falo-lhe do PP espanhol.

E para quem pense que em Espanha tudo está calmo desengane-se. Desde Março que no PP tem havido inúmeras movimentações, ainda que para surgir um só candidato: Mariano Rajoy.

Isto apesar de Aznar ter enviado sinais manifestando desagrado. Mas com Rajoy a contar com Manuel Fraga, presidente fundador, a defender o seu canto ao mínimo ataque. Isto com Esperanza Aguirre a defender um PP mais aberto e liberal, e proclamando-se a única candidata capaz de falar com os social-democratas do partido. Mas com Gallardón, um moderado centrista e antagonista de Aguirre, a defender Rajoy à espera que o seu tempo chegue.

Para saber mais vão a:


Somos muito mais parecidos com nuestros hermanos do que pensamos.

16 comentários:

Anónimo disse...

Também podem participar num exercício meramente especulativo: o EL MUNDO emparelhou as principais figuras num sistema play-off e os seus leitores escolhem quem ganha cada disputa.

Neste momento travam-se os 1/4 finais, com confrontos imperdíveis entre Aznar e Aguirre e María San Gil e Rodrigo Rato ;)

Vejam as Primárias do PP em

http://www.elmundo.es/especiales/2008/06/espana/congreso_pp/grafico.html

Paulo Colaço disse...

Já participei e... não votei em Aznar.

Primeiro porque não sou fã: o que sei dele (politica e pessoalmente) leva-me à repugnância).

Depois porque não é (creio) candidato.

Tenho simpatia por Rajoy mas não gosto da ideia de se manter na liderança.

Bruno disse...

Não acompanho o suficiente para poder ter um candidato ou candidata preferido(a). Chamem o Polvo para dar uma ajuda ao Né e fazerem aí um retrato-robô de cada um ;)

Tinha a ideia de que o PP tinha muita coisa semelhante ao nosso PSD. De resto, é tudo política e não é difícil encontrar semelhanças. Até no sistema americano que é vendido como aquele em que "o povo decide" por causa das primárias, ficámos a saber que o aparelho pesa e muito!

Não tenho a má ideia que o Colaço tem de Aznar. Aliás, admiro - políticamente - os dois anteriores Primeiros Ministros Espanhóis pois acho que tiveram visão e capacidade de trabalho, assim como Cavaco fez por cá sem que ainda ninguém o tivesse conseguido imitar.

Penso que Rajoy esteve muito mal na última campanha e talvez sejam já derrotas a mais para ainda insistir em continuar. Se bem que invejo a capacidade que os nossos vizinhos têm de não considerar os politicos tão descartáveis como nós...

António Prôa disse...

Tenho acompanhado o processo de desenvolvimento de Espanha (cada vez com mais inveja...) e estou convicto que Alberto Ruiz-Gallardón terá uma palavra muito importante a dizer no futuro do PP espanhol.

O actual alcaide de Madrid está a fazer um trabalho notável de renovação e modernização da capital espanhola.

Tive o privilégio de o conhecer e de estar com ele diversas vezes. É um político notável com grande capacidade de realização e com grande solidez.

Se pudesse votava Gallardón!

Quanto a Aznar, direi que lamento o que sucedeu com o caso 11-Mar. A Europa perdeu um líder e um dos poucos estadistas europeus da actualidade...

Diogo Agostinho disse...

De facto, o 11 M ditou o fim de Aznar. As transições de poder nem sempre são fáceis. Aznar chegou a Primeiro-Ministro com críticas e sem carisma. Durante o seu mandato transformou-se e demonstrou ser um estadista exemplar.

As semelhanças cruzam-se com Durão Barroso. Porém, não ficou o tempo suficiente no Governo para atingir o nível de Aznar.

O PP tem que se desfazer rapidamente de Rajoy. É um político sem chama.

Subscrevo a opção Gallardon, do pouco que conheço. E a vantagem de ser Alcaide deve ser aproveitada.

Polvo disse...

Boas!

O Congresso do Partido Popular vai ser bem mais quente que o nosso. Para já porque a tensão é enorme. Perderam as eleições e o líder não assumiu as suas culpas. Bem pelo contrário acusou os líderes regionais de em determinadas zonas (v.g. Catalunya e País Basco) terem um discurso pouco apelativo e convincente.

Com o início dos trabalhos de preparação do Congresso apareceram as primeiras cisões:

1º: o tabu de Esperanza Aguirre sobre se encabeçaria ou não a alternativa a Rajoy.

2º: Maria San Gil, Presidente do PP no País Basco, demite-se da equipa responsável pela moção de estratégia devido a um alegado retrocesso do PP em questões essenciais, e divergências insanáveis ao nível da acção política proposta.

3º: nomes como Rodrigo Rato (ex-Vice Primeiro Ministro e ex Presidente do FMI) e de Mayor Oreja (nº1 do PP no parlamento Europeu) juntam-se à contestação a Rajoy.

4º: Rajoy consegue o apoio dos barões regionais e praticamente inviabiliza qualquer candidatura adversária (são necessários 600 "avales" - assinaturas - entre 3.000 delegados; Rajoy terá conseguido mais de 2.000).

5º: os seus nºs 2 e 3, respectivamente Angel Acebes e Eduardo Zaplana abandonam com críticas; segue-se o ex-responsável pela comunicação que mostra publicamente o descontentamento com Rajoy.

6º: Aparece uma aparente alternativa com Juan Costa, que só ficou inviabilizada na última semana.

Resultado: é uma panela de pressão o PP em Congresso no próximo fim de semana. Críticas não vão faltar à renovação de caras e de discurso.
Vai ser um ambiente muito tenso em que se vai jogar o futuro. Existem mais de 1.000 emendas à moção oficial e a grande votação vai ser a que definirá o modo de eleição do candidato do partido a Presidente do governo: Primárias ou Congresso eis a questão.

Aqui se joga mais que o presente o futuro dos nossos congéneres espanhóis.

Um abraço do vosso amigo invertebrado.

Bruno disse...

Com tantas críticas negativas vindas de pessoas "significativas" e ainda assim os "barões" a enquinarem o Congresso, faz-me mesmo lembrar outros tempos do PSD em que só o "palco" (como lhe chamava Santana dando o exemplo das inerências dos Conselheiros Nacionais) era logo meia vitória...

Espero que o PP não seja autista e analise bem o que se passa à sua volta. Não vale a pena impor soluções às pessoas se elas não forem as melhores...

jfd disse...

3 notas soltas!

Ao Alcaide puxaram-lhe o tapete...

Aznar, deveria ter provado o seu status de líder e de estadista exemplar ao lidar com a crise do 11 de Março. A meu ver a sua falha prova uma de duas coisas, ou não o é, ou quem o rodeia levou-o para o abismo.

Os congressos são super produções com imensas preocupações de segurança, esperemos que nada de contrário aconteça. Lembremo-nos que Espanha tem um problema interno que teima em ficar resolvido.

Anónimo disse...

Puxaram o tapete ao alcaide? Conta lá essa história Jorge, que eu não a conheço.

Eu gosto de demasiados protagonistas do PP. Mas como explicou o polvo só mesmo Rajoy se irá impôr: tem 2/3 dos delegados. Só se em pleno congresso surgir a hecatombe é que teremos outro líder.

Mas há um grande atractivo para ninguém avançar: é de um mandato de 3 anos e Rajoy não será ratificado neste congresso como candidato às próximas legislativas: será não este mas o próximo congresso que definirá o candidato.

E como nenhum destes está em condição de disputar a liderança, irão fazer a política do chinês muito calmamente.

P.S. Da nova geração gosto muito de Aguirre e de Gallardón. Mas também são estes os mais falados logo estou evidentemente influenciado pelo que me alimentam.

jfd disse...

Bem, pesquisei e não encontrei.
Pensei que tinha escrito, talvez seja a mente a pregar partida.
Talvez tenha ouvido num Domingo qualquer, o Sena Santos contar.

Não houve a estória de o terem preterido na liderança do partido?

Ou tou destrambelhado? ;(

Anónimo disse...

Ele andou em bicos de pés para ser o próximo, mas foi dos primeiros a aperceber-se que não conseguia chegar lá (provavelmente o seu Padrinho, o Manuel Fraga, avisou-o tempestivamente para o que iria suceder).

A questão de lhe puxarem o tapete deves tar a falar de o terem excluído da lista de candidatos a deputados. Muito ciumentos aquela gente lá das espanhas.

P.S. Acho que foi a esperanza aguirre que convenceu o Rajoy a "tramar" Gallardón. E agora Gallardón apoia Rajoy e é ela que está do outro lado. eheh politics!!!

jfd disse...

Haja alguém com memoria ;)

Paulo Colaço disse...

Caro António, eu também lamento o que aconteceu a 11 de Março.
Lamento o que aconteceu às vítimas e suas famílias, lamento o que aconteceu a Rajoy.

Nao lamento o que aconteceu a Aznar. O cavalheiro semeou ventos...

Quanto a Gallardon, creio que venha a ser o homem forte de Rajoy. Concordamos nisso?

Forte abraço!

Bruno disse...

Eu nem sei quem vai ser o homem forte da Manuela quanto mais o do Rajoy ;)

Anónimo disse...

Já se conhece a equipa: María Dolores de Cospedal (Presidente do PP Castilla - La Mancha) será a nova Secretária-Geral do PP espanhol.

Os SG-adjuntos (eles chamam-lhes vice-secretários, mas presumo são os equivalentes a SG-adjuntos) serão Ana Mato (organização), Esteban González Pons (Comunicação) e Javier Arenas (território).

http://www.elmundo.es/elmundo/2008/06/19/espana/1213867473.html?a=83e73c2a1f1581c61833679199bcfd1c&t=1213880561

Bruno disse...

Bom, parece que não está lá Gallardon... Mas ainda se fala na possibilidade de Rajoy vir a ter um Vice-Presidente (parece-me pelo texto que não é obrigatório que o tenha).