domingo, junho 01, 2008

Gamar, gamar, gamar!



Não sei porquê, nem de onde veio, nem se há interesses por trás deste apelo.

Apenas sei que em Portugal, os aumentos do preço do barril de petróleo têm sempre reflexos no consumidor, sem nunca as empresas oligopolistas ponderarem arcar elas com parte do custo. E fazem-no porque são inteligentes: ora se nós consumimos na mesma é porque podemos pagar.

O repto foi lançado: boicotar entre dia 1 e dia 3 de Junho três principais marcas (GALP, BP e REPSOL), como forma de dar um sinal de que não somos apáticos e que estamos atentos.

Sou pouco dado a estes "movimentos"... mas desta vez junto-me ao coro.

35 comentários:

Paulo Colaço disse...

Nem a 1, nem a 2, nem a 3.
Nem o jeep, nem a mota, nem a carrinha.
Garanto-vos que não abastecerei nem uma gota!

E disse...

Eu encho o tanque no posto do Continente no Forum Montijo. É a 1.43 euro por litro.

Na Galp ou na BP, varia entre 1.50 e 1.52 . Poupo 7 a 9 centimos por litro. Como são 50 de cada vez, é logo 3.5 ou 4.5 euros de poupança por abastecimento.

O site www.maisgasolina.com têm todas as informações sobre os preços das gasolineiras.

E que tal começarem a fazer "car-sharing" ou a andarem de bicicleta? Ou fazerem tele-trabalho? Já viram as consequências que o aumento de petróleo vai acarretar para os hábitos das pessoas? Ou para o seu trabalho?

1 coisa que é positiva com estes aumentos - vejo mais pessoas a andar a pé, de bicicleta, de autocarro/comboio/metro. E há maior fluidez no trânsito.

Tiago Mendonça disse...

Penso que foi anunciado para esta noita a descida de mais um centimo na gasolina. Assim, as gasolineiras baixam um ou dois centimos, "obrigando" as pessoas a abastecer agora, com medo de que suba em breve. Lá se vai o efeito do boicote e das perdas anunciadas.

Quanto a mim, também aderi e nestes dias não meto uma gota de gasolina no meu popó.

Gira a imagem, parabéns ao autor.

jfd disse...

Eu não meto uma gota há 2 meses!
Oficina obligé ;)

Folgo em ver um Né tão populista... :P

Anónimo disse...

Muito obrigado pela informação EM.

Os combustíveis estão demasiado caros e dificilmente irão voltar atrás, pelo menos para valores de final do século XX.

Temos realmente de mudar de hábitos e de nos habituarmos a um novo mundo.

Espero que das coisas positivas que os sucessivos aumentos trazem, uma delas seja o repensar da nossa rede de trasportes públicos: é ridículo, para eu chegar à faculdade, demorar quase uma hora de camioneta e metro e apenas 10 minutos de carro.

E mais coisas terão de mudar: os grandes investimentos em infra-estruturas rodoviárias de alternativa deverão ser repensadas; as portagens no centro da cidade também; temos de deixar de procurar UMA energia alternativa ao petróleo para assumir que precisaremos de um cocktail delas para sobreviver.

P.S. A Shell já veio dizer que a grande alternativa ao petróleo de 2020 a 2050 é o carvão. Espero que consigamos melhor.

Anónimo disse...

Recorri ao site que o EM nos forneceu e encontrei um padrão simpático: quando puderem abasteçam na TOTAL. É mais barata ;)

P.S. Não trabalho nem tenho interesses na TOTAL. Penso inclusivé que nunca abasteci mais de 10 vezes num posto TOTAL. Mas ao que parece isso vai mudar eheh

Guilherme Diaz-Bérrio disse...

Correndo o risco de ser o "porco liberal e capitalista" do grupo: por favor, abram o site da Galp e vejam os resultados... não custa muito. Só 5 minutinhos... e vejam que a margem de refinação DESCEU 50 por cento - ou seja os LUCROS com a gasolina, que correspondem a menos de 10 por cento do preço final! - e os custos de exploração só quase que duplicaram... os fretes dos super pretoleiros duplicaram porque o Irão não tem capacidade de armazenamento logo está a armazenar crude em 20 super-petroleiros no golfo persico (e nota: o crude não "nasce todo igual", as refinarias mundiais não têm capacidade para processar "heavy sour crude" que é 75% das actuais reservas do medio oriente, venezuela, Brasil e Irão). E, como calculam, eles não muios. Os custos de fazer um buraco na bacia de santos são só 600 mil usd/dia para alugar o barco de prospecção... onde é que querem que a Galp vá buscar o dinheiro para isto tudo para manter o povo contente com a sua viagem de carro diária de Almada a Lisboa? (e a história está no barril de crude, não é especulação e dado que dá para pano para mangas que tiver curiosidade no meu blog têm a explicação detalhada)

É curioso o pensamento em Portugal: se o preço desce, o mercado está a funcionar correctamente! Se o preço sobe heis que o mercado está com "falhas", é "oligopolista", tem de "ser corrigido" e se possivel "subsidiado"? Quanto a ideias demagógicas e populistas de baixar o ISP: o que o estado perde no ISP vai ganhar de volta no que está a pagar a menos nas SCUT. Segundo ponto: grande parte do problema do consumo mundial que tem levado barril a máximos é o facto de 40% da gasosa mundial ser subsidiada via imposto! Sim, 40% dos consumidores têm "politicos simpaticos" que lhes baixam os impostos quando a gasolina sobe. Resultado destes politicos simpaticos? O consumo mundial da OCDE e dos BRIC mantem constante ao mesmo tempo que o consumo dos produtores sobe, ao mesmo tempo que a produção chega a um "planalto" (tecnicamente desceu 1 milhão de barris dia mas promenores)... Obrigado "politicos simpaticos"?

jfd disse...

Sabes Guilherme, eu sou a favor da descida temporária do ISP, apenas e para que não se percam as tais receitas de que já falamos.

Com essas receitas dever-se-á fazer algo de realmente revolucionário no que toca à alteração da mente das pessoas.
Eu ando de transportes há 2 meses. Não morri.

Finalmente que a gasolina custe 3 euros por litro como já disse, e que se taxe fortemente quem quer andar de carro na cidade e sem penduras.

Se tu foste o porco capitalista, eu quero ser o tirano :)

Guilherme Diaz-Bérrio disse...

Sabes Guilherme, eu sou a favor da descida temporária do ISP, apenas e para que não se percam as tais receitas de que já falamos.

Como eu disse, o que perdes aqui estás a ganhar por exemplo nas SCUT: o estado está a gastar menos 100 milhões.

Com essas receitas dever-se-á fazer algo de realmente revolucionário no que toca à alteração da mente das pessoas.
Eu ando de transportes há 2 meses. Não morri.


Mas para quê o pensamento do "ir buscar receitas para mudar mentalidades"?! Deixem o mercado funcionar... Já repararam que, com o aumento da gasolina, não foi preciso gastar dinheiro em campanhas, parques de estacionamento à porta da cidade ou afins para que as pessoas começassem a usar mais os transportes publicos?

Reconheço que é preciso repensar os mesmos, mas é um negocio que nao sua base teve sempre um problema: Altos custos fixos em conjunto com baixa "frequencia" tornavam-nos em negocios com grandes prejuizos... Com o aumento da "frequencia" essa tentencia pode mudar... e não tiveste de "mudar o ISP para ir buscar receitas para revolucionar mentalidades" ;)

Anónimo disse...

Que em Portugal existe um oligopólio não me parece muito complicado apontar Guilherme.

E que existe um monopólio da refinação é um facto.

O que eu vejo também é 17 aumentos em 5 meses. E uma redução de um cêntimo.

É este o mercado que se tem, em que quando a GALP é ameçada de investigação por ser sempre ela a primeira a aumentar ela suspende um aumento, espera 3 horas, aumenta a BP e depois aumenta a GALP.

Sou tão liberal como o amigo do lado, mas só não vê quem não quer.

Paulo Colaço disse...

Jorge, define "temporária".
E, quando acabar o prazo "temporário", como seria a retoma? gradual? passagem imediata para o preço de mercado?

jfd disse...

Guilherme, o que se poupa nas scuts compensa na totalidade o que se está a perder em ISP?
Se sim, então já que o Estado não está a perder euros, que faça a tal campanha.
Paulo, se não, as respostas que me pedes adviriam da análise puramente matemática da coisa.


Guilherme tu és o porco liberal capitalista. Eu sou o tirano. Mas gostaria de informar o que iria acontecer e dar larga e ampla divulgação às novas medidas. Cortar com o presente, pensando no futuro. E isso custa dinheiro. O mercado há-de funcionar, mas isso custa dinheiro.


Sou tão liberal como o amigo do lado, mas só não vê quem não quer.
q.b.

Guilherme Diaz-Bérrio disse...

Sou tão liberal como o amigo do lado, mas só não vê quem não quer.

custo de refinação gasolina s chumbo 95 em 2004: 0.28 centimos...PVP: 0.95centimos

custo de refinação gasolina s chumbo 95 em 2008: 0.60 centimos...PVP: 1.43euros

custo aumentou 115%, mas o PVP só subiu 51%...impostos ficaram mais ou menos na mm (58% do preço final), logo também foram as petroliferas que perderam dinheiro pelo caminho.

Também só não vê quem não quer que os aumentos em Portugal estão abaixoda média europeia.

Mas admito que é politicamente mais facil atirar as culpas para a Galp, para os "especuladores" ou para o mercado... do que explicar que é hoje 20 vezes mais caro explorar petroleo do que era à 10 anos atrás.

É mais facil culpar a empresa que desceu as margens em 50 por cento que um barril a menos de 100 USD só com uma recessão global, e que as novas reservas custam 40 a 60USD a explorar e que gastas o equivalente a 1 barril de petroleo para tirar 5, quando à 10 anos tiravas 10 com o mesmo "barril".

É bem mais facil atirar a culpas ao mercado do que explicar às pessoas que as refinarias não conseguem refinar crude com alto teor de enxofre ao mesmo preço de antigamente: é mais caro e exige mais equipamento. É mais facil atirarem-se ao "mercado" do que explicar que os paises produtores, hoje mais ricos, aumentaram o consumo em 6 por cento nos últimos 9 meses - o que se traduziu na exportação de menos 1 milhão de barris/dia (1.2 por cento).

Isto fora a necessidade de colocar em operação poços que produzam 4 milhões de barris dia todos os anos, senão a produção DECRESCE!

A gasolina é um bem que (cada vez mais) custa a refinar - isto porque o crude barato com baixo teor de enxofre já quase que acabou - que deriva mais de 65% do preço de custo (30% do preço final) do barril de crude que decuplicou em 10 anos face a um problema estrutural de oferta, ao mesmo tempo que o consume aumenta.

Estavam à espera do quê?!

Realmente, só não vê quem não quer...

Guilherme Diaz-Bérrio disse...

Já agora, uma pequena estatistica:
A elasticidade preço do crude é cerca de -0.04, o que traduzido para português significa que por cada 1 por cento de variação na oferta - dada a rigidez da procura - o preço "mexe" 20 a 25 USD... Isto para colocar aquele 1 milhão de barris em contexto.

E aqui, ao contrário das directas, o efeito "cascata" existe ;)

jfd disse...

Gasolina a 3 euros o litro já!

E mais uma coisa.... Gasolinas baratinhas na fonte, sempre subsidiadas é claro, representam falta de incentivo às melhorias técnicas e possibilidade de acrescentar valor ao ouro negro.

O México, o Irão a Venezuela...

Cada vez se fura mais fundo, se arrisca mais, e isso tem de ter um preço.

O Brasil é líder em Plataformas Marítimas, sabiam? :P

Anónimo disse...

Portanto Guilherme, tu entendes que isto é somente o mercado a funcionar?

Mesmo quando o gasóleo aumento 58% na Europa no último ano e em Portugal duplicou?

A baixa do ISP é tiro ao lado, e acreditar em números mágicos também.

E já estou conformado com o preço do petróleo e defendo até que é o melhor incentivo à investigação de energias alternativas.

Mas 17 aumentos em 5 meses? A brincadeira GALP-BP? Haverá ou não caso para a Autoridade da Concorrência? Há ou não transferência total do custo para o consumidor?

É que a GALP não está a perder dinheiro, inclusive no primeiro trimestre aumentou a facturação em 58%.

Anónimo disse...

Errata:
3º parágrafo: acreditar em números mágicos fixados administrativamente também

6º parágrafo: o número de facturação da GALP está errado. Foi acima dos 50%, mas não foi 58%.

Nota: não é um post anti-galp mas anti-cartel. E a brincadeira do GALP aumenta - GALP ameaçada de investigação - GALP não aumenta - BP aumenta - GALP aumenta é, para mim, suficiente para pensar que algo de estranho se passa.

Guilherme Diaz-Bérrio disse...

Sim, mas a Petrobras faz outsourcing de 80% da suas necessidades de prefuração em mar alto.

Por exemplo, só existe uma empresa que se dedica a manter uma frota de barcos para investigar a viabilidade de poços em mar alto sem ser preciso começar logo a escavar - É norueguesa - porque até à pouco tempo estes poços não eram rentáveis dado o preço médio do barril...

Outra questão é que existe um limite de profundidade no que diz respeito à capacidade de prefuração. O aço para o fazer, por exemplo, é caro - via por exemplo efeito China. É só custos a subir para explorar aquilo. É isto tudo que os vos centimos na Galp estão a pagar.

O indice de custos de prospecção e transporte do sector petrolifero mundial mais que duplicou em pouco mais de 3 anos.

É preciso colocar os aumentos da Galp em contexto...

E quanto ao aumento dos lucros da Galp, cuidado com as parangonas Né:
Lucro liquido aumento 23 por cento face ao trimestre anterior (de 143 para 175 milhoes de euros, e se fizeres as contas ao custo de reposição dos inventarios para continuar actividade - facto que não é tido em conta pelo POC - então o lucro liquido desce em 10 milhões...mas adiante)

O que subiu 57% foram as vendas de GÁS NATURAL - efeito substituição da gasolina/diesel - e geração de electricidade para Portugal e Espanha.

Na Refinação e Distribuição tecnicamente eles perderam dinheiro: cerca de 40 milhões de euros quando comparado com o primeiro trimestre de 2007 - uma variação de -34%!

Guilherme Diaz-Bérrio disse...

Disclaimer [aka antes que acusem :P]: Não, não tenho acções da GALP mas não deixava de ser uma cobertura de risco eficaz ;)

jfd disse...

Facturação, margem, lucros brutos, liquidos, operacionais... Tudo conceitos a ter em conta.
Umna facturação que aumenta não significa, por si, aumento de lucro.

Anónimo disse...

Alguém já se perguntou: com tanto petróleo a sair de dentro da Terra, não poderá haver um desequilibrio?

Tiago Mendonça disse...

JFD,

Concordo com uma limitação ao tráfego automóvel, nomeadamente ao tráfego dos automóveis que apenas transportam uma ou duas pessoas.

Tenho dito, que penso que havia hipóteses de fechar Lisboa ao trânsito. Mas não pode ser só isso.

Tem que se criar parques de estacionamento nas fronteiras da cidade, para que as pessoas deixem ai os seus carros. E depois, tem que se reforçar e melhorar muito a política de transportes, criando um serviço de transportes públicos muito mais eficiente. Andar de transportes tem que ter um incentivo, que, infelizmente, não vai lá com os apelos ao nível ambiental.

A grande questão, é que eu sendo um previligiado e tendo um autocarro à porta de casa e quase à porta da faculdade, perco em transportes uma hora e 15, indo de autocarro ( e o 83 é dos autocarros mais rápidos que há) Indo de carro perco mais ou menos 40 minutos. Menos 35 minutos!

Supondo que teria que apanhar dois transportes então os tempos seriam ainda mais agravados. Dou-te o exemplo, que eu para ir da Portela ao Parque das Nações ( cerca de 3,5km) demoro, desde que chego à paragem até que saio do autocarro ) cerca de meia hora a trinta e cinco minutos, em cerca de 12 paragens neste trajecto, com autocarros de 15 em 15 ou 20 em 20 minutos. De carro demoro 5 minutos.

É preciso oferecer-se alternativas. E depois sim, concordo contigo, combater-se o uso de carro em termos individuais.

Filipe de Arede Nunes disse...

Nem vou entrar nesta louca discussão para a qual não estou habilitado.
No entanto sou consumidor e digo que como consumidor racional procuro sempre o melhor preço para o mesmo produto.
Assim, é obvio que não abasteço nem na Galp, nem na BP, nem na Repsol, mas sim na mais barata que encontrar - normalmente nos hipermercados.
Quanto ao problema de base: enfim! É preciso encontrar uma forma de energia mais barata e mais limpa do que a que temos.
Faze-lo agora, ou daqui a 30 anos não é indiferente: hoje em dia ainda sabemos que poderemos contar com a existência de petroleo durante mais pelo menos 30 anos, o que não acontece se apenas nos preocuparmos com este fenómeno quando o recurso já estiver quase a findar.
É mais um alerta para aqueles que dizem ser possivel manter níveis de crescimento constante e que a técnica vai acompanhar o crescimento exponencial da população mundial e o crescimento das classes médias por todo o mundo!
Seria interessante um tópico para discutir este assunto.
Ficam as minhas leigas preocupações e ideias.
Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes

Anónimo disse...

I stand corrected

Mas os aumentos da GALP prendem-se com esses custos? Então porque gerem os aumentos com o aumento do barril de petróleo?

E a brincadeira da investigação sobre a GALP de suspeita de cartelização que os fez recuar num aumento?

Ninguém diz que eles aumentam simplesmente porque querem, mas aumentarem os preços com o barril e não descerem os preços com o barril é um double standard complicado de compreender.

A AC há-de de se manifestar. A mim parece-me um mercado deturpado.

Guilherme Diaz-Bérrio disse...

Obviamente que a Galp não é santa. Em parte entendo: suportaram parte (cerca de metade) da subida do barril, logo quando ele desce ficam com a diferença...

Mas depois olha para Espanha - onde não existe apenas uma refinadora como em Portugal - e vês que os nossos preços não são diferentes antes de se lhe aplicar o imposto. Alias, 6 paises da UE15 têm preços mais altos à saida da refinaria - Espanha incluida. (e note-se também que parte da nossa gasolina é importada e vem de Petroleiro ou Camião dos portos e refinarias holandesas, logo temos que contar com custos de transporte)

Mas como essas questões há outras:
Porque é que a TAP não faz cobertura de risco do preço dos combustiveis? Foi para isso que se inventou os "mercados de futuros". (Embora seria chato dado que o "patrão" andou a jurar a pés juntos que o barril ia ficar a 75 ;))

O mesmo se pode dizer para as empresas de transportes/cooperativas de Taxis e afins: headging de risco de combustiveis não é dificil...

Porque é que os pescadores optaram por receber da UE para destruir os barcos, e os poucos que sobraram não investiram em, por exemplo, motores mais eficientes? A frota portuguesa tem 10 a 15 anos de atraso na modernização... agora queixam-se?

E disse...

Andam todos a defender a "dona" Galp, ou a atacá-la. E o futuro? Daqui a 5 anos, não me admiro nada que o litro de gasolina custe 3 euros.

Comecem já a andar de bicicleta, ou vão mudando de emprego para um mais próximo de casa.

Isto do aumento do petróleo vai mexer bastante com a nossa sociedade no futuro próximo.

Guilherme Diaz-Bérrio disse...

Mas EM, a estes preços alternativas tornam-se comercialmente viaveis.

Por exemplo: o maior consumidor do mundo é o parque automóvel. É ai que está o problema. Em 1998, com o barril a 8USD, o custo por km de um carro a diesel era baixo - não chegava aos 4 centimos - e os fabricantes concentravam-se em fabricar carros mais eficientes, mas a gasolina/diesel.

Hoje, a estes preços, as baterias começam a ser uma opção viavel. Além dos hibridos propriemente ditos, a General Motors, Audi, Volkswagen e Toyota estão o investir milhões para trazerem nos próximos anos carros 100 por cento electricos.

As baterias de lithium - semelhantes à que têm num tlm - já oferecem maneira de fazer um motor equivalente a um porsche (250 cavalos, 0-100 em 4 segundos, 300 km de autonomia) a uns meros 15 mil USD...

A estes preços, muita da tecnologia "verde" que ainda estava na prateleira começa a ser vista como hipotese rentavel, e o custo actual da gasolina torna o consumidor tudo menos indiferente a uma mudança.

Não deixa de ser irónico que esta "avalanche" de desenvolvimento de novos motores comece com uma subida de preços tão contestada ;)

Guilherme Diaz-Bérrio disse...

Errata: cambio errado... é 15 mil euros, não USD.

E disse...

É o tal Kart modificado com baterias nas áreas laterais, não é?

Vou esperar até 2009 quando chegar a nova geração IMA da Honda. Aí é que vai ser um híbrido "valente"!

100% eléctricos, não acredito. Tetrafuel, talvez.

E sendo radical, para que é que precisaríamos de Carro em 2050?

Paulo Colaço disse...

Excelente último parágrafo, caro EM.
Verdadeiramente psicótico!

Guilherme Diaz-Bérrio disse...

100% eléctricos, não acredito. Tetrafuel, talvez.

Tesla Motors em massa prodution para o ano. Custa o mesmo que um Audi A5 e tem um motor equivalente de 250 cavalos e 300km de autonomia...demora 3,5 horas a carregar e prova que é possivel! muito à frente ;)

Anónimo disse...

Não deixa de ser irónico que esta "avalanche" de desenvolvimento de novos motores comece com uma subida de preços tão contestada ;)

É a famosa mão invisível Guilherme ;)

O mercado a adaptar-se.

E em 2050 devemos todos teleportar-nos!

Beam me up Scottie!!!!

Anónimo disse...

Tem razão o Guilherme!

Notícia do Público online:

O presidente da Autoridade da Concorrência (AdC) afirmou hoje que a investigação levada a cabo pelo regulador "não conseguiu" encontrar situações ilícitas na formação dos preços dos combustíveis em Portugal, nem situações de abuso da posição dominante por parte das maiores petrolíferas do mercado, nomeadamente a Galp Energia, a BP e a Repsol.

"Estamos perante um problema que ultrapassa a dimensão nacional e ultrapassa as questões concorrenciais", disse o novo presidente da AdC.

O regulador "identificou indícios de correspondendia razoavel entre os preços praticados e os custos da actividade. Não havia indícios na pratica de preços excessivos, imputável" às petrolíferas.

No entanto, a AdC apresenta recomendações em quatro áreas: acesso de concorrentes ao mercado retalhista, informação aos utentes do mercado retalhista, acesso aos terminais portuários e ainda que não haja limitações injustificadas ao armazenamento dos combustíveis líquidos.

(...)

Manuel Sebastião mostrou evoluções de preços, segundo os quais os valores praticados em Portugal estão alinhados pela média europeia antes e depois de impostos. Com Espanha é que "a comparação é desfavorável". Para o presidente da AdC, "não é Portugal que tem impostos mais elevados do que Espanha, é Espanha que tem impostos mais baixos do que a Europa".

Para o responsável, há três questões de fundo: o choque petrolífero, o câmbio euro/dólar e a situação do mercado dos combustíveis líquidos, muito ligado à evolução do preço do crude.

Com dados de comparação entre Dezembro de 2007 e Abril 2008, mostrou aos deputados que o preço em dólares subiu 20 por cento, a moeda norte-americana desvalorizou-se oito por cento e o preço em euros subiu 11 por cento. São dados que mostram que "o efeito cambial atenua mas não anula a evolução dos preços". "É um mercado muito ligado ao mercado do crude", concluiu.

A lei da Concorrência não proíbe a posição dominante, sublinhou o presidente da AdC, "proíbe é o abuso da posição dominante" que é normalmente reflectido sob a forma de preço excessivo. Nesse sentido, concluiu, "não houve infracção".


http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1331010&idCanal=57

E disse...

Com a virtualização do "office" e telecomunicações em todo o lado, penso que em 2050 não precisamos de fazer 100 km por dia de carro para fazer o mesmo trabalho.

Presença holográfica, identidade digital, banda larga, etc, abre as portas a novas maneiras de trabalhar e de viver.

E disse...

O "tesla" é giro.

Vou já comprar acções da EDP, porque um dia esta vai acabar por substituir a GALP.

Deixamos de pagar a um monopólio e passamos a pagar a outro. Fixe!