terça-feira, junho 10, 2008

Assobiar para o Ar


Para fugir aos jornalistas com perguntas sobre o protesto dos camionistas Cavaco Silva respondeu:

Hoje eu tenho que sublinhar, acima de tudo, a raça, o dia da raça, o dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas

Eu compreendo que Cavaco não queira ser apanhado off-message, mas também não me parece boa política que se comente tudo o que se passa no País com dois ou três dias de atraso. E, como PR, poderia dar palavras de conforto sem necessáriamente responder. É uma estratégica comunicacional.

A constante fuga para a frente, escudando-se no tema do momento eleito por ele, pode dar nestes resultados. E ainda que seja um tema que faça os populistas nacionalistas salivar de contentamento, que faz a delícia de quem gosta de spin, é uma gaffe de Cavaco.

Mas irá o PR assumir a falha? Não. Belém diligentemente informou que o Presidente da República não mais se irá referir a este assunto. Não vale assobiar para o ar! Lidere pelo exemplo senhor Presidente: admita que errou.

52 comentários:

Anónimo disse...

Não percebo esta polémica toda por causa desta expressão. Aliás, até acho que dignifica o país e os portugueses. Afinal de contas, raça é segundo o dicionário:

conjunto de indivíduos que conservam, entre si, por hereditariedade, caracteres psicofísicos semelhantes;

conjunto dos ascendentes e dos descendentes de uma família, de um povo;

geração;

casta;

origem;

classe, estirpe;

espécie;

qualidade;.

Qual é o sentido pejorativo da expressão?

jfd disse...

Admita que errou?
Trate-se Senhor Faria!!!
Tem muito poucas referências literárias Portuguesas o senhor! ;)
Ou dá-lhe jeito atacar o senhor PR?

Já o outro ponto de que fala no seu post, não cabe ao Presidente comentar assuntos correntes antes do Primeiro. A não ser que lhe queira marcar a agenda. Isto do meu modesto ponto de vista.

José Pedro Salgado disse...

Coitado do PR.

Foi um deslize freudiano. Afinal o homem foi criado com aquela denominação.

De qualquer maneira, chamar "raça" às comunidades portuguesas (sobretudo se tivermos em conta o que na altura incluiam) é do mais inclusivo possível, parece-me.

Guilherme Diaz-Bérrio disse...

Sim e não, jfd...

Se é verdade que o PR não deve tentar "marcar" a agenda do PM, também é verdade que esta questão está a passar um pouco as marcas do razoável:
No caso dos pescadores o "direito à greve" serviu de justificação para atentar contra a propriedade privada dos vendedores de peixe e o direito destes a prosseguir a sua actividade PRIVADA em liberdade. E, que eu me lembre, direito à greve também inclui ter o direito a não participar na greve sem ser agredido...

Com os camionistas passa-se a mesma coisa: hoje os camiões da Jerónimo Martins tiveram que ser escoltados pela policia, e já morreu um motorista que saltou para cima dum camião para o impedir de prosseguir viagem... acho que já passamos o limite do razoável "direito à greve"!

Se calhar era altura de, dado que ninguém no Governo fala, se calhar o PR "marcar a agenda".

[Que é para não dizer: O que anda a PSP/GNR a fazer senão a ver? Faz lembrar quando um agricultor viu a cultura toda destruida pelo movimento Verde Eufémia e a GNR ficou a ver!]

Quanto à "gaffe": estamos a falar do homem que "raramente tem dúvidas e nunca se engana" ;)

Sim devia admitir que errou JFD, nem que seja para matar/esvaziar um assunto que de outra forma vai alimentar e entreter a extrema-esquerda durante os próximos dias/semanas...

Margarida Balseiro Lopes disse...

Eu acho isto:

Num comentário sobre a expressão de Cavaco Silva que classificou o 10 de Junho como o «dia da raça», Marques Mendes explicou que não pode haver qualquer conotação negativa, antes pelo contrário.


«É a raça do povo português, a honra de ser português. Hoje é, sobretudo, um dia para sentirmos orgulho em Portugal e nos portugueses», concluiu o antigo líder social-democrata.

Guilherme Diaz-Bérrio disse...

Sim, segundo o dicionário "raça" nada tem de mal... mas politicamente é um termo "corrosivo"!

São aqueles pequenos "lapsus lnguae" que não ficam muito bem em politica, muito menos para alguém que é conhecido em medir as palavras... era desnecessário!

Anónimo disse...

Falar de nacionalidades como "Raça", no sentido antropológico da palavra, é profundamente errado.

A raça é uma subdivisão da espécie humana, baseada quase exclusivamente na cor da pele, e não na origem territorial ou societária.

Quando Cavaco apelou ao "Dia da Raça" usa uma demoninação fracturante e divisionista, ligada ao autoritarismo do Estado Novo. Não tentava ser poético, não tentava ser grandioso e majestoso. Não apelava ao ser maior português.

Fugia atabalhoadamente a uma questão, confundiu-se e fez porcaria. Agora assobia para o ar.

Anónimo disse...

Quanto à frase de MM... é uma boa tentativa de spin ;)

Quanto a definições, eis uma enciclopédica (Larousse):

Raça Cada uma das três grandes subdivisões da espécie humana, baseadas na cor da pele, em amarelos, negros e brancos, mas não correspondente a verdadeiras subdivisões biológicas ou culturais

jfd disse...

Deixem o senhor em paz!

Guilherme estou contigo na análise que fazes às greves. É um abuso. Mas digo-te até que tou a "curtir" a posição do Governo.

É bom é que Cavaco não fale antes do Governo ceder!

Política meus amigos.

Agora dizer que o PR fez porcaria? Haja respeito por favor! :)
Sente-se, acalme-se e veja fazer politica!
Quem dera que visse ele dizer "So What? Deixem-me Trabalhar!"

Guilherme Diaz-Bérrio disse...

JFD, respeito?

O homem errou e agora assobia para o ar! Isto não é fazer politica, é fugir à questão...

jfd disse...

Se assim é como dizes, vou acreditar.

Ainda não fui poluído pelos media, a minha fonte tem sido apenas o psicolaranja, daí a minha psicose aparente de hoje...

Isto de estar a dias de entregar o projecto final, sem ter sequer começado o plano financeiro não faz bem à cabeça!

Paulo Colaço disse...

Não comento ainda este assunto: deixarei isso para esta noite.
Apenas esta nota sobre a ultima posta do Jorge - ficariam surpreendidos se vos dissesse a quantidade de amigos que me dizem que sabem as noticias do dia através do Psico.

Anónimo disse...

Portanto um partido racista é mau, mas invocar símbolos salazaristas pelo PR é um episódio menor?

Entendes tu Jorge que se deve fugir aos erros em vez de os assumir? Ignorar em vez de esclarecer?

Anónimo disse...

Esqueci-me de perguntar: importas-te que eu traga uma tua posição de outra caixa de comentários jorge?

jfd disse...

Much ado about nothing

Peça de Shakespeare. Divertidissima! Recomendo. Com o assunto nada tem que ver, a não ser o título;)

TU estás a classificar as acções do PR a teu bel prazer, e responder às tuas questões é concordar com esse género de classificação, legitimando o teu ponto de vista. E não concordo. Será que é desta que atinges?

Portanto um partido racista é mau, mas invocar símbolos salazaristas pelo PR é um episódio menor?

Quanto a isto... Só digo! ENFIM!!!

jfd disse...

Oh Né!
Traz as posições que quiseres!
Desde que tudo esteja situado no estado de espírito, contexto e plano, devidamente identificado!

E se só assim consegues marcar um ponto de vista, força!

Gasta lá mais uns minutos a provar aquilo que já sabes; que eu digo o que me apetece qd me apetece ;)

Anónimo disse...

Está bem Jorge.

Quando um dia fores capaz de defender uma posição avisa.

Enquanto continuares a fugir constante e reiteradamente... olha ENFIM!!!

Joga às escondidas e não te preocupes: há sempre quem prefira enfrentar os problemas a esconder-se na toca eheheheheh

jfd disse...

Enfim, indeed!

Anónimo disse...

E eis que o animal em fuga volta para a sua toca... talvez à procura do "tratamento" que tão sobranceiramente sugeriu a outros.

xana disse...

Concordo em absoluto com o Nelson.

Foi uma gaffe e têm toda razão aqueles que o criticaram. Vir com o significado do dicionário só me dá vontade de rir. Isto não é um teste de Língua Portuguesa, é um país, e é o Presidente da República.

Quanto à fuga para a frente, tirando honrosas excepções, Cavaco Silva tem-se limitado a fazer isso mesmo.
Se estou arrependida de ter votado nele? Claramente!
Queria um PR que controlasse o normal funcionamento da democracia. O que temos é um PM tirano, um executivo autista, uma maioria parlamentar "lambe-botas", uma oposição sofrida e um país à beira de um ataque de nervos!

Que dê o exemplo: admita que foi infeliz.

jfd disse...

Quanto à fuga para a frente, tirando honrosas excepções, Cavaco Silva tem-se limitado a fazer isso mesmo.
Se estou arrependida de ter votado nele? Claramente!


Xana compreendo a paixão com que dizes isto! E respeito! És uma comentadora de paixão;) Lembras-me alguém ;)))

Mas olha, se é que vale de alguma coisa, eu cá penso o contrário.
O PR está muito bem no seu papel, e a sua hora está perto. É só termos calma e esperar! Vais ver ;))

José Pedro Salgado disse...

Não acho que o PR deva voltar a abordar o assunto. De nenhuma perspectiva.

Do ponto de vista do cidadão comum, parece-me um lapso que nada teve de mal. Faz-me lembrar a cena do elevador n'"O Mentiroso Compulsivo". Aquilo saiu-lhe, ponto final. Nada daí há a retirar.

Do pobto de vista de análise política, parece-me que o PR estar a justificar o que não passará de um lapso pode-se tornar num péssimo precedente, sem falar numa bola de neve, neste caso concreto.

Tomás AR disse...

Queridos amigos:

Depois de um começo titubeante seguido de imediato de um longo período de ausência volto para falar sobre o nosso querido PR e a sua intervenção no patriótico dia 10 de Junho.

Eu poria a questão nestes termos: ou foi ofensivo por culpa sua, ou acabou por sê-lo por negligência ou nem sequer o foi.

Bem se não foi ofensivo está encerrada a discussão.

Se foi por negligência também não me parece grave não pedir desculpa:
a humildade e a competência literária não foram com toda a certeza os atributos que os portugueses lhe reconheciam quando lhe confiaram o papel de Chefe de Estado. Cavaco é indiscutivelmente um excelente político, um reconhecido razoável economista, um notório rigoroso contabilista e um manifesto ignorante em relação a tudo o resto. Toda a gente o sabe e assim sendo, não há um problema de frustração de expectativas.

Dizer que foi culposo parece tese própria do Daniel “breloquista” cuja visão conspirativa do mundo é pouco mais que divertida.

Bruno disse...

Que eu veja, há aqui duas questões distintas: Cavaco deve ou não comentar o momento político do país (greves por causa do preço dos combustíveis) e Cavaco fez bem em classificar o dia 10 de Junho como dia da raça.

Sobre a primeira, eu diria que sim. Eu também votei nele para PR e gostava que ele comentasse. Vejo a situação actual como grave.

Olho para as prateleiras do supermercado, faltam lá coisas e os funcionários justificam com a "greve dos camionistas"...

Oiço um conselho que me diz para encher o depósito de gasolina porque "dizem que pode vir a faltar"...

Leio na net que um camionista morreu atropelado por outro enquanto tentava obrigar este a aderir à greve...

E o que faz o meu Presidente da República? Diz "ah e tal hoje é feriado...". Esperava melhor!

Outra coisa é essa história da "raça". No meu calendário não vejo esse termo a classificar o dia de hoje.

Só me lembro de o ouvir aqui há uns anos quando um bando de pretensos nacionalistas aproveitaram a deixa de estarem a festejar o "dia da raça" para assinalarem a data com uma série de pontapés na cabeça de Alcino Monteiro que viria a falecer devido aos "festejos"...

A expressão é infeliz e desnecessária.

Mas, bem vistas as coisas, não acho que valha a pena pedir desculpa. Acho que vale a pena, isso sim, comentar o estado de coisas em relação à crise que se tem vivido nos últimos dias, motivada por essa crise maior dos últimos tempos que tem provocado constantes aumentos no preço dos combustíveis.

Vale a pena comentar mesmo que com isso esteja a marcar a agenda do Primeiro-Ministro. Se Sócrates não sabe tratar da sua agenda, espera-se que Cavaco lhe dê o devido puxão de orelhas. Ou então que dissolva a Assembleia da República ao abrigo de umas quaisquer trapalhadas que depois havemos de inventar ;)

Margarida Balseiro Lopes disse...

Um comentário meu, agora um pouco mais sério ;)

Concordo com o Bruno, quando sensatamente destrinça as duas questões que o Né levanta no Post:

1º O “Dia da Raça”: foi uma expressão infeliz. Não vale a pena escamotear muito, Cavaco precipitou-se. Mas, parece-me manifestamente imprudente e infrutífero vir alastrar a gaffe com pretensos pedidos de desculpa. Trata-se do Presidente da República, meus senhores, e não de um qualquer ministro que, por exemplo, ignora e humilha as populações de uma região. ;)

2º Quanto ao facto de não ter comentado a situação política do país. Cavaco tem tido a postura que constitucionalmente lhe é exigida (e que Sampaio descaradamente incumpriu). Exemplar. O Presidente da República exerce a chamada “magistratura de influência” e não pode nem deve pressionar o governo na sua acção política. Isto não significa que nada faça, que permaneça impávido e sereno enquanto a situação do país se agudiza. Para isso mesmo servem as reuniões periódicas (e as extraordinárias) que tem com o Primeiro-Ministro. É lá que tem de dar a sua opinião, dar sugestões, questionar. Não é na comunicação social. Isto sem falar do contexto em que Cavaco foi interpelado: comemorações do dia de Portugal.

Admito que haja quem esperasse mais do nosso PR. Compreendo que haja quem esteja arrependido de ter votado em Cavaco Silva. Sei que há quem esperasse de Cavaco uma postura implacável face a autismo/autoritarismo de Sócrates.

Compreendo tudo.

Mas aqui a questão então é outra: a nossa Constituição e o nosso sistema político. É porque o que querem, não é o que temos. E esta já é outra discussão.

Bruno disse...

Compreendo as observações da Guida relativamente às competências constitucionais do nosso PR e ao despropósito de lhe quererem sacar um comentário durante as celebrações do 10 de Junho.

Mas mantenho a minha posição porque, como disse num comentário a outro post:

Mas era importante que ambos (PR e PM) dessem explicações ao país. A situação é preocupante e exigem-se medidas ou pelo menos um clarificar de posições.

Diogo Agostinho disse...

Bem, o Prof. Cavaco.

Este tema para mim desperta sentimentos controversos.

Cresci a admirar o senhor. Sempre ouvi que era o exemplo de Primeiro-Ministro.

Depois o resto é história.

No que diz respeito a esta polémica, não passa de um fait divers.

Raça pode significar muita coisa, mas até no tempo de Salazar, raça incluia os países colonizados.

Este não assunto serve para ofuscar a sua mensagem de pedido de exigencia para os portugueses e de se inspirarem no exemplo da nossa diáspora, tão rica e por vezes mal aproveitada.

Mas este não assunto é assunto e como tal apenas refiro que o Prof. Cavaco não sabe falar de improviso e a sua capacidade cultural e histórica levou a esta gaffe.

Anseio sim por saber a opinião do Senhor PR em relação aos combustiveis...muito grave o que se passa.

Anónimo disse...

Nélson,
é um bom post, apesar de não concordar.
Quanto à "Raça" não me parece nada de grave e, sinceramente, não me aprece assim tão divisionista. Aíás só mesmo uns tristes do BE e do PCP é que se incomodaram com isso. Pode ter sido um lapso mas ãda d egarve que exija qualquer comentário adicional do PR.
Qunato ao não falra da situação actual, também acho que o pR faz bem. Não é no dia, ou na véspera, comemorativa de POrtugal e das Comunidades (deixemos o Camões em descanso...) que se deva falar de temas actuais. É um dia com demasiado significado para se "perder" com questões que, por muioto graves que sejam, são, claramente passageriras. Não se deve misturar a "espuma das coisas" com mensagens mais ponderadas que importa também passar. Ou seja há tempo, e ainda muito tempo, de toamr posição pública sobre estas matérias. mas tudo a seu tempo. Há dias para tudo.

Um abraço.

Anónimo disse...

Nunca pensei que no Psicolaranja se entrasse num debate sobre a expressão "dia da Raça" proferida pelo PR.

Como é perceptível só a nova esquerda caviar, muita dela descendente de ilustres membros da antiga comunidade que comemoravam o "dia da Raça" todos engalanados, vieram criar um facto político com isto. Aliás não me recordo de os ver a comemorar o dia de Portugal (que segundo ele devia ser no 25 de Abril). Bem vistas as coisas, com certeza até devia ser. Porque afinal isto de comemorar o dia de Portugal na “Salazarenta” data de 10 de Junho, com desfile militar e distribuição de medalhas e títulos, é coisa que deveria terminar e seguir o que está a ser feito no ensino Básico em que as escolas estão a ser rebaptizadas com nomes de heróis da resistência ao fascismo.

Não em choca que se volte a falar do dia da raça. Porque foi com raça que este pais se fez, se faz e fará. Com a Raça de milhares de jovens que estão pelas mais distintas universidades, centro de estudos, institutos e empresas Estrangeiras. Milhares de homens e mulheres que imigrados por uma vida melhor, hoje são exemplos de empreendedorismo e sucesso. Comemorar a raça dos que nos fazem emocionar como a Vanessa, a Rosa Mota, Carlos Lopes, o Cristiano, o Mourinho, mas também o Eusébio, O Nelson Évora, O Francis Obikweulo, Naide Gomes, até um Képler Laveran Lima Ferreira que em plena conferência de Imprensa diz " nós os portugueses". É esta Raça que merece ter um dia. Um dia que seja de todos nós, os que somos todos diferentes.

Ainda hoje eu tento arranjar uma explicação que me convença a vitória de Salazar no tal concurso dos “melhores Portugueses de sempre”.

Sobre a estratégia de Cavaco. Bom meu caro Nelson, ela é uma característica dos Cavaquistas. E com já viste nestas nossas directas continua a ter seguidoras. É assim que temos que aceitar como as coisas são se queremos contar com eles para outros objectivos maiores. Primacialmente se estamos perante factores menores ou de “fait divers”

Sobre o que se passa agora. Acho que para o Presidente deve ser difícil deitar mais gasolina na fogueira. Aliás Cavaco tem grande experiência neste tipo de crise, com se recorda o bloqueio da Ponte e as famosas Greves gerais que enfrentou. O que fez na altura Mário Soares?

Anónimo disse...

Ainda bem que o Psico ainda surpreende os seus leitores quotidianos. É um sinal de frescura.

O Dia da Raça é um ícone do autoritarismo português, está indissociavelmente ligado a um regime não-democrático e não gosto de o ver confundido com o Dia de Portugal (para lá do óbvio paralelismo histórico).

Admitir que errou é diferente de pedir desculpa: eu nunca pedi o exercício de madalena arrependida. Entendo apenas que quando erramos devemos assumi-lo e seguir caminho.

O tema não ganhou outra dimensão por força da crise que abalou Portugal. Espero que aqueles que defendam que o PR nada tinha a dizer pensem hoje de forma diferente. Um PR que nada tem a dizer quando o País esteve à beira da beira do colapso é um peso morto.

Paulo Colaço disse...

Creio que foi no post anterior que comentei este tema.

Acho que Cavaco não usou a palavra "raça" nem a expressão "dia da raça" em alusão (de qualquer espécie) ao termo salazarengo.

Não creio, sequer, ter sido um lapso.

Mais, la porque Salazar gostava das palavras "raça" e "nação", não temos nós de as banir do nosso léxico.

Usemo-las, dentro dos seus melhores significados.

Outra nota: "raça" é uma categoria dentro da espécie e nos especialistas dizem que a especie humana não tem espécies.

A cor da pele e outras diferenças não são suficientes para podermos falar em "raça" dentro da nossa espécie.

Anónimo disse...

Paulo,

um titular de um cargo político não se pode referir ao 10 de Junho como dia da raça e não ter noção da carga política que esta denominação tem. Seria um desconhecimento atroz da nossa história.

Quanto a comentar ou não comentar: um país em que não há mercadorias nas lojas, combustíveis nas bombas, em que trabalhadores são apedrejados e outros são atropelados merecia uma consideração do PR. Uma palavra de conforto que seja.

Para ignorar os portugueses e os problemas do País não precisamos de PR.

P.S. Já que se colocou a questão: Gosto de Cavaco Silva, estive envolvido nos Jovens por um Portugal Maior, fiz campanha e votei nele. E estou a gostar do seu mandato q.b. Tal não significa que prescinda do meu juízo crítico.

Paulo Colaço disse...

Não é habitual mas temos opiniões diferentes.
Eu acho que nao era fundamental que o PR falasse e acho que a palavra raça não tem conotação assim tão negativa. Ainda que tivesse, não terá sido usada nesse sentido.

Já agora, tambem votei em Cavaco.
Na altura da sua eleição comentei com um amigo: Cavaco já se fez acompanhar melhor.
Fiz também outro: sou mais cavaquista que Cavaco.

Gosto dele. No início do mandato tive dúvidas, um ou outro pormenor aborrecia-me.

Creio que hoje se encontrou e a postura amadureceu.

Temos um bom PR.

jfd disse...

Ele mudou Colaço????
Tu é que cresceste!
E ainda bem ;)

Eu sabia que virias para este lado.

Quando ao assunto que o Né aqui trouxe, volto a repetir!;

Much ado about nothing

Bruno disse...

Tenho achado curiosa esta discussão!

Começo por dizer que não concordo nada com o JFD! Acho que este tema que o Né aqui trouxe é importante pois a situação que se viveu foi grave, muito grave!

E por isso também não concordo nadinha com o Colaço pois acho que ele está a minimizar a coisa. Está, digamos assim, a ser algo que não é costume: políticamente correcto (provocação pura e claríssima, hehe!).

Só para terminar: eu votei Cavaco, também fiz campanha (grande presença popular na vinda a Almada que nos deu a certeza de que aquela candidatura era fortíssima!) e não estou nada desiludido com o seu mandato! Acho que ele tem estado muito bem mas comete erros, como todos. Este foi um...

Paulo Colaço disse...

Não há-de ser muito vulgar que, na mesma caixa de comentários:

a) eu e o Né tenhamos visões diferentes
b) o Né o e Bruno tenham opinião aproximada
c) eu e o JFD pensemos de modo parecido

Salve-se o facto de o Né e o JFD divergirem. Alguma coisa teria de ser clássica.

Em todo o caso, "politicamente correcto" seria subscrever as opiniões de Fernando Rosas, do BE e do PCP. ;)

jfd disse...

ROTFLllllllllllllllllllllllllll
;))))

E viva a boa disposição!!!!

Ainda hei-de ver o Professor a comer uma fatia de bolo rei no próximo dia da Raça! ;)

Bruno disse...

Bolo-Rei no Verão... não será fácil ;)

Anónimo disse...

Espero que no próximo Dia da Raça Cavaco apele a uma maior participação da nossa juventude, de toda essa mocidade portuguesa que tanta falta faz ao país.

Mocidade portuguesa - outro termo sem qualquer carga simbólica nem ligação ao Estado Novo... tal como o dia da raça.

Talvez até sugira mudar um nome de uma Direcção do MAI para Direcção-Geral de Segurança. Designação sem qualquer carga simbólica nem ligação ao Estado Novo... tal como o dia da raça e a mocidade portuguesa.

Mas ao que ele devia apelar era à criação de uma nova força, de combate aos desafios do terrorismo do século XXI. Talvez chamar-lhe Legião Portuguesa. Outro termo sem qualquer carga simbólica nem ligação ao Estado Novo... tal como o dia da raça, a mocidade portuguesa ou a dgs.

Não, têm razão. Podemos usar estes termos à vontade. Não têm qualquer carga simbólica ou ligação ao Estado Novo...

Bruno disse...

Hehehe! O Né é lixado :P

jfd disse...

Não é lixado não.
Tem á falta de poder de encaixe.

Quando ao apelo jovem, foi se não me engano, no 25 de Abril.

Grande PR!

Anónimo disse...

Jorge,

lê o que escrevi, pois eu falava do Dia da Raça que há-de vir e não deste.

O resto é bazófia de quem não tem respostas à altura. O Colaço deve estar aí a aparecer.

jfd disse...

Lá está a ofensa pessoal, e ainda metes outra pessoa ao barulho. É o passe rasteirinho não é?
Típico.
À altura? Não almejo chegar ao teu status meu caro. Aproveita que és grande e ainda vais ficar maior nos próximos dias :) Que te dure muito tempo!

Paulo Colaço disse...

Vindimiário
Brumário
Frimário
Nivoso
Pluvioso
Ventoso
Germinal
Florial
Pradial
Messidor
Termidor
Fructidor

Lembram-se de ter estudado estes nomes na disciplina de história?
Eram os novos nomes dos meses do ano, fruto da febre revolucionária francesa.
Mas não mudaram só os nomes dos meses: todo o calendário mudou. Dias de 10 horas, por exemplo.
É o que dá quando temos medo das palavras.

Quanto ao comentário do Né: HILARIANTE.
Psicose de altíssimo calibre.

Bruno disse...

Eu não estudei esses nomes :S

Tu és mesmo muito mais velho do que eu oh Colaço, hehe!

jfd disse...

Pois é Colaço...
Pelo teu comentário, vi eu agora a piada.
Mas quando li, só vi maldade.

Ou sou eu que sou muito anti Né

Ou são vocês que se massajam demais. Os egos, diga-se ;)

Bruno, deixa que eu tb não me lembro.

Anónimo disse...

Colaço,

Não devemos ter medo das palavras mas, e digo-o muitas vezes, as palavras têm importância, têm valor, peso e história.

E eu não abdico disso nem do seu simbolismo.

Jorge,

já to disse várias vezes: queres discutir contra-argumenta, não mandes boquinhas. É que depois não gostas do retorno ;)

lolololololol

jfd disse...

Leva lá a biciclete!
Sem mudanças!

Paulo Colaço disse...

Claro que sim, Né, as palavras têm "importância, valor, peso e história", mas se eu disser a palavra "conto" não é líquido que esteja a falar de poesia camoniana :)

Outra nota: sim, eu sou mais velho que tu, Bruno, mas ajudou ter tido um prof. de História que deu a matéria toda do programa ;)

Bruno disse...

Este gajo já começa a ter tantas respostas para bocas da "idade" como para bocas da "altura" ;) É sinal de que está mesmo velho...

Anónimo disse...

Pois Colaço, mas falar do Dia da Raça no dia 10 de Junho, com a força e solenidade de um PR, e não esperar a ligação com o salazarismo é abusar da sorte. Não é propriamente uma expressão inócua como "conto", nem tão transversal.

São os custos de contextos ;)

P.S. Depois do episódio dos IX contos dos Lusíadas duvido que Cavaco queira voltar a falar de contos e poesia camosiana tão depressa.

Paulo Colaço disse...

Só ao ler a resposta do Né dei conta do meu lapso.
Onde escrevi "conto" queria ter escrito "canto".

Sorry!

Bruno: ehehehehehehehehehehe. Sim, a bela da velhice!