sexta-feira, junho 27, 2008

Calendário Eleitoral. Com que medida?

Tive hoje (mais) uma discussão sobre este assunto.


Em 2009 vamos ter Eleições Europeias, agendadas pela Comissão Europeia, vamos ter Eleições Legislativas, agendadas pelo Presidente da República, e vamos ter Eleições Autárquicas, agendadas pelo Governo.

Há várias hipóteses de calendário. Prevê-se, até, a realização das Legislativas e das Autárquicas no mesmo dia.

Que vos parece? Quem sai beneficiado com as várias hipóteses possíveis? Estaremos perante uma finta política?

19 comentários:

Tiago Mendonça disse...

Para mim o calendário mais equilibrado, seria em Fevereiro Legislativas, Junho Europeias, Novembro, Autárquicas.

Não sou apologista de duas eleições no mesmo dia. Serve para confundir o povo.

O argumento do dinheiro é um mau argumento. Era o que faltava dizerem que é caro fazer as eleições separadas, quando há dinheiro para não colocar portagens em estradas ou construir 10 estádios para o Euro.

Anónimo disse...

para mim claramente que era bom para nos autarquicas e legislativas no mm dia. nao nos esqueçamos que os votos estao nos autarcas, e o socrates vai chegar as eleiçoes legislativas, ok, em posiçao de ganha las mas claramente num trajecto decrescente de popularidade. há que aproveitar o nosso potencial das autarquias junto das legislativas

Filipe de Arede Nunes disse...

Sou do Seixal e neste concelho as eleições autarquicas apresentam taxas de abstenção que rondam os 55%, e que no meu entender favorecem os comunistas. Existirem autarquicas e legislativas no mesmo dia, poderia potenciar a queda do PCP no Seixal!
Ademais, poupariamos, certamente, algumas centenas de milhares de euros e o país estaria mais calmo. Um ano com autarquicas e legislativa vai deixar este país louco e não se vão discutir os verdadeiros problemas dos portugueses.
Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes

Diogo Agostinho disse...

Não sei em que ano se discute os verdadeiros problemas dos portugueses...Quando não há eleições é ano de Euro ou Mundial, se não é ano de Presidência Europeia, se não vem um caso judicial, se não, está o país de férias.

Não concordo com eleições no mesmo dia. A riqueza da Democracia assenta numa campanha eleitoral esclarecedora. E não em misturar debates e ter na Segunda-feira: um frente-a-frente Rui Rio e Elisa Ferreira, na terça José Sócrates e Manuela Ferreira Leite, na quarta Costa e Seara, na quinta Louçã e Portas.

Não me parece nada benéfico. "Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa"

Europeias em Junho/Julho obrigatório em todos os Países da União Europeia.

De resto Autárquicas primeiro e depois Legislativas. Cartão Amarelo primeiro, na segunda vai para a rua e adeus Sócrates.

Paulo Colaço disse...

Creio que Cavaco Silva fará uma gestão correcta do calendário.

Quanto a mim, em nenhuma circunstância juntaria Europeias com outro acto eleitoral qualquer.

Há portugueses que sabem separar as águas e outros que não. Há portugueses que sabem o que é escolher um PM, um Presidente de Câmara ou deputados ao Parlamento Europeu, e há portugueses que não sabem.

Porém, os candidatos a PM e às CMs têm máquinas de campanha próprias e sabem marcar o compasso. Ainda que juntas, estas duas eleições terão vida própria. As Europeias nunca terão vida própria. Serão sempre apagadas. E é tão importante discutir Europa.

jfd disse...

Mas no entanto nunca é discutida...
Engraçado não é?

Paulo Colaço disse...

Filipe, o que te faz pensar que Leg e Aut no mesmo dia, potencia a queda do PCP?
É possível que o PCP nacional seja localmente potenciado pela votação no Seixal. Ou não?

Qual costuma ser a votação do PCP nacional aí no Seixal? Costuma ficar abaixo do PS?

Anónimo disse...

No que respeita ao calendário eleitoral uma coisa é o que nós gostaríamos outra coisa é o que seria melhor para Portugal.

Para o PSD juntar Legislativas com Autárquicas, ou Autárquicas primeiro e Legislativas depois, podiam ser as melhores soluções numa perspectiva de aproveitar a onda laranja nas autárquicas (nada faz prever que seja esse “mar esteja flat” para o PSD) para provocar o arrastão nas legislativas.

Para o PS vai depender do momentum político (que eles ainda controlam) mas, nas Autárquicas, vão ser muito agressivos em vencer Porto, Lisboa, Santarém, Leiria, Sintra, manter, principalmente, Loures, Amadora, Faro e Évora e ver o que acontece por Sintra e Oeiras. Ou seja sabendo que não ganharão as maiorias da Câmaras vão tentar conquistar as de maior peso psicológico.

100% de acordo sobre a confusão que criaria a simultaneidade entre estas eleições que não abonava á credibilização da políticas e das alternativas, ainda apor cima porque nas autárquicas existe a possibilidade de candidatos e listas independentes, assim como, a confusão de 4 boletins iria criar, entre outras coisas.

Mas vendo isto numa perspectiva de interesse nacional, a que o Presidente da República não será certamente indiferente, importava aumentar os níveis de participação nos actos eleitorais e ter debates profundos que sejam esclarecedores e permitam aos portugueses tomar as decisões pela convicção e não pela condenação. A velha história de se vencer pela derrota dos outros.

Nesse sentido é minha convicção que juntar Europeias a legislativas seria uma melhor solução porque são debates que se complementam e, pela primeira vez, teríamos uma afluência e um voto “europeu” com a força que merece. Não é de menor interesse que os representantes europeus reflictam o panorama político nacional. Para esta solução acontecer, o PM teria que apresentar a demissão do governo em concordância com o PR.

Depois teríamos umas eleições Autárquicas a sério! Onde a luta eleitoral seria bastante mais interessante fosse qual fosse o resultado das legislativas.

Quero que o PSD vença mas que vença por mérito. Na luta das ideias, das propostas e projectos, onde os portugueses se possam envolver, participar e decidir sem as confusões de votar para órgãos diferentes, com realidades e responsabilidades diferentes.

Sairemos muito mais fortes e crediveís.

Anónimo disse...

Do ponto de vista pragmático queria juntar europeias com autárquicas, duas eleições em que as pessoas têm tendência para amarelar o Governo - gostem ou não gostem de o reconhecer.

Mas existem prazos legais e não gosto destas soluções à vontade do freguês.

Europeias em Junho, como sempre foi e está determinado; Legislativas e Autárquicas em Setembro\Outubro, que é quando devem ser e quando terminam os mandatos.

Deverão ser no mesmo dia? Pessoalmente espero que sim. E não tenho receio da contaminação do debate porque tirando Porto e Lisboa, que terão sempre destaque, a maior parte das autárquicas são disputadas dentro de casa. Mas não sou insensível ao argumento "autárquicas amarelam e legislativas decidem".

Filipe de Arede Nunes disse...

Colaço,
O PCP nacional, no Seixal, obtem menos votos que o PS e também que o PSD! Dai o meu desejo egoista.
Compreendo naturalmente os argumentos por vós apontados, e estou inclusive, tentado a mudar de posição.
No entanto, o desejo de ver os comunas longe da minha terra ainda é superior...
Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes

Paulo Colaço disse...

Preferir socialistas a comunistas é típico de malta mais a sul ;)

Filipe de Arede Nunes disse...

Colaço,
Não existe comparação possível, e não entendo quem possa gostar mais de comunas do que de socialistas!
Os comunistas defendem uma sociedade que está nos antipodas daquele em que eu acredito.
Os comunistas têm uma longa tradição anti-democrática e totalitária, absolutamente fundamentada na história.
Como não preferir socialistas?
Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes

Anónimo disse...

A questão é que temos que assumir que estamos na política defendendo a coerência e a credibilidade, ou se estamos na política para chegar ao poder a qualquer custo. Tal questão de sermos alternância ou alternativa, como muito bem disse PPC no congresso.

A vontade do freguês pode ser a vontade do PR e ele é um freguês muito exigente, mas também o que é melhor para os portugueses e Portugal: Eu sinto vergonha com os níveis de participação e de desvalorização das europeias. E depois andamos fulos com as “orientações” económicas e políticas que de lá são emanadas.

Nelson, eu não entendo a lógica de “autárquicas que amarelam” quando se depois reduz as mesmas a Lisboa e Porto e as outras são disputadas em casa, ou seja pelo são decididas pelo nome e notoriedade do candidato no junto dos seus eleitores.

Quer dizer que se o governo ganhar sem maioria em Junho e perder nas autárquicas foi um cartão de que cor? E se ganhar com maioria e no mesmo dia continuar a ter a derrota nas autárquicas? E se perder a Maioria e ganhar Lisboa, Porto, Sintra, Santarém, que cartão é esse?

Não! O que nós esperamos é que existam pessoas que ao votar no PSD para as legislativas, para não se chatearem, votem no nosso candidato à Câmara e à Junta. Ou o contrário já que voto PSD na Junta vou fazê-lo, também, para a Câmara Municipal e para a Assembleia da República. Isto é muito pouco prestigiante para os eleitos.

O que me move é vencer pelos meus méritos, pelos meus candidatos e pelas propostas que vamos apresentar para cada um dos processos eleitorais. E acredito que a Dr.ª Manuela Ferreira Leite também o queira.

Filipe de Arede Nunes disse...

PVF,
Bem sei que não me foi dirigido o comentário, mas ainda assim fica a minha resposta:
Eu só espero é que os 20% a mais de pessoas que vota nas legislativas e que não vota nas autarquicas possa mudar o rumo dos acontecimentos.
Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes

Anónimo disse...

Para bem do debate de ideias, de programas e projectos a todos os níveis, acho que as eleições deveriam ser realizadas em datas diferentes.
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Penso que o argumento monetário "aqui não pega", pois não será a realização de mais umas eleições, que irá colocar o país mais rico ou mais pobre.
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A verdade é que tendo eleições "misturadas" corremos seriamente o risco de ver alguma espécie de contaminação quer nos debates, como na opinião das pessoas. Digo isto, pois se algund cidadãos nem sequer sabem quem é o seu presidente de Câmara, quanto mais o seu deputado no circulo eleitoral...
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Já agora, mas que história é esta de termos um debate "Costa e Seara"? Bola de cristal? ;)

xana disse...

Eu penso que eleições no mesmo dia seria uma boa solução, pela sua vertente pragmática.
O problema é a falta de maturidade do eleitorado para assimilar as diferenças. Mas, juntas ou separadas, vamos ter sempre uma larga percentagem de pessoas que não têm essa maturidade.
Com a política que temos será que algum dia irão ter?

Anónimo disse...

Tudo no mesmo dia! Combater a abstencao e principalmente a europeia!

Paulo Colaço disse...

Duas notas:
1 - Filipe, tens razão quando dizes que o PS é mais parecido com o PSD em valores e princípios. O PS é amigo da democracia e o PCP não.
No entanto, tambem acredito que ao nível local, combater toda a vida o PCP nos aproxime mais do PS e combater toda a vida o PS nos aproxime mais do PCP.
Em Rio Maior mais vezes encontro pontos de contacto com o PCP em votações da Assembleia Municipal do que com o PS.

2 - Clarificando a minha posição sobre o calendário: não concordo com eleições em simultâneo mas, caso as haja, não juntaria Europeias com qualquer outras. Pelos motivos de esclarecimento a que já aludi.

EP disse...

A bem do salutar funcionamento da democracia não concordo com a realização de eleições em simultaneo. Mas uma coisa é a teoria outra a prática, ou se quiserem o sentido pragmático.

Assim partilho da opinião do Colaço, a juntar que se juntem as Legislativas com as Autárquicas.

As eleições europeias por convenção têm obrigatoriamente de se realizar em Junho e num curto intervalo de dias, em todos os Estados Membros. É um facto que a participação é reduzida. Mas elas estão num plano diferente , e é lá que devem continuar.

Acerca dos argumentos aqui expressos sobre a falta de maturidade do eleitorado ou a possivel confusão dos eleitores com os debates para legislativas e autarquicas em simultaneo. Permitam-me discordar dos dois.

Acho que o problema da confusão com os debates televisivos só poderá, eventualmente, colocar para os eleitores de Lisboa e Porto. Para esmagadora maioria dos eleitores dos restante trezentos e alguns municipios essa é uma não questão.

Depois, e como alguém disse, eleger um PM é diferente de eleger um autarca e as pessoas sabem-no bem. Mais, a minha modesta visão das coisas levam-me a afirmar que não é a cor partidária a principal razão que move os eleitores a eleger um autarca. Mas a sua notoriedade ou o reconhecimento pelo trabalho desenvolvido no municipio, por exemplo. Não serei, certamente, a única a conhecer exemplos de autarcas que ganharam mandatos seguidos mesmo tendo mudado de partido.