quinta-feira, junho 19, 2008

Bloco Central? Eu ouvi bem?


Nos últimos dias, criou-se a ilusão de um possível bloco central.

Um bloco central? Para quê? Clientelismos?

Marcelo num almoço da ACEGE (Associação Cristã de Empresários e Gestores), referiu que há muitos sectores empresariais que "já só sonham" com um Governo de Bloco Central, um "cenário impensável há um ano atrás".

Mas está tudo louco?

24 comentários:

Anónimo disse...

Tenho vindo a ler as notícias, e está a criar-se um clima de modo a haver estabilidade.
Como?
Sócrates terá grandes dificuldades em obter uma maioria absoluta.
Manuela Ferreira Leite, poderá não ter o tempo suficiente para construir a credibilidade para conquistar votos para uma vitória.

Como o partido só realmente estavel quando está no poder, e como Portugal precisa de estabilidade, esta-se a criar um sentimento de reunificação do Bloco Central.

Eu, por minha vontade sou contra.

Carlos Carvalho disse...

Sinto-me envergonhado.

Filipe de Arede Nunes disse...

Não votei em Manuela Ferreira Leite para que o PSD se envolvesse num acordo pós-eleitoral com o PS!
Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes

Anónimo disse...

Calma... Mas já alguém ouviu MFL falar em acordos de "bloco central" para o quer que seja?
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Desde sempre que o nosso estimado Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, por quem tenho uma grande admiração e estima, vem fazendo do seu comentário político um conjunto de linhas orientadoras que o próprio gostaria de ver aplicadas no PPD/PSD e no país.
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Esta é apenas a opinião de Marcelo e possivelmente de alguns empresários com quem dialogou.
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Hoje em dia temos a denominada "cooperação estratégica", entre a presidência da república e o Executivo de Sócrates. Logo o Governo socialista tem tido toda a estabilidade necessária para fazer cumprir o seu programa.
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Se os objectivos não forem alcançados será por demérito próprio e aí os eleitores poderão votar e dar a oportunidade a MFL e ao PPD/PSD para "assumirem o leme".
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Não acredito em "blocos centrais", mas veremos depois do congresso e no decorrer do combate político até 2009, o que dirá a estrutura governativa social democrata...

Carlos Carvalho disse...

O encontro demorou 75 minutos, mais meia-hora que o previsto.

«Foi uma reunião esclarecedora, sobre a qual o PSD também transmitiu as suas posições. Mas devo dizer que não existem divergências de fundo entre as posições do PSD e as do Governo português», sintetizou a líder social-democrata.

em:

http://diario.iol.pt/politica/ultimas-noticias-governo-ferreira-leite-iol-socrates-psd/963388-4072.html

Guilherme Diaz-Bérrio disse...

Ai como é giro tirar contexto às citações!

Na frase que antecede essa lê-se uma coisa maravilhosa chamada "contexto":
encontro que se destinou a preparar a agenda da próxima cimeira de chefes de Estado e de Governo da UE, quinta e sexta-feira.

E no que diz respeito à UE, NUNCA houve divergências de fundo entre o PSD e o PS...

Carlos Carvalho disse...

Sim, sim. Tens razão. Falavam da UE, mas não só. Segundo outras noticias há a hipótese do dito bloco-central, o que, por si só, pressupões a ausências dessas mesmas divergências. Ou devo dizer, diferenças?

Peço, no entanto, desculpa, pelo lapso do «contexto».

Tiago Mendonça disse...

Não é dificil de perceber, o futuro político num cenário de bloco central.

Aumento exponencial dos partidos da oposição, quer do CDS-PP, fazendo oposição à direita, quer dos radicais de esquerda que subiriam para bem mais que os 21% que as sondagens agora lhe dão, e perca substancial, acima de 50% do partido mais fraco do bloco central. Em suma, nas eleições subsequentes, teríamos os apoiantes do governo a votar PS, os que não apoiavam a votar PP, PCP, BE. O PSD ficaria com uma leve franja de apoiantes e os seus militantes (nem todos, porque alguns dizem não votar sempre psd).

Se isso vier a acontecer, julgo que o caro Paulo Colaço teria que reformular o seu célebre post do pior líder de sempre do PSD.

Mas acredito no bom senso da líder. A Ver vamos.

Polvo disse...

Todos os partidos têm os seus clientelismos. Ligados a cargos estritamente partidários mas também às funções privadas que alguns dos seus membros exercem, nomeadamente as que contendem com a esfera governativa.

Os clientelismos do PSD sentem-se afastados do pder. Alguns, eventualmente, têm até vindo a sentir dificuldades perante um governo PS com maioria absoluta pela primeira vez na nossa história democrática.

Não me custa pois a acreditar que haja forças de pressão no sentido da "recriação" do Bloco Central.

A mim custar-me-á muito casoa conteça. É um retrocesso enorme. É como se voltássemos atrás num livro porque não percebemos determinada passagem. E essa passagem era tão clara...

Se o PSD optar por esta estratégia apra mim só tem um significado político: a vitória de Manuel Ferreira Leite foi a vitória da resignação, da falta de ambição, da incapacidade de afirmar uma alternativa e da falta de vontade de mudar de políticas.

Todo o país democrático precisa de uma oposição forte, atenta, vigilante e liderante. Isso impulsiona a actividade governativa, gera ideias, conteúdos capazes de reformar de mudar para melhor. O Bloco Central é tudo o contrário. Não se afirma uma ideia porque pode criar desconforto num dos partidos, não se tem uma política fracturante, apenas se gere...

O Bloco Central serve os que defendem a alienação, serve quem não tem ideologia e quer apenas servir-e a si e aos seus, serve uma estabilidade encapotada num falso pluralismo.

Espero que não se concretize. A bem do PSD e de Portugal.

Guilherme Diaz-Bérrio disse...

Calma... Mas já alguém ouviu MFL falar em acordos de "bloco central" para o quer que seja?

O Luis disse-o e muito bem: alguém já a ouviu dizer que é isso que vai acontecer? E desde quando é que o Marcelo é o Porta Voz do Partido?!

Foi uma opinião pessoal dele, e na realidade até foi no seguinte sentido: haveria interesse de alguns sectores em que isso acontecesse. Ele não disse que MFL o queria fazer...

Filipe de Arede Nunes disse...

O povo é sereno!
Vamos aguardar, embora eu ache importante que fique já a chamada de atenção.
É por vezes pelo facto de se discutirem alguns cenários hipotéticos que eu as decisões não se tomam. Chamem-lhe pressão...
Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes

Anónimo disse...

Filipe fizes te me lembrar o celebre discurso do Pinheiro de Azevedo em pleno PREC na praça do Comércio - "o povo é sereno, o povo é sereno, tenham calma..." lol

jfd disse...

Hoje deu-me boleia um amigo comuna.
Que me dizia;


Então que se passa com a tua Manela Azeda-o-Leite?
Anda calada ninguém se lhe ouve nada!
Anda por Londres não é?
Também, se cá tivesse, o que teria para dizer?
Ela e o Sócrates são farinha do mesmo saco... Para onde vai um, a outra vai atrás...
Ainda por cima agora, que o Sócrates está à beira dum precipicio, com o Harmónio lá em baixo a puxâ-lo com toda a força, era só preciso à Azeda-o-Leite dar o golpe fatal cá de cima...


Excusado será dizer que este rapaz é fã da Mandala ;))))

Carlos Carvalho disse...

Com isto... como imaginam a campanha de 2009? lol...

Anónimo disse...

Ao estilo:

MFL - "O Zé é um fofo! Sabe bem o que faz e fez tudo aquilo com que sempre sonhei! Votem em mim, eu estou com ele!"

JS - "A Nelinha é uma querida. Ela ajuda-me muito neste dificil caminho. Ela apoia-me, dá-me razão. Ela unifica o país às minhas ideias. Votem em mim, ela está comigo!"

Bruno disse...

O que vale é que eu convivo com comunas demasiado de perto para lhes achar assim tanta piada...

Bruno disse...

Sobre esta conversa do Bloco Central, tenho a dizer o seguinte:

Marcelo tem um poder fantástico de por toda a gente a discutir em cima dos seus bitaites...

Manuela Ferreira Leite, ao que parece, mostrou-se disponível para "alguns acordos com o PS". Ora, daquilo que conheço da nossa Presidente, ela não iria dizer isto para depois dizer que estava disponível para "plataformas de entendimento" e depois para "coligações e depois ainda para se por a formar Governo com eles...

Assim, penso que se ela diz isto é porque é para isto que está disponível e nada mais! E uma coisa (acordos) é bem diferente da outra (Bloco Central).

Por outro lado, tenho a impressão que este fim de semana vai haver uma coisa ali para os lados de Guimarães onde é capaz de ser apresentada uma Moção de Estratégia Global que dirá qual é o projecto de Manuela Ferreira Leite. Estarei enganado?

Eu votei em Manuela Ferreira Leite e confio nela. Compreendo que os que não votaram estejam cheinhos de vontade que ela meta a pata na poça ou que lhes dê razões para a criticarem (bem, que belos militantes estes mas isso já é outra história...).

Também compreendo que os que votaram nela fiquem preocupados mas eu não vendo a minha convicção assim tão barata e não é por Marcelo espirrar que me constipo. Professores Bitaites há em todo o lado ;) O nosso só é um bocadinho mais inteligente, hehe!

Bruno disse...

Também poderia dar a minha opinião sobre as implicações de um possível Governo de Bloco Central mas isso farei quando achar que é caso disso.

Isto não é desrespeito pelo post do Diogo. Bem pelo contrário. Até porque vou responder à pergunta dele: Não, Diogo. Não está tudo louco mas há uns quantos malucos que vão atrás da saudável insanidade de MRS ;)

Anónimo disse...

Por princípio sou contra o governo Bloco Central.

Mas nunca serei cegamente contra: tem as suas virtudes e necessidades, como no caso da Alemanha (CDU-SPD).

Eu prefiro situações clarificadas. Prefiro que um dos grandes partidos esteja na oposição.

O que temos são leituras: dos jornalistas e de MRS. E as nossas ;)

Leituras feitas no ar, sem qualquer fundamento nas acções de MFL.

Diogo Agostinho disse...

Eu sou contra no príncipio, no meio e no fim!

FNL disse...

Antes 'Bloco Central' que 'Bloco de Esquerda'...

Paulo Colaço disse...

Vai longo este tema e a melhor forma de entrar nele é postando aqui uma troca de opiniões com Duarte Calvão, do Corta-Fitas.


A - O POST

Coisas que eu sei
Sei, de fonte segura, que Manuela Ferreira Leite já está a preparar com José Sócrates o futuro governo do Bloco Central, ainda dependente do resultado das eleições de 2009, nomeadamente no que diz respeito à distribuição das pastas mais importantes e do próprio cargo de primeiro-ministro, embora altos responsáveis próximos dos dois líderes considerem “provável” que eles se revezem no cargo ao longo do mandato. O próprio Cavaco Silva, segundo as mesmas fontes, terá já concedido o seu beneplácito a esta solução, dado o agravamento da crise económica e social do país, tendo consultado vários empresários, banqueiros, politólogos, bispos e o Vasco Pulido Valente, que terão “compreendido bem” que o único caminho a seguir é este.
Porém, depois do estrondoso fracasso que teve no congresso de Guimarães, em que não conseguiu arrancar urros de entusiasmo aos delegados, não apresentou o seu programa de Governo e ficou rodeada de “segundas escolhas” nos órgãos dirigentes, Ferreira Leite não deverá ter vida fácil até às eleições de 2009. Além de Passos Coelho, cujo programa liberal é compreendido por um número crescente de militantes laranja, a nova líder terá que enfrentar uma tendência poderosa entre os sociais-democratas que propõe que se decrete o fim do partido, abrindo um novo com sede na Av. da Liberdade.
Enquanto a situação não se define, há já cargos no futuro governo do Bloco Central com destino assegurado, que mereceram a concordância das direcções social-democrata e socialista. Assim, Augusto Santos Silva continuará com os Assuntos Parlamentares, mas caberá a Pacheco Pereira a tutela da Comunicação Social, sendo já certa a privatização da RTP. António Borges será o novo homem forte da Economia, tendo Manuel Pinho como secretário de Estado da Indústria. Na Agricultura, mantém-se Jaime Silva, sendo Sofia Galvão o nome mais falado para a secretaria de Estado das Pescas. Rui Rio poderá ocupar a Administração Interna ou a Justiça, com Alberto Costa como número dois. Nomes como Morais Sarmento, Paulo Rangel e Aguiar-Branco, por parte dos “laranjas”, e Pedro Silva Pereira, Mário Lino e Rui Pereira, por parte dos “rosas”, são também dados como certos no futuro elenco governamental, não se sabendo ainda que cargos irão ocupar.


B - A MINHA RESPOSTA:

Permite que faça umas perguntas?
1 - Como se revezariam eles no “cargo ao longo do mandato”?
- Um seria Vice-PM e o outro suspenderia a espaços?
- Fariam cair os respectivos governos e o PM empossaria de novo todos os Ministros, mudando apenas o PM?
- Quantas vezes aconteceria isso durante o mandato?
2 - Cavaco consulta-se com VPV regularmente?
3 - Em quantos Congressos do PSD se lembra de líderes terem apresentado programas de Governo?
4 - Falou em segundas escolhas de MFL para órgãos dirigentes. Rui Rio foi sempre apontado como 1º Vice. Marques Guedes foi seu director de campanha. Mota Pinto foi mandatário. Aguiar-Branco disse sempre que recuaria se MFL avançasse. António Borges faz parte do seu “grupo” há algum tempo. Estes são os seus homens fortes (vices e secretário-geral). Como podem ser segundas escolhas? Mesmo nos vogais, ali estão apoiantes directos nesta campanha.
5 - Quanto à sede na Av. da Liberdade, trata-se da ideia que germinava no estertor menezista?
6 - Manuel Pinho Secretário de Estado? De Borges?! Plausível, sem dúvida. Mas sob sedativos ou hipnose?

- Desde a história da vichyssoise que sabemos ser arriscado dar ouvidos a tudo quanto se ouve…


C - DUARTE CALVÃO RESPONDE

Caro Paulo Colaço,

Claro que respondo às suas pertinentes perguntas. Em Belém, segundo as mesmas fontes, estuda-se um método justo, arbitrado por Nunes Liberato, de sortear entre Ferreira Leite e Sócrates quem ocupará, a cada ano, o cargo de primeiro-ministro.
Cavaco sabe que tudo o que VPV prevê acaba por se cumprir, por isso, telefona-lhe frequentemente a pedir orientação.
Os congressos do PSD são conhecidos pela riqueza do debate ideológico. As primeiras escolhas de Ferreira Leite eram Marcelo, Alberto João e eu próprio, que não aceitei por motivos pessoais. Além da Av. da Liberdade, outra hipótese com muitos defensores é a que a sede se localize na General Roçadas.
Borges e Pinho, como é sabido, costumam conversar e entendem-se sempre.
Acrescento que hoje, pessoas bem informadas como eu, sabem a história da vichyssoise não era verdadeira. A sopa em questão era creme de cogumelos.


D - E EU DIGO

Parece-me tudo muito estranho.
Eu não assinaria em baixo da maior parte daquilo que afirma mas:
a) se todos soubessemos tudo
b) e se nunca o absurdo nos apanhasse na curva
então esta vida não teria surpresas, o que seria um aborrecimento.

Saudações Psicóticas

jfd disse...

** Sem reacção!

Bruno disse...

Não tinha a ideia de que o Corta-Fitas fosse um blogue ao estilo do Puro Nonsense...