sexta-feira, agosto 08, 2008

Quarteira ou Castelo de Vide?

A recusa de Manuela Ferreira Leite em estar presente na tradicional Festa do Pontal está a gerar polémica, com o ex-dirigente Ângelo Correia a acusar a líder do partido de "abandonar os militantes". Críticas rejeitadas pelo coordenador da Universidade de Verão do PSD, Carlos Coelho.
"Não estamos a falar de um líder qualquer, mas de um candidato a primeiro-ministro. A imagem que se quer é a de um debate político profundo, como acontece na Europa democrática, e não de um líder aos pulos num comício", afirmou ao CM Carlos Coelho.
O eurodeputado sublinhou que "sempre houve uma certa tensão com a distrital do Algarve, que quer voltar a fazer da Festa do Pontal a rentrée do PSD". A Universidade de Verão passou a marcar a reabertura do ano político com Durão Barroso.
O organizador da festa, Mendes Bota, garantiu ao CM que não encara como "discriminatória" a ausência de Ferreira Leite, até porque, assegura, "está a trabalhar para o partido". Por isso, Pedro Santana Lopes, Pedro Passos Coelho e Luís Filipe Menezes não foram convidados para a festa.
(...)
Confesso que gosto desta postura. Aliás é algo que JPP defende há algum tempo; o líder virado para fora e não para dentro. Até me recordo de ter discutido este assunto com alguns psicóticos e ter tido a repulsa do costume. Será interessante saber as opiniões agora...
Que opinam senhoras e senhores?

43 comentários:

Anónimo disse...

Acho que CC tem toda a razão, políticos não são aqueles das festas e dos pulos. Mas, também não são aqueles dentro dos gabinetes em Lisboa.

Um político deve equilibrar estas duas "variáveis". Deve estar sempre próximo do povo, mas também não deve passar a vida em festas e feiras.

Penso que era importante MFL ir ao Pontal. Não sei porque não vai. Imagino que seja por causa do PSD Algarve. Mas isso é uma questão menor.

Ou será que MFL deixa de ser uma boa candidata a PM se não for ao Pontal?... é que parece ser isso que as TV's querem fazer transparecer.

Mas isto só vem por causa da falta de assunto para noticias. Vão ver que agora com o assalto ao BES, deixa de se falar nisto.

Anónimo disse...

MFL não vai pelo que defendeu durante toda a sua campanha: não faz política-espectáculo. E a festa do Pontal é isso mesmo.

Outros líderes haverá que estão no Pontal como peixe na água... MFL não.

Não a faz melhor, nem pior. Mas o que eu acharia estranho é que MFL fosse :)

xana disse...

Porque é que a Festa do Pontal é política espectáculo?

E mais, quem é que vocês acham que vai às urnas e dá a vitória aos partidos? Os senhores engravatados?

Ignorar as pessoas que vão ao Pontal e que queriam ouvir um discurso político, quem asbe de esperança pelos dias dificéis que correm, deparou com uma líder snob, que prefere o elitismo de Castelo de Vide, onde estão os futuros quadros do país, aos "reles" militantes e simpatizantes do PSD que vão ao Pontal todos os anos.

O PSD não pode ter esta postura e acho que foi muito infeliz esta opção.

Polvo disse...

Eu não perebo é porque é que a Presidente do Partido não está presente nos dois eventos.

São muito importantes eventos como a Festa do Pontal, mais a mais quando se aproxima um ano de várias eleições e é necessário cativar e animar os militantes para as batalhas que se avizinham.

No fundo acho mesmo que é mais da politiquice do costume. Como Mendes Bota foi apoiante de Santana Lopes e Luís Filipe Menezes e agora ganhou as eleições para a CPD ao enviado oficial da CPN Macário Correia é uma forma de retaliar... Sempre positivo para a tão propalada união do Partido!!

Anónimo disse...

O Pontal é uma festa, em que já há muito que os líderes do partido deixaram de ir.

Já foi uma referência, já foi a nossa rentrée, mas deixou de o ser quando o PS e o PSD se aperceberam que esta rivalidade a contar cabeças para ver quem ganha era política "fraquinha".

Já foram ao Pontal? É uma magnífica festa, de comes e bebes. Não é um evento político.

Conhecendo MFL, vendo a atitude dela e o discurso dela em campanha e depois de vencer as eleições, não percebo qual é a surpresa.

Ela avisou logo que não iria ao Chão da Lagoa e que só falaria em Setembro na UV.

E não polvo, não é politiquice roufenha com Mendes Bota. Por vontade de MFL, Macário Correia nem sequer era candidato à Distrital.

Agora, a política faz-se de outra maneira neste partido ;)

jfd disse...

Engraçado Polvo... Deste-me um ponto de vista diferente da coisa com esse teu comentário...

Esperemos mais opiniões!

Nuno Gonçalo Poças disse...

Ainda há a questão de Ângelo Correia ter dito que ia à Festa do Pontal substituir MFL por causa do vazio que se tinha criado... E isto já me causa cólicas que chegue.

Agrada-me que MFL não vá à Festa: a expressão de Carlos Coelho vai precisamente ao encontro do que penso.

Temos é de começar a pensar se este tipo de acontecimentos continua a fazer sentido no PSD e se as Comissões Políticas devem continuar a pactuar com elas ou não. E quem diz Pontal, diz Chão da Lagoa...

Nunca fui à Festa do Pontal, mas como alguém aqui disse, aquilo sempre me pareceu um óptimo arraial e um péssimo acontecimento político. E, atenção, isto não é o PSD a fugir ao povo, como alguns por aí dizem. É, antes, o PSD a adoptar uma postura de seriedade e lucidez.

P.S.: Embora possa reconhecer que se tratam de coisas diferentes, alguém me ajuda a distinguir a Festa do Pontal da famosa festa da Jota na Figueira da Foz? É que se forem idênticas, começo a achar MFL um pouco contraditória...

Guilherme Diaz-Bérrio disse...

Vou adoptar uma postura JFD'eana:

Bah! Estamos mesmo na Silly Season!

Agora batemos na MFL por ela não ir a um arraial no Algarve no meio de Agosto?

Revejo-me na integra nas palavras do Carlos Coelho!

Anónimo disse...

Eu vejo a diferença: uma é o aniversário de uma estrutura autónoma, que como aniversário é uma festa; outra é um "evento político" que É uma festa. :)

Mas a principal diferença é teres um deputado do PSD a cantar

lololololololololololololol

A parte musical estará a cargo do Duo TGV Sax, terminando a edição 2008 da Festa do Pontal em apoteose, com um concerto por Nuno da Câmara Pereira.

http://www.avozdequarteira.com/index.php?id=52686

Nuno Gonçalo Poças disse...

Não queria falar muito sobre isto, mas...

Nélson,

entendes que uma festa de praia para comemorar o aniversário de uma estrutura como a JSD é salutar? É que, bem vistas as coisas, também me soa a demasiado folclore e a pouco conteúdo...

Anónimo disse...

Este ano foi na praia, no ano anterior foi um jantar no mercado da ribeira, há dois anos foi numa praia fluvial, no ano antes desse...

A JSD é uma organização de juventude, e o seu aniversário tem sido uma festa o mais próxima possível dos parâmetros que regem as nossas festas, as de todos os jovens.

Como seria a minha festa de aniversário da jsd: prémios que distinguissem o trabalho de militantes e de secções; sessões de debate; um arraial nocturno... mas eu não sou ninguém.

E depois: os prémios seriam, infelizmente, facilmente politizados; as sessões de debate provavelmente estariam às moscas; o arraial nocturno era capaz de funcionar ;)

Talvez para o ano!

Dri disse...

No meio de tantos comentarios e opinioes divergentes, duas notas: acho lamentavel que MFL não vá a festa do pontal. Não nos podemos esquecer que 2009 está a caminho.
Quanto a festa do Pontal, é espectaculo ou é politica ou é festejos? Né já concordei muitas vezes contigo e vejo em ti uma pessoa cheia de capacidades mas neste caso tenho de concordar como o nuno gonçalo poças. Se olhamos para a festa do pontal através de uma perspectiva festivaleira, também temos de ter a mesma atitude em relação a festa de aniversario da jsd.

Nuno Gonçalo Poças disse...

"A JSD é uma organização de juventude, e o seu aniversário tem sido uma festa o mais próxima possível dos parâmetros que regem as nossas festas, as de todos os jovens."

A questão é saber se a JSD se deve aproximar dos parâmetros dos jovens de hoje, se deve criar novos parâmetros. E o que eu vejo é que a Jota não cria grande coisa...

Mas eu também gostava que a JSD fosse a maior juventude partidária do país por ter os melhores quadros, as melhores ideias, as melhores propostas, etc. Não gostava que a JSD fosse um aglomerado de militantes "de sacola", de cabeças ocas e facilmente mainpuláveis...

Ao menos vão-se salvando umas raras excepções. Pena que se traduzam em coisa nenhuma.

Desculpem lá o desabafo...

Bruno disse...

Uma nota prévia: Poças, gosto muito de te ver por cá! Tenho visto que andas a dedicar uma boa parte do teu tempo ao Psico e espero que o dês por bem empregue. Não tenho acompanhado todos os teus comentários por falta de tempo mas confio que também já andes por aí a espalhar a tua psicose ;) Um abraço, Amigo!

Sobre este assunto, devo dizer o seguinte:

- MFL definiu que iria fazer o discurso de rentrée na Universidade de Verão. Nada de estranho pois tem sido o costume dos últimos anos. Na minha opinião bem! É uma ocasião adequada a um discurso deste género.

- Não quer isto dizer que o líder do PSD não participe noutro tipo de acontecimentos, incluindo festas. Mas também não quer dizer que participe! Não é obrigatório ir a todas e a agenda deve ser gerida de acordo com a estratégia defenida.

- A festa do Pontal é uma festa local. É organizada pela Distrital de Faro e, como tal, o líder nacional pode ou não participar. Eu acharia bem que, sendo um evento com impacto, houvesse um dirigente nacional a participar. MFL e a sua Direcção não acharam e aí eu não concordo com eles!

- Comparando com a festa da JSD. O aniversário da Jota é um evento que - apesar de festa - tem um carácter institucional. É um aniversário! Para além disso, foi ainda antes da chamada silly season e por isso Manuela Ferreira Leite achou talvez que não seria ainda altura de silêncios.

Para terminar: acham mesmo que é uma falta de respeito?!?! Dri, Xana e quem emitiu essa opinião, não me parece que seja caso para tanto! A líder do Partido até apoiou reforçadamente esta festa, isto nas palavras do próprio Mendes Bota. Nem ele faz tanta "farinha" por isso não percebo a indignação de Ângelo Correia e alguns amigos que aqui comentaram...

Nuno Gonçalo Poças disse...

Bruno,

a minha discussão era já outra, em relação ao aniversário da Jota. É que precisamente por se tratar de um evento institucional, não me parece correcto nem sério que se tenha celebrado o aniversário de uma estrutura como a JSD na praia - a fazer sabe Deus o quê! Eu acho que isso é folclore...

Não me choca nada que MFL não vá ao Pontal nem estranho que nenhum dirigente nacional lá se desloque. Como já aqui disse, Pontal, Chão da Lagoa e afins são coisas que gostava de ver enterradas.

Não seria por aí que os dirigentes nacionais não comunicariam com as "bases" (céus, o que eu odeio esta expressão!), nem seria por esse motivo que a mensagem do partido deixaria de passar.

P.S.: Outro abraço para ti, amigo Bruno. Há que tempos não te vejo...

Anónimo disse...

Não vejo o mal de haver "folclore" em aniversários das estruturas do partido. O eleitorado esta Cansado de institucionalismos. Aliás, estamos todos! E uma festa da JSD na praia, com actividades e mensagens para os jovens é algo de salutar e de agradecer a quem tanto trabalho teve no evento.

MFL faz bem ou mal? Ir ou não ir à festa do Pontal? Por princípio acho que o lider do PPD/PSD deve estar em todas as actividades de relevo do partido. Se a lider não entendeu por bem ir, é com ela. No entanto acho que alguém da sua CP deveria marcar presença em representação da direcção do partido.

No entanto fico triste, aborrecido e "snif-snif", com as declarações de Ângelo Correia, a fazerem lembrar a "incontinência verbal" de Menezes. Por favor, já chega...

Nuno Gonçalo Poças disse...

"O eleitorado esta Cansado de institucionalismos. Aliás, estamos todos!"

Não acredito que isto seja verdade. Aliás, se não estamos, devíamos estar todos cansados é de tanto folclore!

Temos de criar consensos: nem o folclore, nem o "cinzentismo" excessivo. Que é como quem diz, nem fechados na São Caetano ou em São Bento, nem a comer couratos e sardinhas e a dançar o corridinho no Pontal. É por isso que a rentrée na UV é saudável. Porque não é nem demasiado institucional nem demasiado circense.

Quanto à Jota, volto a dizer: uma juventude partidária não se pode limitar a guiar-se pelos parâmetros da juventude em geral. Tem, antes, de criar esses mesmos parâmetros. E o que tenho visto nos últimos tempos (anos largos, diga-se) é uma JSD enquanto organizadora de eventos e escola de formação de gente que não sabe pensar pela própria cabeça. Isto quando ao menos pensa...

Anónimo disse...

Nuno, concordo quando dizes que "Temos de criar consensos: nem o folclore, nem o "cinzentismo" excessivo" e que assim sendo, a UV é um marco desse mesmo mix saudavel.

Quanto ao racio de folclore ou institucionalismo, já não concordo tanto contigo...

jfd disse...

Eu continuo parvo com o dualismo de opiniões, com a contradição, e o alterar de enquadramento dos assuntos ao sabor do que dá mais jeito.

jfd, e o incoerente sou eu?

Anónimo disse...

Mais atenção à critica. Onde está a contradição jfd??? Eu não apelo ao fim dos institucionalismos na actividade partidária, apenas digo que o eleitorado está cansado dos mesmos. É o que sinto. Não nego que possa haver um equilibrio entre "festa e coisas mais sérias" e por isso concordei com o Nuno.

Não fiz, não faço, nem farei um "jeito" a ninguém ao sabor dos demais enquadramentos.

Quanto às tuas incoerências, a existirem, não me dizem respeito Jorge, nem me irás ver escrever sobre elas ;)

jfd disse...

Ó Luís, obviamente que não era para ti o comentário :P
Calhou, por ter ficado quase 5 horas a ver a emissão de Pequim, ter ficado após o teu!
:P

José Pedro Salgado disse...

Sinceramente, acho que esta polémica está a ser mais prejudicial para o PSD do que a recusa propriamente dita.

MFL e o PSD têm uma estratégia de comunicação de acordo com o que melhor se adequa à candidata a PM em 2009. E essa estratégia nem tem nada de inovador.

Pesam-se as aparições, medem-se os silêncios, e assim se consegue fazer passar uma boa mensagem.

Na minha modesta opinião, esta é das alturas em que as estruturas do partido devem estar unidas no sentido de ter confiança no líder. Senão veio ou não fez, um bom motivo há de ter.

É o contrário é que causa desunião.

jfd disse...

Sabias palavras José.

Unknown disse...

Admito, que estou perplexo com alguns dos comentários aqui produzidos. MFL comete um erro ao não ir à festa do Pontal. Festa esta que é a maior da distrital de Faro, e como tal a melhor oportunidade dos militantes locais ouvirem o que MFL tem a dizer ao partido. Sim, é um arraial, é uma festa popular, nada elitista e brutalmente saloia, mas admitamos que também o são a grande maioria dos militantes e do eleitorado.

É óbvio que MFL não vai à festa do Pontal porque Mendes Bota lidera o PSD Algarve, e ao aumentar a contribuição financeira do PSD nacional para esta festa, consegue calar os potenciais críticos locais. Quanto a mim esta encenação, desprestigia uma festa que marca o PSD Algarve. Pergunto, se durante as próximas eleições legislativas, MFL não necessitará dos mesmos militantes a percorrem tudo o que são festas populares (e ainda mais saloias diga-se) a tentarem promovê-la.

Quanto à famosa gestão de silêncios, é uma táctica acima de tudo arriscada. Toda a gente percebe, que ao estar calada, e ao estarmos perante uma crise económica aguda e duradoura, pretende que Sócrates e o seu governo se enterrem sozinhos. No entanto, demasiado silêncio, torna a mensagem de vazio de ideias demasiado fácil de passar ao eleitorado. Recordo que Guterres caiu quando toda a gente acreditava que ele nada fazia, que era incompetente, e que estava calado.

cumprimentos

xana disse...

jfd só faltas ser Gémeos e do grupo amarelo da uv porque de facto... também passei essas 5 horas a ver a cerimónia de Pequim! ehehe

Bem, continuo a achar o mesmo caro Bruno, ainda que perceba a tua posição e a respeite. "quem é que vocês acham que vai às urnas e dá a vitória aos partidos? Os senhores engravatados?"

E a tentativa frustrada de justificar a festarola da JSD na Figueira... não vale a pena! As coisas são o que são e ainda que algumas dependam da perspectiva, essa não é certamente uma delas!

Voltando à vaca fria, MFL esteve mal, CC também não foi feliz, parecendo até um pouco snob na sua declaração, até porque ele é o Reitor da UV, excatamente o acontecimento que MFL escolheu, por isso, deveria ter mantido o silêncio.
Ãngelo Correia tem razão em muito do que diz, mas pôs-se de bicos de pés. Não esperava isso.

Que é que se safa no meio disto tudo?

Pois...

Anónimo disse...

Much ado about nothing

MFL decidiu não ir ao Pontal. Não é a primeira vez nem há-de ser a última que um líder não lá vai.

Silly season no seu melhor.

Quanto à participação na festa da jota: já disse qual era a minha opinião.

jfd disse...

MFL decidiu não ir ao Pontal. Não é a primeira vez nem há-de ser a última que um líder não lá vai.

Podes elucidar a audiência nesses factos históricos por favor? Confesso que desconheço...

Xana sou de um dia tão bom, que o teu prez decidiu nascer nesse dia também ;)) E sim, fui do Magnifico Grupo Amarelo de 2005 ;)

xana disse...

Ahahah

Também és dos bons!

De facto, decidiu não ir. Muito bem. Porquê?

Se conseguirem apresentar uma razão sem ofender os militantes aos pulos do Algrave go ahead...

Anónimo disse...

jfd,

Já disse antes quando os presidentes do PSD deixaram de ir: a partir da época Guterres. Cito de memória.

Xana,

Remeto para o que disse o Bruno e o Salgado. Eles já o expuseram.

Paulo Colaço disse...

Notas telegráficas sobre este assunto:

- MFL não foi ao Pontal. Não há surpresa. A sua campanha não teve jantares, festa, discursos de púlpito. Nada. Apenas sessões de esclarecimento, cara a cara com os militantes. Se ela fosse ao Pontal eu estranharia.

- Barroso convidou o Carlos Coelho para organizar a UV como novo modelo de reentre para o PSD. O modelo de comício estava gasto e o então líder queria aproximar a nossa reentre às reentres europeias.
De lá para cá todos os líderes preferiram dar relevância à UV em detrimento de outros eventos de início de “hostilidades”.
MFL segue nessa esteira.

- Mendes Bota quer voltar a fazer do Pontal a reentre do PSD. Está no seu direito. MFL quer gerir ela mesma a sua agenda. Tem esse direito. E também está no direito dos que não apoiaram MFL criticar a opção da líder, como criticarão tudo nela. Se MFL usar blusa laranja na próxima intervenção pública, dirão que deveria usar amarela. É um direito que lhes assiste.

- Ângelo Correia quer substituir MFL? Por mim nada a opor. Teria piada vê-lo de tailler cinza. Mais difícil será vê-lo com serenidade, credibilidade e humildade, coisas que a idade já lhe deveria ter dado.

- Há quem diga que não ir à festa do Pontal é erro. Que todos os erros de MFL sejam deste tipo: ser ela mesma. Quem não gostar que critique. É um direito que a própria defende. E com a certeza que não sairá a chorar...

Margarida Balseiro Lopes disse...

Inacreditável é o folclore que está a ser feito em torno desta questão. Até Carlos Coelho já aqui é atacado por declarações feitas sobre, imagine-se, a Universidade de Verão e a rentrée laranja. Valha-nos o Pontal. :)

Como o Bruno bem refere, desde Barroso que se optou por fazer a rentrée do PSD na Universidade de Verão, numa clara manifestação da mudança dos tempos: estamos saturados da política-espectáculo. Há dois anos, Mendes também foi fortemente criticado por não marcar presença na Festa do Pontal. Deveremos mudar de atitude SÓ por estamos a um ano das eleições? É que se a resposta for afirmativa, esta é de um eleitoralismo grintante.

Lamento profundamente que ex-alunos da UV a classifiquem de elitista, não é essa a mensagem que “trouxe” de Castelo de Vide. Mas, são opiniões.

Este episódio vem demonstrar que estamos de facto na silly season. :)

jfd disse...

Paulo, muito boa reflexão telegráfica, factual. Foste ao ponto!

jfd disse...

Margarida escrevemos ao mesmo tempo ;)

jfd disse...

Santana Lopes defende que Ferreira Leite deveria ir à Festa do Pontal
13.08.2008 - 16h50 Lusa
O ex-líder do PSD Santana Lopes defendeu que Ferreira Leite deveria estar presente quinta-feira na Festa do Pontal, "junto daqueles que se dispõem a estar juntos pela bandeira partidária", acrescentando que o partido não é "só de universitários".

Num texto publicado terça-feira à noite no seu blogue, Pedro Santana Lopes considerou a Festa do Pontal "parte da tradição 'laranja'" e defendeu que "quem lidera [Manuela Ferreira Leite], para não ir, tem, obrigatoriamente, de ter uma boa razão".

"Até pode nem falar. Mas deve estar junto daqueles que se dispõem, numa altura tão difícil para mobilizações, a estar juntos pela bandeira partidária, com a história que simboliza e as causas que representa", afirmou.

"O PPD/PSD não é feito só de Universidades de Verão ou de Inverno. Nem só de universitários", acrescentou o antigo líder social-democrata.

No texto, intitulado "Os gostos das lideranças", Santana Lopes refere que a festa organizada pelo PSD-Algarve "'não cai no goto' da nova liderança".

O social-democrata revelou ainda que, apesar de ter sido convidado, não irá ao Pontal.

"Gostava, mas não vou poder ir", lê-se no texto.

Na semana passada, Ângelo Correia, antigo ministro da Administração Interna e apoiante de Passos Coelho nas últimas directas do partido, acusou a líder de estar "a criar um vazio no PSD".

Na altura contactado pela Lusa, o PSD não quis responder às críticas de Ângelo Correia, mas fonte próxima da direcção desvalorizou a polémica, frisando que o Pontal "já não é a festa da 'rentrée'" do PSD mas apenas a festa de uma distrital.

A Festa do Pontal, que sofreu um interregno de sete anos, entre 1998 e 2005, ocorre a 14 de Agosto, em Quarteira.


http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1338867&idCanal=23

jfd disse...

PSD em 'standby' contra os sempre em festa

FRANCISCO ALMEIDA LEITE

Pela primeira vez na história recente do PSD, um líder não vai nem se faz representar na popular Festa do Pontal, no Algarve. Avessa a populismos, Manuela Ferreira Leite tem passado o mês de Agosto em silêncio e promete só falar na Universidade de Verão, em Setembro
A ausência de Manuela Ferreira Leite da Festa do Pontal, que o PSD/Algarve organiza hoje à noite em Quarteira, está a ser mal recebida junto dos sectores próximos de Pedro Passos Coelho e de Pedro Santana Lopes, os dois candidatos derrotados nas directas de 31 de Maio e que, juntos, representam cerca de 60% do partido.

"A pior coisa que podia acontecer ao PSD era não estar ninguém com dimensão nacional nesta festa. O Pontal é, e sempre foi, uma festa de expressão nacional, pelo que não se pode circunscrever aquilo a uma dimensão local", diz Ângelo Correia ao DN. O ex-presidente da mesa do congresso e um dos mais destacados apoiantes de Passos Coelho vai ser hoje o orador principal da festa, falando depois de Mendes Bota. "Aceitei porque tinha que aceitar, sou um fundador, tenho especiais responsabilidades", acrescenta Ângelo Correia.

Já Pedro Santana Lopes optou por escrever um post no seu blogue pessoal, onde estranhava que Ferreira Leite não tivesse optado por estar "junto daqueles que se dispõem a estar juntos pela bandeira partidária". Numa crítica directa ao facto de a presidente do PSD só ter programado a sua rentrée política para o encerramento da Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide, no dia 7, Santana Lopes atirou: "O PPD/PSD não é feito só de Universidades de Verão ou de Inverno. Nem só de universitários". Para o antigo primeiro-ministro e ex-líder parlamentar, a Festa do Pontal faz parte da "tradição laranja", pelo que "quem lidera, para não ir, tem, obrigatoriamente, de ter uma boa razão."

A razão é desconhecida publicamente, mas Manuela Ferreira Leite fez saber que pretende ir a Castelo de Vide, em Setembro, evitando a festa populare e privilegiando a companhia dos jovens universitários, que também ouvirão Pacheco Pereira, António Vitorino (do PS), Armando Marques Guedes (do Instituto Diplomático), António Borges, Alexandre Relvas e Pedro Passos Coelho, todos convidados.

A recusa em ir até Quarteira segue uma linha que tem sido seguida por Ferreira Leite, ausente da Festa do Chão da Lagoa, na Madeira, e de outras iniciativas do género. Como sintetizou o eurodeputado Carlos Coelho: "Não estamos a falar de um líder qualquer, mas de um candidato a primeiro-ministro. A imagem que se quer é a de um debate político profundo, como acontece na Europa democrática, e não de um líder aos pulos num comício." Mendes Bota, deputado e líder do PSD/Algarve, foi um dos mais notórios apoiantes de Santana Lopes nas directas. E não gostou da ausência da líder do PSD, afirmando que "os líderes passam, mas festa continua". De facto é assim. No ano passado, Luís Marques Mendes e Luís Filipe Menezes foram os dois à festa, em plenas directas, com o segundo a conseguir um empurrão importante para a vitória em Setembro. No ano anterior, Marques Mendes não pôde ir, mas fez-se representar por Eduardo Azevedo Soares, o seu primeiro vice-presidente. Desde Cavaco até Mendes (Menezes só teve o seu Pontal como challenger, não como líder) que a festa teve honras de rentrée. Perdeu importância com Marcelo Rebelo de Sousa, que a trocou por Celorico de Basto, e com Durão Barroso, que lançou as universidades de Verão. Mas nunca deixou de ser uma festa e de ter um representante da direcção. Até hoje.

Nos bastidores há quem garanta que a atitude de Ferreira Leite só a afasta das bases e a coloca num mundo à parte no PSD, o das elites. Certo é que Quarteira será palco de todas as conversas contra o statu quo.


http://dn.sapo.pt/2008/08/14/nacional/psd_standby_contra_sempre_festa.html

jfd disse...

Pontal. Manuela Ferreira Leite faltou à festa organizada pela distrital de Faro do PSD. No Calçadão de Quarteira, várias foram as vozes que lamentaram que a líder não se tivesse deslocado para o meio do povo. O DN ouviu vários militantes do PSD presentes na Festa do Pontal, abandonados pelas cúpulas do partido
"Não ligo muito à política, mas calhou esta noite vir a esta Festa do PSD. Gostei. Nunca tinha estado neste sítio". Depois de ter assistido, no final, ao espectáculo de Nuno da Câmara Pereira, que "há muito tempo não ouvia", Teresa Castela apontou ao DN "dois momentos marcantes" da Festa do Pontal, na quinta-feira à noite, em Quarteira: a intervenção do líder do PSD/Algarve, Mendes Bota, que "disse certas verdades sobre o PS" e o discurso de Ângelo Correia, o qual "puxou muito pelas pessoas, apelando à unidade do partido".

Residente em Portimão, Teresa Castela só não gostou da ausência de Manuela Ferreira Leite, considerando que a presidente social-democrata "devia dar a cara". "Achei uma falha não ter vindo depois de ter sido eleita há pouco tempo para o cargo. Gosto de a ouvir e acho-a uma senhora que mantém um certo respeito. Quando estava no Governo era um bocado rígida. Hoje também é. É séria demais", notou.

Pela primeira vez presente na Festa do Pontal, o arquitecto Jaime Sousa, de Lisboa, apreciou o que ouviu e viu, como por exemplo, o facto de "Mendes Bota e Macário Correia estarem juntos, apesar de terem sido rivais" nas recentes eleições para a Distrital de Faro. Por outro lado, observou, "há sempre a expectativa de a rentrée política no Pontal fazer um ponto da situação e uma viragem no começo do ano político, pelo que seria importante o novo líder do partido ter vindo a esta festa que uniu a família social-democrata. Mas o PSD não se vai ressentir".

Já Paulo Boto, militante há 25 anos, associa a falta de Ferreira Leite "um pouco à sua dificuldade em lidar com o povo, o que pode ser prejudicial ao partido". Para já, prefere dar-lhe "o benefício da dúvida" em relação ao futuro. Se a ausência da líder incomodou Paulo Boto, também não gostou que a maioria dos presidentes das câmaras "laranja" do Algarve não tivessem respondido à chamada na Festa do Pontal. "Isso é um mal do partido e dos presidentes de câmara, que urge combater o mais rápido possível. Porque estes só se lembram do partido quando vão a eleições", criticou Paulo Boto.

Enquanto numa mesa junto ao palco saboreava bacalhau com natas, Nuno Marques, vereador da Câmara de Lagos, fazia contas à vida do PSD devido ao não de Ferreira Leite em Quarteira.

Para já, está na expectativa como irá reagir a líder do partido quando a convidar para estar presente no lançamento oficial, em Outubro, da sua candidatura à presidência daquela autarquia. "Se for, estará com as bases e a manifestar abertura para contactar as pessoas. Caso contrário, penso que a estratégia é outra, com silêncio e distanciamento em relação às bases que são o partido.", disparou Nuno Marques.

Na sua perspectiva, foram criadas as condições para que, na Festa do Pontal, "se passasse para a opinião pública a imagem de que o partido estava verdadeiramente unido", com as pessoas "motivadas para pôr um ponto final nas lutas internas. Se a líder tivesse marcado presença, conciliaria praticamente todas as partes".

Por seu turno, Paulo Alentejano, de Faro, espera que Ferreira Leite, como "líder da oposição seja mais activa e interventiva para apresentar soluções perante os erros da governação do PS": "A grande dúvida de todos os portugueses é a sua capacidade para mobilizar o país para chegar a primeiro-ministro, numa altura em que José Sócrates está a cansar as pessoas. A nossa líder não embandeira em arco e sabe o que anda a fazer", concluiu.|

http://dn.sapo.pt/2008/08/16/nacional/faltou_a_senhora_mantem_certo_respei.html

Paulo Colaço disse...

Artigo muito interessante.

EP disse...

Já muito aqui foi dito pelo que a minha opinião não trará nada de novo á discussão. No entanto, após ler todos os comentários não a podia deixar de emitir.

Tanta agitação á volta desta questão faz-me lembrar a expressão" Muita parra para pouca uva!".
MFL não ir ao Pontal não é surpresa senão para aqueles que não acompanharam com atenção a sua campanha. Surpreendente, sim, seria, se por estarmos no Verão se tivesse deixado ir na onda!

Em tudo o mais, Margarida, concordo contido. São, de facto, lamentáveis algumas das opiniões aqui expressas por ex-UV.

jfd disse...

Interessante posição Elsa...

Lamentável é ver quem defende uma posição, não deixar que haja espaço para a outra... Que indignação tão pouco "nossa"...

Mas a que preço e por que razão se defende com tanto afinco determinada posição?

O que se passa?

Estou confuso!

Bruno disse...

Mais de uma semana depois do último comentário, venho ainda aqui dizer qualquer coisa até porque deixei a discussão a meio. Não me parece que valha a pena dizer muito mais até porque acho que as opiniões estão demasiado vincadas.

E creio que isso sucede porque estamos a deixar que o apoio a Manuela, Santana ou Passos tome conta das nossas posições.

Digo "estamos a deixar" para não estar a discriminar ninguém mas não consigo perceber como é que por um lado se defende o popularucho porque quem vota é o povo e por outro a JSD não pode fazer festa de aniversário...

Então esperem lá: o Partido que é suposto Governar este país daqui a um ano precisa é de organizar festas e sardinhadas. A sua organização de Juventude deve chegar aos jovens com comemorações de aniversário recatadas e se calhar dedicadas ao debate ou à formação política ou algo do género...

Será isto?

Paulo Colaço disse...

ehehe, a coerência anda pelas ruas da amargura.

Diogo Agostinho disse...

Chego bem tarde, mas não posso deixar de comentar.

Acho que uma simples ida de um Elemento da Comissão Política do PSD seria importante no Pontal.

Aguiar Branco ou António Borges bem que podiam ter lá ido. Não me parece que tenha de ser a Festa do Pontal, em pleno mês de Agosto, na Região mais procurada em tempo de férias dos portugueses, que seja o palco para Manuela Ferreira Leite aparecer.

Prefere a Universidade de Verão, tudo bem. Mas não custava dar um sinal. Um sinal de união. De apreço por uma Região, já que a festa é apenas agora "regional".

Não se trata de política espectáculo, de sardinhas, ou carne assada. Está em causa tratar bem os seus militantes. Independentemente de estilos, gostos ou lideranças.
Trata-se de contacto pessoal. E faz falta a pessoas como António Borges conviver com o militante anónimo. Penso eu.

Paulo Colaço disse...

Um comentário sereno e com sumo.