quarta-feira, agosto 13, 2008

A bela farda azul

Na passada terça-feira a GNR flagrou um assalto. Com os dois presumíveis assaltantes estava um menor, filho de um e sobrinho de outro.

No tiroteio que se gerou, o rapaz foi mortalmente atingido.
Até prova irrefutável em contrário, o benefício da dúvida (para mim) estará sempre com a polícia.

E mal estará a segurança num país quando a população olha para a polícia como a má da fita.
Se o agente teme pela condenação pública a cada acto seu enfraquece-se a autoridade do Estado e promove-se a vista grossa das polícias.

10 comentários:

Paulo Colaço disse...

Sou daqueles que defende os inquéritos e avaliações aos actos da polícia (a tiroteios e similares).
Têm, para mim, três objectivos:
- saber o que correu bem e mal, para melhorar a acção policial;
- apurar responsabilidades, em caso de actuação indevida;
- dar à opinião pública e aos agentes a consciência de monitorização dos actos, para que não haja abuso de meios.

Porém, o “in dúbio pro reu” não serve apenas o criminoso: também serve a quem o persegue.

jfd disse...

Para mim o facto de haver inquéritos à acção policial tem de ser encarado com naturalidade e sem histerismos.
Nesta história interessam os factos. E cada vez mais fico irredutível.
Já vimos como funciona a comunidade em causa. Sem lei nem roque, espalhando o medo por todos, até na autoridade.
Muitas das vezes os menores acompanham os pais. Não têm outra forma de ser, não aprenderam melhor. Que Deus tenha a sua alminha.
O pai da criança apresentou-se a tribunal com uma identificação falsa, e só depois de se ir embora é que foi o facto detectado e se verificou que era foragido de outra prisão.
Isto é vergonhoso.
Isto é a republica das bananas.
Assim como o GNR é arguido, quem é o arguido no caso do ladrão fugitivo?
De quem são as responsabilidades?
Quem trava esta comunidade?
Quando são inseridos na sociedade?

Mais uma vez pergunto, o que diz o meu partido? O que diz a minha jota?
Ou não têm nada que dizer?
Já sei... É Agosto, não interessa, o país parou.

Palhaçada.

jfd disse...

14 Agosto 2008 - 02h00

Tribunal de Loures: Bilhete de identidade falso ilude polícias e juízes

Pai continua em fuga

Outra vez apanhado a roubar, já em fuga de Alcoentre e sob a identidade falsa de José Júlio, em Fevereiro de 2007, Sandro enganou a Judiciária de Setúbal. Detido e interrogado, ninguém percebeu tratar-se do perigoso cadastrado que se evadira da cadeia em 2000. Regressou à rua e ao crime, até à última segunda-feira, quando levou o filho de 13 anos dentro da carrinha para um assalto, em Loures. O rapaz acabou abatido pela GNR. E no dia a seguir, o esquema do BI falso voltou a resultar em tribunal. Saiu em liberdade, mas a PJ já se lançou numa caça ao homem.


http://www.correiodamanha.pt/Noticia.aspx?channelid=00000181-0000-0000-0000-000000000181&contentid=79274B93-7CE6-4F4E-8E2F-5542E49CBB5A

Luis Melo disse...

Claro que a polícia é enfraquecida. Está enfraquecida !! Há uns tempos atrás, um GNR confessava-me que já não valia a pena tentar actuar em certas situações. Neste momento são presos por ter cão (actuar) e por não ter. Revoltei-me com tal declaração, mas não posso recriminá-lo.

A culpa é dos politicos. Tantos dos responsáveis pelas tutelas como dos outros. Nesta situação está á vista de todos nas declarações de Fernando Rosas.

Porque é que o miudo estava com pai e tio no assalto? Porque a escola está de férias e não podia ficar com a avó? Querem convencer-me de que era inocente?

Ao que vejo hoje em dia já me acredito em tudo. Então não foram uns miudos de 12-16 anos que espancaram até á morte um travesti no Porto? A idade não desculpa estas coisas...

Luis Melo disse...

Obviamente que sempre que há tiroteios entre "policias" e "ladrões", deve haver um inquérito. Para apurar o que aconteceu, porque aconteceu e como aconteceu. Daí poderá tirar-se ilações para no futuro termos melhor prevenção e melhor actuação.

Hoje em dia estamos numa fase "filmesca hollywoodesca". Parece que todos sabemos dos direitos do "ladrão" e "é presumido inocente até trânsito em julgado"; "tem direito a um advogado"; "coitado, isto é culpa da situação social"; "era maluco porque foi abusado em criança"...

E o polícia? Que é feito dos polícias? que temos a dizer deles?

pataniscaloira disse...

Não discuto os tiros... não discuto a necessidade de numa perseguição haver necessidade de atirar aos pneus e haver um azar. Não discuto os excessos de autoridade, que os há. Não discuto também o facto de a GNR de Loures estar pelos cabelos com o peso da criminalidade no concelho. Agora vão-me desculpar, não distinguir um BI falso de um verdadeiro é exigivel à autoridade policial. Não estamos a falar de um qualquer zé dos anzóis, mas de um cidadão com um irmão foragido do sistema penal há 8 anos. Não há Bases de dados? Cruzamentos? Fotos? Aqui é que me parece que deve haver uma investigação profunda ao que se passou sob pena de passarmos todos por anjinhos.

jfd disse...

Repito o que já disse:

Isto é uma palhaçada!!!

Paulo Colaço disse...

A cara Paula Tavares perguntou: "Não há Bases de dados? Cruzamentos? Fotos?"

Viva o Simplex...

Anónimo disse...

É tudo muito "bonito", pena é estarmos na última instância... o crime, a ilicitude, a morte e o uso da força (ordem aleatória...).

"Bonito" porque se inicia a discussão onde ela deveria acabar.

O caminho deve ser o da prevenção. Sim... eu sei! Não é novidade. Mas permitam-me que seja este o "meu cavalo de batalha".

E já agora... "montá-lo" de uma maneira diferente da qual têm montado os políticos da nossa praça.

Quanto a mim, este combate não se deve travar através de insistentes revisões do código penal com penas cada vez mais pesadas, ou através dos facilitismos do betão e de chorudos subsídios. Esse é o caminho fácil…

Mas sim através da escolaridade obrigatória! E quando digo obrigatória é obrigatória mesmo!

Olho para os ciganos crianças (permitam-me a distinção entre os piquenos e os espigadotes) e vejo-os de uma forma que talvez nenhum dos ilustres psicóticos tenha olhado... vejo-os como presos. (Parece Karma... presos em pequenos e grandes... hahahah)

Presos por "tradições" que os tiram da escola prematuramente (escolaridade obrigatória ou aleatória á vontade de cada um?), e que assim lhes vedam o acesso à educação, e se me permitem... a aprender a cidadania do mesmo modo que nós aprendemos, o correcto! Ou pelo menos o mais correcto... Isto sem qualquer sentimento de superioridade cultural.

Isto, a médio prazo veda-lhes o acesso ao mercado de trabalho qualificado etc etc…

Talvez seja por isto (e muito mais…) que as crianças ciganas para que olhamos hoje, amanhã não terão outra alternativa senão pegar no negócio do pai como a que tristemente foi alvejada... fiz-me entender?

Sem as competências “standard” ninguém se insere no mercado de trabalho e só fica a restar um caminho…

É uma pena. E acho que é aqui que se dá a abertura da caixa de Pandora.

E se duvidas há da importância da escola exemplos na história não faltam de como esta “é a instituição por excelência para a disseminação de directrizes gerais à população” (os "comunas" foram génios nesta prática...)

É por isso que não me espanta nada ver casos como este. Estranho seria se não os houvesse.

Conclusão? Nunca mais aprendemos… olhe-mos para a triste realidade dos subúrbios da cidade luz, Paris. Uma realidade ainda distante, mas um dia numa cidade perto de si.

Isto está bonito está…

Cumprimentos a todos os psicopatas do burgo.

Anónimo disse...

É do sono ou apesar do conteúdo do meu comentário estar "bonzinho" a forma do mesmo deixou algo a desejar?

Ou é do sono ou da Liliana Aguiar, a moça do "Toca a ganhar"... das duas uma!

Um caso em que a escola de pouco lhe valeu... Vale-lhe outras "competÊncias"!

Até amanhã...