sexta-feira, abril 25, 2008

Qual é o valor da tua ferramenta?

Hoje é dia 25 de Abril. O golpe militar de Abril abriu-nos a porta às liberdades, mas os primeiros tempos primaram pela imposição das ideologias de uns a terceiros.

Este excerto retrata o grande debate ideológico entre o comunista que tenta convencer o dono de uma enxada a cedê-la para a cooperativa e o camarada que defende o seu direito de propriedade sobre a enxada. Como uma conversa simples consegue conter tanta carga ideológica...

Imagens da ocupação da Herdade da Torre Bela em 1975.

14 comentários:

Anónimo disse...

Muito, muito bom o discurso do Presidente da Républica, com especial atenção para o distanciamento da juventude relativamente à política.

Um discurso solto, virado para o futuro e com uma grande jogada, que foi divulgar o estudo encomendado à Universidade Católica sobre o comportamento dos jovens com 3 perguntas muitos simples:
1) Quantos estados membros tem a União Europeia
2) Quem foi o primeiro presidente eleito no pós 25 de Abril
3) O PS tem ou não maioria absoluta no parlamento.

És um jovem interessado pela política? Então vê lá se sabes as respostas.

Metade dos jovens inquiridos não sabia.

Anónimo disse...

Parabéns pelo post ;-) um post deste merece ser comentado...onde andam os psicoticos e amigos? Com a cabeça en frente à TV a ver as noticias do PSD?

Anónimo disse...

Lembro-me bem desses tempos!
Lembro-me bem como as pessoas, de repente, passaram a ter uma palavra a dizer sobre tudo, mesmo que não soubessem do que falavam. Falavam e defendiam até se espumarem aquilo a que chamavam ideologia. A sua Ideologia!
De repente, pessoas que nem sequer sonhavam que existiam outras formas de vida, passaram a acredetir, a defender e a impor ideais.
Faziam-no, tentando explicar aquilo que eles próprios não sabiam e não lhes fora nunca explicado. Por isso se dizia que o povo não estava preparado para a revolução.
Lembro-me bem dos abusos, das confusões, da libertinagem (que muitos confundiram com liberdade). Lembro-me bem e tristemente das desavenças entre pais e filhos, parentes, conhecidos e amigos sobre ideologias.
Lembro-me bem das ocupações selvagens e do fracasso que foi gerir quando se tinha preparação para ser gerido.
Mas também me lembro muito bem da emoção do primeiro recenciamento pós 25 de Abril;
Lembro-me bem da emoção no acompanhamento dos resultados eleitorais, dia de eleições era noite de directa porque os resultados íam sendo apresentados durante a noite;
Lembro-me bem, de como, as pessoas começaram a ganhar o seu espaço nas ruas, nos locais de trabalho em casa. Mudaram a forma de estar, de falar, de vestir e até de comer.
AS pessoas eram animadas por motivações, por objectivos, a vida tinha um sentido, respirava-se energia. A confirmá-lo estão as estatisticas sobre suicidio em Portugal. O Alentejo, teve nos primeiros anos pós 25 de Abril as mais baixas taxas de suicidio.
Por isso e por muita coisa boa que nos aconteceu eu digo: VIVA O 25 DE ABRIL!

Paulo Colaço disse...

Cara Ana,
saúdo a sua vinda aqui a este nosso espaço.
No meu caso não tem sido a "convulsão" no PSD a afastar-me do Psico mas sim este fim de semana atípico.

Adorei ver este vídeo, que não conhecia.
Conheço uma pessoa que viveu intensamente estes momento no Torre Bela. Viveu-os do lado daqueles que tinham consciência da propriedade privada e não dos "cooperativos".

Gostava de saber o que é feito daquele senhor (obviamente do PCP) que chamou louco ao dono da "ferramenta".

Devia ser tão citadino que nem chamou a dita ferramente pelo nome.

Gostava de saber se continua convicto da propriedade comunal.

Gostava de saber se se refere ao seu carro, casaco ou par de óculos como "meus" ou "nossos".

José Pedro Salgado disse...

Sempre tive uma curiosidade: nesta altura, como é que se dividiam as peças de roupa interior?

Haviam as "nossas cuecas"? E os soutiens também eram comuns, ou propriedade exclusiva das senhoras? Se só houvesse um par lavado, usavam-se à vez? Se sim, quem ficava com o primeiro turno era o mais velho, ou o mais limpinho?

Já dizia o outro: Só coisas que m'atormentam

Anónimo disse...

Caro Nelson,

Parabéns por teres aqui deixado as imagens deste diálogo, que nunca me cansei de rever desde a primeira vez que as vi na RTP.

Esta é a essência da distinção entre o nosso modo de ver a sociedade e o modo de ver da esquerda. Entre aqueles que não se importam de trabalhar arduamente para conseguir o direito de propriedade sobre um bem e os que preferem ficar à espera dos resultados do trabalho de outrem...

Felizmente que o mérito tem vindo a ser cada vez mais premiado. Só é pena que o centro-direita em Portugal esteja tão tristonho.

É a nós jovens que compete pegar nas nossas "enxadas" (nas nossas e não das da cooperativa) e acreditar que é possível.

Mais uma vez, parabéns pela escolha das imagens.

Um abraço a todos!

TIAGO DE MELO CARTAXO

Anónimo disse...

Acho que falta muito aos jovens portugueses é força, coragem e vontade de pegar na "enxada". Já não ha cavadores como dantes ;-)

jfd disse...

Certamente uma provocação ;)
Pois na minha ferramenta pego eu todos os dias, e da melhor forma que sei, faço por favor um pouco melhor que o dia anterior.
Ora esta...

Anónimo disse...

lololololololo

Paulo Colaço disse...

És grande, JFD!
(estou apenas a falar de ti)

Anónimo disse...

Já tinha visto este video e cheguei à conclusão que felizmente, "há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não!" E ainda bem, pois só para os pc´s é que "a troca de ferramentas" faz sentido...

Quanto à Rev. em si, pouco tenho a dizer... Bem quis refugiar-me no Porto, mas como social democrata acabei por ser brindado com cartazes em que se lia:"PSD/PP contra a liberdade" e "JS defende a Democracia na Madeira". Brincadeiras de mau gosto, por certo...

Enfim... Para quando a declaração do 25 de Novembro como feriado nacional?

Paulo Colaço disse...

Acho que temos feriados a mais, mas esse justificava-se.
Não tem a carga simbólica de Abril mas, repito, Abril sem Novembro era almoço sem digestão.

Anónimo disse...

Não sei se o 25 de Novembro deveria ser feriado. Uma questão a pensar... até porque os feriados em nada ajudam a celebrar datas.

Por vezes até sinto exactamente o inverso: por já ser feriado sentimos que já fizemos o suficiente para honrar o dia.

Paulo Colaço disse...

Muito lúcido comentário Né.