domingo, abril 06, 2008

Até quando?


A degradação da política e do agente político estão intimamente relacionados com o falhanço de Abril. É indiscutível que se vive, anda e se respira melhor hoje do que há três décadas atrás. Mas o que podemos dizer aos que esperaram em filas intermináveis para votar em Abril de 75 ou de 76? O que dizer aos que receberam Soares ou Cunhal em apoteose? O que dizer aos que encheram a Alameda para exultar Cavaco? Podemos mesmo dizer, de consciência tranquila, que lhes garantimos tudo o que eles esperavam de uma democracia e da sua experiência em Democracia?

Evoluímos e desenvolvemos, mas não deixámos de desiludir. E o pior é a desilusão pessoal, não tanto com os resultados. Não com os defeitos da política mas de quem a faz, desilusão não tanto com o sistema como com os agentes. O que realmente as pessoas não aceitam são as falhas: quando os políticos prometem aquilo que não podem, quando podem mas não fazem, quando sabem e escondem, quando escondem e nada fazem, quando o nepotismo parece ter mais valor do que o mérito, quando a inacção recompensa e o reformismo pune.

E se Amanhã tudo isso acabar, e as pessoas esperarem por nós... será que ainda restará País?

28 comentários:

E disse...

(25) Abril foi um ponto de viragem. Abril existiu e sempre existirá como um momento de libertação de um povo oprimido pelos militares. Acho errado dizer que Abril falhou.

O que falhou foram alguns políticos, algumas políticas. Eu valorizo bastante Abril e detesto quando dizem que Abril falhou. Mas que Abril queriam eles (ou tu)? Se calhar nem sabes, mas o Abril que vivemos é o Abril possível.

Eu não me queixo de falta de democracia. Ninguém é dono do meu voto. Isso É democracia. O resto ... é falta de coragem de resolver os problema, é o adiar interminável até que alguém ganhe coragem e parta a loiça toda.

Eu só conheço um político que têm essa coragem. Rui Rio. E é nos bons exemplos, nas boas pessoas que nos devemos focar. Esquecer a mediocridade, Menezes e Cia, deixar de "criar relações íntimas com o passado" e melhorar, melhorar, melhorar o nosso presente e planear o futuro. É isso que a sociedade quer. E é isso que TU, como militante, deves querer.

Boa noite.

Bruno disse...

Bem, eu até fico satisfeito que Abril tenha falhado. Não me esqueço do que aquilo que os que fizeram Abril tentaram impor depois em Portugal... Mas não é por aí que o post do Né procura ir e não vale a pena brincar com as palavras.

Ao fim de quase 34 anos já devíamos ter construído uma Democracia mais sólida. É óbvio que sim! Não concordo com o EM quando diz que basta não mandarem no voto dele para que exista Democracia. Isso é só o princípio, a base. Depois disso há todo um edifício para construir e é aí que temos falhado.

Concordo com o Né quando diz que a desilusão das pessoas é mais com os agentes políticos mas a verdade é que a coisa atingiu tal ponto que já assistimos a uma perigosa generalização. Quem é político é mau, é carreirista, é interesseiro e aldrabão. Para além disso não chegou onde chegou por mérito mas sim por cunhas.

Isto é terrível. E eu penso que o estado de coisas só poderá mudar quando se começar a fazer política de forma diferente. Desde as jotas, desde as Associações de Estudantes, desde as Juntas de Freguesia.

Isto é fácil de dizer e muito, muito difícil de dizer. "Como?" é uma questão fulcral. Será que a discussão deste post vai ajudar a perceber?

Anónimo disse...

Em,

Todo o segundo parágrafo vai no sentido do que dizes: a desilusão é com as pessoas, com a classe, com os agentes políticos.

Paulo Colaço disse...

“Abril” foi um golpe militar muito bem camuflado: uma claríssima fuga à guerra travestida de “interpretação dos sentimentos profundos” do povo português.

Ainda bem que aconteceu “Abril”. Já ninguém acreditava em transição democrática. Já ninguém achava Marcello Caetano capaz de vergar o regime. Mais facilmente o regime vergava Marcello e voltava tudo ao início: era substituído por um “ditador” mais forte e levávamos umas décadas adicionais a recuperar o ponto de rebuçado que faz das revoluções acções em sucedidas.

Veio Abril e veio bem.

Teve sucesso? Aí temos de nos perguntar: qual era o nosso objectivo?

Se perguntarmos ao PCP, o sucesso foi reduzido. Apenas ganharam o direito de ir a votos e conquistar uns lugares no Parlamento, nas autarquias e no governo, ao início. Como todos reconhecerão, a maior conquista de Abril, o sufrágio livre, diz pouco ao PCP.

Para os militares teve um sucesso relativo: deixaram de morrer por decreto nas matas africanas. Por outro lado, foi efémera a sua nova presença no Poder. São ingratos estes civis: servem-se da coragem e determinação dos militares para recuperarem “legitimidade eleitoral”, depois dão-lhe um chuto no traseiro e mandam-nos de volta aos quartéis…

Se perguntarmos aos partidos do arco do Poder, Abril foi um sucesso: o sufrágio livre permitiu-lhes chegar ao Poder, geri-lo, aplicar as suas ideias para País. A possibilidade de perder nas urnas não os aflige: a rotatividade fundiu-se na nossa democracia e estar em oposição não significa, necessariamente, perder influência…

Qual será a visão dos cidadãos? Nem carne nem peixe, como sempre. Haverá os eternamente furiosos por terem perdido tudo, os que dão graças todos os dias por terem “recuperado” a liberdade, os que desancam nos partidos por tudo e os que têm consciência que não há regimes perfeitos, apesar da democracia se aproximar desse objectivo.

Enquanto o Poder for exercido por seres humanos, haverá sempre de tudo. Haverá:
a) os bons que fazem o bem certeiramente;
b) os bons que querem fazer o bem mas são inaptos para funções públicas;
c) os maus que usam o Poder perversamente;
d) e os maus que até são competentes e, mesmo não gostando deles, há quem os prefera aos bonzinhos que só fazem asneira.

De entre o povo, temos aquelas figuras (uma enorme mole), que exige aos políticos que sejam super-homens: competentes, destituídos de interesses pessoais, com sentido de Estado, com visão de futuro, altamente trabalhadores, mega-honestos e que “desamparem a loja” quando reparam que já perderam qualidades. Esse é o povo que:
a) leva clips do trabalho para casa;
b) não sabe gerir o seu dinheiro e no final do mês pede ao banco um adiantamento do salário;
c) percebe as suas limitações no trabalho mas não aposta na sua formação;
d) tenta limpar o sebo ao colega novo que sabe mais e é mais despachado.

Em suma, o cidadão exige ao político tudo aquilo que não é, tal como o pai que pretende que o filho siga os sonhos que ele, pai, não alcançou.

Esta consciência de frustração/mediocridade/semelhança à sua volta não deve levar o político/Estado, a desleixar-se. Pelo contrário, deve lutar por ser cada vez melhor. Deve elevar-se acima das expectativas. Deve querer servir de exemplo.

Assim, digo eu: continuemos a apostar na democracia. Levamos muita cabeçada, mas de tempos a tempos surgem pessoas que fazem a diferença.

A.Costa disse...

Nélson,
Felicitações!
Adoro discutir política pela sua essência. É um exercício muito interessante, pode ajudar no pensamento estratégico e ajuda a compreender que determinadas movimentações nada mais são que repetições cíclicas.
Neste momento não tenho muito tempo mas voltarei a comentar de acordo com o conteúdo.
A. Costa

Bruno disse...

Pois é, caro Colaço. Tocaste num ponto que pensei em incluir no meu comentário: como poderemos ter uma classe política acima da média se o povo não o é?

Anónimo disse...

Exacto. Os nórdicos não se queixam dos seus políticos como nós nos queixamos dos nossos.
Os políticos dos escandinavos são escandinavos típicos: trabalhadores, exemplos de cidadania, pagam impostos, não sujam os chão, andam de bicicleta, fazem pela vida. Tentam não depender do Estado.

Nós não somos assim. Somos demasiado latinos. Que moral temos?

Anónimo disse...

É uma das belezas da Democracia: cada povo tem o governo que merece, nem mais nem menos.

Um dos grandes problemas quando se entra neste meio é a habituação: as resistências poéticas que temos a determinadas práticas acabam por ir caindo há medida que cedemos mais e mais ao modus operandi.

O que podemos fazer?

Relembrar constantemente que os partidos foram feitos para o grande debate de ideias não para o grande confronto de egos, que foram feitos como instrumento de um país e não como instrumento do plano de UM só, que são plataformas privilegiadas de se apresentar uma visão e não um local para acomodados cujo grande objectivo é manterem-se à tona.

Tânia Martins disse...

Oh Né, grande post.

Infelizmente as desilusões não param e pelos vistos nem vão parar.

A Revolução de Abril serviu para nos abrir uma porta, mas fechou-nos imediatamente num quarto escuro. Apenas nos podemos dar ao luxo de a janela se abrir de vez em quando e de nos dar um pouco de luz e de ar fresco!

Ninguém pode negar que vivemos numa democracia, este regime político é considerado o regime perfeito para a sociedade e jamais poderia discordar disso. Mas será que a situação presente em Portugal poderia alterar-se se voltássemos ao pré-25 de Abril? (apenas uma questão para saber a vossa opinião)

Anónimo disse...

Acho que sim Nélson, ainda restará algo do país. Pode é apresentar uma realidade bem mais "complicada" do que aquela que hoje vemos. Mas a unidade nacional, não está posta em causa.
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Quanto às conquistas democráticas de Abril de 74 and so on... Sim, foram importantes e são consensuais entre todos. Claro que poderia sempre ser tentado a utilizar um argumento popularuxo e dizer que "todos têm direito a votar, mas nem todos têm direito a comer..."
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Já que falamos no estado do país daqui a uns anos, hoje tive o gosto de almoçar com um "periodista" radicado em Portugal. O que ele me transmitiu sobre a cultura e a ambição económica dos "nuestros hermanos" deixou-me triste sobre a nossa actual situação. Mas enfim, espera-se uma mudança de postura...
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Por último Tânia, não acho que seria possivel regressarmos a um pré-25 de Abril, pois as consequências seriam gravissimas para todos. Além do mais, se tivessemos um novo camarada Vasco Gonçalves, depressa seriamos a nova "Albania" da UE...

E disse...

Bom comentário do Paulo Colaço. Embora ache natural exigir a um político que não abuse do poder a ele confiado.

Anónimo disse...

Queria eu criticar os nossos dirigentes e toda a gente prefere falar de Abril e das conquistas de Abril.

Já estou como o António Costa: nós não mandamos nos nossos filhos.

Anónimo disse...

O do PS, não o nosso ;)

Diogo Agostinho disse...

A mediocridade dos políticos é muito relativa!

Hoje não conseguimos avaliar se os políticos que nos governam serão personalidades de relevo ou mais uns para as estatisiticas!

A distância temporal não existe e não permite tal avaliação.

Porém, cada povo tem o que merece e não me canso de dizer quando oiço que isto está mau! Pergunto sempre não elegeram o Zelele?

Acho que Marcelo Rebelo de Sousa disse e bem esta geração de políticos chegou antes de tempo ao governo! Durão, Santana, Portas e por arrasto Sócrates chegaram uns anos à frente! Por culpa de Marcelo, Ferro, Jaime Gama, Dias Loureiro, Leonor Beleza, que desapareceram!

Acredito que Cunhal, Soares, Cavaco, Sá Carneiro foram marcantes, mas é injusto atacar os actuais políticos!

Eles fundaram partidos e assumiram o país depois de 40 anos de um regime autoritário. Agora, são os filhos de Abril que tem a obrigação de fazer a história! E será feita!

Bruno disse...

De Novembro, Diogo. Os filhos de Novembro... ;)

A.Costa disse...

Olá!
Antes de mais, obrigado Nélson.;)
Sobre o conteúdo do post, a minha opinião principal é que ABRIL não falhou! Abril foi uma realização do povo, sobretudo do povo e todas as realizações que são genuinamente Do Povo, dificilmente são falhadas. O Povo só se mobiliza de forma verdadeiramente empenhada e com a responsabilidade, serenidade e sentido de estado evidenciados no 25 de Abril de 1974 quando a causa é séria e todo um país clama por essa realização.
Ora, aqui reside o cerne. O que temos assistido, nuns casos de forma mais evidente noutros mais dissimulada é um afastamento da classe política e dos seus interesses em relação aqueles que são os verdadeiros interesses, anseios e motivações dos Portugueses.
Pergunto: Qual é o verdadeiro "main target" da política, actualmente?
Presumo, a julgar pelos exemplos visíveis, que o tal objectivo principal e fim último da política tem sido a defesa de causas absolutamente particulares, ao serviço efectivo de pavoneamentos pessoais balofos, sem criatividade suficiente para colocar Portugal num caminho de prosperidade, bem-estar...
Centremo-nos no mais básico, no mais primário, aquilo que as mais doutas cátedras da vida de um país - os cidadãos - dão mais importância, ouvir as pessoas, ir ao seu encontro, ouvir as suas preocupações, promover realizações e políticas que vão ao encontro da melhoria contínua da vida das pessoas é a Melhor forma de HONRAR ABRIL!
Cumprimentos,
A. Costa

Bruno disse...

O problema que o António Costa aponta é óbvio. Mas eu volto a dizer, repetindo o que o Colaço já disse: um dos grandes defeitos do nosso povo, apesar de toda a sua bonomia, é o de olhar demasiado para o próprio umbigo. "Enquanto as coisas estiverem bem para mim, não me mexo" é uma atitude negativa mas, infelizmente, comum entre nós...

Daí que os nossos políticos não sejam muito diferentes e, quando estão em funções públicas em que devem servir a causa pública, a coisa dê para o torto...

Anónimo disse...

Já alguém o disse e repito: falta um Grande Desígnio.

Falta um líder com visão que nos aponte o caminho... é o típico sonho sebastianista fruto de anos e anos de abdicar do poder de decidir e influenciar.

Onde está a figura inspiradora que todos precisamos? E será que sairá das fileiras do nosso Partido?

Tânia Martins disse...

Pois é Né, essa é a grande questão, será que está nas fileiras do nosso partido? Até agora não vi grande coisa. Mas esse é um mal geral, nem no nosso partido nem noutro qualquer. E "os bons" que nós temos no PSD, não se sujeitam à roupa suja que por aí anda.


Típico sonho sebastianista? Não lhe chamaria isso, o que em tempos foi uma esperança alimentada pelo povo, envolvida em nevoeiro, transformou-se hoje na desilusão geral acompanhada pelo ruidoso canto da trovoada.

E disse...

Há cerca de duas semanas o ministro dos negócios estrangeiros finlandês demitiu-se porque não quis comentar sobre um assunto que apareceu nos jornais, onde supostamente terá enviado uns SMSs picantes a uma mulher de 29 anos.

O motivo de se ter demitido não foi o de ter enviado uns SMSs a uma mulher - que lhe moveu um processo por assédio sexual e pelo caminho ganhou umas centenas de milhar de euros por vender a história aos jornais.

Foi porque não quis contar a verdade ("no comments") sobre este facto ao povo finlandês, que lhe paga doze mil euros por mês e que está completamente sujeito a escrutínio do público, por desempenhar um cargo político e por ser obrigado a contar a verdade.

E disse...

E os nossos políticos, será que o povo português obriga-os a contar a verdade quando em exercício do cargo público? Não os castiga, a eles e aos partidos, no acto de votarem, por terem sido permissivos?

Se toda a gente o faz, se toda a gente pensa que se pode safar com isso...

Não é um falhanço de Abril, nem de líderes novos ou uma grande inspiração. É de PRINCÍPIOS. Quem não os têm, vai longe na política porque o partido assim o permite, nós assim o permitimos.

Paulo Colaço disse...

Culpa minha, não segui mais de perto esta discussão.
Né, dizes que querias "criticar os nossos dirigentes e toda a gente prefere falar de Abril e das conquistas de Abril".

Como na escola primária, "quem começou foi o EM", ehehe.

Agora a sério: eu parti do "25 do A" porque era onde estava a discussão quando cá cheguei Mas o que pretendi foi dizer que de facto temos tido os políticos que vamos merecendo.

Os suecos terão políticos suecos, os americanos terão políticos americanos, os etíopes terão políticos etíopes. Nós teremos sempre políticos portugueses. Enquanto assim for, os povos serão governados por alguém cuja forma de ser, agir, pensar é fruto do chamado volkgeist - o espírito do povo.

Temos tido grandes governantes mas nem com toda a diligência, nem com todo o sacrifício, honra, inteligência, coragem, impopularidade e experiência de alguns, conseguimos afastar da política nacional os quatros piores traços do povo lusitano:

a) incapacidade de prever a longo prazo - a nossa agricultura foi esventrada e hoje nem é de subsistência

b) mais olhos que barriga - os fundos europeus foram mais usados em consumo que em investimento

c) dependência do Estado - é notório como a Administração Publica ainda é o pai e a mãe dos portugueses

d) dependência do exterior – quando deixarmos de receber fundos vai ser crítico.

Devemos exigir mais dos políticos? Claro. Mas podemos exigir que um rádio transmita imagens quando ele nasceu sem ecrã...

Os políticos nascem do povo. Para termos melhores políticos temos de ter melhor povo. Um povo que não atira lixo para o chão terá políticos mais preocupados com fábricas que matam peixes com as suas descargas.

Um povo que não foge aos impostos terá políticos mais honestos, leis mais apertadas, polícias mais diligentes, juízes mais severos.

Um povo que gasta com contenção o seu dinheiro terá administradores públicos mais conscientes (menos BMW e Mercedes nas frotas do Estado, menos assessores, menos lautos jantares pagos pelo contribuinte).

Um povo que aposta na sua formação não terá políticos que a única coisa que sabem fazer é discursar.

Um povo preocupado com o seu futuro não terá políticos que gastam hoje o dinheiro que há-de faltar amanhã.

Um povo que se orgulha do pão ganho em cada dia não viverá de subsídios nem terá políticos preguiçosos!

Mas, na esteira de um comentário do EM, vos digo: será justificação para alguns políticos? Poderão dizer-nos: “eu sou corrupto, incapaz, preguiçoso porque sou filho do povo”?

Não! Mil vezes não!

A principal missão de cada um de nós quando exerce cargos públicos é subir acima da mediocridade! É fazer por ser exemplo!

Anónimo disse...

Quem começou fui eu... nunca mais meto o mês de Abril numa discussão. Tem um efeito viral e temos logo de ouvir o Bruno a replicar com "Novembro" eheh.

Grande reflexão Colaço e EM.

Os políticos não devem ser seres impolutos e assexuados, mas devem ter um comportamento adequado ao que pregam: há que liderar pelo exemplo.

Anónimo disse...

Vide o caso do ex-Governador de Nova Iorque: não foi tanto a relação com prostitutas mas sim a sua actividade política e profissional intrinsecamente ligada à perseguição da actividade.

Margarida Balseiro Lopes disse...

Abril significa muito pouco para os que vislumbravam o “admirável mundo novo”. A história portuguesa é sucessivamente marcada por revoluções, em sentido formal, mas que não se concretizam em melhorias significativas para o país. A revolução liberal, a revolta de Maria da Fonte, 5 de Outubro, o golpe militar de 1926 e o 25 de Abril demonstram bem a tacanhez portuguesa. Os regimes são derrubados mas subsistem os vícios, as manhas, a mentalidade do antigamente.

Talvez seja legítimo que os que lutaram pela revolução dos cravos se sintam ultrajados pelo caminho trilhado pelos nossos governantes. Mas, quanto a mim, nada de diferente se passou de 1974 até aqui, que se não tivesse passado até então.

Paulo Colaço disse...

Uma coisa mudou: a base do Poder passou, mais firmemente, a residir no Povo.
O pior é que a base da acção reside nos partidos e seus dirigentes, o que nem sempre é positivo...

Bruno disse...

Como disse uma vez um militante do PSD Almada: devíamos fazer testes psicotécnicos para admitir os nossos militantes.

Não ouvi o tipo que disse isto dizer muitas coisas acertadas mas esta acertou na mouche

Paulo Colaço disse...

Bruno, na maioria dos casos os testes psicotécnicos para admissão de nossos militantes resumem-se a uma pergunta: "estás comigo ou contra mim?"