domingo, março 23, 2008

... e finalmente o Racismo.

O Racismo na América está mais sofisticado. É menos evidente. Está mais diluído.
Depois de tantas investidas veladas da parte da campanha Clinton de injectar a raça na campanha; sai-lhes a sorte grande. As televisões revelaram excertos dos sermões do Pastor Jeremiah Wright, da Igreja em Chicago que Obama frequenta.
Excertos nada simpáticos para com a América Branca, nem para com a América em guerra;

A primeira declaração de Obama como se viu, foi claramente insuficiente. Ninguém ficou satisfeito.
Dá-se então, um novo discurso. Obama fala no racismo na América como nunca se falou. Com frontalidade, sem eufemismos nem demagogias. Falou em Filadélfia, perto de onde se assinou a Declaração de Independência.
O discurso chama-se Uma União ainda Mais Perfeita. E o âmago da coisa é referir que declarações como as do Reverendo estão paradas no tempo. O Sonho de MLK é real, evolui-se muito na América, mais que ainda há muito por fazer. E dá o exemplo real da sua avó Branca. O discurso é este (são 37 minutos que valem a pena...);

O que conseguiu com isto?
Conseguiu o desdém da direita. Televisões como a FOX ou comentadores de direita como Bill O'Reilly vêm nesta tomada de posição o fim da campanha de Obama. A MSNBC, a NBC e a CNN vêm o reforçar da campanha. A verdade é que na Pensilvânia, e desde a controvérsia, HRC que já tinha vantagem, ficou com mais!
Mas o inevitável pode sempre acontecer.
E Obama acabou de ter uma pequena reviravolta, o apoio de outro grande super delegado, o governador do Novo México; Bill Richardson, um grande amigo dos Clinton.
A América da afirmative action, da Nação do Islão, do caso Jena Six, do KKK, das super populadas prisões com afro americanos, do dispara primeiro e pergunta depois se for negro, do táxi que teima ao não parar para o cliente negro, dos gangues de negros e latinos que espalham o terror nos subúrbios, da bandeira da Confederação na Carolina do Sul, poderá ser a América de Obama?

39 comentários:

jfd disse...

Acredito que muito deste tema, que estava para ser deixado para mais tarde, foi pressionado pela campanha Clinton que teima em atacar esta campanha como se fosse o inimigo.
Enquanto isto acontece, o candidato republicano passeia-se pelo mundo, dando a conhecer as suas credenciais nos negócios estrangeiros, não precisando de fazer muito em casa já que os democratas se comem vivos.
Uma coisa é certa Hillary muito dificilmente terá os delegados necessários. Vai ser uma questão de super delegados.

Paulo Colaço disse...

Clinton, Obama e McCain jogam a sua vida.
Ganhar as Primárias (para os dois primeiros) e as eleições em si (para os três) é a diferença entre ser alguém e ter podido ser alguém.

Não lhes basta ter sido senadores, ricos, influentes. Esta é a guerra das suas vidas.

Quando estamos na guerra das nossas vidas, o leque das opções é infindável. Desde a serenidade como imagem de marca ao maquiavelismo escondido, veremos de tudo.

Porém, apesar de conselheiros mais ou menos ferozes, é sempre a alma do candidato que traça o rumo das estratégias da sua campanha.

Dos três atrás citados, o único de quem eu esperava técnicas deste calibre é Clinton.

Será essa a América que os americanos querem?

xana disse...

Esta abertura de Obama e a forma como falou de um assunto que ninguém queria falar, mostra-nos bem a diferença que este político está afzer na campanha. Logo ele, o "nigga", falou no tema mais tabu e frágil num país como os EUA.

Extraordinário.

Se ele não ganhar, já ganhou quem o ouviu e viu e continuar a ouvi-lo. Ele não perde. Quem perde é a América e quem sabe o Mundo.

Anónimo disse...

A Xana disse:

Esta abertura de Obama e a forma como falou de um assunto que ninguém queria falar, mostra-nos bem a diferença que este político está afzer na campanha. Logo ele, o "nigga", falou no tema mais tabu e frágil num país como os EUA.

Certo... mas Obama também só fez este discurso, que ao que parece é da sua lavra e demorou dois dias a ser limado, porque foi completamente entalado pela campanha Clinton.

A Pennsylvania seria sempre um Estado muito complicado para Obama mas ainda falta muito tempo... o JFD frisa bem que conforme a orientação noticiosa assim se interpreta este discurso. É (mais um) discurso magnífico, cheio de alma, que muito me apraz.

Anónimo disse...

Agora a futurologia:

o apoio de Bill Richardson surpreendeu-me muito. Foi Secretário de Energia de Clinton, estava com Bill na Super Terça-Feira, era um dos candidatos favoritos a VP de Hillary (e apostei forte nessa hipótese)... e nunca deu sinal de entendimento com Obama. O seu apoio foi uma enorme surpresa.

Repetir as primárias da Florida está fora de questão mas parece-me que as do Michigan é outra conversa... a única coisa segura é que a convenção democrata vai dar sangue até mais não ;)

Entretanto... é véspera de Natal na terra de McCain: não só por ver Hillary e Obama a "suicidarem-se" ao vivo, mas porque as suas gaffes no Médio Oriente estão a passar por entre os pingos da chuva.

Confundiu Irão com Al-Qaeda (a Casa Branca também, o que muitos querem interpretar como a preparação do povo para a nova guerra), os xiitas com sunitas, o apoio a movimentos extremistas com o apoio a terroristas.

As sondagens dão-no com grande vantagem sobre Obama e alguma vantagem sobre Hillary. Back on track ;)

Anónimo disse...

P.S. Ao que parece John Edwards está à espera da final do torneio de basquetebol universitário para declarar quem apoia. Porquê?

Porque a universidade da Carolina do Norte, estado que ele representou no Senado, está na final e as primárias democratas desse estado são dia 6 de Maio. Estão à espera de um ciclo noticioso mais favorável, em que o anúncio não seja ignorado por todos dado o frenesim desportivo.

jfd disse...

É isso mesmo Né, e o toque pessoal ficou muito bem, porque é credível. Ele é quem diz ser! Ou se não o é, disfarça muito bem!

E no que toca à orientação vs. análise aqui têm o exemplo da MSNBC. Eu ouvi o podcast do Chris Matthews antes de ouvir o discurso (que só hoje ouvi na integra e com ouvidos de ouvir!), o homem estava em estado de êxtase total! Ora vejam:
http://www.youtube.com/watch?v=rPk1gOdSkdM

O primeiro comentário no youtube é:
"Chris Matthews wants to have Obama's babies "
ROTFL ;)

Paulo, o que dizes é realmente verdade.
Mas certamente haverá espaço para aquele trabalhador mais zeloso, que decide fazer algo por si próprio para bem do candidato, sem ele saber... Excesso de zelo? Ou estratégia desde o primeiro segundo? Tipo; o que eu não sei, não me fará mal??? ;)


jfd, de volta às lides internacionais :)

Anónimo disse...

Há coisas bonitas... ando a actualizar a informação e dei de caras com a última estratégia de defesa de Obama em relação às declarações do pastor: revelaram uma fotografia do seu pastor numa visita à Casa Branca na era Clinton.

McCain agradece: a defesa de Obama é Voçês também são amigos do lunático que prega na igreja onde eu vou ao Domingo!

Well done!

jfd disse...

Também eu ando a aproveitar o meu Domingo de Pascoa para me actualizar. O vídeo mais comentado no Youtube(não sei com que critérios) é o seguinte:
http://www.youtube.com/watch?v=S5vzwJXszww

Nele, um dos pivots das noticias de Domingo da FOX fala com os apresentadores das manhas da FOX, para lhes dar na cabeça por estarem à duas 2 a falarem mal do Obama. Vejam. São 7 minutos de spin. De uma televisão assumidamente conservadora e pró republicana. Com um ou outro Wallace...
Eles apregoam a liberdade de opinião dentro da estação, mas dá para notar o mal estar entre os que estão a levar o raspanão do Mário Crespo (na experiência!) lá do sitio.

jfd disse...

Né ainda sobre o discurso e do inesperado apoio do Governador do Novo México, aqui tens um, também, inspirado discurso, do Governador que te poderá elucidar!
http://www.youtube.com/watch?v=nZVJNDkGMJY&feature=user

E a resposta dos Clinton veio através de um dos mais acérrimos defensores, o Carville, que apelidou o Governador de Judas LOLOLOL
http://www.nytimes.com/2008/03/22/us/politics/22richardson.html
Fica aqui um pouco do artigo:
(...)The reaction of some of Mr. Clinton’s allies suggests that might have been a wise decision. “An act of betrayal,” said James Carville, an adviser to Mrs. Clinton and a friend of Mr. Clinton.

“Mr. Richardson’s endorsement came right around the anniversary of the day when Judas sold out for 30 pieces of silver, so I think the timing is appropriate, if ironic,” Mr. Carville said, referring to Holy Week. (...)


E já agora, em http://www.politico.com/news/stories/0308/9149.html temos um artigo que aborda um tema que tem sido tabu nesta campanha. Porque é que HRC ainda não concedeu?? Porque continua na corrida???
Uma pequena parte para convidar à leitura:
One big fact has largely been lost in the recent coverage of the Democratic presidential race: Hillary Rodham Clinton has virtually no chance of winning.

Her own campaign acknowledges there is no way that she will finish ahead in pledged delegates. That means the only way she wins is if Democratic superdelegates are ready to risk a backlash of historic proportions from the party’s most reliable constituency.(...)


jfd, it feels good to be back!

xana disse...

Pois Né, mas podia ter fugido do assunto ou ter falado dele de uma forma completamente diferente. E não o fez.

Falou do preconceito, falou da experiência dele e encarou o futuro deste problema. Podia não tê-lo feito. Mas fez.

Anónimo disse...

Certo... mas também andou a fugir dele durante algum tempo :) Assim, este discurso (que eu prezo e acho admirável) tornou-se uma saida airosa de uma situação complicada.

Eu preferia que ele o tivesse proferido de livre e espontânea vontade, como forma de marcar a agenda e não respondendo ao ciclo noticioso.

Repararam que a certa altura, ao falar do preconceito branco, ele refere-se à sua avó e ao olhar de suspeita que ela fazia? A uma rádio ele defendeu-se com a frase:

The point i was making was not that my grandmother harbors any racial animosity. She doesn't. But she's a TYPICAL WHITE PERSON who - if she sees somebody on the street that she doesn't know - there's a reaction that's been bred into our experiences that don't go away.

Que óptima maneira de arruinar um discurso perfeito; agora a notícia é a typical white grandmother de Obama e as suas typical white person reactions a sujeitos desconhecidos.

Anónimo disse...

Detesto comentários a dois tempos... mas esqueci-me de comentar uma coisa que o JFD disse.

Porque raio havia Hillary de abdicar? Nem um nem outro estão sequer perto de assegurar os 2024 delegados necessários para garantir a nomeação. Até aí é guerra aberta... :)

Paulo Colaço disse...

Uma nota que já aqui deixei mas nunca é demais lembrar:
depois da azelhice de Rudy, virei o meu apoio para Obama.
No entanto, longe de mim perder lucidez: acho Obama um tipo sério, motivador, capaz, mas não é mais forte que a super-hiper-pragmática política casa-branquista.

Será um Presidente muito parecido com os seus antecessores naqueles items que dizem respeito ao "resto do Mundo".
Motivação por Obama, sim; entusiasmo infantil/cegueira, não!

Anónimo disse...

Bill Richardson, o mais novel apoiante de Obama, ex-protegido dos Clinton e super-delegado por ser Governador do Novo México esteve esta segunda a ser "apertado" pela imprensa.

Ele disse, numa entrevista ao NYT em Fevereiro, que o voto dos super-delegados deveria ser um reflexo do resultado no seu Estado ou das tendências que representam (isto para os super-delegados que são escolhidos por serem opinion-leaders).

Ora Hillary ganhou, ainda que por pouco no Novo México. O super-delegado do NM apoia Obama. Ooops?

jfd disse...

Né respondendo à pergunta que me colocaste estava a concordar com o que li no artigo do Polico.
http://www.politico.com/news/stories/0308/9149.html

O que achas(acham)?

Anónimo disse...

Eu acho o mesmo que um dos comentadores daquela "opinião noticiada": o politico vendeu-se à campanha de Obama?

Estou longe de ser um admirador de Hillary ou dos Clinton, mas acho menos que justo dizerem que a coisa está entregue. E diria o mesmo caso fosse Obama o "runner-up".

Nem um nem outro chegou ao número mágico e, nem nem outro tem possibilidades de lá chegar sem um deles abdicar. E menos de 200 delegados de vantagem em 1600 não são muitos... é uma vantagem suficiente para proclamar vitória mas não para assegurar noemação.

A convenção foi criada para decidir, para confirmar ou desempatar uma corrida bem disputada. O partido não chegou a acordo. A convenção decidirá.

A bem do sucesso eleitoral do partido compreendo que alguns apelem a que Hillary ceda. Diferente é dizer que acabou... acabou para Huckabee, que após longos meses de campanha viu McCain atingir o número mágico.

Tudo o resto é número da imprensa ou de "apoiantes viciados" mascarados de especialistas nos media norte-americanos :)

Anónimo disse...

Os super-delegados!

Reflecti sériamente sobre estes senhores e o seu papel. E não consigo concordar com o argumento populista que estes devem reflectir o voto popular dos seus estados.

Imaginem que fazem parte da Associação Nacional de Protecção das Tradições (ANPT). Na comissão executiva discutem que posição a tomar em relação à crise gerada pela queda em desuso dos cueiros.

Fazem parte da CE 20 pessoas, sendo que 17 são eleitas em congresso e as outras 3 são convidadas por serem grandes defensores da tradição e por ocuparem posições com projecção mediática ou desempenharem cargos públicos intimamente ligados à Associação. Como eu sou Provedor das Tradições do Alto Douro, eleito por uma lista fortemente apoiada pela ANPT decidem convidar-me para a CE.

Está nos estatutos que tomadas de posição pública são tomadas por maioria de "metade mais um". Na questão da crise dos cueiros há 10 membros a favor da tomada de posição pública e 9 contra.

Falta o meu voto, o de uma pessoa que foi convidada a estar por força do cargo que tem. Devo reflectir o que pensam as pessoas do Alto Douro ou o que eu penso?

Entendam-me: uma coisa é ser eleito para representar alguém; outra é ser convidado pelo cargo que ocupa a estar representado naquele local ou naquele evento. Um Governador ou Senador ou Congressista não é, dentro do partido democrata, um representante do seu estado. Esses são os delegados estatais e a estrutura democrata estatal.

jfd disse...

Tudo o resto é número da imprensa ou de "apoiantes viciados" mascarados de especialistas nos media norte-americanos :)

Portanto é esta a tua opinião sobre a opinião do politico.com ?

jfd disse...

Quanto aos super delegados, eu disse que já tinha reflectido sobre isso e chegado a uma conclusão.
Pois tinha. E mudei. E mudei de novo. E voltei a mudar!
Pois cada dia que passa sou bombardeado com argumentos e noticias que me moldam as ideias!
Tu dás um exemplo que se adapta ao que pensas.
Mais difícil é tentar adaptar o que pensamos ao que de facto se está a passar nas primárias democratas.

Ora vamos lá; neste momento a Florida e o Michigan estão por arranjar uma solução para o seu problema e parece que não vão haver novas primárias (slate.com), com isto a HRC não vai conseguir desfazer o facto de Obama ter mais delegados eleitos, e conseguir chegar à convenção à frente, aconteça o que acontecer (podes usar todas as calculadoras de delegados vs cenários em todos os sites, salon.com politico.com slate.com etc.). Para vencer, terá de ser através dos Super Delegados. Acontecendo isto poderá ser um desastre!

Opiniões há que dizem que os super delegados têm de resolver as suas questões até Junho. Sendo este o timming perfeito. Outras dizem que os super delegados podem fazer o que bem lhes apetecer pois eles SÃO o partido democrata.
Os apoiantes da primeira opinião consideram que o Verão será a época perfeita para cimentar o candidato.
Os da segunda sentem que os SD têm o direito a esperar para ver se há mais podres de algum candidato, ou escolher já em quem votam, ou mudar de voto dia sim dia não, o que quer que pensem que vá de encontro aos interesses do partido.

Acredito que, sendo os SD os representantes máximos de quem trabalha no partido, para que ele existe tal como é, que o seu voto seja realmente o voto da diferença.

Mas também acredito que se deva levar em conta que, e como já disse, o que se está a passar nunca aconteceu. Há um interesse genuíno das bases. E as bases levantaram-se das suas camas, faltaram as seus trabalhos, pegaram nas suas famílias e foram votar...
(Lembrem-se da discussão barões / militantes. Embora no nosso caso, um voto seja um voto.)
Ora, porque não pegar neste interesse, e fazer desde já a coroação do candidato e começar a preparar o longo combate?
Ou porque não continuar o test-drive ?

Voltando ao inicio tu dizes Né

Reflecti seriamente sobre estes senhores e o seu papel. E não consigo concordar com o argumento populista que estes devem reflectir o voto popular dos seus estados.

De quem é esse argumento populista? Quem serve?

Falta o meu voto, o de uma pessoa que foi convidada a estar por força do cargo que tem. Devo reflectir o que pensam as pessoas do Alto Douro ou o que eu penso?

As pessoas não são convidadas! São eleitas meu caro! Ou então têm inerência! No caso do Novo México, ganhou a HRC porque o Governador a apoiou na altura! Agora o Governador está com Obama. Não há que complicar muito esta situação.

Sorry plo comprimento, mas muito ainda há por dizer, vamos deixar a conversa fluir :)

Jfd, a conversa é interessante!

José Filipe Baptista disse...

A América evolui conforme a sua necessidade. S perante grandes catástrofes este aglomerado de Estados não parou, perante uma questão cultural que influência uma parte signifiativa da população também não para. Não podemos exigir que o racismo seja exterminado das mentalidades porque em todos os lados ele existe mas acredito que mais cedo ou mais tarde a América vai conseguir dialogar sobre este flagelo mental.

África do Sul foi em tempos Coroa do Racismo...e agora?
Nós por cá também evoluimos, como é que eles não o fazem?
Dê-mos tempo a tempo...

Anónimo disse...

A minha resposta ao politico.com é todo o comentário que fiz subsequente ao teu JFD. ;)

Há uma tendência na imprensa para levar Hillary a desistir porque está atrás... e não deve passar para frente. Mas enquanto não atingirem o número mágico eu acho que há uma luta que vale a pena ser travada.

Anónimo disse...

O argumento populista de que os super-delegados de determinado Estado devem representar o seu Estado já foi defendido por ambas as candidaturas em alturas diferentes. Neste momento serve melhor Obama e os seus partizans.

O Governador do NM não apoiou Hillary. Podes dizer que se presumia que iria apoiar Hillary mas não a apoiou oficialmente.

Enganas-te quanto às "inerências": é verdade que todos os governadores e membros eleitos para órgãos federais pelo partido democrata o são; mas nos superdelegados também há os que são convidados pelo DNC ou por estruturas estatais porque são proeminentes líderes de opinião.

Não te consigo dizer onde, mas numa das últimas discussões apresentei e disponibilizei informação sobre superdelegados.

O povo manifestou-se: certo. Mas segundo as regras do partido democrata de forma pouco esclarecedora. Nenhum candidato atingiu o número mágico pelo que há uma preferência por um candidato mas a convenção existe para discutir estas coisas.

Conhecendo-me sabem que prefiro o modelo directas. E depois do último Estado eu, se fosse um democrata, iria querer que o mais votado fosse o candidato.

Mas as regras são o que são e, até serem mudadas, é assim: os candidatos têm as primárias para atingir o número mágico de delegados; se nenhum deles o atingiu é porque não foram capazes de mobilizar suficientemente o partido.

E os super-delegados devem votar em quem confiam, não são representantes do voto popular.

P.S. Dito isto, se Obama tiver a vantagem duvido que os SD, com a sua sensibilidade política, coloquem o partido democrata numa situação tão delicada como seja a da nomeação de Hillary.

jfd disse...


Há uma tendência na imprensa para levar Hillary a desistir porque está atrás... e não deve passar para frente. Mas enquanto não atingirem o número mágico eu acho que há uma luta que vale a pena ser travada.


Então, claramente não estás a par da coisa.
O que existe é uma evidência. E já que insistes em anglicismos; HRC não vai atingir o número mágico.
A questão que te coloco, é para lá desta evidência!

Anónimo disse...

Nem Hillary nem Obama conseguem atingir o número mágico: isso é uma evidência desde a super-tuesday. E eu já o disse repetidamente, inclusive neste grupo de comentários.

Recoloca lá a tua questão para ver se eu compreendo. Se for para perguntar porque não desiste Hillary já respondi: é na convenção que se decide quem é o nomeado, não é no voto popular. E nenhum deles foi mobilizador o suficiente para chegar ao número mágico... como tal, de acordo com as regras do partido, não vejo porque deva Hillary afastar-se.

A não ser que tenhas em conta algo que já disse anteriormente: salvaguardar o partido. Mas isso são contas de outro rosário.

Faz lá a tua pergunta então.

;)

jfd disse...

Nem Hillary nem Obama conseguem atingir o número mágico: isso é uma evidência desde a super-tuesday.

Tens razão porque já tinhas dito isto:

Nem um nem outro chegou ao número mágico e, nem nem outro tem possibilidades de lá chegar sem um deles abdicar. E menos de 200 delegados de vantagem em 1600 não são muitos... é uma vantagem suficiente para proclamar vitória mas não para assegurar noemação.

Mas dizer que é uma evidência desde a Super Tuesday é esticar a corda.
Desde a ST podes é dizer que a campanha de HRC começou a bater com a cabeça na parede por a sua arrogância mostrar a falta de preparação para o cenário que encontrou! Isso sim!


Enganas-te quanto às "inerências": é verdade que todos os governadores e membros eleitos para órgãos federais pelo partido democrata o são; mas nos superdelegados também há os que são convidados pelo DNC ou por estruturas estatais porque são proeminentes líderes de opinião.

Enganei-me provavelmente, na terminologia, deveria ter referido então convidados, e não inerentes.

Quanto ao Governador. Não me consigo documentar neste momento. Mas creio que estou correcto.

A pergunta já ficou respondida.

Quanto às regras do partido, estão a ser discutidas as we speak.
E como disse em comentário anterior, revelo eu também a minha indecisão quanto ao tema. Não se pode ser tão categórico.
Ele deveria desistir a bem da união do mesmo. Mas porque não fazer da convenção a luta pela nomeação?
São estas, talvez, as duas grandes correntes!

Existe a ameaça externa! A envolvente!
-> McCain e os Media!

Exemplo McCain cometeu uma gaffe monumental no Meio Oriente antes de ontem (ou lá quando foi). Falou na Al Quaeda no Irão. Ora isso num destes candidatos não teria passado ao lado como passou nele, que foi corrigido pelo Lieberman (veterano das viagens ao Medio Oriente)...

Se um dos candidatos democratas der um pum, vai ser um nuclear meltdown :)

Então, talvez, quanto mais depressa se concentrarem num candidatom, mais depressa ficam no mesmo nível de competição.
...
Ou (ARGHHHHHHHHHHHH) deverão ir taco a taco, totalmente escrutinados pelos media, para que o sobrevivente da convenção venha como que renascido, perante os olhos dos media?

Em todo o caso, será que ainda há lugar para um ser VP do outro?
É que a campanha de HRC está cada vez mais suja...
E como dizia um comentador qualquer, com esta coisa do Pastor (reverendo, ou whatever), Obama passou a ser um ser humano com falhas!

Anónimo disse...

Acho que nenhum dos 3 restantes candidatos se pode queixar da imprensa: todos já foram carregados ao colo.

McCain teve a sorte do lado dele nessa gaffe: primeiro porque se limpou muito bem dizendo é óbvio que foi um deslize, uma pessoa com o meu currículo nestas matérias não faz confusões deste calibre lol; depois teve o caso reverendo e a infeliz declaração de hillary sobre o desembarque sobre rajadas de metralhadora ;)

Eram notícias bem mais giras que um velhote na Babilónia a confundir extremistas com al-qaeda... afinal, poucos são os que não os confundem :)

jfd disse...

Well, para ser correcto e preciso, tanto o caso Reverendo/Pastor/Whatever e o HRC e as Rajadas são anteriores. Ou estou assim com tanto sono?

jfd, estes spin doctors têm de ser postos na linha :)))

jfd disse...

E o assunto está cada vez mais interessante!!!

HRC joga cada vez mais sujo. E o seu marido está de volta!
Agora ela anda de media em media a falar, quer mal de Obama, quer dos delegados, dizendo que podem muito bem mudar de voto durante a convenção... Ou seja, está a tentar fincar o pé na porta para entrar...
Ontem o New York Times deu-lhe 10% de hipóteses de obter a nomeação, e pergunta se por esses 10% vale a pena desgraçar o Partido como a sua claque está a fazer.
O marido diz que na política vale tudo! Até podem falar mal de uma menina (a sua mulher!)
O Partido está virado do avesso!
Os Clintons e os seus financiadores já não metem tanto medo. Antes eles dirigiam o partido, mas agora Obama e os seus pequenos contribuidores, vierem mudar os poderes instalados. Os Clintons bem podem reclamar... Por isso as tácticas estão cada vez mais ferozes, e sujas.

E a campanha dos Clinton agora está apostada no terrorismo psicológico pelos média, em que avisa os delegados já eleitos que os seus votos podem ser tomados, tal e qual como os super delegados durante a convenção. Quando questionada, recusa que seja uma táctica para que mudem o voto para si.

Ouvi uma frase do Keith Obberman que achei engraçada, mais ou menos assim;

“Era o que faltava, antes sequer de terem em conta o voto popular, já quererem contar com os votos eleitorais... afinal que democracia???”

Estas infos todas baseio nos podcasts que ouvi da MSNBC e da FOXNEWS.
A Foxnews deu um exemplo interessante...
A HRC foi entrevistada por um jornal, e quando lhe perguntam pelo Reverendo do Obama, ela decide-se pelo golpe baixo, aproveitando para falar mal. Em contra partida, mostram as declarações de MacCain, Huckcabee, do Pastor dos Clinton, do Governador do Novo México, todos a apoiar Obama.

É caso para se dizer que quem se está a afogar tenta-se agarrar ao que puder ;)

Jfd, o algodão não engana

Anónimo disse...

Racismo...foi tema convenientemente ignorado até que houve uma necessidade claustrofóbica de o lançar às "hordes" opinativas americanas.

A menção tem de tão pouco de subliminar como de benefício prático a quem promoveu este tipo de propaganda negra onde não há faces nem fontes, muito à semelhança da publicação da foto de Obama em roupa somali.

Não me surpreendeu o timing escolhido, nem à maioria de vós o fez, apenas me surpreendeu o veículo utilizado para tal propósito.

O "Reverendo/Pastor/Whatever" , apontado por alguns como guia espiritual de Obama, empreende um conjunto de golpes duríssimos, e rudes acrescente-se, em devaneios extremistas difíceis de se contextualizar ou se compreender até.

Obama sóbrio e inspirador, com se vem tornando hábito, procurou o spin mas o propósito já tinha sido completo no seu objectivo. ´

Começara a silly season dos disparos de Olbermann, Matthews, O'Rielly,Carlson ou Hannety só para mencionar alguns(com o Stewart a ter os argumentistas de volta vai ser fresco vai)a alimentar à boca uns States inertes, apáticos e infantilmente ainda sensível a um tema tão claramente instrumentalizado que até dá dó.

Richardson...faz sentido porque ideologicamente se aproxima a Obama e porque poderá ser muito mais útil a este na luta final pelo eleitorado latino, tirando mais facilmente daí proveitos do que com seria possível com HRC (Vice-presidency? não me atrevo a arriscar).

Concordo com o Nelson Faria na iminência da declaração de apoio de Edwards a Obama pela mesma linha de raciocínio e pelo facto do alinhamento quase ipsis litteris durante a sua campanha.

Anónimo disse...

Ó jorge, não é uma questão de uma notícia ser anterior ou posterior... é uma questão de interesse. A corrida do lado democrata é que tem piada, tem sangue a sério. McCain VS McCain é inócuo :)

Queria escrever um enorme elogio à análise do BMM à medida que ia lendo o seu comentário mas agora sinto-me um tanto ou quanto mal... tendo mencionado a minha prestação (lol) parece que estamos numa de troca de galhardetes ;)

Que se dane: concordo com a visão e com a leitura políticas.

Quanto ao cargo de Richarson, ele dedicou uma parte do seu discurso quando apoiou Obama à política internacional e à "credibilização" dos EUA no Mundo.

Cheira-me a candidatura a Secretário de Estado ;) (na gíria europeia Ministro dos Negócios Estrangeiros)... Pat Buchanan teve uma expressão gírissima ao dizer que o apoio de Richardson vinha com um discurso e um currículo em anexo.

Anónimo disse...

Curiosa esta análise às análises que são feitas durante a corrida.

http://www.msnbc.msn.com/id/21134540/vp/23846962#23836820

Chamo particular atenção para uma sondagem:

deve Hillary desistir da corrida? 22% SIM 68% NÃO

deve Obama desistir da corrida?
22% SIM 68% NÃO

lol

jfd disse...

Bmm! Não sei se já tinhas comentado, mas welcome!
O Carlson que referes é o Tucker? O programa dele foi cancelado ;( fazes ideia porquê? O Hannety não oiço, mas sim o podcast do Colmes. Mas para compensar e nivelar oiço o Gibson;)

Nelson, quando analisas assuntos, faz todo o sentido o que vem antes e o que vem depois. Não é como a HRC que vem dizendo que lhe deram o nome por causa de uma pessoa que só nasceu 6 anos depois dela!!! Já se nota alguma patologia:)))

Não sei porque ias escrever um enorme elogia à análise do/da BMM. Não tem nada de extraordinário. Mas já agora, diz-me o que tem de especial para merecer um enorme elogio. Ou é daquelas coisas que dizes?

jfd,:)

Anónimo disse...

Meu caro jfd, antes de mais obrigado, sinto-me bem vindo.

Se com a referência ao recentemente cancelado programa de Carlson desejarias sugerir a irrelevância da sua opinião remato com o facto de este continuar com contributos muito válidos (embora não concorde nem com a forma e muito menos com a substância) em publicações de excelência como a Esquire ou a New York Times magazine.

Mas parece que desde que foi enxovalhado, no por isso defunto, Crossfire por um implacável Jon Stewart(http://www.youtube.com/watch?v=aFQFB5YpDZE) parece que o seu conservadorismo paroquial já não prende a atenção republicana. Isto e o facto da MSNBC não ser propriamente um canal conservador possivelmente poderá ajudar a dar resposta à tua questão.

Quanto ao elogio merecido ou imerecido, agradeço-o com igual satisfação meu caro Nelson.

jfd disse...

Meu caro BMM

Bem vindo então oficialmente :)
Digo então que sou WYSING; What You See Is What You Get.
O que te perguntava (se me permites o tu) era exactamente o porquê do cancelamento, pois não entendi! Era um programa que eu gostava, ouvia sempre no meu Aipodes, e realmente, o seu ar conservador, no meio daquele malharal todo da MSNBC, ficava bem!
Verei o youtube daqui a pouco, pois agora estou numa aula de Projecto LOL

jfd, em directo da aula de projecto :)

Anónimo disse...

É daquelas coisas que eu digo jfd... eu não sou caixa de ressonância nem de partidos nem de da opinião de terceiros.

Concordo com a análise, na íntegra, daí elogiar o bmm.

Quanto a Hillary: eu defendo que ambos têm de ir à convenção, não que Hillary deve ser nomeada.

É de longe a pessoa que menos gosto nesta corrida.

jfd disse...

O que ganha o partido, indo ambos à convenção?
(eu acho que tb tou ínclinado para isso...)

jfd, com duvidas...

Anónimo disse...

O partido não sei mas nós ganhamos uma Royal Rumble das antigas...

jfd disse...

Ora aí está um bom ponto de vista ;)
Let's get ready to rumbleeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee ;)