terça-feira, outubro 03, 2006

Anciãos para uns, velhos para nós!


Ontem comemorou-se o Dia Internacional do Idoso e uma notícia deixou-me triste: A Solidão "escondida" de 34 mil idosos em Lisboa.
34 mil!!!

10 comentários:

Paulo Colaço disse...

A solidão é um tema que se aborda sempre com um nó na garganta.
É injusto chegar a uma idade em que estamos tão indefesos, quiçá carentes, e nao ter ninguém em casa para nos dizer bom dia ou que nos tire a temperatura quando nos sentimos febris.

Ao ler o teu texto, Marta, lembro relatos da minha amiga Ana Rita Cavaco, antiga dirigente da JSD e hoje responsável de enfermagem por visitas a domicílio.

Dizia ela que muitos (mesmo muitos) dos doentes que ela visitava consideravam a equipa de enfermagem a sua única família.

É triste...

xana disse...

Existe uma enorme diferença entre estar só e ser solitário. E acredito que mesmo os solitários, nestas idades, não gostam de sentir a solidão. A família não é uma instituição perfeita, e muitas vezes existe menos solidariedade entre familiares do que entre desconhecidos.
Como eu digo, a família não se escolhe, é a que nos calha.

Sara Gonçalves Brito disse...

Penso que de uma demonstração pessoal se consegue ver o peso de tal palavra. Entre amigos e nas chamadas conversas de café, a dada altura, colocou-se a questão: "tens medo de morrer?", ao que muitos responderam: "tenho mais medo da solidão"...

Anónimo disse...

Realmente a solidão é algo assustador, principalmente quando se tratam de pessoas que já têm uma longa vida para contar e necessitam do merecido descanso.

Temos de criar apoios para os nossos velhinhos (é um termo que uso com muito carinho)e não nos esquecermos que mesmo na juventude custa estar só...imaginemos o que custa a quem tem uma longa história para nos contar...

Sara Gonçalves Brito disse...

Gostava também de elogiar a fotografia escolhida, pois gostei de ver o "meu" Cristo Rei de braços abertos à causa... é um presságio de bom caminho...
Bons trabalhos :)

PF disse...

É verdade!!!
Ás vezes penso...e como será com os meus pais?!...
Desejo profundamente que eles cheguem à velhice e com um sorriso nos lábios, saude e amor para confortar os seus coraçoes...

Tratam-se muito mal as pessoas velhinhas no nosso mundo!

José Baptista disse...

Esta ideia de como será a velhice dos meus pais preocupa-me constantemente! Primeiro porque estou sempre preocupado com quem faz parte de mim e se já hoje em dia estou em Lisboa e falo com eles duas vezes por dia e têm idade e saúde, imagino como será um futuro em que nem eu nem o meu irmão possamos estar perto deles? O isolamento do nosso povo é algo que nos ultrapassa em muito! Parabéns por te teres lembrado desta temática!

Marta Rocha disse...

Adoro a minha avó! Uma grande parte do que sou, devo-o a ela e não podia ficar indiferente a esta notícia. Não podia porque, como tu José, também tenho medo pelos meus pais e se queremos mudar alguma coisa é agora, antes de eles precisarem.

Anónimo disse...

A solidão entre os idosos é cada vez mais notável, embora eles estejam idosos não estão inúteis... Agora só resta a sociedade entender que antes de nós estão eles, e que se hoje somos o que somos, é somente a eles que devemos! Todos temos uma função, eles têm a do passado, nós a do futuro.

Joana Nave disse...

Infelizmente, a cultura portuguesa não é uma cultura familiar. A evolução da nossa sociedade trouxe-nos de uma situação em que tínhamos famílias tentaculares para as tão comuns famílias pequenas, em que temos os pais e um ou dois filhos no máximo. Esta situação torna-se ainda mais visível nas grandes cidades, onde a evolução tem sempre um palco mais mediático. Eu diria mesmo que, como em muitas outras coisas no nosso país, o problema da solidão começa por ser um problema estrutural. No entanto, não podemos deixar de reflectir nas nossas atitudes e pensarmos que a falta de cuidado com os mais velhos é resultado do grande egoísmo que vamos cultivando e da vida, sempre demasiado ocupada para darmos atenção aos outros. No fundo, podíamos viver todos bem, mas não sabemos simplesmente viver em família.