quarta-feira, setembro 05, 2007

Disciplina militar, Over and Out


«É lamentável» que militares não possam protestar, afirma Emmanuel Jacob, presidente da Organização Europeia de Associações Militares (EUROMIL).

Estou em crer que a solução para a Paz Mundial se pode encontrar no sindicalismo militar.

Já viram como seria maravilhoso se, ao ser declarada a III Guerra Mundial, estivesse tudo de greve?

12 comentários:

Anónimo disse...

Durante os governos socialistas mais parece que as nossas Forças Armadas são vítimas do lock out!

Paulo Colaço disse...

Ora aí está, caro Né, uma coisa fantástica: o lock Out...

Sempre me perguntei a razão da nossa Constituição ter palavras em língua estrangeira.

Durante algum tempo insurgi-me contra o uso de lock out ou habeas corpus no nosso texto fundamental.

Para quem não sabe o que é o lock out, aqui fica a definição da CGTP:

«Considera-se lock-out qualquer decisão unilateral do empregador que se traduza na paralisação total ou parcial da empresa ou na interdição aos locais de trabalho a alguns ou à totalidade dos/as trabalhadores/as e, ainda, na recusa em fornecer trabalho, condições e instrumentos de trabalho que determine ou possa determinar a paralisação de todos ou alguns sectores da empresa ou, que, em qualquer caso, vise atingir finalidades alheias à normal actividade da empresa.»

Joana Nave disse...

Ora aí está um fenómeno que me tira do sério: as greves!!!

- Para que servem as greves?

- Que exemplos temos de resultados práticos das greves?

Na minha opinião as greves conduzem apenas ao absentismo e à discórdia.

Andre Morais disse...

As Forças Armadas, como órgão de garante da soberania nacional devem-se pautar pelos valores da disciplina e do interesse militar, inerentes à condição militar.
O sindicalismo militar não tem razão de existir, visto que os únicos interesses que cabe aos militares defender são os altos interesses da nação.
Sei que parece um discurso muito "socrático" mas, como conhecedor das FA, reconheço nesta óptica a única via para a credibilidade e sobrevivência das FA, das quais depende a soberania nacional.

Anónimo disse...

Não gosto de greves, nunca fiz greve, nunca farei greves.
Mas também não gosto de carne mal passada, nunca comi carne mal passada e nunca comerei carne mal passada.
Mas isso não tira o direito aos outros de gostarem. comerem e pretenderem voltar a comer.
Todos devem ter direito a greves...

Filipe de Arede Nunes disse...

Subscrevo por completo as palavras do André Morais.
Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes

Bruno disse...

Sinceramente também não godsto de greves mas concordo que deve haver direito à greve e esse direito será usado de melhor ou pior forma conforme os intervenientes. Em Portugal (para falar do que conheço) quase nunca se escolhe a melhor forma e por isso já ninguém respeita os sindicalistas.

Quanto aos militares, fazem parte de um grupo de categorias (tal como a polícia) que devem ser enquadradas em realidades específicas. De resto, a ironia utilizada pelo Salgado no texto do post é bem demonstrativa do quão ridículo seria o direito à greve para esta malta...

Tété disse...

A greve é um direito que assiste a todos os trabalhadores, por terem existido no passado é que temos direitos tão fundamentais como direito a férias e horários de trabalho bem definidos.

Apesar da minha actividade profissional não gostar que os seus trabalhadores façam greve, não podemos esquecer-nos que todos nós começamos a nossa actividade profissional como empregados e como empregados que somos temos direitos que só foram por nós adquiridos porque houve gente que no passado pensou em coisas tão simples como direitos e não só deveres.

Tânia Martins disse...

Na minha opinião uma greve por parte de militares ou forças policiais não tem lógica, a estabilidade social do país depende deles, podem muito bem reclamar os seus direitos de outra forma...

E a ironia do Salgado explica tudo!

Paulo Colaço disse...

bem dito, Goreti!

Davide Ferreira disse...

O estatuto militar faz com que os militares não sejam empregados.

São sujeitos a um regime próprio, disciplina própria, deveres e direitos próprios.

O direito a greve na estrutura militar iria desfazer ainda mais os alicerces das Forças Armadas que já se vêm confrontadas com os problemas de falta de meios, falta de respeito da sociedade civil e com problemas de renovação de quadros.

Por outro lado não tenho dúvidas em afirmar que a 20 anos atrás servir nas Forças Armadas era considerada uma profissão nobre… e hoje em dia começa mais a ser um último recurso daqueles que não encontraram vocação ou arte para ir para outro lado.

Também não sou a favor de “passeios do descontentamento”, e neste ponto acho que não é preciso dizer nada, basta ver o sketch do gato fedorento a este respeito… Se as Forças Armadas querem ser sérias também não podem de maneira alguma fazer coisas dessas.

Resumindo e concluindo, as Forças Armadas têm graves problemas por resolver… mas o direito a greve apesar de poder parecer atractivo para os militares será reduzi-los aquilo que não são: Funcionários Públicos!

Joana Nave disse...

O facto de termos conseguido direitos através da paralisação dos nossos deveres revela muito sobre a fraca capacidade do ser humano para se respeitar e respeitar os seus semelhantes. No caso português, ainda é mais flagrante quando pensamos que o comportamento pouco cívico que temos é um factor determinante na imposição cada vez maior de regras e limitações à liberdade humana!