domingo, setembro 09, 2007

Boneca de Plástico


Esta semana li um artigo na revista Sábado que me deixou estupefacta!

Uma mulher de 33 anos gastou cerca de 22 mil euros, em 8 anos, em cirurgias plásticas. Estamos a falar de 16 plásticas que a obrigam a abdicar de alguns prazeres, que nada têm a ver com a estética, como um carro novo ou uma viagem para fora do país.

Segundo os especialistas na área, têm surgido cada vez mais viciados em plásticas que fazem pedidos completamente excêntricos, como um homem que pediu um implante mamário nas costas para dar prazer ao seu parceiro, e que estão muitas vezes associados a uma baixa auto-estima que se reflecte na não aceitação do seu corpo. Os cirurgiões plásticos recomendam em muitos destes “estranhos” casos o recurso a um psiquiatra.

Será o recurso a plásticas uma nova patologia do foro psicológico ou simplesmente uma questão de estética?

16 comentários:

Anónimo disse...

Olha, comecei a escrever este comentário mil vezes... Cada vez sua sentença... Tal a multiplicidade de opiniões... Mas fico-me por esta; que se faça o que se pode e se quer fazer... Porque não? Quem for de ser tratado psicologicamente que o seja. Afinal somos livres. Para o bem e para o mal :P

Recomendo Nip Tuck, temporada 1,2 e 3. Muito bom. Chocante actual e bem escrita. :)

Inês Rocheta Cassiano disse...

Há uns meses atrás, vi uma reportagem na Oprah sobre a moda das plásticas. O caso que retratava era semelhante, uma mulher (na altura aparentemente jovem) que fez inúmeras plásticas e agora é igual à imagem do post. Foi assustador, arrepiei-me mesmo. A mulher afirmou que as fazia para preencher um vazio. Preocupou-me esta falta de amor próprio das pessoas, falta de objectivos. Não estou com isto a dizer que sou contras as intervenções estéticas, agora acho que tudo deve ser feito com conta, peso e medida.
Actualmente, parece que o novo vício é fazer plásticas, ou para agradar ao cônjuge, que começa a demonstrar falta de interessa, ou para se sentirem melhores com elas próprias. Razões não faltam.
Reafirmo, não vejo mal nenhum nas cirurgias plásticas, mas confesso que a proporção que o fenómeno começa a tomar assusta-me.

Bruno disse...

Não tenho dúvidas que esta área da medicina deverá andar, cada vez mais, de braço dado com a psicologia e a psiquiatria!

Gonçalo Gaspar disse...

Sem sombra de dúvida este assunto é psicológico e psiquiátrico.
Há pessoas que cometem loucuras só porque não se sentem bem ao ver-se ao espelho chegando mesmo a pedir empréstimos para tal coisa.
Acredito ter uma opinião muito fria da questão visto que este assunto é mais vulgar no sexo feminino, mas um grande avanço na humanidade seria poder fazer uma plástica não exterior mas interior talvez fosse mais útil para a humanidade transformando bestas em bestiais.
Mas como é óbvio vejo com muito agrado o avanço da ciência estética nos casos de acidentes de trabalho ou na reconstrução por exemplo de uma mama devido a um cancro, agora aumentar o lábio aumentar o rabo e mil e uma coisa ná...ná...

Paulo Colaço disse...

Há doidos para tudo!
Até o simples "fenómeno" de lavar as mãos pode ser levado ao extremo: gente que o faz compulsivamente.

O que leva as pessoas a fazer plástica é o mesmo que leva muitos a ir ao ginásio: sentir-se bem com o seu corpo. Seja pela saude seja pela imagem.
Mas, como em tudo, ficar-se pelo "razoável" não é para todos. Há quem exagere.

Não sei se o exagero é psicopatia, mas desde que não se invada a esfera alheia, qual é o mal...?

xana disse...

Também acho que pertence ao foro psicológico. Isto porque existem cirurgias plásticas que podem ser mais libetadoras para um ser humano do que 10 anos de consultas psiquiátricas.

Tudo tem que ser feito com conta, peso e medida. Mas as pessoas que sofrem com a não aceitação da sua imagem física, têm aqui uma via de libretação muito considerável.

Dizemos que somos contra, mas quantas vezes já ouvimos comentários menos próprios sobre a beleza ou falta dela de outra pessoa? Será assim tão mau que essas pessoas possam corrigir o corpo através de cirurgia?

Claro que é preciso que haja acompanhamento, e ainda podemos confiar que a maior parte dos cirurgiões plásticos têm esse bom senso, e sabem discernir sobre quem lhes aparece e para fazer o quê.

Não sou contra a cirurgia plástica, sou bastante a favor. Não podemos ser egoístas, porque não conhecemos a obscuridade a que pode levar o descontentamento de alguém com a sua imagem física.

Marta Rocha disse...

Sem dúvida, as cirurgias estéticas, bem como o sobre-endividamento com recurso a crédito para o consumo são o valium dos novos tempos, servindo apenas para adiar as frustrações e acumular os problemas.

Tânia Martins disse...

Eu sou completamente a favor das operações plásticas, quando alguém não se sente à vontade como seu corpo acho muito bem que adira à operação. Porém não sou a favor das “plásticas” tipo Michael Jackson em que se arrisca a que lhe caia o nariz… Para tudo há um limite e as pessoas têm que ter consciência do conceito estética, uma plástica serve para aperfeiçoar uma imperfeição não para modificar o corpo todo! Aí o indivíduo arrisca-se a parecer uma aberração construída pelo homem!
As pessoas têm de aprender a fazer uso das oportunidades que lhes dão!

O psicológico tem grande culpa pela opção de operação plástica por parte de alguém, mas o que fez esse preconceito todo foi o facto de termos uma sociedade que aponta o dedo e que está casa vez mais “vaidosa”!

Tânia Martins disse...

"O psicológico tem grande culpa pela opção de operação plástica por parte de alguém, mas o que fez esse preconceito todo foi o facto de termos uma sociedade que aponta o dedo e que está CADA vez mais “vaidosa”!

desculpem o erro ;)

Anónimo disse...

Tudo o que é de mais farta, irrita, preocupa.

A operação plástica faz-se por uma questão de saúde ou beleza.

Tal como melhorias na casa, na roupa, no cabelo, do tipo de restaurantes que frequentamos ou nos telemóveis que temos.

Um amigo meu muda de telemóvel várias vezes por ano. "Para estar actualizado, diz ele".

Não será uma doença também? Ou aqueles que têm uma garagem repleta de vários carros?

Plásticas com conta, peso e medida são aceitáveis. Os excessos são como todos os outros excessos.

Margarida Balseiro Lopes disse...

Tal como Cícero, entendo que a moderação é coisa muito boa.

Não condeno nem me faz confusão a realização de operações plásticas. Quando não nos sentimos bem com o que temos (ou não temos), não vejo por que não recorrer a uma cirurgia deste jaez.

Há depois os casos de manifesto desmando, como o que a Rita aqui nos traz, que se relacionam (na sua maioria) com o foro psicológico.

joana simões disse...

bem, eu considero que a cirurgia plástica seja em que parte do corpo for, tem sempre como objectivo elevar a auto-estima da pessoa em causa, seja por que motivos for! contudo, cada um é livre de fazer o que entender com o seu dinheiro! considero importante que as pessoas antes de se submeterem a tal coisa, avaliem a razão por que o fazem! se é uma questão psicologica? sim, é!

José Pedro Salgado disse...

A cirurgia plástica é fantástica. Consegue fazer autênticos milagres por pessoas que caso contrário viveriam infernos.

Consegue ainda fazer pequenos milagres, dar jeitinhos em partes que as pessoas não gostam.

Mas como qualquer milagre, grande ou pequeno, tem de ser usado com moderação, sob pena de deslumbre, que leva a exageros.

Unknown disse...

Este post recordou-me um programa da RTP2 que vi à alguns anos onde mostravam algumas pessoas que supostamente eram viciadas em operações plasticas, e que as efectuavam em locais publicos como teatros para "divertimento" dos espectadores.
Um deles, que tinha um fetiche com sangue, pendurava-se dum gancho de talhante e sangrava até perder os sentidos, utilizando uma botija de agua quente junto ao coração para se aguentar mais tempo vivo (depois a "performance" acabava invariavelmente com o sujeito a receber várias transfusões de sanguem no hospital mais proximo).

Outra situação que me recordo é a de uma "doença" em que o paciente sente que parte do corpo dele não lhe pertence (sim, estou a falar a serio), e normalmente pedem a cirurgiões que lhes excisem o dito membro (braços, pernas, mãos, havia de tudo).
Há mesmo uma associação de apoio a estas pessoas nos EUA...

Quanto à minha opinião pessoal, creio que embora deva haver liberdade para que um individuo possa efectuar as cirurgias que quiser, muitas vezes podem encontrar-se em estados alterados (devido a doença mental - depressão, etc) e podem de "livre vontade" tomar decisões que poderão vir a ser irreversiveis.

Caso Hipotético:

Alguem que fique incapacitado de trabalhar por excisar um braço tem direito a Reforma por Invalidez, quando fez essa excisão de livre vontade?

Dá que pensar... e para quem tiver tempo livre, podem ver o filme "Brazil", e tomar atenção à personagem "Mrs. Ida Lowry" e suas amigas, viciadas em operações plasticas...

Bruno disse...

Em primeiro lugar, deixem-me saudar o surgimento de mais um psico-comentador pois penso que é a primeira vez que contamos com a presença do Manuel_Nina.

Em segundo lugar, queria esclarecer que o meu comentário de que a cirurgia plástica deverá andar "de braço dado" com a psicologia/psiquiatria não quer dizer que todas as pessoas que recorrem a este tipo de operações tenham problemas psicológicos.

Antes pelo contrário! Aquilo que penso é que a cirurgia plástica se justifica em variadíssimos casos, sendo que em todos eles está associada ao facto de uma característica física poder provocar um desíquilibrio psicológico ao seu portador.

Assim sendo, penso que quem optar por recorrer à cirurgia plástica deverá sempre ter acompanhamento psicológico para que se defina qual o melhor tratamento a desenvilver e não se acabe por descambar em situações de exagero.

Os casos citados no comentário do Manuel Nina são realmente... como poderei dizer... nojentos, será isso? E quanto à dúvida que ele coloca, eu não sou especialista em leis - mas há vários aqui no Psico - mas penso que a mutilação, ainda que do próprio corpo, não é permitida... Não sei se a Segurança Social daria uma pensão a alguém numa situação dessas mas pelo menos uma companhia de seguros posso garantir-vos que não pagava!

xana disse...

Eu vi esse programa, mas acho que eram situações diferentes.

bem vindo Nina, e desconfio que tanto falámos no psico na reunião de ontem que já deixamos o bichinho a alguns companheiros de CPS!