quinta-feira, janeiro 31, 2008

A Picanha e o Mexilhão


A União Europeia decretou uma suspensão à importação de carne brasileira por falta de garantias de qualidade. Depois de ter emitido um aviso em Dezembro, que não obteve, das autoridades brasileiras, a resposta esperada, a UE cumpriu e decretou a suspensão.

Em declarações à SIC, o Gerente de um restaurante brasileiro disse que tinham a situação controlada e que iriam passar a rcorrer a carne europeia (holandesa, alemã e irlandesa) ou ainda carne argentina que é de reconhecida qualidade.

O problema é que, com esta restrição, o preço das carnes de outras proveniências sofrerá um natural aumento. No caso da carne argentina fala-se já em subidas a rondar os 60%. Já estão mesmo a ver de que bolsos é que vão sair os euros extra.

Será mesmo caso para dizer que, por causa da picanha quem se lixa é o mexilhão...

19 comentários:

Paulo Colaço disse...

Não estou por dentro deste tema.

Alguém me faz o histórico disto?

(Nota: eu até gosto mais de carne argentina... Vivan las pampas!)

Bruno disse...

toma lá Colaço:

http://sic.sapo.pt/online/noticias/vida/Suspensao+a+carne+bovina+brasileira.htm

Paulo Colaço disse...

Este post dá-me fome...
Relembro aos psicóticos (e informo os psico-amigos) que entre essas 19.23h e as 20.30h estaremos na Pizzaria "A Vida é bela" (junto à Lusíada) para o repasto que antecede o grande debate de hoje.

Não esquecer: "Como lidar com os lobbies?"
Pacheco Pereira Vs Luís Paixão Martins
21H, Auditório 1 da Univ. Lusíada de Lisboa.

Quem não puder assistir, pode assistir ao debate em Transmissão Live em: http://www.lis.ulusiada.pt/auditorios/auditorio2.php

Anónimo disse...

Ainda as autoridades europeias não se lembraram de enviar ao Brasil as equipas da ASAE... lol

Filipe de Arede Nunes disse...

Quero só aproveitar para desejar que o debate de hoje corra pelo melhor e que tenha a participação que o evento merece.
Infelizmente não vou poder estar presente, mas não é por falta de vontade.
Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes

Carlos Carvalho disse...

Este assunto é, no mínimo, dúbio... Isto porque, até agora, era famosa a carne brasileira por ser um sinónimo, em quase todos os casos, de qualidade.

Aliás, nesta altura do ano, o Carnaval, todos nós nos habituamos a apreciar, em todas as cores, a carne brasileira, quer no prato, quer nos documentários televisivos, com mais ou menos samba.

Acho, portanto, bem que tudo se faça para que se mantenham os niveis de qualidade e, se a qualidade diminui, é correcto impedir que prolifere pela Europa a carne de má qualidade.

Todos sabemos do imenso valor monetário que este negócio implica e todos sabemos que é grande, e crescente, o número de apreciadores deste tipo de carnes... Há, até, uma tendência, mais ou menos natural, de levar a vida de forma mais alegre e descontraída, quase que ao ritmo Brasil. Percebe-se. No entanto um produto só é bom enquanto mantém a qualidade. Quando não cumpre as normas, quando sai da linha, simplesmente deixa de ser apetecivel e faz com que sejam aniquilados os padrõezinhos.

Sei que tal situação, como é normal, afectará sempre o consumidor. Mas também deve o consumidor ter consciência de que a qualidade tem um preço. Só não sei é se deve ser a UE a definir esses padrões, se bem que percebo, por um lado, que o seja.

Quanto à carne Argentina, é verdade que tem elevados padrões de qualidade, sendo mesmo um dos negócios que maior impacto tem na economia daquele país, tão grande tem sido a aposta nesse sector. Se há região do mundo onde a carne apresenta fortes argumentos qualitativos e económicos é na América do Sul. É, pois, normal que acontecendo este tipo de restrições surjam benefícios económicos para uns, decorrentes da maior procura, e malefícios para outros, decorrentes da menor quantidade, mas da manutenção, ou melhoria, da qualidade.

Percebe-se...

Anónimo disse...

Estou estatelada, caída, agarrada à barriga! E não, não comi carne brasileira... simplesmente não consigo parar de rir devido ao comentário que antecede o meu!

Isto é que é humor! à maroto!

Mas tens razão... e se no meio pensarmos em «mexilhão», está o caldo entornado!!

Anónimo disse...

Amigo Paulo, o mais certo é extenderem este impedimento ás carnes argentinas.
Antes de mais gostaria de realçar que ter fama, não significa Qualidade. Longe vão os tempos onde a Qualidade era apenas inspeccionada ao nivel do produto, hoje em dia esse modelo foi substituido pela gestão de Qualidade Total, o que implica que haja controlo e certificação em todos os processos e etapas que envolvem um produto ou serviço. Para isso é obrigatório que desde a gestão de topo até aos operários tudo tem de estar regulamentado e devidamente certificado. O que está a acontecer com a carne brasileira é mais do que justo para com os produtores de carne na europa, principalmente os irlandeses. Não faz sentido "obrigarem" os paises europeus a implementarem um HACCP (Sistema de análise de perigos na industria alimentar) que envolve custos elevados para posteriormente entrar carne proveniente de um pais que não adopta as mesmas regras. Não se trata apenas de ispeccionar os animais, ver se tem doenças ou não mas de um contolo biológico, químico e fisico de todos os processos que envolvem a carne, de modo a garantir a inocuidade dos alimentos.
Pode parecer ridiculo mas até o tipo de aço inox (maior concentração de Niquel/Crómio)presente nos matadouros, quer seja em serras, bacias, sistemas de transporte,etc é suficiente para por em perigo a saude Humana e consequentemente ser retirada a certificação do produto.
A Qualidade da carne brasileira não diminuiu, nós é que ao implementar normas ISO9001, ISO 14001 e HACCP estamos a elevar a fasquia da nossa satisfação e bem estar.

Anónimo disse...

Por lapso, não mencionei no meu post que a norma internacional relativa a Sistemas de gestão de segurança alimentar é a ISO22000. Caro Carlos, quanto ao seu comentário não concordo nada quando defende os altos padrões de Qualidade da carne Sul Americana, é precisamente aqui que reside o seu maior problema...falta de Qualidade. Até pode ter um magnifico sabor (sem duvida que tem), mas quando não tem um sistema que se rege pelas indicações e procedimentos indicados pela OMS, como é o caso (unico) do HACCP, não podemos de maneira alguma, atribui~-lhe o rótulo de "Qualidade". Relembro o caso de febre aftosa que ocorreu em 2006 na ARgentina e que afectou 30 a 40 % da exportação.

Anónimo disse...

Da produção de carne percebo pouco, sou perito na sua degustação mais que aferição de qualidade.

Sim, porque são coisas diferentes as "qualidades" de que falamos. Se falarmos da riqueza do sabor, textura e gula pura, a carne sul-americana é um perfect 10 (obrigado carlos); mas temos de ter em conta como se produz e a segurança em torno da carne (obrigado baía).

E a verdade é que na América do Sul está longe de se cumprir com os padrões europeus de controlo da qualidade... e essa concorrência desleal não deve ser tolerada.

Anónimo disse...

Será que era necessário importarmos tanta carne?
Será que o tempo que estamos a gastar a discutir as nossas importações de carne .... não deveriamos pensar em produzir mais carne nosso país. Com tantos campos abandonados de certa que espaço p instalar os animais não nos falta... vale a pena pensar nisto!

Anónimo disse...

Ah! Acho muito bem q exijam ao Brasil apresentar as condições em que os animais são criados..com tantas exigências p uns e tanto facilitismo p outros. eu até me admirava como é q exigem tanto dos criadores portugueses e a nível da Europa e deixavam entar em Portugal carne vinda do Brasil e criada sabe lá Deus como...enfim!!Essa da ASAE ir até ao Brasil é boa para inspeccionar como são criados os animais e ASAE podia aproveitar e ficar lá a pastar...

Bruno disse...

Espero bem que estas limitações sejam alargadas aos outros países que exportam para a Europa. É que senão vamos mesmo estar a dar-lhes a possibilidade de aumentarem os preços "à vontade".

E, sem sombra de dúvida, que seria estúpido obrigar os países da UE a cumprirem critérios de qualidade e segurança alimentar e depois importar de países que não o fazem.

Bom, por ora quem gostar de ir a restaurantes brasileiros tem mesmo que se contentar com a musiquinha, a farofa e o feijão...

Anónimo disse...

LOL

Vamos tornar a ASAE na próxima Interpol... uma espécie de luta contra o tradicional e uniformização dos costumes ;)

Eu vou aos rodízios por causa da maminha e da banana frita. A picanha é uma parte da vaca, as nossas também têm :)

jfd disse...

Heys tb sou fã de maminha. Pensava que vinha da vaca :P procurei na net e fiquei na mesma.
Mas descobri o nome do corte em inglês:

http://en.wikipedia.org/wiki/Tri-tip

hugz

Bruno disse...

Ai vocês gostam é de maminha?... e quem é que não gosta? :P

Será que é agora que vai descambar? Estive para postar a foto de uma brasileira boazona mas não o fiz para evitar que a malta badernasse (aí está a expresão do momento) muito a coisa...

José Pedro Salgado disse...

Cada vez que vejo estas questões lembro-me sempre do mesmo.

Bruno disse...

Hehe! Boa malha Zé Pedro! Mas a verdade é que me parece bem que se aumentem os cuidados e o controlo de qualidade dos produtos que comemos e mesmo dos outros com que temos contacto.

Até porque a verdade é que a malta é muito imaginativa e anda sempre a inventar novas formas de poupar euros na produção e colocação de produtos no mercado.

Na directa proporção em que vamos desenvolvendo a tecnologia, devemos ir desenvolvendo o controlo da sua utilização. E devemos aproveitar esse desenvolvimento para procurarmos melhorar a nossa qualidade de vida.

Um paradigma é o tabaco, que até já foi tido como algo saudável quando não se sabia a fundo dos malefícios que lhe estão associados...

Paulo Colaço disse...

Eu também sou mais perito em degustação.
Baía, aceito as tuas notas, até porque não te conheço enquanto pessoa que fala de cor.

Maminha? Sim, gosto, mas nunca rejeito um bom naco de cupim!!!