terça-feira, outubro 16, 2007

Obrigado Portugal! 3% Défice

O vídeo que devíamos ter feito mas que não fizemos por ser populista...

35 comentários:

Anónimo disse...

Está brutal!

Anónimo disse...

Não há palavras !!! Ainda conseguem rir !!! Realmente podemos perder tudo mas nunca a boa disposição!

Tété disse...

Este video reflecte a vidinha que Portugal atravessa...sempre contentes com o pouco que temos e com o pouco que nos vão disponibilizando

Bruno disse...

Né, aceito a provocação mas aproveito para te explicar uma coisa. Sim, porque eu sei que tu não achas que sabes tudo ;)

Não acho que tu conideres este vídeo populista. Ou que agora aches que tudo aquilo que te agrada é populista. Este vídeo é simplesmente uma crítica social num tom irónico, mordaz, próprio de quem pode adoptar este tipo de comportamento.

Não é, definitivamente, o posicionamento de um partido político. Mas poderia ser por exemplo de uma jota...

Bruno disse...

Entretanto, para que não fiquem dúvidas: está muito, muito, muito bom!

Davide Ferreira disse...

O gato fedorento faz mais "oposição" ao governo do que nós :P

Filipe de Arede Nunes disse...

Concordo em absoluto com o Bruno, literalmente em tudo!
Até estou a estranhar! Qualquer dia ainda me mudo para Almada!
Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes

Paulo Colaço disse...

Ora precisamente, Bruno.
À JSD é permitida uma brincadeira destas. Vindo do Partido podia ser considerado mau gosto, embora o sketch seja genial.

Carlos Carvalho disse...

Este video está sensacional! Dos melhores de sempre!

É o reflexo, em versão cómica, da realidade portuguesa... consegue-se estar abaixo dos 3%, mas sempre à custa da diminuição da qualidade de vida...

Bem dada...

Anónimo disse...

O video esta engraçado, mas agora lanço eu uma provacação ate porque tenho a mania das contas certas, haveria outra maneira de cortar na despesa, é que no orçamento do ano passado o PSD pediu a redução da despesa na generalidade mas em cada especialidade pedia sempre o aumento desse mesmo orçamento, e não nos esqueçamos do controlo da inflação por parte do BCE que obriga de tempos a tempos ao aumento dos juros, mas a pergunta é esta aonde é que os psicos cortavam na despesa para cumprir o PEC?

Paulo Colaço disse...

Bela provocação.
Já cá venho dizer umas sobre isso.
E quero ler o que o Mendonça dirá...
Ehehe

Filipe de Arede Nunes disse...

Muito bem oh Daniel!
Muito bem mesmo. Até estou curioso o que é que o colaço vai dizer sobre o assunto!
Eu não vou dizer grande coisa porque não sou economista, logo domino pouco a matéria.
Mas quero ver o que é que vêm aqui dizer!
Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes

Bruno disse...

Sim, caro Filipe! Até já vais assistir aos debates eleitorais da Jota de Almada ;)

Acho que fizeste muito bem e a malta do Seixal, por mim, será sempre bem-vinda a Almada!

Paulo Colaço disse...

Para que conste, o Ribeiro fugiu ao tema proposto pelo Daniel Geraldes...
hihih

(reafirmo que já cá venho, mas não fiques com muitas esperanças, Filipe, eu também pesco pouco destes temas...)

Anónimo disse...

Olá pessoal,

Começo por agradecer o lançamento do Colaço, mas vou desiludi-lo. Eu sei que ele, e talvez o Daniel que lançou – e muito bem o desafio – gostavam de ler qualquer coisa do género: cortava x% aqui, y% ali, reduzia isto, eliminava aquilo. Mas, não é isso que farei, mesmo correndo o risco de começar a ser acusado de reduzir tudo à discussão ideológica.

A verdade é que neste caso a questão é profundamente ideológica. Onde cortar para cumprir o PEC? Antes de mais é preciso esclarecer que a “história dos 3%” não é único objectivo do PEC. Aliás, esse é apenas um instrumento para alcançar talvez o mais arrojado: garantira a saúde das contas públicas – equilíbrio orçamental – ao longo do ciclo. Isto é, cria-se uma espécie de zona de segurança (3%) para que a dívida pública não derrape para valores difíceis de controlar. Mas isto foi só um ponto prévio, que tem toda a importância. Verão de seguida porquê.

Então onde cortar? O que este Governo fez foi assumir a bandeira da redução dos míticos 3%. Muito bem. Para isso, mais não fez, na minha opinião, do que mera operações de cosmética da despesa e, o grande erro, sobrecarregar os portugueses com mais impostos. E de resto? Nada.

O essencial está congelado, como seria de esperar. Quem é que acreditava que um Governo socialista estaria empenhado na reforma, a sério da administração pública? Quem acreditava que um Governo socialista iria repensar as funções do Estado? Quem é que acreditava que este PS decidiria alterar, a sério, o modelo de financiamento do SNS? Durante algum tempo criou-se essa ilusão, em nome da tal “esquerda moderna”. Pura cosmética. E este OE 2008 é o espelho disso: a despesa corrente primária volta a crescer – os gastos com o papel, os telefones, as gasolinas etc – a despesa com pessoal cresce 0,1% – contrariando os objectivos do PRACE, que não sai do papel. E a receita fiscal? Dispara. Ora aí está!

Este OE é o melhor exemplo do estilo de Governação socialista: garrote na classe média para alimentar um Estado obeso e meia-dúzia de clichés ideológicos. A solução passa por reformar a Administração pública a sério. Redefinir as funções do estado, reservando os serviços públicos a quem deles precisa.

É a visão de um liberal? É a minha!

Anónimo disse...

Correcção:
A última frase do meu comentário pdoe levantar muitas dúvidas. Não quero que façam leituras erradas.

O SNS é, para mim, o melhor exemplo. Defendo uma contribuição colectiva obrigatória, mas mínima, para assegurar o funcionamento do serviço público de saúde - de qualidade - para aqueles que, tendo em conta o nivel dos seus rendimentos, não têm condições para sairem do sistema.

PS- Desta forma respondo àqueles que me perguntam: porque te dizes liberal social e não liberal apenas? Porque se fosse apenas liberal, defenderia o fim do Serviço Público ou um modelo minimalista e injusto como o norte-americano. Meus caros, nunca me verão a defender isso, por mais que isso custe a alguns :P

Guilherme Diaz-Bérrio disse...

Bem, tecnicamente o limite dos 3% foi criado para dar espaço para o funcionamento dos "establizadores automáticos" em tempo de crise. A questão da sustentabilidade da dívida era os 60% de ratio máximo sobre o PIB, e na última revisão este critério deixou de ser viculativo.

Quanto à derrapagem para "valores de dívida dificeis de controlar", a verdade é que nenhum economista te sabe responder onde anda esse valor. Há quem argumente que eram os "famosos" 60%, à quem argumente que, se seguires a regra de ouro das finanças públicas (só colocares na dívida pública despesa de investimento) podes sustentar um valor superior sem grande trabalho.

No entanto concordo com o Mendonça. Este OE não é mais que cosmética. E grosseira! O IEP (Instituto de Estradas de Portugal) foi desorçamentado, ou seja, menos 700 milhões ano que já não são contabilizados. As privatizações não são mais que despesa extraordinária - já se fez cerca de 2,5 mil milhões de euros em receitas deste genero. A única diferença é que estas receitas são consignadas ao serviço da divida pública. Mas mesmo assumindo os valores do OE, 900 milhões em privatizações, isso não representa uma queda de 64,4 para 64,1% de divida, mas sim de 64,4 para 63,8%...ou seja este governo foi buscar mais 450 milhões sem ninguém ver. E as brincadeiras contabilisticas continuam...

Moral da história: quando esta economia derrapar - e para os mais desatentos note-se que vai, porque espanha nao vai bem e nós não somos a alemanha, ou seja, não exportamos valor mas sim baixo custo - ai vamos ver, outra vez, os 3% a evaporarem-se. Aumentar impostos com uma economia a crescer é facil. Facil e não custa muito... quando a coisa desacelera é que se vê as brincadeiras.

Filipe de Arede Nunes disse...

É verdade Bruno.
Como assessor de imprensa não oficial - não sou membro da CP - da maior secção a sul do Tejo, senti-me na obrigação de conhecer as propostas da secção de Almada e dos seus candidatos.
Naturalmente que a malta de Almada também será sempre bem vinda ao Seixal. E o pessoal do Psico também.
Aliás, aproveito para lançar um repto à realização de um dos vossos debates na minha terra.
Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes

Bruno disse...

Eu não fugi nada! Devo salientar que quando coloquei o meu comentário nem me apercebi que já existia o comentário do Daniel.

Ainda não respondi, nem sequer o li porque estive numa reunião e agora estou mais preocupado em conseguir acompanhar os últimos minutos do jogo de Portugal com as difculdades de não ter rádio nem TV por perto e tar com problemas na net.

Mas parece que tamos a ganhar 2-0 :D

Bruno disse...

Bem, parece que ganhámos mesmo mas ainda sofremos um golo no final :(

Filipe, fica descansado que o Psico há-de ir ao Seixal. Tivemos recentemente uma actividade no distrito, como sabes, e por isso temos que correr outros locais. Mas não faltará muito para aí irmos ;)

Agora a resposta ao Daniel: eu também não sou especialista e por isso a primeira coisa que fazia era informar-me onde é que está a ferida. Depois informava-me sobre os perigos e benefícios de mexer onde seria preciso mexer. Depois mexia!

Como não especialista, acredito que há muitas pequenas coisas que provávelmente poderiam ajudar: a mudança de pequenos hábitos, o incutir nas pessoas de mais responsabilidade na utilização dos dinheiros públicos, uma efectiva exigência de profissionalismo e resultados aos profissionais de empresas públicas e ministérios...

O Mendonça fala, por exemplo, na questão dos gastos com papel, combustível, telefones, etc. Pois! Por exemplo. A questão dos telefones até já foi abordada aqui no Psico e eu acredito que estes pequenos pormenores podem ajudar a fazer a diferença. Mas posso estar enganado...

Inês Rocheta Cassiano disse...

Este sketch está simplesmente genial! O que eu me ri com isto!

Quanto à questão levantada pelo Daniel: o PEC exige políticas orçamentais contidas de forma que:
- o défice orçamental não ultrapasse os 3% do PIB
- a dívida pública não ultrapasse os 60% do PIB
- a taxa de inflação não pode exceder em mais de 1,5% a média dos três Estados com inflação mais baixa
- as taxas de juro a longo prazo não podem exceder em mais de 2% a média das taxas de juro dos três Estados com as taxas de inflação mais baixas
- as taxas de câmbio deverão manter-se na margem de flutuações autorizadas pelo SME, durante pelo menos os dois anos anteriores
Estas políticas orçamentais dificilmente estimulam o crescimento económico. Como pode então crescer a economia? O PIB pode expandir-se através do consumo interno e investimento.
Se o Estado decidir actuar pelo lado das receitas públicas, irá ocorrer um aumento dos impostos directos, que se traduzirá numa redução do consumo, assim como da procura e finalmente dos preços. Desta forma, modera-se a inflação, aumenta-se as receitas públicas, tendendo para a melhoria do défice orçamental.
Se o Estado decidir actuar pelo lado da despesa, poderá ter lugar uma redução dos Gastos (como por exemplo, diminuição dos subsídios às famílias), provocando uma quebra no rendimento disponível, o que origina a descida do consumo, procura e preços.
As políticas contraccionistas que os Governos usam para atingir os objectivos do PEC comprometem o crescimento futuro das economias. Uma política contraccionista orçamental fará com que não se investa em hospitais, escolas ou estradas. Esta falta de investimento em infra-estruturas inseridas necessariamente numa política estrutural para um crescimento económico de longo prazo compromete o desenvolvimento do país.

Guilherme Diaz-Bérrio disse...

Cara Inezinha,
O pacto nunca foi desenhado para estimular o crescimento económico. Alias, a parte do Crescimento foi uma imposição francesa de modo a "vender" o dito em França. Quanto aos critérios, cuidado: o pacto revisto já não contém a questão dos câmbios e do SME (Sistema Monetário Europeu). O que leva ao objectivo do PEC: estabilidade monetária.

Só impondo disciplina orçamental na zona Euro poderias criar o dito. Seria impossivel teres uma zona euro onde tivesses países com grandes déficits/racios divida publica porque seria complicado para o BCE gerir inflação ou resistir à pressão politica para "monetizar déficits".

Quanto aos critérios em sí, não são assim tão restritivos. Não precisas de correr um deficit para teres investimento. Alias, e o PEC nunca proibiu isto, se seguires a chamada "Regra de Ouro das Finanças Publicas" tens investimento e saldos primarios positivos, porque a regra dita que infras-estruturas são financiadas pela divida pulblica, para partilhar os custos pelos utilizadores, presentes e futuros.

O problema de Portugal é que ninguém cá leu Keynes como deve de ser. Ou melhor, leram o que conveio, e esqueceram a parte do "contra ciclico" da politica orçamental. Se a economia cresce, então tu, enquanto Estado equilibras as contas. Foi precisamente isso que o Eng. Guterres não fez quando teve essa oportunidade e agora estás, e vais continuar, a pagar caro. A grande parte da despesa corrente, i.e. salários, transferencias correntes e afins, além de ter uma enorme proporção perante o PIB é rigida, não te dando grande espaço de manobra. Logo cortas naquilo que podes fazer facilmente, e não te custa 500 mil votos (aka funcionários públicos, números redondos): investimento. E o resto como dizem é história...

Anónimo disse...

Nem preciso de dizer mais nada quanto às dúvidas em relação ao PEC: o Guilherme interviu.


Secção B, mais uma vez, a complementar-se!

EP disse...

Muito já foi dito e não me quero repetir. De um modo geral, concordo com o que foi dito pelo Mendonça e pelo Guilherme.

"O problema de Portugal é que ninguém cá leu Keynes como deve de ser. Ou melhor, leram o que conveio, e esqueceram a parte do "contra ciclico" da politica orçamental." Concordo! (mas foi preciso sair para deixar de ver a preto e branco)

Mesmo dispondo de autonomia na definição da politica orçamental, importa não esquecer que ao fazer parte da euroarea "abdicámos" da condução da politica monetária. A condução da mesma passou a ser centralizada na figura do BCE que, concorde-se ou não, tem objectivos e grau de independência diferentes da Fed. Assim, a liberdade no desenho da politica orçamental deveria implicar mais responsabilidade e não, mais facilidades.
É que há brincadeiras que se pagam caro. E a factura desta é e será paga por todos.

Paulo Colaço disse...

Bom, o tópico tornou-se demasiado técnico para o meu paupérrimo comentário, mas cá vai.

Em primeiro lugar, obrigado pelo convite, Filipe. A lista de pedidos já é grande, mas agendaremos com gosto um psico-debate no Seixal.

Voltando à vaca fria, como eu não sou expert, posso apenas dizer quais as primeiras medidas que eu tomaria se tivesse de gerir a “poderosa máquina”. Eis algumas ideias:

- racionalização de serviços (em despesas de pessoal, melhor gestão de economato, apertado controlo de gastos)
- mais decoro na disponibilização de regalias a quadros superiores;
- Melhor gestão imobiliária (perde-se dinheiro sem conta em arrendamentos e deixa-se de receber outro tanto devido à não utilização de imóveis);
- Corte em despesas militares, com a especialização a recair sobre a Marinha e as operações humanitárias;

Estas notas incidem sobretudo na gestão eficiente. A máquina do Estado é a sua pior inimiga: combatê-la não é fácil, até porque a boa vontade das chefias não chega. Não havendo colaboração de funcionários (ou leis flexíveis para mandar os imprestáveis e os empatas para a rua) a coisa pode nunca passar do papel.

Guilherme Diaz-Bérrio disse...

Caro Colaço,
Concordo com as tuas medidas, talvez com a excepção das forças armadas, mas eu sou um dos que acha que Portugal devia ter forças armadas decentes - pelo menos uma marinha decente dado o espaço maritimo e compromissos externos assumidos.

Deixo aqui mais algumas medidas:
- Fim definitivo das SCUT - que custam, anualmente, +- 700 milhões anos (cerca de 0,5% do PIB).
- Passagem para um regime de segurança social privado, semelhante ao modelo do Chile, assumindo as presentes responsabilidades na dívida pública (tecnicamente já lá estão, mas de forma implicita), o que renderiam uma poupança anual de 1,5 a 2 mil milhões de euros (cerca de 1 a 1,5% do PIB).
- Privatização do Sector Empresarial do Estado, a render qualquer coisa como 7 mil milhões de euros, que embora consignados à divida, poderias voltar a ir busca-los por mais emissão para financiar uma última medida,
- Saida voluntária, com pagamentos de indemnizações, dos funcionários públicos em excesso. A carga salarial é um peso enorme no orçamento (onde pouparias ano cerca de 1,5 a 2 mil milhoes ano com os excedentarios, cerca de 1 a 1,5% do PIB)

Talvez depois, assim, se conseguisse folga para uma verdadeira politica "contra ciclica" para não afundar o país em tempos de crise.

PS: concordo com o Mendonça numa coisa: Nunca - e frize-se o nunca - foi ou sou a favor da privatização do SNS. Acho que a Saúde não se dá bem com a lógica do mercado custo-proveito.

Anónimo disse...

Falou-se muito bem e com qualidade.

Tânia Martins disse...

Só agora pude ver está excelente!

Até achava bem colocar este vídeo a passar na televisão assim de 10 em 10 minutos em vez de anúncios da TV7Dias...

Fernanda Marques Lopes disse...

Houve um socialista que disse uma vez que 'havia mais vida para além do Orçamento'. Lol

Eu estou é a começar a ver que se as coisas não mudarem de rumo, deixa é de haver vida.. lol..

Anónimo disse...

ohhhhhhhhhhh!!!
Boa Piada!

José Pedro Salgado disse...

Obssessão pelo Défice: foi você que pediu?

Anónimo disse...

A questão que resta nas indemnizações a quem sai é: como pagá-las?

Ou podemos pedir, como Sarkozy, uma excepçãozita para fazer a nossa reforma da AP?

Bruno disse...

Permitam-me voltar a fazer uma deriva no post com esta questão: com tantas e boas sugestões que aqui vimos, algumas delas bem simples, mencionadas por humildes cidadãos sem grande formação na área financeira mas com algum bom senso, porque será que tem sido tão difícl a sua aplicação? A quem é que interessa que alguns problemas subsistam? Será aos políticos? Aos funcionários públicos? Áqueles que benefeciam de lugares de nomeação?

Guilherme Diaz-Bérrio disse...

Eu diria que a dificuldade é mais a questão da cultura financeira do nosso cantinho à beira mar plantado. Por um lado estamos a falar de um País habituado a "lotarias": descobrimentos, ouro brasileiro, fundos comunitários.

Em segundo lugar, tens um povo habituado a ter uma economia guiada pelo Estado - normalmente confundido com Keynesianismo. Mesmo durante a década de 90, o crescimento "exemplar" foi muito sustentado por Investimento Público e Consumo Privado (o eng. Guterres esqueceu-se de avisar que as dívidas depois se pagam mas enfim).

Nunca tiveste o hábito de manter orçamentos equilibrados e é "chato" faze-lo. Afinal, é mais facil fazer mais uma ponte e ganhar mais uns votos antes das eleições (até o Cavaco o fez). É muito mais facil adjudicares um TGV, uma Ponte Vasco da Gama ou uma Casa da Música, teres uma derrapagem de 200 a 1000% e no final da tua carreira política teres um trabalho no sector privado. Também é facil manteres um sector empresarial do Estado onde podes colocar ex-ministros e afins, em concorrencia com o sector privado - algo que me faz especial confusão mas se calhar virei um "porco liberal"...

E um último ponto: embora com bom senso, e estamos a falar de medidas para o qual não é necessário um curso em economia, são dificeis. O tecido económico vai sofrer um ajustamento. Se o tivesses feito na década de 90, em especial na última 1/2, teria sido um ajustamento fácil de ser feito. Juros baixos e integração europeia. Agora vai ser mais dificil. E o mais complicado é pedires mais sacrificios e dizeres ao povo português que a moral da história é que se esteve a brincar e a pedir sacrificios para nada.

Joana Simões disse...

boa tarde!
este vieo está realmente muito interessante, encontrando uma maneira de criticar e ridicularizar uma realidade que continua a evoluir para problemas mais sérios e em cada vez mais familias. por vezes, a comédia deve ser uma forma de olhar para a realidade e tentar modificá-la, mas só quando verdadeiraente empenhados e que o conseguimos!