O Norte não gosta do livro de reclamações. Uma mulher que, em 2005, pediu o Livro de Reclamações num restaurante de Matosinhos aguarda ainda o resultado da queixa, mas já foi condenada em tribunal por "pôr em causa o prestígio, crédito e confiança" do estabelecimento.
Pergunto: Será que vale a pena escrever no livro de reclamações?
8 comentários:
Dri,
Não foi o facto da sra ter pedido o livro de reclamações que a levou a ser condenada. O Tribunal de Matosinhos condenou a arguida por esta ter gritado repetidamente e em tom audível para os demais clientes que a comida não prestara e que nunca tinha sido tão mal servida.
Na sequência da queixa, a cliente foi alvo de uma queixa-crime movida pela proprietária do restaurante e da qual resultou a condenação.
Acho curioso é que a reclamação ainda está por resolver.
Boa pergunta... não faço a mais pálida ideia.
Sei que até hoje nunca o pedi porque entendi que nunca fui grosseiramente mal atendido. Já fui mal servido, mas penso sempre que isso é porque as pessoas não conseguem fazer melhor e simplesmente não volto ao estabelecimento.
Talvez devesse pedir o livro de reclamações mais vezes... não sei a resposta.
Assim como a senhora teve o direito a reclamar, reclamaram os donos do restaurante. Não vejo nada de errado com isso.
Uma via foi mais célere que outra, nada mais.
Também entendo que se colocam duas questões distintas:
A condenação do tribunal que vem na sequência da queixa apresentada pela proprietária do restaurante. Este facto para mim não merece reparos.
A segunda questão, grave, quanto a mim, é o facto de só terem disponibilizado o livro de reclamações depois de ter sido chamada a polícia. Esta é mais uma situação que revela o desconhecimento dos portugueses em matérias de direito do consumidor.
Subscrevo o reparo da Goreti e o comentário do Fonseca Dias.
Sobre os direitos de consumo, acho que é uma lástima o nosso sistema de ensino não os saber enquadrar algures. Estamos a dar diplomas a pessoas que não usam o cérebro para nada (falsa noção de conhecimento que produz ignaros encartados) mas não lhes ensinamos os seus direitos.
Formar cidadãos tem sido cada vez menos um objectivo do nosso sistema de ensino.
Quanto à senhora da notícia, vi-a na televisão e não me é dificil acreditar na versão do restaurante, isto independentemente do mesmo a ter atendido mal.
Até quem tem razão deve ter maneiras...
Para mim o livro de Reclamações é essencial e extremamente util. Contudo, creio que as pessoas não estão suficientemente esclarecidas em relação aos seus direitos, e não é incomum ouvir historias de empregados e gerentes menos amigáveis que entre subornos e ameaças tentam tudo para não apresentar o dito livro.
Digo mais, creio que consultorios de médicos, dentistas, psicologos, etc deviam ter Livro de Reclamações, talvez aí acabassem as esperas de 1h e os atrasos sucessivos dos Srs. Drs.!
Efectivamente, Portugal é um país onde todos ligamos pouco aos Direitos do Consumidor. Mais, gostamos muito de reclamar mas só "da boca para fora". Quando toca a fazer valer os nossos direitos, somos menos decididos.
Pedir o Livro de Reclamações deverá ser um último recurso mas é óbvio que muitas vezes só não o fazemos para evitar incómodos. E a verdade é que, normalmente, dá chatice.
Estive envolvido (com pessoas amigas) em 3 situações dessas. Numa acabámos por não escrever em atenção ao Gerente que foi simpático e pediu desculpas. Noutra foi-nos dito que não era obrigatório (?!) e naturalmente que a queixa lá seguiu para as autoridades competentes. Na 3ª tivemos que chamar a Polícia e acabámos a ser ameaçados pelos proprietários o que levou a que dali seguíssemos para a esquadra para apresentar queixa.
Infelizmente, estes casos têm uma sequência que deixa muito a desejar. Tal como se viu neste caso: seja a senhora mal-educada ou não, a sua queixa tem que ter seguimento.
Em relação ao facto de ter sido condenada, a verificarem-se os actos de que o Restaurante a acusou, é bem feito! Não são só os consumidores que têm direitos...
Já pedi o livro, mas sempre e só no final do serviço.
Sei lá o que é que me vão pôr no prato...
Enviar um comentário