Ontem realizaram-se as primárias na Florida, e ainda que só valessem 1/4 dos delegados originais para os Republicanos e 0 (ZERO) delegados para os Democratas (penalizações das estruturas partidárias nacionais pelo adiantamento das eleições), este Estado é o primeiro a causar baixas de peso.
Hoje, a partir das 18h de Lisboa, a nomeação democrata passa oficalmente a ser uma disputa a dois: John Edwards abandona a corrida pela nomeação democrata. Hillary Clinton venceu as eleições de ontem arrecadando 50% dos vostos, contra os 33% de Obama alcançados por Obama e os 14% de Edwards.
Edwards não pretende desperdiçar mais dinheiro e capitalizar os delegados que já amealhou para a convenção, resguardando-se na condição de king maker. A luta entre Obama e Hillary está cada vez mais renhida (com o clã Kennedy a apoiar Obama), ainda que eu considere que será Hillary a vencedora final. A Super-Tuesday será categórica.
Do lado republicano é McCain que sai benzido pelos republicanos da Florida, tendo alcançado 36% dos votos contra 31% de Mitt Romney. Giuliani quedou-se pelo terceiro lugar com 15%, seguido de muito perto por Huckabee (13%). Huckabee foi determinante para a vitória de McCain, arrecadando muitos votos conservadores que seriam provalvemente orientados para Mitt Romney.
Espera-se durante o dia de hoje o anúncio da desistência de Giuliani, que ao contrário de Edwards deverá desde já apontar McCain como o seu candidato preferido.
Este apoio será fundamental na conquista dos estados do nordeste. É um partido republicano mais próximo daquele com que me identifico o que (neste momento) está a vencer as primárias, ainda que o meu candidato favorito fosse Giuliani. É assim: win some, lose some.
18 comentários:
Este Psico é demais:
ao mesmo tempo que o Né estava a postar este artigo, eu estava a postar sobre o mesmo tema, focalizado na desistência do Edwards.
O título do meu post era:
GOODBYE, MARIA IVONE
E o texto era:
John Edwards retirou-se da corrida à nomeação democrata.
- Pergunta sincera de quem é pelo voto útil: perde-se alguma coisa?
- Pergunta prática de quem é pelo Obama: para quem vão os seus votos?
Mal postei vi que o Né tinha o texto dele e apaguei o meu.
Deixo, em todo o caso, as minhas interrogações aos psico-nerds das eleições norte-americanas.
E já cá venho comentar o post.
Tenho pena se Giuliani sair. Era um dos meus preferidos. Agora fico, definitivamente inclinado para Obama.
Estou como o Colaço: para quem irão os votos de Edwards?
Uma curiosidade: esta saída de Edwards é uma grande derrota? ou é estratégica para ele se posicionar ainda melhor para uma nomeação para Vice-Presidente do candidato Democrata?
Muito leiga que sou neste assunto, fez-me um bocado confusão que o Giuliani acabasse com este resultado. Tomavo-o como um dos favoritos (Né, tu que percebes imenso disto, explica-me). Pelo que sei, já há uma parceria com a campanha de McCain.
Quanto a Edwards, penso que esta desistência abonará a favor de Obama. Se não estou enganada, muitos dos seus apoiantes são anti-Hillary. Mas mais uma vez, se estiver enganada, Né corrige-me!
Já agora, OBAMA!
Estamos na onda!
Eu penso que a campanha democrata perde algo com o afastamento de Edwards: um bocado da côr. Não sei se os candidatos que restam não se tornarão aborrecidos nos debates.
Os votos de Edwards deverão ir, como disse o Bruno, para Obama. E a saída é estratégica, está a tentar ser VP.
Giuliani perde pela estratégia: entendeu que os Estados pequenos eram para inglês ver e dedicou-se aos grandes; perdeu ciclo noticioso atrás de ciclo noticioso, não foi ganhando delegados e perdeu todo o gás. É uma derrota a toda a linha.
Ó Inês, não te deixes influenciar: nenhum democrata pode ser o teu candidato. São pró-escolha, pró-casamento entre homossexuais e heresias que tais. Tens de escolher um republicano ;)
Nota1
A parte do clã Kennedy que (me)interessa está com Obama, o resto com os Clinton.
Nota2
Edwards teve um discurso muito técnico e legalmento correcto para poder continuar a receber donativos e poder continuar a pagar ao seu staff.
Nota3
O ex-mayor de NYC fez uma grande vergonha de campanha, MAS! o grande culpado foi o factor Huckabee :) que lhe trocou as voltas logo no início.
Nestes últimos dias só tenho conseguido acompanhar com rigor as discussões.
Tentarei ser sintético:
- Estava-se mesmo a ver que a estratégia de Guiliani ia dar em desistência.
- Se eu fosse um dos seus financiadores, a esta hora estaria furioso. Como sou apenas um admirador não votante, estou pior que furioso: sinto-me desiludido.
- Abomino a ideia de chamar para Vice-Presidente um tipo que fez campanha para... Vice-Presidente.
Estava na cara que Edwards se estava a guardar para o momento do convite para VP. Nao hostilizou muito, passeou-se. Está como quer!
Um VP tem de ser muito mais que isso.
Para VP?
De onde sai essa ideia?
No máximo se ganhar um Rep de nome McCain poderá ser chamado para procurado Geral ou Secretário da Administração Interna (o cargo equivalente a).
Atenção que o companheiro de eleição, o candidato a VP, é (quase) sempre a pessoa que consegue garantir os votos eleitorais que o seu companheiro não consegue.
Lembrem-se que no final, o que conta são os votos eleitorais de cada estado e seu respectivo peso e não o voto popular.
jfd a caminho da Super Tuesday passando plo Super PsicoDebate:)
Cara Inês, a diferença entre democratas e republicanos não se assemelha bem à diferença entre esquerda e direita. Aliás, se me permitem a reflexão, mesmo por cá no velhinho continente essa dicotomia está a perder-se. Porque de facto o que diferencia os políticos são as suas opções em aspectos como aqueles que o Né frisou. E acho que é o futuro daquilo a que gostamos de chamar democracia. As pessoas não são de direita ou de esquerda, são por esta ou por aquela causa, e quanto mais causas as pessoas tiverem, e os políticos adoptarem, mais próximos os cidadãos se sentirão da política e dos políticos.
Tendo em conta as tuas opções nessas causas, conservadora como és, de facto, não fará tanto sentido ver-te apoiar um candidato democrata, nem mesmo Giuliani, que é um republicano liberal.
Giuliani fez a pior opção de sempre, e desde o início que se condenou ao fracasso. Espanta-me que com tanta formação por este Mundo fora naquilo que se caham o marketing político, se cometam erros de lana caprina como este. Ainda por cima estando em causa o cargo mais poderoso do Mundo.
Ó Jorge, o Colaço falava do Edwards, não do Giuliani.
No campo democrata ainda pode ser chamado Bill Richardson, o Governador do Novo México, caso seja Hillary a nomeada. Obama deverá preferir Edwards.
Do lado republicano há muitos jogadores fora dos candidatos (como o governador da Florida, por exemplo), mas o meu candidato a VP favorito é o Huckabee. Candidato a presidente é o McCain.
Percebo o que diz o Colaço em relação à estratégia de Edwards. Foi um pouco a mesma estratégia de Portas em 2002. Mas isto pode ser o que nos parece, visto assim superficialmente. É que tenho a ideia que Edwards até apresentou ideias e as defendeu. Né e Jorge, corrijam-me, hehe!
Mas penso que seria pior a marida do Clinton ou o Obama escolherem-se um ao outro para VP. Com tanto protagonismo que ambos tiveram acabariam talvez por ter dificuldades de convivência criando-se um bloqueio na administração. Mas ao que parece, Presidentes que quase nem falam ao seu VP não seria novidade na Casa Branca, não é Né/JFD?
Quanto ao posicionamento da minha mai'nova, deixem-na tar que ela tá a aprender que o Mundo não é a preto e branco ;)
Deixem-me só dizer uma coisa que estou para dizer desde o início: "Kaput" é muito bom mas "Good Bye Maria Ivone" seria mesmo so very Colaço ;)
Admito que sim, mas só atingível pelos psico-cotas e psico-pré-cotas.
ERRATA
penso que perceberam o que quis dizer, mas aqui vai:
. onde se lê «Nestes últimos dias só tenho conseguido acompanhar com rigor as discussões»
. deve ler-se «Nestes últimos dias não tenho conseguido acompanhar com rigor as discussões»
Esqueci-me de malhar no Rudy! É bem feito o que lhe aconteceu para ele aprender que não se devia armar em vedeta e pensar que para jogar bem não é preciso aplicar-se nos treinos.
Para além disso essa treta de não ligar aos estados pequenos como candidato quer dizer o quê? Que quando for Presidente também se vai marimbar neles???
Boa posta, Bruno!
Era a eficiência de meios Bruno. Lixou-se: gastou um balúrdio e nada ganhou.
Se tivesse contratado a Punchline/Chancela tinha-lhe sido explicado que não é assim que se faz ;) E tinham sido optimizados os meios.
Como disse Luís Paixão Martins em resposta à alegação de PAcheco Pereira de que pouco usou Agências de Comunicação porque tinha pouco dinheiro para as suas campanhas: os Consultores de Comunicação servem para poupar dinheiro!
E é bem verdade! Bem mais do que a última resposta de JPP :P
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