Carjacking, sequestros, assaltos à mão armada e homicídios marcaram, quase diariamente, esta época estival. O Ministro da Administração Interna vai anunciar novas medidas: casa roubada, trancas à porta.
No mesmo dia em que Menezes critica, duramente, o silêncio de MFL, a direcção laranja emite um comunicado a condenar a inoperância de Rui Pereira face a esta preocupante (e crescente) onda de violência. Pede a sua demissão.
No mesmo dia em que Menezes critica, duramente, o silêncio de MFL, a direcção laranja emite um comunicado a condenar a inoperância de Rui Pereira face a esta preocupante (e crescente) onda de violência. Pede a sua demissão.
Porque no te callas é o que muitos dirão das declarações de Menezes. Mas, e o comunicado, será oportuno? Será a demissão do MAI a solução para esta crise de violência?
19 comentários:
Sounds of silence, diria o Zé Pedro... ;)
Eu creio que o fim do "silêncio" não teve lugar com este comunicado da Permanente de MFL.
Começou com as críticas de Aguiar-Branco a Rui Pereira (que agora tiveram sequência) e prosseguiu com as de Montalvão Machado ao PS após o último veto de Cavaco.
O comunicado do PSD teve lugar ontem porque foi ontem que a Comissão Política Permanente reuniu mas o sinal foi dado no início da semana que passou. Só tolos acharão que houve aqui resposta a Menezes.
Quanto ao tema concreto do post, eu normalmente sou pouco de defender demissões de ministros mas uma coisa é verdade:
- pedir a demissão de um ministro é uma forma de conseguir a sua manutenção no lugar - um PM que se preze não faz o que a Oposição exige.
E manter Rui Pereira no lugar significa mais erros da Administração Interna, ou seja, mais insegurança, logo, mais descontentamento popular.
Em todo o caso, mesmo que o PS mude de MAI, a insegurança não diminuirá: o PS tem um problema de base num ponto fundamental - autoridade do Estado.
Quanto a LFM... só me merece dois comentários:
1 - que coitado de homem ressabiado
2 - não sei como lhe continuam a dar tempo de antena
Quanto ao pedido de demissão do MAI:
1 - Obviamente que o fim deste aumento de criminalidade não passa só pela demissão do MAI
2 - Mas pode ser um principio, pois este além de incompetente, não inspira respeito nem confiança
Eu penso que o problema está na política mais do que no ministro: não vejo, neste ministro, incompetência ou incúria graves cuja demissão resolvam problemas.
Não o considero um bom ministro, mas não o considero tão mau que lhe impute responsabilidades sobre a actual situação. A responsabilidade estaria do lado de todo um Governo.
Sou contra pedidos de demissão ad hoc, principalmente quando não surgem acompanhados de propostas alternativas.
Mas este resultou numa coisa: foi libertado ao final da tarde e À noite já o ministro estava na SIC a defender-se.
É um PSD que faz mossa.
Vários comentários me suscita esta questão:
1 - Não há silêncio nenhum do PSD e, bem pelo contrário, há acção, atenção aos problemas do país e intervenção quando se julga necessário;
2 - Não gostei do comunicado do meu partido. Ao contrário do que Aguiar Branco vem dizer hoje, parece-me mais destrutivo do que construtivo pois não apresenta sugestões alternativas à actual política do PS;
3 - Não me parece que se justifique o pedido de demissão do Ministro. Aqui estou com o Né: o titular da pasta não tem dado mostras de que seja irresponsável ou inábil na condução do programa de Governo na área que lhe compete;
4 - De acordo com o ponto anterior, esta seria mais um oportunidade para o PSD apresentar - isso sim! - o que nos distingue do PS nesta matéria e o que pensamos fazer quando daqui a menos de um ano estivermos no Governo;
5 - Definitivamente, o PSD tem razão numa coisa: o que se passa é muito grave e o Governo tem estado a "fugir com o rabo à seringa". É preciso que os portugueses saibam que aqueles senhores não se preocupam com situações graves como esta ou não têm capacidade para as prevenir e resolver!
O soneto do MAI tem sido o mesmo nos últimos tempos, oscilando entre o apoio moral às forças de segurança e uma tentativa de defesa frustrada face às criticas da oposição.
A verdade é que o MAI já poderia ter tomado medidas mais sérias, no sentido de "controlar" a criminalidade violenta. Ao invés de andar a reboque dos fenómenos e das noticias recorrentes dos media.
Segundo vi hoje na SIC, o crime em geral até tem diminuido, mas a criminalidade violenta tem aumentado. Porquê? Esta é a pergunta que os especialistas terão de responder.
Quanto às soluções para este grave problema, já vem sendo a hora do Governo mostrar mais rigor e empenho na matéria. Mas a oposição, nomeadamente o PPD/PSD não se pode refugiar atrás de um simples comunicado, exigindo a demissão do Ministro.
Ao contrário do que já se disse, não podemos ficar sentados a avaliar e a questionar o trabalho do Executivo de Sócrates. São precisas alternativas credíveis e com efeitos práticos, face às políticas que estão actualmente em vigor.
Por último, quem não parece ter emenda é LFM. Percebe-se bem o alcance das suas declarações.
A questão das propostas...
Eu preferia que o PSD viesse com propostas. Que fosse mais assertivo no seu ideal de segurança. Sem pressas, sem atropelos no enumerar de 30 ideias para o sector. Esta é a Política e a Oposição que idealizo.
Mas depois vem a política... e o que a política nos ensina é que ainda é muito cedo para avançar com ideias fundadores, a não ser que tenhamos a certeza que o PS não as adoptará. É o paradoxo da politiquice, por força de duas razões;
1 - se eles gostarem da ideia, colocam-nas ele em prática e ninguém nos dá mérito (vide inglês no básico e reutilização de livros);
2 - a exposição prolongada de uma ideia permite que esta seja desmontada e explorada.
O 2 é o mais polémico. Perguntar-me-ão: mas não é para isso que serve a Política? Não é isso a Política? Troca de ideias, debate aceso de concepções?
Claro que é! Mas isso é a Política... o que nós temos é política.
"Ferreira Leite sublinha que «a segurança interna é uma função da exclusiva competência do Estado». Por isso, o silêncio do primeiro-ministro é «inexplicável». A líder do PSD critica o facto de até ao momento apenas se terem pronunciado sobre o aumento da criminalidade «responsáveis intermédios». "
In TSF
Como eles se apressam a responder-nos... ;)
O ministro dos Assuntos Parlamentares devolve a crítica e adianta que o «silêncio alarmante», título utilizado por Manuela Ferreira Leite no artido, assenta que nem uma luva na própria."
Ontem o PS desvalorizou o comunicado do PSD dizendo que a CPN está "desesperadamente a dizer alguma coisa" em resposta às críticas internas.
Eu creio é que os socialistas estão (eles sim) "desesperadamente" a tentar fugir à questão de fundo...
Ainda não passaram 24h e já vieram a praço: o próprio ministro; o ministro dos assuntos parlamentares; o porta-voz do PS.
Tudo para responder a um comunicado de sexta-feira, ao final da tarde.
Mas esses senhores não têm mais nada que fazer?
Leia-se: a "paço" lol
O comunicado do PSD a exigir a demissão do Ministro é exactamente um tipo de politica que estava a ser feita pelas anteriores direcçõe e que nuncca concordei porque a solução proposta não resolve nenhum problema. Esperava que o meu partido emitisse em comunicado a explicitar qual é a causa do problema e não um pedido de demissão proprio de alguém emocionalmente instavel. Estarem a discutir se deveria ter sido ou não um membro da direcção é um problema de forma e não de conteúdo e não acredito que o problema do PSD ou de Portugal seja falta de forma nas propostas, antes sim a ausência de conteúdo de qualidade nas mesmas.
Definitivamente, este Governo não encaixa bem numa Democracia. Continua a ter atitudes mais próprias de alguém que exerce o poder na China ou algo do género... fogem a todas as questões, respondem com fait-divers, fazem-no na comunicação social mas também - mais grave! - no Parlamento... Beberam todos muito cházinho de arrogância!
Mas está vista uma coisa: o actual PSD assusta-os!
Teresa Ribeiro escreve no Corta-Fitas este artigo. Delicioso.
"Silêncio alarmante - é este o título da sua última crónica no Expresso. Fui ler e... não, claro que não era a explicar-se sobre o silêncio de que a têm acusado. Manuela Ferreira Leite falava, isso sim, do silêncio de Sócrates sobre a onda de violência que tem agitado o burgo durante o Verão. Perguntei-me com que espírito é que a dona do silêncio mais criticado do momento terá concebido esta crónica. Terá sido uma provocação? Claro que sim.
Ao escolher quebrar o silêncio para criticar o silêncio do seu adversário político oficial, MFL demonstrou de forma clara perante os seus adversários oficiosos que falar deste tema não lhe provoca o menor constrangimento, o que diz muito acerca da forma como valorizou as críticas que tão insistentemente lhe foram endereçadas. Mais do que questionar a atitude de Sócrates, a líder do PSD quis passar este recado aos seus rapazes. Nas entrelinhas, pois. Porque bater-se de boca na praça pública não faz o seu género."
ehehehe
E ai de quem tenha outro ponto de vista sobre a coisa!
Deixaste a frase a meio, Jorge: ai de quem tenha outro ponto de vista sobre a coisa e não o venha partilhar!
:)
Jorge, lá por haver um lote de ressabiados que vêem mal em tudo - e, por isso, imcapazes de se alinhar numa estratégia alheia - não julgues que te estamos a colar a essa maltinha. E, sobretudo, não te sintas excluido ;)
Nada disso meu caro.
Tenho é ideias que ME são claras.
E são minhas. E como já disse muitas vezes, mudam ao sabor do meu pensar. E detesto quando é aplicado um fio condutor externo à minha cadeia de pensamento. Quando tal não existe. Claro que coincido com A, B ou C. Sem problemas. É simples.
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