domingo, julho 22, 2007

Profissão de Risco


"Um taxista de 25 anos foi quinta-feira de madru"gada amarrado por três homens e atirado ao mar na Praia da Galé, Albufeira, mas conseguiu libertar-se.

Segundo adianta a edição de hoje do Correio da Manhã, o homem foi atado nas mãos e pés e atirado do cimo de uma falésia por três homens - dois brasileiros e um português -, que o ameaçaram com uma arma e lhe pediram dinheiro.

Segundo fonte da GNR contactada pela Lusa, as autoridades foram alertadas cerca das 05:50 pela central da Rádio Táxis e quando os militares chegaram ao local depararam-se com o taxista com as roupas molhadas, junto a uma corda, que terá servido para amarrá-lo.
Nessa altura, o taxista, que foi depois transportado e assistido no Centro de Saúde de Albufeira, já estava fora de perigo.

Quando os agressores entraram no táxi e ameaçaram o homem, este conseguiu accionar o botão de emergência, alertando a central telefónica, o que permitiu depois localizar a viatura através do sistema de GPS.

O Correio da Manhã refere que na origem do crime estará um alegado ajuste de contas e não um assalto, mas a GNR diz desconhecer o móbil, tendo a investigação, pelos contornos violentos, sido entregue à Polícia Judiciária.

Contactada pela Lusa, a PJ diz que a investigação está em curso e que não podem ser, por enquanto, divulgadas informações sobre o caso."
Tive oportunidade de conhecer o taxista que foi vítima deste atentado nas minhas férias recentes e de ouvir pessoalmente o pânico pelo qual passou, a revolta com que ficou por dentro e o trauma que o vai acompanhar sempre… Vi as marcas que tinha nos pulsos feitas pelas cordas e a cara com que ele relatava o que tinha acontecido!

Agora a minha questão é, sendo a profissão de taxista de alto risco não se deveria investir ainda mais nos seus sistemas de segurança, este salvou-se e graças a Deus pude ouvi-lo a contar a sua história mas quantos outros não morrem por este país fora…

10 comentários:

Paulo Colaço disse...

Sou um inveterado consumidor de táxis.
Já cheguei a gastar quase 30 contos por mês em táxis (bons tempos, em que os tinha para gastar dessa forma tola).

Hoje refreio mais os ímpetos de taxizar.

Não tenho muito a dizer sobre este post, apenas que se a insegurança se faz sentir até à luz do dia, muito mais expostos estão os taxistas.

Uma solução bruta é o pagamento obrigatório por multibanco, se eu tivesse um táxi, lutaria por esse sistema.

Mas nem todos embarcam nisso: o rádio-taxis de Odivelas não permite ao utente solicitar um táxi equipado com multibanco - dizem que seria discriminação contra os tansos, perdão, os outros taxistas, que não apostam nessa via...

O pior cego é quem não quer ver!

José Pedro Salgado disse...

"Hoje refreio mais os ímpetos de taxizar."

De certeza que os taxistas agradecem.

Agora a sério. O meu avô chegou a ser taxista, e acreditem que estes problemas, agudizados quanto possam estar, não são nada de novo.

Os taxistas que trabalham no turno da noite, por exemplo, têm sempre graves problemas de desordem nas suas viaturas. Muitos que implicam que se tornem verdadeiros "heróis" quer no seu interesse quer no dos outros.

Existem diversas medidas que podem ser tomadas: separador de vidro à prova de bala, obrigação dos passageiros viajarem atrás, instalação de câmaras ocultas (ou não, devido ao efeito dissuasor que podem ter) de vigilância, etc.

O problema passa muitas vezes pela falta de investimento dos próprios, quer devido a falta de possibilidades económicas, quer devido a impossibilidades legais, hierárquicas ou burocráticas, quer devido ao facto de os responsáveis (os próprios incluindo) se estarem bem marimbando até lhes bater à porta.

O problema

Margarida Balseiro Lopes disse...

Subscrevo o que o Zé Pedro disse. Recordo-me da polémica intenção de colocar câmaras de vigilância nos taxis: uma parte significativa dos taxistas não queria, apesar dos frequentes furtos de que eram alvo. Seria necessário um grande investimento dos próprios. Isso leva-os a atentarem contra a sua própria segurança, com este tipo de tomada de posições.

Dri disse...

Penso que muitas vezes o problema esta, como refere o ze pedro e a margarida, na falta de investimento dos taxistas. Muitas vezes também se deve a idade destes que não se adaptam as novas tecnologias e como tal tornam-se mais renitentes a aderir a mecanismos de segurança. Mas nem só os taxistas são profissões de risco, pensemos nos professores que cada vez mais sao agredidos por alunos ou pais quando as atitudes dos professores não lhe agradam.

Tânia Martins disse...

Sim Adriana e aqui o objectivo é dar um exemplo de uma das profissões de risco que existem, todas têm o seu risco mas acho que algumas são de “valorizar” mais no sentido de terem um grau de perigo mais acrescido, nomeadamente taxista, porteiro, polícia, entre mais algumas…

Mas não concordo com o facto dos taxistas não investirem na sua segurança, cada vez sentem mais medo de trabalhar, nomeadamente à noite, logo não acredito que troquem a sua vida por qualquer coisa (embora como diz o Salgado haja de facto muitos que só acordam quando lhes bate a porta), mas minimamente conscientes os taxistas sabem que estão expostos a esses perigos…além disso as própria empresas de táxis deveriam ser pressionadas a equipar os táxis com todo o sistema se segurança!

Bruno disse...

Como dizes Tânia, "este salvou-se graças a Deus". Graças a Deus e com a ajuda dos sistemas de segurança que entretanto já tinha implementado ("este conseguiu accionar o botão de emergência, alertando a central telefónica, o que permitiu depois localizar a viatura através do sistema de GPS").

A verdade é que a única forma de se protejer esta malta é com a prevenção. É impossível andar um carro da polícia atrás de cada táxi para ver se não lhes acontece nada de mal. Assim, e apesar de serem, por vezes, investimentos pesados é mesmo necessário colocar sistemas de segurança.

A questão aqui passa - provavelmente - por discutir se o estado deve ajudar ou não a custear esses sistemas de segurança. Por princípio sim, visto que compete-lhe zelar pela segurança dos cidadãos e tudo o que sejam medidas nesse sentido - principalmente se forem a montante, na óptica da prevenção - devem ser apoiadas. Depois é preciso enquadrar esses apoios na lista de prioridades...

Tânia Martins disse...

Isso mesmo Bruno é essa umas das minhas principais questões "discutir se o estado deve ajudar ou não a custear esses sistemas de segurança"...

É verdadade o que o salvou foi o botão de emergência, o graças a Deus foi mais uma expressão que se utiliza, mas não foi só o botão acredita que ele lutou muito pela vida quando estava dentro de água e viu-se como falava disso... tinha agora mais do que nunca vontade de viver, o que o salvou foi em grande parte a vontade de viver e a luta que travou consigo mesmo dentro de água, os reforços chegaram a tempo quando já estava a ficar sem forças.

Por isso sim a segurança que os táxis possuiem neste momento serviram no caso dele e noutros casos em que não se consegue ter tempo para se carregar no botão como seria?

Paulo Colaço disse...

Creio que para isso funcionaria a tal câmara oculta ou às claras!

Em minha defesa, tentaria todas as possibilidades.

Anónimo disse...

Em todas profissões há os bons e os maus e há as profissões em que, querendo-se ou não, fazem-se umas maldades.

Uma vez um taxista ensinou-se como se faz um cliente pagar mais. É simples e o cliente nem nota.

Basta, no pára arranca, manter o carro uns segundos parado e uns segundos a mexer.

Como se pode confiar em profissionais destes?

Anónimo disse...

Não acho que na classe taxista haja mais "vígaros" que noutras.
apenas vai-nos mais ao bolso...