segunda-feira, julho 16, 2007

A Diferença...

entre ser e estar não é tão ténue como muitos pensam.

Em Lisboa findou hoje a oportunidade de muitos acomodados darem a cara pelo partido quando é mais difícil; de marcar presença quando a luta é árdua; de fazer a diferença quando apenas um imperativo de consciência nos motiva.

Esta é a diferença entre ESTAR e SER, entre estar militante e ser PSD... tenho pena que tantos tenham faltado à chamada!

Espero apenas que estes modelos exemplares, paladinos da moralidade, que tudo sabem, tudo pensam e tudo escrevem se mantenham hoje no mesmo sítio onde estiveram nas últimas semanas: escondidos, acomodados na escuridão.

Podem continuar a pregar lá do alto, mas perderam toda a legitimidade moral.

48 comentários:

Paulo Colaço disse...

Ser e estar é diferente, sim.
Ser implica uma durabilidade que ultrapassa o momento.
O Estar responde à nossa ânsia do transitório.

Por isso uns são do benfica, Sporting, do Porto, sabendo que o serão a vida toda.

E outros estão em férias, então em festa, em exames, com consciência de ser uma fase passageira.

E depois há os enganos: aqueles que querem ser ministros, deputados, presidentes, directores, esquecendo-se que tais lugares pertencem ao domínio do Estar e não do Ser...

Bruno disse...

Até era capaz de dar os parabéns ao Né por ele ser daqueles militantes que estão sempre disponíveis para o combate. Mas ele diria que isso não é mais do que a sua obrigação.

E não é! Mas às vezes parece...

Acredito que não tenha sido fácil a alagumas pessoas ficarem até ao fim com esta candidatura, nesta campanha. Acredito nisso porque tudo o que podia ter corrido mal correu. Negrão não merecia e o PSD muito menos.

Continuo a achar que o maior erro foi ter partido para a solução de "dissolver" a CML sem haver uma estratégia definida. Não sei se Mendes pagará por isso (quase não acompanhei as notícias da noite eleitoral e não vi sequer a sua declaração) mas a verdade é que os Lisboetas pagarão e o partido também.

Para alguns, como o nosso Né, fica mais uma vez a sensação do dever cumprido. E como é bom podermos deitar a cabeça na almofada e dormir bem com a nossa consciência...

Filipe de Arede Nunes disse...

Bem, aproveitando a analogia do Paulo Colaço com os clubes de futebol, permitam-me que partilhe convosco um pensamento que tem ocupado o meu tempo nas últimas semanas: é normal ser-se do Sporting ou do Benfica toda uma vida, o futebol, ou o desporto no geral, são resultam em enormes paixões que duram, normalmente, toda uma vida, e maior parte das vezes, é totalmente irracional.
No entanto, se é verdade que na nossa vida pudemos-nos deixar em determinadas circunstâncias levar pela emoção, a realidade é que na política as coisas não podem ser assim.
Parece-me que tem de existir alguma racionalidade na política. Se as ideias, as propostas, os candidatos, os lideres são maus, não há porque acompanha-los.
Não pudemos Estar, nem Ser, só porque é o PSD, temos de Acreditar que nos revemos num determinado partido ou pessoa e temos de o questionar.
Talvez não esteja bem a ir de encontro à ideia do Nelson. Não conheço a realidade lisboeta assim tão bem, talvez existam criticas implicitas a pessoas concretas, mas no entanto permitam-me mais uma vez que o diga: não pudemos ter a visão toldada por um partido, não nos pudemos deixar cegar por uma obediência obtusa, temos de começar a pensar para que verdadeiramente serve a política.
Não me vou alongar mais por ora, mas creio que ainda há muitas coisas para dizer sobre este assunto.
Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes

xana disse...

Bem, depois do término das eleições estava prometida uma discussão sobre as consequencias das mesmas.

Depois deste post do Né, penso que não há outro a fazer sobre os resultados eleitorais. E é pena, porque não vamos falar de Carmona, de Roseta, do resultado de António Costa que afinal não foi o que se esperava, etc.
Parece que só temos Negrão para falar, quando seria interessante falar de Lisboa e do futuro da cidade. A "minoria" relativa do PS como dizia Nuno Rogeiro ontem seria interessante de discutir.

Quanto ao post propriamente dito, compreendo que seja difícil dar a cara nestes momentos. E muitos chegam ao momento da derrota e não aparecem. Porque é difícil, sim. É difícil quando se acredita num candidato, quanto mais quando isso não acontece. Mas temos que ser coerentes e estar em todos os momentos.

Fazer uma campanha com o coração, com a emoção de quem acredita na pessoa do candidato é muito diferente de fazer campanha sem essas componentes. Daí eu achar que na mesma estrutura, podemos às vezes "Ser" e outra vezes "Estar".

E quanto à obrigação, concordo com o Né, ela existe obviamente. Mas citando o Paulo, uns estão em férias, outros em festa, em exames, etc.

E há aqueles que lá andam com as bandeiras na mão porque "depois há os enganos:aqueles que querem ser ministros, deputados, presidentes, directores". Faz-me lembrar o caderninho da UV, em que mais de metade das pessoas queriam ser políticos!

Bruno disse...

Não sei porque não havemos de falar do resto Xana. Ainda fico com peso na consciência a pensar que foi pela brincadeira do outro dia ;)

Por acaso há uma coisa que gostaria de lançar para a discussão e que está indirectamente relacionada com o tema do post: já repararam que a votação do PSD somada à de Carmona dava a vitória? Penso que podemos daí concluir que as pessoas não estavam assim tão interessadas em "castigar" a gestão camarária dos últimos 6 anos...

Anónimo disse...

A palavra militante partidário não é inocente: há uma responsabilidade e um dever. Não devemos ser acritícos, mas é nestas alturas que aqueles que verdadeiramente "são" dão a cara. Os que "estão" preferem dizer que não concordam e assobiam para o lado.

Quanto às férias e exames é a mesma distinção: com poucas excepções, a grande maioria dos que fizeram campanha comigo estavam em exames (outros meteram férias de propósito). Mas estiveram lá! Fizemos sacrifícios, enquadrámos agendas e dissemos "presente!". Os que se esconderam atrás das obrigações... bem, as boas acções ficam para quem as pratica.

Quanto à Xana e aos que andam lá por quererem ser algo: esses não se esconderam, como seria mais cómodo!

xana disse...

Sinceramente não percebi o sentido do teu último parágrafo Né.

Será que devia perceber?

Quanto ao falar de outras coisas, não foi por causa do recado do outro dia Bruno! Penso que ontem aconteceu tanta coisa que podiamos estar aqui muito tempoa falar de todas elas.

A mim preocupa-me os sucessivos castigos que o eleitorado tem dado ao centro direita. Qualquer dia desaparecemos pessoal...

Margarida Balseiro Lopes disse...

De facto, o resultado de ontem foi mau. Mau para o PSD, mas mais do que isso, mau para a cidade de Lisboa. Em 2009, conversamos.
No entanto, Xana, tenho que discordar de ti, no que diz respeito aos castigos sucessivos que o eleitorado tem dado ao centro direita.
Não nos esqueçamos das autárquicas 2005 e das presidenciais 2006...

xana disse...

Penso que o que afirmei não é totalmente desfasado margot, porque quer queiramos, quer não, as presidenciais têm a componente bastante forte da pessoa do candidato, tal como as autárquicas.

Estas eleições estavam fortemente marcadas pelas estruturas nacionais dos partidos, especialmente à direita. Portas pediu um teste à sua liderança e Marques Mendes teve um papel determinante na convocação destas eleições e na esolha do candidato.

Inês Rocheta Cassiano disse...

Eu também concordo contigo Margot. Ontem foi um resultado péssimo para o PSD, perdemos a maior câmara do país e a mais problemática também. Sinceramente assusta-me ter o ex número 2 do Governo a liderar os destinos da capital mas quero pensar que é apenas um ciclo (ciclo esse que tem corrido mal aos partidos de direita, notando-se ascensão de partidos de esquerda) e que até 2009, o PSD se recomponha, faça uma oposição exigente (como dizia ontem o Dr. Fernando Negrão), para que daqui a dois anos possamos voltar a estar à frente de Lisboa.

PS(D): Só para dizer que gostei ontem de ouvir o nosso candidato no seu discurso. Não arranjou desculpas, falou com frontalidade e não encarnou o papel de vítima. Gostei.

Bruno disse...

Minhas queridas psicóticas, volto a alertar-vos para o facto de essa história do castigo ao centro-direita não ser assim tão clara para mim.

Carmona será de esquerda??? Isto já para não falar de António Costa e do PS... Só se estivermos a referir-nos ao CDS cujo líder diz que agora é de centro-direita.

A verdade é que o PSD concorreu dividido e, na minha opinião, até Helena Roseta foi bscar alguns votos à nossa área porque muitos daqueles que ficaram desiludidos com a gestão PSD terão votado nela. Outros em António Costa é um facto, mas a subida do PS em relação a 2005 não é assim tão notória.

Eu não queria dizer as coisas assim mas o facto é que o PSD foi o partido mais votado de ontem. Quem teve uma derrota histórica foi o partido de Marques Mendes!

É nesse partido que milito e por isso sinto também a derrota. Jurei estar com o meu partido e com os seus líderes nos bons e nos maus momentos e por isso estou, nesta altura solidário com Mendes.

Isso não quer dizer que esteja cego e que ache que o eleitorado tem o sádico prazer de arrear no centro-direita sempre que precisa de descarregar as suas frustrações. A estratégia foi errada (pior seria difícil) e pagámos por isso! Que nos sirva de lição.

Kokas disse...

Não percebo, sinceramente não percebo essa esquizofrenia do "terramoto no centro-direita". Estamos a falar de umas eleições intercalares. Estamos a falar de umas eleições recheadas de condicionantes. Estamos a falar de umas eleições em que votaram APENAS 190 mil pessoas, em que o candidato vencedor teve metade dos votos de Carmona em 2005 e menos 20 mil que o próprio Carrilho. É disto que estamos a falar.

O centro-direita não tem que reflectir em nada por causa destas eleições. O Centro de direita tem que reflectir, MUITO, pela total incapacidade de fazer oposição a este Governo. Marques Mendes fez bem pedir uma clarificação, mas o que preocupa é o vazio na família social-democrata. Um vazio de ideias e um vazio de pessoas. É triste olhar para este PSD. Não é carne nem Peixe. Aliás, nunca foi. Mas hoje é preciso ser qualquer coisa, porque para híbrido já basta o Governo. O PSD está perdido. O centro-direita comprometido.

Para fazer frente a esta "esquerda moderna", é necessário uma direita renovada ou, como defendo, um centro a sério. Um centro LIBERAL, 100% LIBERAL! Um centro que não é social-democrata. Um centro que não é democrata-cristão. Um centro que deve aparecer como a III VIA!

Mas eu sei que vocês têm medo! Têm medo porque continuam a ser conservadores. Continuam a fazer parte de uma estrutura conservadora e, o que me faz muita confusão, têm orgulho nisso! O tempo passou e o PSD parou. Pior. O tempo passou e JSD continua a falar das mesmas coisas que falava há trinta anos. E depois... e depois assobiam para o lado enquanto houver uns tachos nas câmaras ou no Parlamento.

A revolução no centro-direita começa em vocês. Começa nos jovens de centro-direita que já não suportam o discurso naftalinoso do PSD e do CDS. Revoltem-se! Vão à luta, PORRA!

Abraço!

Margarida Balseiro Lopes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Margarida Balseiro Lopes disse...

Grande kokas! Concordando-se ou não, é admirável ver tamanho arrojo na defesa das convicções!

E respondendo ao teu repto: nós já começámos a revolução. Este blog é a prova viva da nossa irreverência, do nosso inconformismo, mas acima de tudo da renovação da JSD!

Paulo Colaço disse...

Estou nestes instantes com pouco tempo para um comentário mais estruturado, mais eis as minhas ideias por tópicos:
- Não discordei das eleições antecipadas: foi a sequência inevitável de um princípio que Mendes definiu. Pode ter sido precipitado esse princípio nascido nas últimas autárquicas, mas Mendes não podia assobiar para o lado quando tínhamos vereadores a serem ceifados daquela maneira em Lisboa;
- Negrão fez o que pode e foi sério (concordo contigo Inês).
- O Centro-Direita não está a definhar, Xana, atentemos nos comentários da Margot e do Kokas. Acho que temos em nós o antídoto para o mau momento. Acutilância, é o que se pede, aliada à paz interna.
- Grande Mendes: pedir clarificação foi uma bela malha! Estou com ele, de novo. Se o seu objectivo é 2009, ter-me-á com ele até essa data. Já me conhecem o suficiente para não estranharem esta posição. Eu sou assim!

Quanto à picardia entre o Né e a Xana, eles no fundo amam-se, mas gostam mais da polémica que o macaco de banana!!!

Anónimo disse...

Não vejo qualquer picardia, apenas uma resposta.

Grande kokas: liberal é que é. Finalmente alguém com arrojo. E convencer o partido que não somos social democratas? E que o Sá Carneiro também não tinha assim tanto de social democracia nele?

Margarida: não acho o blog assim tão arrojado. Forgive me! É um passo na direcção certa... talvez.

Castigo de centro direita: estas eleições são um epifenómeno, nenhuma ilação se pode retirar.

Marques Mendes: vou ouvi-lo hoje.

Menezes: vou ouvi-lo hoje.

Amanhã: não devo apoiar nenhum dos dois. Tou farto do mal menor, é a hora de clarificação.

José Pedro Salgado disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
José Pedro Salgado disse...

Muito bem Kokas. 100% de acordo.

Há que convencer esta malta que, se o PSD é um partido de centro-direita (o que será, no mínimo, discutível), a JSD não pode ser uma juventude de centro direita.

O CDS quer o centro-direita? Por mim pode ficar com ele.

A dicotomia, hoje em dia ridícula, do "esquerda-direita" mostra o seu arcaísmo no facto de termos um Governo de Direita encapuçada que tem tanta vergonha de que o seu Rei vá nu que se tapa com as linhas da "esquerda-moderna". Linhas essas que todos no PS têm vergonha de dizer que não vêem.

Temos de nos orgulhar desta ridicularidade.

Temos de nos orgulhar por fazermos parte de uma instituição que antecipou 30 anos este conflito de "lados" e por isso nunca foi de esquerda, de centro ou de direita.

Sempre foi igual a si mesma (PSD ou JSD).

xana disse...

Também acho que está nas nossas mãos. Ser arrojados é o que nos compete enquanto jovens.

Menezes não é opção para os "males" que conseguimos identificar na actual liderança. Mas Mendes também não serve. E aí tou com o kokas: "Um vazio de ideias e um vazio de pessoas".

E o Paulo tem toda a razão quando diz que o erro está nas autarquicas de 2005 e nessa tomada de posição. Porque de resto, Marques Mendes tem feito aquilo que devia fazer, não lhe restava outra hipotese.

Talvez Negrao nao merecesse o resultado de ontem. Mas também não se preparou como devia e contribuiu ainda mais para o descrédito.

Mas o melhor da noite foram os velhores do teixoso e de cabeceiras de basto...

Anónimo disse...

O resultado do Negrão é culpa do Mendes. A sorte é que com estas eleições limpamos o partido...

Bruno disse...

Raios partam a inconveniência do Né(já há pouco falei dela por mail mas agora faço-o publicamente)! Tinhas que vir para aqui com essa conversa de que amanhã não deverás apoiar nennum dos dois...

Olha, agora conseguiste mesmo levar a discussão para aquilo que já se esperava: a consequência mais importante da eleição em Lisboa é a clarificação interna no PSD.

E espero mesmo que seja isso: uma clarificação!

- Que finalmente Mendes perceba quem está com ele e não está.
- Que finalmente Menezes perceba se valeu a pena ficar à espreita de algo que lhe caísse nas mãos (pelo menos em sítios onde voem pássaros isso é perigoso...).
- Que finalmente os Barrosistas (ou lá o que sejam) assumam se querem ou não ajudar o Partido.
- Que finalmente consigamos eleger um líder (que é bem diferente de eleger um Presidente).

Também concordo com a teoria do vazio. É um facto inegável, neste momento. Mas não acredito que o PSD seja um vazio. Conheço lá dentro muita gente mais capaz, mais séria e mais trabalhadora do que Sócrates e a sua pandilha (sim, pandilha! prendam-me lá por faltar ao respeito ao Governo...).

Uma nota final - por último mas não menos importante, definitivamente - em relação ao arrojo do blog: depois deste post, nada mais será como dantes ;)

xana disse...

De facto, depois de ouvir Menezes ontem fiquei com sensações contraditórias: por um lado, mostrou que tem ideias para o partido e mais importante, que tem ideias para o país; mas por outro, não assume a sua candidatura claramente, o que para mim, é uma valente cobardia.

Depois os barrosistas. Têm vivido na sombra neste últimos anos, e creio que têm faltado na ajuda que o PSD precisa. E esta é a última oportunidade que lhes reconheço para mostrarem o que valem, porque, sem dúvida, são as figuras mais capazes de levar o PSD para a frente.

Uma nota final: a Distrital de Lisboa, espero eu, tem de cair hoje. Paula Teixeira da Cruz tem sido a imagem da arrogância em Lisboa. E os resultados estão aí: a pior votação de sempre do PSD na capital.

Kokas disse...

Já que a discussão foi recentrada na clarificação interna do PSD, então vamos a isso.

Acho inacreditável que Menezes insista neste "nim". Aliás, é vergonho. É hipócrita que não tenha dito, logo, e de forma clara: avanço. Porque foi isso que andou a dizer nos últimos dois anos. A verdade é que já fugiu uma vez na hora da verdade e , pelos vistos, vai fugir de novo!

Mas vou ser claro. Espero bem que fuja. Não faz falta. O senhor é um vazio. Menezes não traria nada de novo a este PSD. O PSD precisa de alma, é verdade. Mas precisa de mudar de vida, de uma reflexão profunda sobre o seu enquadramento ideológico. E Menezes não traria essa discussão. Com Menezes o PSD seria mais do mesmo, talvez com um pouco mais de alma. Mas o que é isso da alma? É falar mais alto? Fazer poesia em directo?

Ou o PSD põe o dedo na ferida, ou a ferida vai arrancar o dedo ao PSD!

Aquele abraço!

Marta Rocha disse...

Como o Bruno também não prestei muita atenção à noite eleitoral, mas uma coisa não me sai dos ouvidos: a voz estridente de Sócrates no seu discurso vitorioso! O primeiro ministro, para quem o ouvia pela rádio (como é o meu caso) fez lembrar Freud, que dizia que não eram só as mulheres a sofrer de histeria...

Anónimo disse...

"Ou o PSD põe o dedo na ferida, ou a ferida vai arrancar o dedo ao PSD!"

Posso usar esta frase?

Eu gosto de ouvir o Menezes, gosto do estilo, das temáticas. Mas ainda não deposito confiança nele.

E quem é o Aguiar Branco (se ele avançar)? Social Liberal? Social Conservador? Social Democrata?

Esteve bem cotado enquanto ministro, mas não conheço o ideário dele. E isso preocupa-me.

A Manuela, com todo o respeito, é uma candidata sólida mas muito "last century".

A ver vamos!

Será que nós somos um rio?

xana disse...

eheheh! É isso mesmo.

Menezes fala bem, mas fico sempre com a sensação que é pura demagogia tudo o que ele diz...

Paulo Colaço disse...

- Sim, Kokas, grande frase, como o Né já frisou!

- É isso, Bruno: ser barrosista será sinóninmo de estar quieto à espreita?

Paulo Colaço disse...

Acabo de chegar a casa e estou a fazer uma leitura mais rápida do que o habitual.

Ouvi dizer que Menezes fala bem. Eu também falo bem, ainda hoje falei com um funcionário da rede de expressos, pedi um bilhete para Leiria e acho que o fiz com um português correcto, mostrei boa dicção e creio ter sido convicto na forma.
O funcionário, esse, pelo menos, percebeu-me e vendeu-me o bilhete.

Isso faz-me pensar que falo bem: será que darei com líder do PSD?
Em algumas coisas ganho a Menezes: sou emocionalmente estável, não esfaqueio o partido para aparecer como o salvador, não tento prejudicar o autarca do PSD do concelho vizinho, não tenho acessos de choro, não digo mal da Universidade de Verão em cada sessão de fel anti-Mendes, tenho reais conhecimentos quanto às minhas limitações, e podia continuar aqui a falar do fosso que me separa daquele senhor.

Comparações à parte, para quem ainda não sabe: eu não considero encerrado o “ciclo presidencial” que LMM iniciou em Pombal. Terá o meu voto e o meu empenho.

E disse...

Algumas - extremadas, desculpem lá a minha gravidade - notas sobre os "danos colaterais" que as eleições em Lisboa fizeram no PSD.

Achei pertinente terem discutido se a social-democracia têm lugar ou não no PSD, um partido que se assume de direita e centro mas que perfilha uma ideologia que nasceu de um bando de socialistas que de revolucionários não tinham nada. Se calhar era bom sabermos em que pé é que estamos, no Social Liberal, Social Democrático ou outra coisa qualquer desde que seja "muito" moderada.

Deixo-lhes algumas impressões - pessoais - do que se passou. Um desabafo.

Acho que o espírito revolucionário voltou ao partido. Bem patente nestas eleições. Querem revolucionar - ou mais concretamente - "partir a loiça toda". Até militantes do PSD, presidentes de secção, se iam travando de razões no Terreiro do Paço.

Ser pragmático, competente, bem-formado, bem-educado, respeitador dos adversários, enfim, um político honrado, é coisa do passado (ponho de parte Rui Rio porque é um dos poucos políticos competentes que conheço).

Mas o que abunda não só no PSD mas nos outros partidos é algo verdadeiramente negro e desmotivador. Exemplos já de seguida.

A mentira. Não se importam de mentir de maneira a ganhar alguns votos. Eu não aturo isso, acho isso uma falta de carácter, pior que uma falha. Gostam de atirar as culpas a instituições como a APL (trabalhei na área portuária e a minha família têm tradições que vão até aos 150 anos, um meu antepassado foi um dos fundadores da ANavalLisboa). Culparam a APL pelo descalabro urbanístico na zona ribeirinha. Aconselho a lerem este artigo no expresso. Se isto fosse um país sério, estes "meninos e menina" - e incluo o PSD e PS e outros porque quem esteve atento ao debate sabe que todos culparam a APL; toda esta gente era demitida por mentir ao país.

O insulto. Insultam-se uns aos outros, tentando criar ou mostrar o lado interesseiro dos oponentes. Mas não conseguem ser verdadeiros com eles próprios. Desconfio de "papistas" que tentam incutir a moral aos outros, desculpando-se a eles próprios e dizendo que não têm qualquer outro interesse senão servir o país, embora "toda a gente" nos bastidores sabe muito bem que isso nunca é verdade. Os escritórios de advogados com ligações a partidos nunca estiveram tão ricos como hoje em dia. Dos dois lados.

O liberalismo embandeirado (Tudo bem com o liberalismo. Desde que não dê cabo da protecção social). A culpa é sempre do governo. Culpa-se o governo por tudo. Calha bem porque é da oposição. Mas esqueceram-se da Cidade. Então - desculpem lá a minha veia militar porque fui à tropa como voluntário e estes políticos ao que parece não e se calhar fazia-lhes falta saberem o hino de cor - numa estratégia de combate político, não se definem as próprias posições, não se explica o programa da campanha ao eleitorado, e a única linha de acção é o contra-ataque a um Governo? Isto foi o desbarato completo. Uma autêntica manobra desesperada.

A incompetência política. Acham mal o que se passou? Eu acho uma autêntica vergonha e o Partido têm que dar a volta a isto. Não consigo perceber porque raio a direcção do partido nas intercalares expressa a intenção de o Presidente da CML vir a decidir pela permanência do aeroporto de Lisboa na Portela mas que ultrapassa claramente as competências de uma Câmara Municipal. Só que os alfacinhas não estão para fazer oposição ao governo (são espertos) mas querem que lhes resolvam os problemas (não era para isto que se estava a lutar pelo eleitorado segundo a direcção da campanha).

A fraqueza de liderança. Um líder, um líder forte, não se desculpa de ter resultados fracos e de ter a vida dificultada por haver crítica interna. Mesmo que seja todos os dias. Esta existe e sempre existirá. Quem se queixa de ela haver (na comunicação social, etc) provavelmente gostaria que ela não existisse. Ora, o PSD não é um partido maoísta, ou de orientações comunistas, deve olhar para a crítica interna como salutar. E um líder não se deve sentir incomodado por ela existir e apelar para que as críticas sejam feitas nos órgãos internos do partido. Afirmar isso que passou a ser um "pregão" dos fervorosos Mendistas, é um insulto a quem está de fora, como eu, imune a lutas partidárias - porque ganho a minha vida de outra maneira - e preocupado com um partido que já não sabe manter a sua dignidade.

As únicas razões para o PSD estar internamente fraco é porque se agarrou tanto ao poder que o facto de têr de ficar 1 ou 2 legislativas de fora causa-lhe uma tremenda ressaca. Ou se "desintoxica" ou então não sai da cepa torta.

E se calhar, só sai com vocês na liderança.

Bruno disse...

Espero que não Caro "Direct Current".

Espero que consiga sair antes de nós termos cabedal, capital e capacidade para lá chegarmos*.

Espero que saia rápido e com uma solução finalmente motivadora, capaz de mobilizar o partido e o país.

* Talvez um dos problemas do PSD (e dos outros partidos) seja este: só tem voz quem "lá chega". Será que a proxima liderança do PSD (seja Mendes ou outro) irá - de uma vez por todas - conseguir representar TODOS os militantes?

Paulo Colaço disse...

Caro Direct, bom texto.
Com muitas verdades, senão integralmente verdadeiro.

Bruno: como raio fizeste para meter um itálico em comentário????

Bruno disse...

Hehe! O Colaço e as suas questões tecnológicas! Está por baixo da caixinha onde escrevemos os comentários: colocas no início do texto e no final, tal como o Ferro já nos ensinou no fórum ;)

Kokas disse...

Claro que podes usar Nélson!

Já agora, estou muito curioso em saber qual será o resultado final da reflexão sobre o Programa do PSD. Estou mesmo, porque temo que o partido fique ainda mais preso nuam rede ideológica difusa.

Não castigo o social em detrimento do Liberal. Mas como diz o Colaço: ó kokas, o teu Liberal vem à frente do social. É verdade comparsa, mas é siso que faz a diferença! :)

Paulo Colaço disse...

Ok, Kokas, mas uma coisa é certa: quando se mete o liberal à frente do social, o social fenece!
É o mesmo que por os ferrinhos ao lado do timbale, a tocar ao mesmo compasso...

Anónimo disse...

A culpa da derrota do PSD em Lisboa é dos militantes que se preocupam mais em fazer oposição interna e não em fazer oposição ao governo e ao PS. As directas são a única solução para a crise.

Bruno disse...

Desculpe Isabel mas tenho que fazer uma correcção: nas directas PODE ESTAR a solução para a crise.

É que por enquanto eu ainda não vi essa solução...

Anónimo disse...

Quando se mete o social antes do liberal é o gang do rendimento mínimo que enriquece.

Paulo Colaço disse...

também concordo com esse ponto de vista, Né.

Eu defendo uma coexistência do social e liberal. Ambos lado a lado, embora com pendor para o liberal.

Anónimo disse...

"A culpa da derrota do PSD em Lisboa é dos militantes que se preocupam mais em fazer oposição interna e não em fazer oposição ao governo e ao PS. As directas são a única solução para a crise. "

Eu não escrevi isto!

Anónimo disse...

Imagino que neste momento alguns dos militantes laranja que trabalham na Câmara de Lisboa já se estão a tornar rosa!
lol

Kokas disse...

Está a parecer música para os meus ouvidos. Uma sinfonia perfeita. Já leio ataques ao "gang do rendimentos mínimo", já vejo o liberal à frente so social de forma pacífica. Eheheh Isto vai lá, isto vai lá. Eu sabia. É uma questão de tempo! :)

Bruno disse...

Então e agora Kokas? António Carrapatoso para Presidente do PSD?

António Prôa disse...

Caro Nelson,

Obrigado pelo empenho, pela generosidade, pelo exemplo de lealdade ao PSD.

Num tempo em que tantos demonstram falta de consideração pelos companheiros de partido e desrespeitam o próprio partido, aqueles que nesta batalha difícil deram todo o seu esforço, merecem a nossa gratidão.

Obrigado!

AP

Paulo Colaço disse...

É isso mesmo caro António Prôa: numa actividade humana (a política) em que a gratidão e o reconhecimento são atitudes pouco vistas, foi muito bom ler aqui um comentário de agradecimento ao trabalho do Né.

Um abraço e volta sempre a este teu espaço.

Bruno disse...

Ainda por cima, ao que me foi dado a perceber, o António Proa foi um daqueles vereadores da CML que - pelo seu rabalho - mereceu o apoio de todos os militantes do PSD (e também de todos os lisboetas mas esses já não têm a obrigação. Agora os militantes têm deveres...).

Anónimo disse...

Há palavras demasiado simpáticas, e aquelas que o António Prôa me deixou são um exemplo.

É da força que encontramos uns nos outros que travamos batalhas!

Obrigado António.

José Pedro Salgado disse...

Cabe-me discordar do Nélson. As palavras não foram demasiado simpáticas, foram a realidade.

Cabe-me concordar com o Nélson e com o Bruno. António Prôa foi, em todo este processo um exemplo a seguir.

Anónimo disse...

Uma mentira não se torna realidade por ser dita em voz alta... o mesmo se passa com a verdade.

Prefiro a virtude envergonhada ao elogio público.

(exemplo de falta de modéstia - é o espírito humano, tão vulnerável ao deslumbramento ;)