Sousa Franco disse uma vez que, se Churchill sofresse o escrutínio dos media que hoje as figuras públicas se sujeitam, nunca teria sido eleito Primeiro-Ministro devido aos seu hábitos. E foi quem foi.
Kennedy foi famoso pelas suas ligações extraconjugais, tal como Roosevelt que também se notabilizou pelo seu grande consumo de álcool.
Bill Clinton tem "pecados" sobejamente conhecidos.
François Miterrand ficou famoso por, entre outras coisas, ter diversas mulheres desconhecidas (mas muito chorosas) no seu funeral, bem como por uma prole de filhos.
"Bardamerda pró fascista!" é das frases mais emblemáticas do Almirante Pinheiro de Azevedo, não faltando outros exemplos que tal.
Até a supostamente inatacável figura casta de Salazar está a ser delapidada com testemunhos de pequenos namoricos na sua vida.
Como estes, muitos outros exemplos que mostram pequenas falhas na armadura das pessoas que escolhemos para nos governar.
Que vos parece? Para sermos um exemplo de liderança, temos de ser um exemplo de pessoa? E se sim, pelos padrões de quem?
quinta-feira, dezembro 13, 2007
Uma jóia de moço...
Uma psicose de José Pedro Salgado às 11:52 da tarde
Marcadores: Não ser perfeito.
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16 comentários:
Sinceramente não! O problema é que tendemos a olhar para as figuras públicas como supra-humanos, alguém que não tem direito a ter defeitos.
Acho que um líder deve, dentro do possível, procurar sempre ser um bom exemplo. Se é um líder é seguido. Se é seguido tem alguma responsabilidade sobre os seus seguidores. E isso deve motivá-lo a ser melhor em tudo.
Mas, que diabo(!), ninguém diz que precisa de ser perfeito! Até porque devemos sempre situar-nos e lembrar, a cada momento, qual foi o compromisso que as pessoas assumiram connosco: governar o país ou ser fiel à mulher? melhorar as condições de vida das pessoas ou preocupar-se com as do seu fígado? Dizer a verdade ou dizer sempre palavras bonitas e agradáveis?
Nota: considero que um jogador de futebol, por exemplo, deverá ter mais cuidado com a imagem pública que transmite do que um político. É que o jogador é, normalmente um exemplo para crianças e jovens e deverá lembrar-se que estes o seguem de forma mais ou menos cega. Mas mesmo a esse, o que se exige é que jogue à bola. O resto é acessório.
Quando elegemos um líder, fazemo-lo porque lhe reconhecemos um conjunto de capacidades necessárias ao desempenho de uma função.
Os que nos governam são pessoas e por isso, tal como nós, tem qualidades mas também defeitos. Apontar o dedo ou criticar? Sim, claro que sim, quando no desempenho das suas funções não se revelam á altura do desafio que lhes foi confiado.
Por isso, concordo com o que foi dito pelo Bruno.
Antes de ler o comentário pensei: Depende. E se estivermos a falar do Papa ou de outro líder espiritual?
Mas também neste ponto o Bruno já respondeu: "Até porque devemos sempre situar-nos e lembrar, a cada momento, qual foi o compromisso que as pessoas assumiram connosco."
Bruno,
Como sabes, no que respeita a futebol passo a bola aos entendidos:)
Um treinador lidera uma equipa. Um jogador, um líder. Acho excessivo!
(Eu sei que não é este o point, foi só para picar :P)
Apontaste, e com pertinência, a questão da imagem pública e exemplo de comportamento para crianças e jovens.
Mas, mesmo percebendo onde queres chegar, não concordo quando dizes que um jogador (actor, músico, ...) deverá ter mais cuidado com a imagem que um político. Até porque a partir dos 14 anos é possivel a filiação numa juventude partidária. São papéis diferenetes.
Sim e não:
É-me completamente indiferente ter um primeiro-ministro gay, adúltero ou viúvo. Já me não é indiferente ter um primeiro-ministro corrupto ou mentiroso.
O problema é que, principalmente em certos países, o politico é visto como sendo um "santo". E se formos um bocado para trás na história, ainda há a mentalidade de que os politicos em cargos de responsabilidade tem que ter a mesma figura dos Reis Absulutos dos séculos XVII e XVIII: os representantes de Deus na Terra.
Há muitos pontos em que concordo com o Bruno, e também existe outra coisa, principalmente numa sociedade mediatizada como o de hoje: o líder público (ou o politico, se quiserem) não pode ter vida privada. É uma espécie de "lei não escrita", em que tudo tem que ser escrutinado, desde o boletim da escola até às "one night stands" que teve, há muitos anos atrás. E tem que dedicar 24 horas por dia ao Estado, ou à Nação. Daí termos o mito do Salazar solteirão, dedicado exclusivamente à Pátria...
Pessoalmente, para mim, o politico é uma pessoa como todos os outros. Pode ter os defeitos que quiser, desde que não prejudique a sua competência, e não amealha os bens públicios para o seu próprio bolso!
A vida extra-profissional de um político faz toda a diferença na opinião que o eleitorado tem desse político. Tivemos um PM, Pedro Santana Lopes, conhecido pela vida boémia que levava, ainda em funções, e, na minha opinião, muitos desses escândalos levaram à queda do seu executivo.
Outro caso é a homossexualidade de um político. Digo, sem qualquer pudor, que nunca votaria num político gay e livre-nos de um político com essa orientação sexual ser eleito em Portugal este século. Vivemos num mundo que continua bastante homofóbico, e uma situação dessas levaria o país aodescrédito comunidade internacional.
Para terminar, acho que os políticos são humanos mas as suas acções reflectem-se na vida do seu eleitorado.
A exposição mediática tem alguns custos. Eu prefiro sempre o político humano ao de cartão, ao produto da fábrica.
Acredito sempre na pessoa que me pareça real. Se tal é nefasto? Sem sombra de dúvida. Todos nós preferimos o tipo certinho ao arruaceiro... a imagem é fundamental num político como em qualquer cidadão sujeito ao escrutínio do público.
Devem ser fiéis a si próprios, mas sem abusarem. O caso PSL: pensam que foi o primeiro borgas a chegar ao poder? Não. Mas foi o único que se alimentou da imagem de playboy para se manter na ribalta. Goste-se de ouvir ou não.
Acho que hoje em dia a imagem "extrapolitica" faz alguma diferença.
Com a mediatização (também da politica); a voz populi da bastante importancia a questoes como a sexualidade, estado civil, saidas profissionais, localização, estado financeiro de quem elege
"nunca votaria num político gay e livre-nos de um político com essa orientação sexual ser eleito em Portugal este século"
André desculpe, mas esta afirmação preocupa-me bastante!
Aqui está uma bela contribuição para a ignorância colectiva!
Diga-me lá, com fundamento, que capacidades retira a uma pessoa o facto de esta ser homossexual?
Quer para ser PM, quer para ser ferreiro, comerciante, senador, economista e por aí fora!
Não querendo ser defensor do André, até porque melhor do que ninguém poderá explicar o que queria dizer, ele diz porquê:
Vivemos num mundo que continua bastante homofóbico, e uma situação dessas levaria o país ao descrédito comunidade internacional.
Junto de determinada comunidade internacional decerto... mas o meu voto não seria influenciado pelo que "os outros" pensariam de mim. Se fosse para não votar num homossexual por ser homossexual, preferia sempre alegar que o seu modelo de vida afecta o meu mundo valorativo. Não é o caso, mas é uma resposta que aceito.
Eu não tenho nada contra os homossexuais e a orientação sexual em nada afecta o desempenho seja de que profissão for. No entanto, na sociedade, ao contrário do que se pensa, extremamente homofóbica em que vivemos conduziria para uma situação de ridicularização e descrédito junto de outros países.
Estou convicto de que assim seria.
Vinha comentar isto mas fiquei sem vontade.
Que fique registado em acta
humpft:P
Eu não sei se vivemos assim tanto numa sociedade mais homofóbica do que se pensa. Até acho é que vivemos numa sociedade bastante mais homossexual do que pensamos...
Outro post em que ainda não havia comentado.
Todos temos esqueletos no armário. Quem os não tiver terá muito que se arrepender quando for, efectivamente, um esqueleto dentro de um armário.
O Zé Pedro elencou alguns dos "desvios" de grandes líderes. Lembro outro: Sá Carneiro. Apesar das críticas, conselhos, boatos e etc devido ao seu relacionamento com Snu, não deixou de ser amado e respeitado, mesmo por aqueles que condenavam a situação.
No final de contas, o que conta é algo indefinivel: a atracção.
Já vi competentes perderem contra imprestáveis, sérios levar capotes de corruptos, bonitos perderem contra camafeus. E porquê? Sei lá? É a atracção! Será?
Nunca cheguei a perceber se aqui "Sarko" tinha bebido ou fumado...
Nunca cheguei a perceber se aqui "Sarko" tinha bebido ou fumado...
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