domingo, dezembro 09, 2007

Nem mais um euro para África!

Após a cimeira UE-África, e em jeito de balanço, é tempo de ouvir uma voz autorizada na avaliação do destino dos subsídios no continente africano: Andrew Mwenda.

O vídeo tem a intervenção inteira e a duração adequada para este tipo de palestra. Para quem for mais apressado, aproveitem os últimos 5m. Genial!

P.S. Aproveitem também para conhecer a TED.

15 comentários:

Anónimo disse...

A conversa é de Junho. O post é de Setembro.
O título é infeliz NF. Populista, dramático, desnecessário.

Há muito a fazer, e o que mais importante que se passou neste fim de semana foram os acordos económicos, principalmente os que ficaram por assinar. Continua-se a tomar Africa com um olhar paternalista. O Senegal foi o instrumento do espectáculo do lado do não, do lado da UE não é apresentada alternativa. Terá de se resolver.
Acho impossível e improvável que haja livre concorrência de produtos europeus com produtos africanos em Africa. É injusto. Não é estruturante.
A PAC e o FEOGA têm estrangulado muita da produção agrícola de muitos dos países africanos. O comercio livre seria a morte.
A Africa do Sul e a Nigéria, as duas potências económicas têm de utilizar mais o seu poderio para criar uma coesão dentro da UA para poderem utilizar como alavanca nas negociações com a UE.
Tem de haver justiça.

Quanto à posição do jornalista. Ele é um provocador. Um privilegiado. Tem por base no seu pensamento que a ajuda, a caridade, torna o povo dependente e não fomenta o desenvolvimento económico estruturado. Ele pode pensar assim. Dizer o que lhe apetecer. Não é responsável por nenhum país, por nenhum partido, por nenhum governo. Em teoria faz todo o sentido. A prática já é outra coisa. No meio está o caminho que deve ser tomado. Lembremo-nos do recente Nobel da economia.

Mais info sobre o jornalista e sobre o TED em http://www.ted.com/index.php/talks/view/id/159

Paulo Colaço disse...

É um vídeo grande. Venci o cansaço ontem à noite e visionei-o. Recomendo.

A sua visão e a do JFD são diferentes. A do jornalista assenta em três pilares:
1 - o Não ao paternalismo, que inferioriza os mais fracos.
2 - a ajuda económica não ajuda, necessariamente, o povo a evoluir.
3 - a experiência pessoal do jornalista fá-lo saber, exactamente, em que bolsos ficam os milhões enviados para África.

O Jorge chama-o de provocador, de privilegiado. Sê-lo-á, mas numa coisa creio que tenha razão: a utilização dos apoios deve ser monitorizada e alguns desses apoios funcionam como ajuda a ditaduras.

Quanto aos Euros para África, devem continuar: em Portugal houve muita gente a encher-se à conta dos dinheiros de Bruxelas, mas eles não cessaram.

Há apoios e apoios. Aqueles que se interligam directamente com as populações, com as universidades, com a rede escolar, etc, não devem acabar. E mais: cabe a quem dá saber exactamente como contornar ao mau uso da coisa dada.

Sobre o título, é mais outro interessante ponto de partida para mais uma discussão. Para quem não queira visionar o vídeo, pode apenas responder ao título. Merecerá África mais dinheiros? Adianta alguma coisa? Pode a Europa fugir a responsabilidades históricas e humanitárias?

Anónimo disse...

Respondendo äs perguntas deixadas... Nao e Africa que merece mais dinheiro mas sim as pessoas que precisam dele para beneficiar de condiçoes de vida minimas. Perguntar se adianta alguma coisa é já colocar o problema num contexto utilitarista; adianta em relaçao a que? Se a questao e desenvolver determinados paises de modo a poder beneficiar deles como potenciais importadores dos nossos productos, entao penso que nao adianta nada visto que se mantem o paradigma de dominio sobre o Terceiro Mundo. No entanto, se a pergunta for no sentido de melhorar a vida de milhoes de pessoas que morrem de 3 em 3 segundos por fome, entao sim, vale mais que a pena investir todo o esforço para terminar com esta situaçao.

Muito lentamente e a pouco e pouco mas como consequencia de um mundo globalizado, deixar-se-á de falar em Europeus e Africanos... Nao faz mais sentido pensar em sociedades apartadas umas das outras. Se vivemos num Mundo Globalizado e benificiamos ("Nós Primeiro Mundo") de economias globais entao temos responsabilidade para com os que nao só nao benificiam como estao prejudicados com um Mundo que so se move por interesses economicos.

Temos de levar a prática a velha maxima de que acompanhados de direitos estao os deveres. E nosso (repito "nos Primeiro Mundo") dever encontrar medidas para que o Terceiro Mundo passe a ser um facto de livros de história e nao um facto real.

Anónimo disse...

Cara Maria quem me dera...
É tudo uma grande miragem.
Uma grande aldrabice.
Temos a PAC que cria uma desigualdade muito grande no que toca a imports e exports para Africa... De produtos de primeira necessidade que para nós são excessivos. Uma vergonha. E mais vergonhoso não é porque a OMC ainda conseguiu com que a PAC não fosse tão ORDINÁRIA REVOLTANTE e INEFICAZ como nos anos 80. Mas não nenhum altruísmo. Africa é sempre jogada como peão. Só que os interesses a serem satisfeitos nunca são os seus!

Vão a Europa.eu e facam pesquisas sobre a PAC. Vejam quanto do nosso orçamento é gasto nessa linda política. E vejam como são distribuídos os subsídios na Europa do sector primario e a quem.

A Africa vai lá com programas de intervenção directa desses euros todos que vão pra Africa.
Repito, veja-se o exemplo do Nobel da Economia. O Micro Crédito. Nada de paternalismos, mas também nada de radicalismos.
Temos responsabilidades. TODOS nós. Vivemos todos no mesmo Planeta.

Anónimo disse...

Até que ponto não será interessante um debate: "A eficácia da ajuda humanitária"?

É uma ideia!

Dri disse...

o tema da ajuda humanitária e bastante interessante. entendo que a forma como a ajuda se processa esta desajustada. Deviamos de ajudar com meios, tecnicos em vez de oferecermos logo os bens. Mas se assim fosse talvez muitas ONG´s desaparecessem.....

Anónimo disse...

1 - O título não é infeliz, é provocador. E trata-me por Nélson, Nélson Faria ou Né... não conheço o NF.

2 - Do que eu vi, o Presidente do Senegal tomou a posição correcta: não aceito compensações pela destruição da minha indústria. Quero comércio, não exploração. O "privilegiado" apresenta muito bem a deturpação dos subsídios.

3 - A prática está aí para se ver: décadas de ajuda humanitária sem resultados. O conceito tem de mudar. E para quem for atento o "privilegiado" não fecha as portas a todos os subsídios: diz apenas que dar dinheiro alivia mais as consciências dos europeus do que os problemas dos africanos.

E disse...

Penso que redireccionando grande parte das ajudas financeiras para ONGs como a Oikos (www.oikos.pt) talvez fizesse um bem maior.

Dar o poder de fiscalização à UAfricana dos fundos transferidos poderia ser uma outra solução, já que levaria os países a ter que trabalhar em grupo, pois certos países não iriam gostar de haver dinheiro mal-gasto pela sua organização.

Em certos países acredito que a acção de ONGs é mal-vista pelos governantes porque eles não são beneficiados directamente com isso.

A maneira segura de manterem o poder pessoal e regalias é de receberem dinheiro para sustentar a má governança, que se posta em risco, leva a guerra civil, perda de vidas humanas e destruição da infra-estrutura existente no país.

Isso nunca é referido pelas partes que contestam o financiamento comunitário a "ditadores" ou maus governantes. Ou seja, as suas epifanias levam a mais sangue derramado.

É um problema complexo e cortar a ajuda financeira a esses governos pode trazer males maiores.

Anónimo disse...

Notas: a PAC é um anacronismo mantido apenas para agradar à França.

Porque é que África não preenche, nem de perto nem de longe, as suas quotas de importaçãos de produtos agrícolas para o espaço UE? Isentos de impostos.

Anónimo disse...

Ó Né! Jamais serás tratado por NF. Manias de informático! Já passou não fez doidoi.

Eu achei infeliz. Ainda por cima acompanhado da cara daquele senhor. Foi o sentimento que me gerou!
As ONG farão de facto um trabalho melhor, eficiente, eficaz!

E o teu ponto 3 traduz o paternalismo com que esse senhor vê o seu próprio continente, país e quem o ajuda. E não será certamente a UE nem os seus dinheiros. O contexto da conversa foi o G8. O blá blá blá dele é sempre o mesmo. O que faz ele pelo Uganda? Não sei, sinceramente. Gostaria que elucidasses. Se passa ou não de um prep boy. Engraçado, em Portugal seria um bloquista, ou comunista... BAH!

Quanto à PAC, a nota que dizes é um lugar comum, muito comum, tão comum que quase é verdade, não o sendo. Mas que não faz sentido, e que é uma politica estúpida é!

Porque não preenche a Africa? Não sei. Talvez por falhas de produção? Por falta de produção? Por dificuldade nessa exportação? Porque fica bem no papel taxa zero, mas depois na prática tal não será assim?

Em todo o caso fervilhamos com estes assuntos neste momento na Moderna e na cadeira de Economia Portuguesa e Europeia;

Ficam convidados para:

Aula Aberta
Dia 11 de Dezembro às 20h00
Prof. Doutor Wandyr Hagge
Universidade Estácio de Sá, Brasil
«a administração, a economia e o desenvolvimento no mundo globalizado»

A Coordenação da Área de Gestão e ambiente da Universidade Moderna de Lisboa

Tem o prazer de convidar V. Exa. a participar.

LOCAL: Auditório VIP

Universidade Moderna de Lisboa

Travessa da Saúde, n.º 2 A

1449 – 022 LISBOA

Tel. 213 033 400

Transportes públicos: eléctrico 15 autocarros 29, 43, 39, 28, 27, 49.

Estacionamento com acesso pela Rua Bartolomeu Dias ou pela Av. da índia (sentido: Lisboa/Algés).

Anónimo disse...

Nunca um comunista... estás louco? Ouve toda a conferência. O homem é um perigoso liberal.

Quanto ao que ele já fez pelo Uganda... ora ai está um argumento populista: não se pode ter ideias sem ter trabalho feito? Eu nunca fiz nada pelo meu País e não me sinto desautorizado a opinar sobre tudo ;)

Anónimo disse...

Para quem tiver paciência, tirado da wikipedia:

Andrew Mwenda is a Ugandan journalist. He attended Busoga College, Mwiri in eastern Uganda before attending Makerere University. He earned a master's degree in the UK. He was previously the political editor of The Monitor newspaper and presenter of Andrew Mwenda Live on the KFM radio station. In 2005, he was among sixteen senior journalists invited by the British government to meet prime minister Tony Blair to discuss the forthcoming report of the Commission for Africa.

In August 2005 he was charged with sedition for broadcasting a discussion of the cause of death of Sudanese vice-president John Garang. Garang was killed when the Ugandan presidential helicopter crashed in a storm over a rebel area, on the way back from talks in Uganda. During his radio programme, the journalist accused the Ugandan government of "incompetence" and said they had put Garang on "a junk helicopter...at night...in poor weather...over an insecure area". [1] He also criticized President Yoweri Museveni, calling him a failure, a coward and a "villager", and said the president's days were numbered if he "goes on a collision course with me". [2]

In July 2006, Mwenda appeared before the British House of Commons committee on Global Poverty to testify against aid to Africa. He has written widely on the effects of aid on the development process in Africa and been published in such prestigious newspapers as the International Herald Tribune and Der Spiegel and done radio and television documentaries for the BBC on this subject. Mr. Mwenda has also been widely quoted in international media - BBC, CNN, New York Times, Washington Post, The Times, The Economist, and many other newspapers, radio and television networks in Europe and North America.

He has assidiously criticised many activities of multinational corporations in Africa, and also criticises aid agencies and charities for what he says is their self-interest and collusion with corruption. He believes that western aid been largely been unhelpful for African development, since it fuels corrupt states and sustains wars. He argues that aid goes to the least deserving states, those that have failed their people, rather than those that have reformed.

Mr. Mwenda is currently on a year-long John S. Knight fellowship at Stanford University in the United States.

Anónimo disse...

Ó Né claro que fazes!
Estás envolvido. Fazes campanha, és quadro político. Dás a cara e vais a votos.
:)
Quanto ao Mwenda. Não gostei do discurso que foi fazer ao G8, não gostei de ouvir falar na CNN, não gostei de o ouvir na CNBC. Para mim é um betinho. Estarei certamente a cometer uma grande injustiça, mas é a ditadura do mediatismo e do mundo em que vivemos. Temos pena!
:)
O meu ponto de vista é que é fácil ser o que está de fora a reclamar pra dentro quando não temos de prestar contas a ninguém!!!

Anónimo disse...

O Sr. Mwenda é perseguido no seu país pelo que diz. Claramente um privilegiado.

jfd disse...

Epá!
Com este argumento não sei mais o que dizer!

Podias ser um pouquinho mais "porreiro pah" e agarrar o assunto plos "cornos".

:P