quinta-feira, dezembro 28, 2006

O que nos reserva 2007?


Com o ano de 2006 a acabar, cabe fazer a pergunta inevitável: o que nos reserva 2007?
Sinceramente, penso que não reservará nada de novo para o plano político nacional. A “direita” (se é que ainda podemos utilizar esta expressão) encontra-se, a meu ver, refém de alguém que, qual D. Sebastião, insiste em não aparecer. Falo de Paulo Portas. A situação do CDS-PP é miserável, com um consenso alargado relativamente à fraca prestação de Ribeiro e Castro como líder na oposição, nada ajudado pelo forte grupo parlamentar liderado por Nuno Melo, a verdade é que a situação do PSD também não é melhor. Não acredito que a maioria dos militantes esteja contente com Marques Mendes, mas que solução?
A travessia do deserto ainda nem vai a meio, e a “direita” continua apagada aos olhos dos portugueses. Depois disto, só alguém muito especial poderá dar a volta para as eleições de 2009. Mas quem?
O futuro é incerto…

6 comentários:

José Pedro Salgado disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Bruno disse...

Eu penso que se a "chamada direita" se encontra refém de alguém é mesmo de Aníbal Cavaco Silva. É que quando o Presidente da República, que muita gente escolheu por achar que seria o indicado para "tomar conta" de Sócrates, assina por baixo de todas as medidas difíceis que o Governo tem tomado, avisa que nos devemos preparar para que os tempos difícieis continuem e lembra que é preciso estabilidade e a colaboração de todos...

Penso que se torna muito difícil fazer oposição neste cenario. É óbvio que o PSD e o CDS poderão sempre discordar de Cavaco e não deixarão de o fazer só por o terem apoiado na "corrida a Belém". Mas não há dúvida que o capital de confiança de que o Professor dispoõe lhes retira margem de manobra para o fazer.

Quanto a comparar a situação dos 2 partidos, já me parece excessivo. O PSD pode não estar pujante, mas está a organizar-se, transpira credibilidade, mostra trabalho. É verdade que Marques Mendes não é um líder carismático mas isso também se conquista.

José Pedro Salgado disse...

Candidatos não parecem faltar.

Mas, como muito bem nos ensinou o Professor Aníbal Cavaco Silva, o timing é tudo.

Paulo Colaço disse...

Algumas pequenas notas:
- o Paulo Colaço céptico e pessimista por força da “experiência” diz que tudo vai ficar na mesma, em 2007
- o Paulo Colaço que consegue passar da sua provecta idade para metade da mesma quando se empenha, quando acredita, quando acha que pode “mudar o Mundo” afirma aqui, solenemente, que tudo muda na exacta medida do nosso optimismo, vontade e esforço, por esta ordem.
- o Paulo Colaço que é mais cavaquista que o próprio Cavaco está desapontado com a actuação deste PR em quem votou.
- o Paulo Colaço que conhece este PR sabe que ele é bom em todos os (seus) timings - menos naquele em que decidiu comunicar que se afastava da liderança do PSD…
- o Paulo Colaço que gosta de combate, de luta, de refrega, percebe que todos querem um PSD mais acutilante
- o Paulo Colaço que estima e compreende o trabalho que está a ser desempenhado pelo Dr. Marques Mendes assina em baixo da estratégia que está a ser gizada pelo nosso líder.

RICARDO PITA disse...

A "Direita" não só está apagada como também aparenta ser parte de um passado muito longinquo em Portugal. qual a razão da existência de partidos de direita em oposição ao governo PS quando este tem por líder Sócrates

Bruno disse...

Não sei se a "Direita" será parte de um "passado longínquo" mas que o Ricardo Pita, se não se recolocar, poderá ser parte de um "futuro negro", disso já não tenho dúvidas.

A razão da existência de um partido como o PSD é simples: é que nós fazemos as coisas de forma diferente daquela que faz o partido do Ricardo. Apesar de ser inegável que Sócrates tem tomado uma série de medidas que o PSD também tomou quando estava no Governo, e que são portanto medidas - chamadas - de direita, isso não torna os partidos iguais.

Desde logo porque o PSD assume essas medidas e não tenta branqueá-las. Também porque o PSD não critica aos outros para depois fazer igual. Ainda porque o PSD tem o hábito (será mau?) de procurar sempre fazer reformas, enquanto que o PS é só "às vezes" e ao que parece quando tem ex-miitantes da JSD na liderança...

Assim, parece-me que o PSD faz falta à Democracia portuguesa e mais: faria falta que todos os Partidos procurassem ser responsáveis e verdadeiros para com as pessoas...