Hoje realizam-se as primárias do Estado da Pensilvânia. Muito tem acontecido nas primárias norte-americanas nas últimas semanas, mas o panorama geral não se alterou substancialmente: o underdog Obama é o preferido nas sondagens a nível nacional e nos corações de muitos; Hillary luta, financeira e politicamente, para se manter na corrida.
Hillary deverá ganhar hoje a Pensilvânia e, mais uma vez, os especialistas irão enganar-se quanto à data do término deste processo: não acabou com a Super-Tuesday nem com as primárias no Texas e Ohio... também não acabará na Pensilvânia.
Deve Hillary desistir? Não! É para estes casos que serve a Convenção. As primárias foram desenhadas para que os candidatos fossem préviamente escrutinados pelo eleitorado ideológicamente próximo antes das eleições. Só o candidato verdadeiramente superior a todos os outros e que consiga os 2025 delegados que lhes garanta a vitória na Convenção pode apelar a que outros desistam. Nenhum deles está nessa situação e já se sabe que não é matemáticamente possível alcançar o número mágico.
É na convenção que a luta terá de ser travada.
Na primeira votação os delegados estarão vinculados à candidatura pela qual foram eleitos; na segunda e subsequentes estarão livres para apoiar quem quiserem. E não acabarão as votações até que saia um candidato da Convenção. Mais, a partir da segunda votação qualquer Democrata pode ser inserido na batalha (a tal esperançada hipótese Al Gore).
Este é o método das primárias e é para isto que as convenções servem: é verdade que desde a década de '80 que não havia uma convenção destas e que foi por causa destas situações que se inventaram os super-delegados. Mas esta é a beleza da Democracia: a luta por aquilo em que se acredita até ao fim.
11 comentários:
E voltamos a um tema caro ao Psico: a eleição do novo "super-presidente" e o respectivo processo.
Não é tão aliciante quanto debater a vida interna do nosso país e respectivos desenlaces partidários, em todo o caso.
Também acho que Hillary deve ir até ao fim: um Congresso de aclamação seria insulso, embora talvez fosse uma rampa de lançamento mais forte para o candidato "aclamado".
Volto a dizer: o meu preferido era Rudy mas a sua falta de visão deixou-o pelo caminho.
Hoje estou por Obama: mais por uma questão de feeling quanto à sua personalidade que devido a qualquer indicação ideológica.
Aliás, nos EUA não há ideologia que os safe da "real politics".
Seja quem for o Presidente, haverá sempre rumos irreversíveis e decisões invariáveis. Portanto, se assim é, escolhamos um cuja personalidade nos tranquilize.
Obama tranquiliza-me. Não confio cegamente, terá falhas como todos nós, bem-falante demais, mas parece-me o mais íntegro.
Agora faltam 16 minutos para as primeiras projecções da CNN, a ver se reúno os meus pensamentos antes disso.
A luta tem sido no mínimo interessante.
Obama tem sofrido muito desde o incidente com o seu pastor. Ficou chamuscado. Recentemente, ao falar para uma plateia de elite, falou de uma forma um pouco paternalista dos saloios da Pensilvânia. Para mal dos seus pecados o som foi gravado. Disse que estavam tão frustrados e ressentidos com a perda de empregos para a economia e os emigrantes que se apoiavam nas suas armas e na religião... Caiu muito mal. HRC ganhou o dia.... E fugiu à má imprensa que estava a ter por ter mentido vezes sem conta sobre uma aterragem na Bósnia sob um alegado (falso) fogo de snipers .
Descalabro total...
Acusações para todos os lados. Cada vez mais ferozes. Obama deu tudo por tudo para esta primária. Mas não se percebe bem porque. Pois sabe que iria perder. E por uma diferença de dois dígitos. Mas pronto. Fez questão.
HRC entretanto, despediu o seu chefe de campanha por causa de questões relacionadas com o acordo NAFTA. Para variar já não se sabe bem o que queria.
Depois veio o Papa. Então Deus veio à campanha.
Depois veio o debate na ABC. Um dos entrevistadores, ex staff de Bill, fez questão de passar 45 minutos a fazer perguntas de puro gossip político a Obama:
- reverendo Wright
- o caso de um pretenso bombista radical dos anos 60 “amigo” de Obama
- o pin da bandeira americana
e mais um que não me lembro agora. Obama saiu-se muito mal. HRC feliz da vida.
O Líder o partido, entretanto, pediu aos super delegados para começarem a entregar os seus votos, quer tudo resolvido antes do congresso....
Os dois desdobraram-se de sábado até ontem em programas de comédia, a mostrar o seu lado de bom desportista... Mesmo assim atacaram-se, com um sorriso!
Faltam 5 minutos, e não estou inspirado.
Vamos ver o que vai acontecer.
Já tinha saudades!
Jfd @ cnn ;)))
McCain entretanto passeia-se plos media. Foge a Deus, diz disparates, apresentou um plano económico que é uma PATETICE (não tenho outra palavra), adormece, troca-se todo, irrita-se, enfim... Faz o que lhe apetece e não sai prejudicado. Os democratas fazem o favor de lhe estender o tapete vermelho ;)))
LOL
já fechou! CNN não projecta ninguém!
Deixa ver o drudge:
.
.
.
Bem, pela primeira vez numa primária:
CLINTON 00%
OBAMA 00%
Ninguém diz NADA! Ninguém arrisca!
Tá bonito tá ;)
jfd ;)
Hillary conseguiu exactamente o que precisava: uma vitória por dois dígitos 55%-45%. Precisa de aproveitar o momento para recolher muito dinheiro e tentar ganhar Indiana daqui a duas semanas.
Friamente olhemos para o que foi o resultado até aqui: Hillary ganha todas as primárias importantes - Pennsylvania, Texas, Ohio, California, New York, New Jersey.
Obama não ganha nos grandes estados e a maior parte das suas vitórias são em caucus, o que demonstra que tem eleitorado mais "teimoso" mas não necessáriamente mais mobilizado.
O eleitorado de Obama é urbano e com formação superior, jovem, tendo graves problemas em se relacionar com o país real.
Não gosto de Hillary e aprecio muito a mensagem de Obama, mas começo a ter a ideia que Hillary será uma candidata mais sólida contra McCain.
P.S. Isto não invalida que Obama vença McCain, mas começo a ficar com a ideia de que talvez não seja o melhor candidato. Até porque McCain continua a fazer um óptimo trabalho na mobilização do eleitorado conservador do seu partido.
April 23, 2008 -- Hillary Clinton refuses to die. Having been given up for dead after losing Iowa, she rebounded in New Hampshire. Then a string of 11 straight consecutive losses - followed by a win in Ohio and a tie (in delegates) in Texas. Now, she's won Pennsylvania.
Problem is, it doesn't mean anything.
Because of the Democratic Party's arcane proportional-representation rules, her win stands to give her a net gain of 10 to 15 delegates when all is counted. That means that Barack Obama will fall from a lead of 161 in elected delegates to about 145 or so. Big deal.
The primaries coming up in the next two weeks - Indiana and North Carolina - are likely to give Obama back a goodly portion of those delegates. By the time all the primaries have been held, after June 3, there is no doubt that Obama will lead by more than 100 elected delegates, and likely 150. From there, it will be an easy route to the nomination.
The Democratic superdelegates aren't about to risk a massive and sanguinary civil war by taking the nomination away from the candidate who won more elected delegates. If they ever tried it, we'd see a repeat of the demonstrations that smashed the 1968 Chicago convention and ruined Hubert Humphrey's chances of victory.
Clinton won Pennsylvania for two key reasons: Only Democrats could vote in the primary, and the Keystone State electorate is dominated by the elderly, who are staunchly for Clinton.
Despite her claims of electability, Hillary has never done well among independent voters. And Obama usually loses the Democrats. Pennsylvania's closed-primary rules gave her a key advantage.
......
http://www.nypost.com/seven/04232008/postopinion/opedcolumnists/too_little__too_late_107751.htm
Hillary ganhou com uma vantagem de 9,2. Há muitos meses atrás essa vantagem estava na confortável zona dos double digits e começava com o número 2.
O seu discurso de vitoria foi mole, sem nada de interessante e novo e com um interessante pedido de dinheiro! ;) E os seus fãs responderam! Pelo menos até ontem já tinha recebido cerca de $2,5 milhões.
Obama discursou no Indiana, onde já estava a fazer a próxima campanha, também nada inspirado, como um puto chateado que diz que a culpa foi de tudo o que atiraram contra mim, não me deixou ganhar. É claro que a campanha pós Reverendo Wright, e a descoberta de que o senhor vive num bairro de brancos ricos e com um campo de golfe não ajudou nada... É a vida. Quem vai à guerra... E na América, os talk show radio hosts não perdoam, e fizeram questão de manchar cada vez mais o nome de Obama.
O primeiro erro relativamente a estas primárias foi feito pela campanha de HRC, que a pensava “ter no papo” logo após a Super Tuesday . Desde esse momento foi ver o suceder de trapalhadas de quem não está preparado para o oponente. Mas mesmo assim, qual Fénix enraivecida, 4 vezes renasceu das cinzas. Já cansa. É caso para se dizer; vaso ruim...
O Partido Democrata dos Estados Unidos perde mais eleitores nas eleições gerais ao nomear HRC do que os que perde ao nomear Obama.
O nome Clinton tem muito antagonismo e afasta muitos eleitores, e o facto de ser mulher afasta alguns eleitores. O nome Obama puxa o voto de quem nunca votou, capta muitos moderados e muitos independentes e os jovens, mas o facto de ser negro, obviamente afasta alguns eleitores, também.
Mas HRC tem provado que consegue a classe média, etc. e tal, já por 4 vezes.
Do lado de Obama são apenas suposições...
O Partido Democrata nunca teve muita estratégia nem foi de decisões drásticas na altura da nomeação. Será que este é o ano em que vai ganhar um bom par deles, e por em causa a nomeação do primeiro Afro Americano? (adaptado de um pensamento da Emily Bazelon da Slate). Em troca de uma pessoa que não gera consenso e que, sinceramente, muita gente simplesmente não gosta?
É esperar para ver o que irá acontecer.
Eu continuarei divertidíssimo a ler editoriais, ouvir podcasts e ver programas de televisão. Melhor sitcom que a realidade, não há!
jfd, o comentário com noção!
Confesso que este não saber quem vai ganhar me deixa irritado!
E nem costumo ser assim.
O mais triste, no meio disto tudo, é que o mais provável vencedor deste processo está do lado de fora da jaula a ver os leões a comerem-se um ao outro.
A coisa está negra para o lado de Obama... O reverendo deu uma entrevista à PBS, e o assunto do antes de ontem, passou de novo ao assunto do dia. O que levou aquele a distanciar-se categóricamente das palavras daquele que foi o seu mentor espiritual...
Entretanto, HRC, que está com a euforia do momento, avança com mais e mais apoios para as primárias do Indiana. Tem-se dito que Hillary domina quando é vitimizada. E ela aproveita-se disso, nem que seja necessário inventar algo por parte da sua campanha para que passe a ser a vitima dos acontecimentos. É uma batalha cada vez mais interessante...
Obama está cada vez mais longe de ser elegível nas eleições gerais.
O seu “amigo” Pastor anda a fazer das suas.
Anda numa tour em que levanta de novo os assuntos que não têm interesse nenhuma para Obama. Embora desde a última vitória de HRC, Obama tenha obtido a intenção de votos de super delegados na razão de 2 para 1, começa a preocupar seriamente a eleição geral, caso seja o nomeado. E isso começa a reflectir-se nas sondagens.
Entretanto HRC e McCain têm avançado com a ideia de um “feriado” de taxas de combustível, ideia que tem sido refutada por Obama...
E assim vão as campanhas!
Yes we can!
Não desistir!
Acreditar sempre!
Enviar um comentário