Hoje assinalamos os 90 anos do início da Batalha de La Lys, confronto militar em que tropas alemãs esmagaram uma divisão portuguesa, no âmbito da I Guerra Mundial.
Em apenas 4 horas perdemos cerca de 7.500 homens. Os especialistas falam em maior derrota portuguesa desde Alcácer-Quibir, 340 anos antes.
De lá para cá soubemos livrar-nos da II Guerra Mundial mas mergulhámos na Guerra Colonial: a sensatez seguida do disparate!
Actualmente posicionamo-nos ao lado dos aliados clássicos, embora com muita contenção.
Pergunto: tem havido coerência na nossa política bélica? Que rumo e que futuro para as Forças Armadas Portuguesas?
Em apenas 4 horas perdemos cerca de 7.500 homens. Os especialistas falam em maior derrota portuguesa desde Alcácer-Quibir, 340 anos antes.
De lá para cá soubemos livrar-nos da II Guerra Mundial mas mergulhámos na Guerra Colonial: a sensatez seguida do disparate!
Actualmente posicionamo-nos ao lado dos aliados clássicos, embora com muita contenção.
Pergunto: tem havido coerência na nossa política bélica? Que rumo e que futuro para as Forças Armadas Portuguesas?
21 comentários:
O grande desafio para a Europa é ter uma força militar que acompanhe o esforço dos EUA. E isso não será assegurado enquanto o esforço se mantiver no "quintal" de cada um.
Já senti as múltiplas resistências que os nossos militares têm neste conceito e, informaram-me, que não é diferente o sentimento na restante UE.
Mas é claramente a área onde a UE mais precisa de se afirmar: diplomáticamente somos fortes, no apoio a crises também, económicamente também. Mas militarmente não temos expressão e precisamos de estar preparados para uma ameaça a toda a escala na UE.
Esta é uma área em que a UE necessita de se afirmar: defendo não a extinção das nossas forças armadas, mas a contribuição líquida de todos os países para formarmos forças integradas e operantes.
P.S. Os nossos militares na I Guerra Mundial fizeram a recruta e pouco mais. Deixaram-nos entrar na guerra porque pedimos MUITO. É daquelas coisas...
Respondendo às questões do post, penso que tem havido coerência na nossa política bélica. Podemos é não a considerar uma boa política mas tenho a opinião de que até tem sido das áreas em que os sucessivos governos menos têm divergido, o que é natural.
Quanto ao futuro das Forças Armadas Portuguesas, parece-me que um país com as dificuldades que temos tido não tem grandes condições para se por a apostar em fortalecer o seu poderio militar. Para além disso temos um posicionamento em termos de alianças que nos permite ter algumas salvaguardas (NATO, UE e EUA).
Concordo com o Né (ainda no fim de semana passado falámos disso) sobre a necessidade de se criar sinergias entre os vários exércitos europeus, da mesma forma que fazem os governantes das várias pastas. E penso que é por aí que deverá passar o futuro das Forças Armadas Portuguesas: assumir o seu papel no contexto europeu.
Mais uma nota para um comentário a uma ideia que o Colaço deixa no post: Actualmente posicionamo-nos ao lado dos aliados clássicos, embora com muita contenção. Não concordo! Penso que se há país com o qual os seus aliados (EUA, principalmente) sabem que podem contar é Portugal. É óbvio que não podemos dar mais do que temos mas pelo menos em termos de posicionamento institucional, diplomático e de facilitação e apoio - dentro do possível, claro está - não nos temos feito rogados. Veja-se os exemplos do Afeganistão e Iraque. Para além de Timor onde nunca nos furtámos a ter um papel decisivo.
As forças armadas não fazem a guerra, mas contribuem para a manutenção da paz e o desenvolvimento dos países "anfitriões". Uma lição aprendida no decurso dos conflitos armados do século passado.
Caminha-se para uma maior eficiência operacional e logística, devido às sucessivas políticas de corte no orçamento da Defesa Nacional e utilização conjunta de serviços de apoio. Existe um programa de re-equipamento das forças armadas que só peca por chegar tarde e não ser abrangente.
Penso que haverá mais operações do domínio de fiscalização e controlo territorial, bloqueio à imigração ilegal, combate ao narco-tráfico e terrorismo, reforço do aparelho de informações militares, redução da presença da tropa portuguesa além-mar, maiores investimentos em projectos militares internacionais, fortalecimento do cluster da indústria de defesa (ar, mar, terra).
Sim, têm havido coerência na política "de defesa nacional", caminhamos para uma força armada ligeira de resposta rápida, especializada na protecção dos civis, altamente organizada e capaz de exercer funções de suporte ao alto-comando da NATO no relacionamento com países fora da sua esfera.
Bruno, quando eu digo que nos posicionamos "com contenção" ao lado dos nossos aliados falo no aspecto numérico.
Não não vamos com uma divisão de 20000 homens combater na Flandres nem empenhamos a nossa juventude numa guerra nefasta como a colonial.
Agora somos regrados.
Muito bem, exército europeu. Concordo.
Seria de voluntariado? Seria obrigatório? Aqui alguém defende o regresso do SMO?
O caro EM diz: "caminhamos para uma força armada ligeira de resposta rápida, especializada na protecção dos civis, altamente organizada e capaz de exercer funções de suporte ao alto-comando da NATO no relacionamento com países fora da sua esfera."
Apenas acrescentaria a nossa alma para operações humanitária.
Uma nota final: depois de postar, fiquei deliciado com o resultado final da dupla imagem/título.
Este post merece um comment mais extenso, mas deixo só duas notas:
A imagem está brutal.
Uma vez quando o Presidente americano perguntou a Churchill que nome havia de dar à [Segunda] Guerra [Mundial], Churchill respondeu-lhe: "A guerra desnecessária."
Só discordo numa coisa desta afirmação de Churchill: a ideia de isolar aquela guerra como desnecessária dá a ideia que as há no outro sentido.
O Público traz hoje um texto muito interessante de Paulo Moura. Sou pouco de inserir artigos inteiros, mas este merece. (é enorme, só parta bravos, mas cá vai).
São 4h15 da madrugada do dia 9 de Abril de 1918. A artilharia alemã começa a cair sobre as trincheiras. Cai também o gás asfixiante, fosgénio e mostarda. Em meia hora, as redes de arame farpado estão destruídas. As comunicações telegráficas e telefónicas são cortadas. Há mortos e feridos por todo o lado. Muitos soldados são feitos prisioneiros, a maior parte dos comandantes também. As unidades da primeira linha tentam resistir, sem saber a quem obedecer. Às 7 horas o fumo mistura-se com o nevoeiro matinal e a infantaria alemã, aproveitando a má visibilidade, avança sobre as trincheiras da frente. Às 8 horas, contaria mais tarde o comandante Bento Roma, "aparece espavorido, sujo e desarmado, todo a respirar terror, o contramestre dos corneteiros de infantaria número desassete que diz, ofegante, que os boches já aí vêm de roldão".
E vêm mesmo. Entre as forças portuguesas, algumas companhias fogem. Dispersam e desaparecem, ninguém sabe para onde. Alguns procuram refúgio nas povoações, outros vão esconder-se nas posições da retaguarda, lançando a confusão nas hostes defensivas. Mas a maioria fica no seu lugar, já sem munições, muitos sem máscara antigás, esperando, de baioneta em riste, o inimigo para a luta corpo-a-corpo. Os soldados britânicos devem estar a chegar, pensam. Está combinado que vêm render as divisões portuguesas da primeira linha precisamente hoje, dia 9 de Abril. Devem chegar a qualquer momento.
Mas nem no lado esquerdo da primeira linha portuguesa, onde começa a área de uma das brigadas inglesas, há sinais dos ingleses. Os alemães aproveitam essa espécie de hiato entre brigadas de nacionalidades diferentes que não comunicam entre si para atacarem precisamente aí. É onde se posiciona a "Brigada do Minho". Infantaria 20, de Guimarães, Infantaria 8, de Braga, Infantaria 3, de Viana do Castelo. Dos combatentes minhotos, 60 por cento morreram, foram feridos ou feitos prisioneiros.
Dos ingleses, apenas chegam ordens: recuar para Colonne. Recuar para Lestrem. Recuar para St.Venant. Os portugueses, uns fogem, outros não percebem as ordens e ficam na linha da frente, a combater, até serem mortos ou feitos prisioneiros. É a confusão. É o pânico. Disciplinados, os alemães avançam até Laventie, até Vieille Chapelle. Ao cair da noite, conquistaram oito quilómetros em profundidade no sector português, 23 quilómetros de largura. Mas não conseguiram ultrapassar os rios La Lys e Lawe.
No dia seguinte, com a ajuda dos ingleses, começaria a recuperação. Seria o início da ofensiva aliada, que só terminaria com a vitória. A batalha de La Lys, que foi um desaire militar, seria o início dessa fase final e bem-sucedida das campanhas. O preço a pagar, do lado português, foram cerca de 6500 prisioneiros e 400 mortos. E um trauma que dificilmente seria apagado da memória colectiva. Porque o que cada um dos participantes guardou como recordação e contou durante toda a vida foi uma impressão de tragédia e humilhação. E também porque a lenda do desastre de Las Lys foi útil aos poderes políticos que se impuseram depois, em Lisboa. Entre a historiografia oficial e as "histórias" mais ou menos ficcionadas que se foram publicando, na batalha de Las Lys teriam morrido 7500 soldados, mais uns tantos milhares executados pelos ingleses em resposta à sua insubordinação. Os ingleses terão traído os aliados portugueses, que se comportaram como cobardes, fugindo em debandada e abrindo o flanco à ofensiva alemã. Os comandantes do Corpo Expedicionário Português (CEP) terão também traído os seus praças, abandonando-os à morte.
Serão muitas as razões para a criação destes mitos, mas a verdade é que esta ideia da batalha de Las Lys como uma segunda Alcácer-Quibir foi muito propícia aos que quiseram denegrir a imagem da Primeira República e à emergência de um "salvador da pátria".
O mito foi alimentado pelo Estado Novo e só recentemente começou a ser desmontado. A obra de referência desta reposição da verdade histórica será o livro Das Trincheiras com Saudade, de Isabel Pestana Marques, lançado ontem pela editora Esfera dos Livros. Isabel Pestana Marques desvaloriza a batalha de Las Lys como acontecimento, para devolver toda a importância aos dois anos que o Corpo Expedicionário Português passou na região da Flandres.
Do primeiro ao último momento deste período, a aventura portuguesa na guerra europeia não passou de uma série de mal-entendidos e de mitos colocados ao serviço de objectivos pouco confessáveis.
Em Agosto de 1914, o Governo republicano de Afonso Costa considerou que a intervenção militar portuguesa na Grande Guerra seria a solução para os problemas e divisões internas do país. Pensou também que essa intervenção iria dar a Portugal um lugar à mesa das negociações do pós-guerra, entre as potências vencedoras. Por isso, fez tudo para que Portugal pudesse ir ajudar os ingleses, apesar de todos os esforços destes para que as tropas portuguesas ficassem em casa.
Desde o treino militar especial em Tancos, até ao embarque em Lisboa, tudo foi feito de forma precipitada e deficiente.
Em Janeiro de 1917, cerca de 55 mil jovens provenientes das zonas rurais, quase analfabetos na sua maioria, partiram do cais de Alcântara (a maior parte nunca tinha visto Lisboa) de barco para Brest, em França. Após uma viagem em que escasseavam os alimentos e a higiene, o CEP viajou logo a seguir de comboio para a Flandres. Chegados ao destino, tiveram de caminhar cerca de 30 quilómetros, carregados com todo o equipamento de campanha, até aos seus locais de acantonamento. Era o Inverno mais frio dos últimos anos na região, e as fardas dos portugueses eram de Verão. As botas eram de couro de má qualidade, não impermeável à chuva e à neve, os capacetes de ferro eram muito pesados e pouco eficazes na protecção, e a "mescla" das camisolas não protegia do frio. As tendas eram insuficientes para todos e as mantas de dormir ficavam empapadas na lama e na neve.
A falta de hábitos de higiene propiciou o alastar das doenças e dos piolhos, sarna e outros parasitas.
Além disso, o armamento era insuficiente e inapropriado, e ninguém tinha recebido treino adequado para a guerra das trincheiras.
É verdade que, com a falta de disciplina e de organização, os "praças" portugueses desobedeciam às ordens dos superiores, não permaneciam nos lugares que lhes estavam destinados, não cumpriam as regras e os procedimentos de segurança, para exasperação dos comandantes ingleses.
É verdade que, furiosos com as más condições e com as diferenças de tratamento entre os soldados e os oficiais, muitas vezes os portugueses se sublevaram, se esconderam ou fugiram.
É verdade que, com o frio, os portugueses roubavam roupas aos militares ingleses e às populações das aldeias. Mas, por mais trágicos, difíceis e aviltantes que tenham sido, na memória dos combatentes, esses dois anos na Grande Guerra, é também verdade que o Corpo Expedicionário Português resistiu, e cumpriu a sua missão, de forma rigorosamente tão absurda como os seus companheiros dos vários países, de ambos os lados. Na historiografia europeia, aliás, a batalha de Las Lys nem sequer existiu
Para uma ideia mais alargada do enquadramento da Batalha de La Lys, aqui ficam as diversas causas para a derrota:
- A revolução havida no mês de Dezembro de 1917, em Lisboa, que colocou na Presidência da República o Major Doutor Sidónio Pais, o qual alterou profundamente a política de beligerância prosseguida antes pelo Partido Democrático;
- A chamada a Lisboa, por ordem de Sidónio Pais, de muitos oficiais com experiência de guerra ou por razões de perseguição política ou de favor político;
- Devido à falta de barcos, as tropas portuguesas não foram rendidas pelas inglesas, o que provocou um grande desânimo nos soldados. Além disso, alguns oficiais, com maior poder económico e de influência, conseguiram regressar a Portugal, mas não voltaram para ocupar os seus postos;
- O moral do Exército era tão baixo que houve insubordinações, deserção e suicídio;
- O armamento alemão era muito melhor em qualidade e quantidade do que o usado pelas tropas portuguesas o qual, no entanto, era igual ao das tropas britânicas;
- O ataque alemão deu-se no dia em que as tropas lusas tinham recebido ordens para, finalmente, serem deslocadas para posições mais à rectaguarda;
- As tropas britânicas recuaram em suas posições, deixando expostos os flancos do Corpo Expedicionário Português, facilitando o seu envolvimento e aniquilação.
(Fonte: Wikipédia, compilando o parecer de diversos historiadores)
Como dizia o cônsul romano: um povo que não se governa nem se deixa governar.
Notícia de 1.a página "Eu discordo do Colaço". Bom, de parte pelo menos.
Explicando, quando dizes que houve sensatez na "fuga" à II guerra mundial, eu digo que houve cobardia, calculismo nojento e uma falta de vergonha desmedida. Se Portugal não perdeu a cara nessa altura, tal deveu-se unicamente à pequena dimensão cá do burgo. No fundo, não contamos para o campeonato portanto ninguém se lembra. Mas nós devemos recordar, temos a obrigação moral de o fazer, a inacção numa guerra "justa" (perdoem-me o termo) equivale à complacência para com a injustiça. Chamar a isto sensatez causa-me uma urticária do camandro.
Bem sei que o nosso exército era e sempre será reduzido e com poucos meios técnicos, mas na guerra como na vida "antes quebrar que torcer".
Acredito que não tem existido grande coerência na nossa “política bélica”, ou melhor, nas opções que o poder político tem tomado em relação às Forças Armadas. Digo isto, pois continuamos com uma força militar, ainda estruturada sobre as premissas da já longínqua Guerra do Ultramar. Atenção que apenas partilho desta opinião a mim transmitida, já algumas vezes por alguns militares em exercício.
Quanto ao futuro das Forças Armadas Portuguesas, penso que o mesmo ao passar pela profissionalização dos efectivos enveredou pelo rumo certo. Não obstante será necessário redefinir todo no o nosso conceito Estratégico de Defesa Nacional, pois as nossas fronteiras começam hoje a Norte de Marrocos, a Norte dos Açores, a Oeste da Madeira… Quero com isto dizer, que sendo Portugal uma pequena potência marítima terá forçosamente de zelar pela sua ZEE, em virtude até, dos compromissos assumidos com a UE e com a NATO.
Nelson, quando dizes que “o grande desafio para a Europa é ter uma força militar que acompanhe o esforço dos EUA”, não poderia estar mais de acordo contigo. No entanto, enquanto tivermos apenas uma pequena percentagem do PIB destinada a este assunto tão importante, não creio que possamos “competir” com o aliado americano, apesar de que, quer hoje como no futuro, este “Big player” da Arena Internacional irá continuar refém do Soft Power europeu, para legitimar politicamente as suas intervenções.
Por último, João quando dizes que “o nosso exército era e sempre será reduzido e com poucos meios técnicos, mas na guerra como na vida "antes quebrar que torcer" discordo e concordo! Isto porque, se há razão para não termos melhores meios técnicos, a mesma deve-se a algum medo sentido por alguns actores políticos em Portugal, que não vêem com bons olhos a existência de umas Forças Armadas bem equipadas, treinadas e voltadas para os desafios de Portugal e da Nato neste século XXI. Se o quisessem, bastaria alterar parte do OE... Quanto ao “antes quebrar que torcer” não tenhas dúvidas! Aqueles tipos das forças especiais não torcem, mas quando entram em acção quebram mesmo tudo! :)
Caro João: o antes quebrar que torcer é meu "apanágio" também.
Nunca deixei de entrar numa guerra pela inferioridade numérica ou maior força do adversário.
Talvez me tenha expressado mal por isso troco "a sensatez seguida do disparate" por "a fuga à guerra seguida pelo furor bélico".
Quando falei com "sensatez" eu estava a referir-me, apenas, aos objectivos e potencialidades das nossas forças armadas.
E subscrevo o teu comentário, embora motivado por palavras erradas minhas.
O Colaço não deixa que o João discorde dele... que falta de democracia.
Sobre a frase do João lembro-me da frase de Theo Roosevelt Presidente dos EUA (não confundir com o FDRoosevelt, o do New Deal): Entre a rectidão e a paz prefiro a rectidão.
ehehehe: boa Né!
Sobre a guerra, cito aqui o poeta Couto Viana num dos seus melhores versos:
"a minha geração fugiu à guerra por isso a paz que traz não tem sentido"
Pois Colaço, bem me queria parecer que - para ti - fugir à guerra é equivalente a comprar bilhete directo para aquele tal lugar mais quente do inferno de que Dante (se não me falha a memória) falava ;)
Não posso furtar-me a deixar também aqui a nota de que adorei a foto e o título deste post :P
Tantos "guerreiros" por estes lados :P
Como comentam a nova Ministra da Defesa de nuestros hermanos???
http://www.elpais.com/todo-sobre/persona/Carme/Chacon/Piqueras/922/
É engraçada ;)
Não sei se era esta tipo de classificação que esperavas, Jorge, mas não encontrei muito mais informação sobre ela do que aquilo que se pode ver pela foto...
Parece que já foi Ministra no Governo anterior - o que é assinalável se tivermos em conta que ainda vai na casa dos 30 anos - e que tem tido um percurso ascendente no PSOE. Poderemos assim assumir que não entra no Governo apenas pela quota ridícula que Zapatero tem de igualar o número de ministros e ministras (isto, enquanto não se lembrar de começar a ter que dividir as pastas também entre gays e lésbicas...).
Bem é uma mulher num mundo de homens, num país de Machistas. Num país onde a violência doméstica atinge números elevadíssimos. Ironia não é? ;)
Não sei se a Espanha é um país de machistas... mas a verdade é que já o anterior governo de Zapatero tinha paridade entre ministros e ministras e uma das primeiras iniciativas legislativas foi - se bem me lembro - a legalização dos casamentos homossexuais. E também lançaram a discussão sobre a possibilidade de virem a ter uma mulher no trono...
Mas, definitivamente, não vejo grande sumo nesta discussão sexista... Não considero que o mundo da política esteja vedado às mulheres, bem pelo contrário. Tenham elas vontade de participar e conheço muitíssimos dirigentes dispostos a acolhe-las.
Quero aqui lembrar que Durão teve uma Ministra da Justiça (Celeste Cardona), uma Ministra dos Negócios Estrangeiros (Teresa Gouveia) e uma Ministra de Estado que acumulava com as Finanças (Manuela Ferreira Leite).
Extraordinário! Falta apenas a Defesa e a Administração Interna para serem todas as áreas de Estado.
E sem necessidade de quotas...
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