O extraordinário poder do oculto "assentou arraiais" por estes dias em Alvalade. Um total de 15 videntes, todos muito credíveis segundo o Grande Mestre da feira esotérica, estiveram ao dispor dos portugueses para cura das suas maleitas.
O Grande Mestre, o mesmo que já esteve ao serviço da Selecção Nacional, anunciou diante das televisões que o CF do Porto será campeão novamente!
Curiosamente, ou não, este facto (?) foi ontem notícia nas televisões nacionais. Espantosamente, ou não também, os males dos portugueses que acorreram àquela feira relacionavam-se muito com a sua vida amorosa, com a procura da sua alma gémea.
De facto, tudo aquilo que aqui diariamente trazemos a discussão, desde a política, economia, questões sociais, etc., parece passar ao lado do rol dos problemas dos portugueses.
Há quem defenda que a política tem como objectivo final a felicidade da pessoa humana. Não desprezando de forma alguma a importância dos nossos afectos e do contributo deles para a existência de um "eu" completo e feliz, será assim tão estranho ao português comum assumir que os problemas do País são também os seus problemas?
segunda-feira, outubro 02, 2006
Para grandes males... grandes Mestres!
Uma psicose de Lisete Rodrigues às 2:26 da tarde
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8 comentários:
"Há quem defenda que a política tem como objectivo final a felicidade da pessoa humana.", realmente numa democracia, a política devia funcionar nesses moldes, mas infelizmente não é isso que assistimos no nosso país!!! O Principio da igualdade só existiria, se não houvessem lobbies e interesses pessoais à mistura nas decisões políticas. É precisamente este o facto da política estar desacreditada em Portugal e de cada vez menos jovens participarem politicamente!!! Fica a minha pergunta: Qual será o futuro deste país???
«será assim tão estranho ao português comum assumir que os problemas do País são também os seus problemas?»
Perguntas bem, Lisete, mas tenho cada vez mais a certeza que o português comum só pensa no país quando o país lhe vai ao bolso!
Não lhe interessa a guerra entre a Associação Nacional de Municípios com o Governo, não lhe interessa que, em tempo de acalmia de fogos florestais não haja nada relacionado com a limpeza de matas, como não lhe interessou que comece agora o tempo das chuvas sem ter havido limpeza de valetas para evitar cheias (exemplos simples de que me lembrei agora).
Por outro lado, interessa-se pelo preço da gasolina, mas não quer saber das boas práticas ambientais.
Esperemos que isto mude, a bem de todos nós.
Quanto à pergunta final do nosso visitante anónimo, o futuro deste país está, por exemplo, em espaços destes, abertos ao debate e à participação de todos. Ou em universidade de verão, em que todos os jovens possam participar, independentemente de estarem nas juventudes partidárias.
E está numa disciplina de participação cívica, que deveria incutir em todos o gosto por estes temas!
Malta, estive agora a navegar no site do DN e li um texto interessante do Provedor do Leitor acerca da concordância entre o sujeito e o predicado.
Vejam como uma matéria que à partida parece ser tão clara tem dois entendimentos tão antagónicos...
link: http://dn.sapo.pt/2006/10/02/opiniao/singular_plural.html
(meti isto como comentário porque nao me pareceu suficientemente interessante para post)
Tenho uma extremada curiosidade em ver a cara do "Merlin" lá do sítio se alguém dele se abeirasse questionando-o sobre a solução para um crescimento económico mais eficiente.
foi, é e sempre será desta forma. o ser humano é por natureza egocêntico, só se preocupando com a sua"vidinha" e os problemas do país são considerados problemas dos outros.no entanto as pessoas q pensam dessa forma n se podem esquecer que indirectamente os problemas do todo nacional também se reflectem em cada um de nós.
Mas é preciso ser-se vidente para saber que o FCporto vai ser campeão?
Pois, penso que o 'merlin' lá do sítio não saberia o que responder. As questões amorosas devem ser mesmo o seu forte.
Depois, acho que as problemas do País são, de facto, encarados como sendo dos outros, não nossos. Como disse o Ricardo Pita, somos o verdadeiro exemplo do 'cluster' latino, muito individualistas, virados para nós próprios...
E é a nossa geração que tem de fazer renascer a participação política e cívica no quotidiano português.
Eu também sou da opinião de que os portugueses só se interessam pelos problemas do País quando o se bolso é directamente afectado. De contrário, serão sempre as coisas do seu dia-a-dia que mais importarão às pessoas.
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