Ainda mal abriu a boca e o que disse já foi vetado! A proposta de Fernando Pinto Monteiro, Procurador-geral da República, para seu 'braço-direito' foi rejeitada pelo Conselho Superior do Ministério Público. Mário Gomes Dias, amigo de juventude do Procurador-geral, tem uma carreira longa e destacada, sobretudo, pelo combate à corrupção.
A rejeição de Gomes Dias foi explicada pelo desconhecimento que aquele tem da realidade dos tribunais. Mas há português algum que não conheça a sua realidade? Ou seja, todos sabem que estes funcionam pouco e mal! É preciso saber mais?!
E, por outro lado, este sinal de desconfiança dado a Pinto Monteiro diz-nos o quê? A eventualidade de este poder significar que o Procurador-geral não tem qualquer isenção para as suas escolhas preocupa-me... O trabalho notável de Gomes Dias no combate à corrupção terá alguma coisa a ver neste caso?!
4 comentários:
Esta questão é absolutamente fantástica. E eu explico porquê. Primeiro, o nome dado por Pinto Monteiro não passou por um voto, e adivinhe-se lá, fica bem visto na leitura dos votos que foi o núcleo de magistrados que permitiu o veto. A questão do desconhecimento da realidade dos tribunais não é falaciosa, mas também não será suficiente para afastar Gomes Dias que esteve muito tempo no MP.
Na minha opinião, Pinto Monteiro há-de ter sempre a vida dificultada. Porquê? Acho que a única resposta é que certos poderes em mãos de gente mesquinha dá nisto.
Estão a ser mesquinhos ou simplesmente interesseiros. Mas o que me surpreende mais é que poderão estar a ser estranhamente pouco inteligentes. Atendendo a que se aproxima a revisão do Estatuto do MP e que há sectores dos dois principais partidos, PS e PSD, que defendem a perda da autonomia dos procuradores com a inerente desvalorização do seu estatuto de magistrados, poderá não ser mesmo a melhor altura para este tipo de joguinhos. Como disse, estranhamente pouco inteligentes...
Souto Mouro sofreu porque não soube lidar com o impacto mediático de alguns casos.
A Pinto Monteiro é lhe vetado o nome que escolhera para braço direito. Pois...a justiça implica muitos interesses
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