O regresso de Paulo Portas prometia o nascer de uma direita como nunca a tínhamos visto e como precisávamos, uma direita descomplexada quanto ao passado e vibrante no que toca aos desafios do futuro.
A sua entrada de rufia no Conselho Nacional de Alcobaça acabou com o capital acumulado ao longo de alguns anos de governo. Indesmentivelmente, Paulo Portas foi dos poucos agentes políticos que não sai chamuscado da coligação PSD\PP, tendo inclusivamente usado esse período para se afirmar como homem de Estado
A sua precoce militância na JSD comprova algo que Portas passou metade da vida a desmentir: o poder que o poder exerce sobre ele. Não é censurável que alguém almeje o poder, o que é censurável é que se desminta e negue tal fascínio quando ele é tão gritantemente evidente.
Com o regresso de Portas nem a direita ganhou um novo líder nem a oposição encontrou liderança. Portas quer ser o Presidente de um partido ocupando a presidência de outro – é um ocupa! Do largo do Caldas ele pretende ocupar o espaço reservado à Rua de S. Caetano à Lapa, recorrendo ao discurso que os militantes deste outro partido desejam ouvir.
Qual é o risco? O delírio em agradar aos militantes do PSD produzirá três resultados: perderá o seu eleitorado, mais ideológico que pragmático; não ganhará o eleitorado do outro, por ele ser sempre um ser estranho ao partido, um agente externo; perderá o eleitorado que ganha eleições, o centrão, ao qual a linguagem virada para dentro dos partidos não interessa.
Portas não é líder do PSD nem é bom para a direita que ele se afirme como mais um sniper que debita opiniões para dentro do PSD. Mutatis mutandis, o espaço dele é o do homem novo, do líder da nova direita… é o da direita de Aznar - Barroso tentou mas falhou - a direita de Sarkozy e, quem sabe, a direita de Cameron.
É por um homem destes que o país anseia e a direita necessita… é este homem que os partidos teimam em não dar.
domingo, maio 20, 2007
O erro de Portas
Uma psicose de Anónimo às 11:42 da tarde
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6 comentários:
Dois exemplos de como Portas fala directamente para dentro do PSD:
- o argumento de que o PSD despediu Carmona, muito popular junto das bases do PSD - Lisboa;
- o argumento de que tinha de ser o líder do partido a dar a cara pelo PSD em Lisboa.
Este discurso é bem mais centrado nos militantes "laranja" do que no eleitorado "laranja".
Já disse um dia destes e repito : Já simpatizei bastante com P. Portas e hj em dia acho um vira casacas e um lápis de dois bicos...
Acho que com tudo o que já chamaram a Paulo Portas, se Ele ouvisse o desabafo da Isabel ficaria certamente muito feliz e pensaria: Já branquiei os dentes, o ribeiro e castro e os seus cães...ganhei também o branqueamento da imagem pública que tinha!
Portas promete muito. Talvez não irá cumprir, no entanto, o descontentamento que reina no eleitorado de direita pode dar-lhe alguns votos.
Aliás, onde está a direita em Portugal? De facto, quem é de direita (mesmo) sonha com um sarkozy para Portugal.
Será que está a caminho? Portas não o é de certeza...
lol lol lol
Portas tem uma característica interessante: é um comunicador nato! Algo que tem faltado ao PSD ao longo dos tempos...
Pessoalmente, considero-o incoerente, uma vez que já o vi mudar de opinião várias vezes. Esta nova personagem que nos apresenta não é tanto uma mudança mas apenas uma consequência do inteligente caminho que soube fazer até ao Governo.
A ver vamos como é recebido pelo seu público-alvo.
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