Há alturas em que se impõe a palavra basta!
Não chegava o governo fazer a "consolidação" orçamental do lado da despesa taxando em demasia o povo português, como quer agora impor uma nação de "bufos" que fazem todo o trabalho para que a máquina fiscal saque mais receitas para embelezar o seu relatório anual.
Pedir aos recém-casados que divulguem, para lá do declarado no IRS, onde casaram, quantos mais casais se casaram naquele local no mesmo dia, quem pagou a recepção, quem pagou o fato e o vestido, quem deu a melhor prenda, é colocar o Estado na cama de toda a gente.
Com toda a clareza digo: eu só vou para a cama com quem quero. E ao Estado quero-o longe do meu leito.
terça-feira, março 25, 2008
Longe do meu leito
Uma psicose de Anónimo às 12:14 da manhã
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15 comentários:
Grande malha, Né!
De facto o Estado está a ultrapassar as barreiras do aceitável, e a impor-se à descarada e sem convite na vida privada de cada um.
O que aconteceu à nossa privacidade, à pequena margem de liberdade em que ninguém se metia? Temos de prestar contas, é certo... mas a tudo? Quais são os limites?
Caro amigo,
no que toca à fiscalidade da coisa e como português pagador de impostos; Sendo um dos parvos, e ouvindo constantemente os "espertos" gabarem-se dos seus feitos, digo alto e bom som: "Que se lixem".
Quero lá saber da minha privacidade, se a consequência é a tão necessária equidade, eficiência e justiça fiscal.
Que se levantem os sigilos e que o estado seja um terrorista fiscal.
O que se faz neste país de chico espertos é uma afronta a quem paga com civismo os seus impostos!
Queremos as virtudes dos países que funcionam, mas não queremos as suas responsabilidades. Sempre que uma coisa não funciona reclamamos, quando começa a funcionar é motivo de queixa.
Exemplo; Em tempos reclamei que as ASAES e que taes andavam com a bola toda. Que ingénuo fui.
JFD,
Também sou um dos "parvos" que vê 45 por cento do rendimento evaporar-se em impostos quando recebo no final do mês.
Sim, estou a contar com a segurança social porque, vamos ser honestos, nunca vou ver aquele dinheiro de novo.
Já não bastava isso, ou o facto de o Estado português "não se governar" com 65 por cento de tudo o que é produzido neste país... já não bastava o governador do banco de portugal vir argumentar contra a descida de impostos porque 1. agrava o deficit - admissão clara que consolidação é nula e 2. não tem efeitos no consumo mas sim na poupança do português (facto que concordo plenamente e dado que o problema português é FALTA de poupança faz de mim um adepto de uma descida de impostos)... já não bastava tudo isto e ainda tenho que aturar um estado "fiscalmente terrorista"?
Temos um problema de ineficiencia fiscal? É verdade sim senhor. Há muita gente que foge? É verdade sim senhor. O que é demais é ver o estado português a intrometer-se em todo o canto da vida privada do português médio - já nem o casamento está a salvo - para cobrir a sua incompetencia na cobrança de impostos.
Se eu pago 1/2 do meu rendimento em impostos, é bom que o fisco se organize e seja competente. Terrorismos fiscais é que não!
;)
Como te compreendo;)
E ao reler o meu comentário, sorri!
Sou um autoritário fiscal! Um fundamentalista! Paga o justo pelo não justo. E não tenho problemas com isso! Quem nunca fundamentalizou que me atire a primeira pedra;) LOL
Agora é obvio que como tu, quero todas as contrapartidas de um Estado que funciona bem a nível fiscal. Quero-o bem pequeno, e a aplicar bem os meus (nossos) ricos euros!
Ó Guilherme e já agora, e se tiveres paciência e tempo, não queres divagar um pouco sobre como poderia ser mais eficiente e menos complicado o sistema fiscal?
Não sou fiscalista, mas da minha perspectiva, que tal em vez de teres um "milhão" de deduções possiveis e imaginaveis para tudo quanto é coisa, que tal baixares os impostos de forma significativa?
Vamos um pouco mais longe, que tal uma taxa fixa? O sistema fiscal permanecia progressivo na taxa média - a carga fiscal maior continua nos maiores rendimentos cumprindo o principio da capacidade de pagar - mas deixavas de ter de fazer contas com 3 ou 4 taxas marginais.
Ok, talvez uma flat rate não "cole" em Portugal, mas uma causa de confusão na entrega dos impostos: o raio da tabela das taxas marginais, que é preciso ir somando de intervalo em intervalo... é de dar em doido a preencher! Curioso, e fiz este exercicio econometrico um dia, aquela tabela pode ser substituida por uma simples função matemática que te dá logo o valor do rendimento. Simplifica o simulador do site das finanças não? :P
(Falando em simulador das finanças, que tal não correr com pessoas como o Paulo Maçedo só porque o homem ganhava mais que o PR? Sinceramente, mereceu todo o centimo que recebeu... só o facto de entregar a minha declaração toda online é genial!)
Quem tenha poupança privada em bolsa sofre horrores: cada transacção em bolsa tem de ser descriminada em anexo próprio. Já que fazem tanta ingerencia "privada" que tal pedirem ao meu banco o extrato das transacções?
Porque é que eu é que tenho que ser o "correio" entre os serviços do Estado?
Queres simplificar o sistema fiscal? Explica-me porque é que sempre que faço uma transacção de mais de 500 euros para o alguém tenho de ir às finanças preencher e entregar o impresso XPTO (não me recordo de qual é o impresso...)
Que tal o estado ter o mesmo sistema informatico entre os seus serviços de modo a facilitar o crusamento de informação, para não ter de fazer de mim "bufo"?
Um amigo, que trabalha na SAP - empresa alemã que cria bases de dados - contava-me que cada vez que mudava o governo, e os directores gerais, mudavam os planos para as várias bases de dados... e claro está, cada serviço quer a coisa de sua maneira, que é para ser diferente... (ao que a SAP nem se importa, pois faz-se cobrar por cada plano que faz)
Parecem ideias avulsas mas vai somando... a ver se não simplificavas o sistema.
Dou-te um exemplo ainda mais idiota de maior eficiencia fiscal, no que diz respeito ao combate à evasão fiscal:
lei de Benford
É um conceito usado nos EUA desde 1998, com grande sucesso, e que julgo está a ser implementado na Holanda.
Basicamente é uma lei matemática que diz que a disposição de números numa fonte de dados segue uma distribuição matematica muito especifica - logaritmica.
Poupando a malta às questões tecnicas e matemáticas, a teoria usada pelo IRS americano é o seguinte: se uma declaração de rendimentos não seguir a lei de Benford, a probabilidade de ser fraudulenta é próxima de 100 por cento. Custo efectivo da medida? Quase zero. Eficacia? De acordo com o IRS norte-americano a margem de erro é muito pequena, e permite acelerar o processo de triagem de fraudes...
É o "Keep It Simple Stupid" no seu melhor! (e não têm de fazer de mim "bufo" ;))
Vamos um pouco mais longe, que tal uma taxa fixa? O sistema fiscal permanecia progressivo na taxa média - a carga fiscal maior continua nos maiores rendimentos cumprindo o principio da capacidade de pagar - mas deixavas de ter de fazer contas com 3 ou 4 taxas marginais.
Estou contigo ;)
E ainda mais com a cena das mais valias! Bem que os bancos poderiam reter os impostos relativos às mesmas das acções como acontece nos fundos!
Realmente...
Ao que chegamos, para emagrecer o estado t~em de ser os noivos a ser funcionários tributários? E ou são, ou são mesmo... senão 2500€ doem
Enfim... Bom post Nélson
O Estado surpreende-me cada vez mais, pena ser pela negativa. Onde já se chegou! Conclusão: para quê casar?
Sinceramente, não sei se ria, se chore.
Casar dá trabalho, divorciar dá trabalho, morrer dá trabalho.
Será que o Governo está a tentar diminuir a taxa de divórcio, simplesmente através desta pérola? Como o casamento envolve demasiada burocracia, as pessoas acabam por desistir...
Antes que alguém o diga: não sou a favor da evasão fiscal. E acho importante que o Estado tenha uma boa máquina fiscal.
Não gosto é que o Estado controle toda a minha vida, saiba tudo o que eu faço e me obrigue a dizer o que o vizinho do lado faz. Daí no original eu ter colocado a ressalva que o Estado pede informação para além do declarado no IRS.
Quanto a sistemas fiscais tou com o Guilherme. Foi das primeiras grandes discussões que tivemos - que ainda durou uns mesitos ;) - no bar da B.
Tal como aqui dito, eu também não sou pela evasão fiscal, mas relembro aqui um princípio muito conhecido: a cumplicidade.
Se eu vir um crime e não denunciar, serei cumplice?
A evasão fiscal de um vizinho faz parte dos crimes obrigatoriamente denunciáveis?
Se sim, qual que é o mal? o mal é o seguinte: há crimes que poucos vêm como crimes. Como o Estado deixou de ser visto como pessoa de bem, enganar o Estado não está, na nossa cabeça, entre os crimes mais pérfidos.
Margarida Balseiro Lopes disse...
Partilho das preocupações da Xica, quanto ao papel castrador que o Estado tendencialmente vem a assumir. Este caso é paradigmático. A evasão fiscal é um gravíssimo problema, para o qual, não há soluções absolutas. Mas, e utilizando uma expressão que o Né costuma tantas vezes dizer: não se deve confundir a estrada da Beira com a beira da estrada.
Não será com os casamentos, prendas, e a respectiva boda, etc, etc, que o Estado irá resolver a dívida pública ou combater a evasão fiscal.
Por fim, não deixo de considerar espirituosas e muito oportunas as perguntas da nossa Inês. ;)
(...) há crimes que poucos vêm como crimes. Como o Estado deixou de ser visto como pessoa de bem, enganar o Estado não está, na nossa cabeça, entre os crimes mais pérfidos.
Muito bom!
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