No Jornal Diário Económico vem hoje publicado um artigo assinado por António Carrapatoso, “O “sistema””, no qual se pode ler:
“O “sistema” político-económico-social vigente inibe o desenvolvimento e a realização dos cidadãos, desaproveitando as suas capacidades actuais e potenciais, e prejudica o nosso progresso económico e social. É um sistema injusto pois dificulta a criação de um país de oportunidades para todos, mantendo uma grande parte da população com poucas opções, reservando-lhe um papel passivo de meros consumidores e de força de trabalho dependente e massificada. É um sistema ineficaz, pois não permite que os vários recursos e activos do país (humanos, físicos e de capital) sejam aplicados ao seu melhor uso, onde mais valor económico e social possam criar. Nem sempre são as pessoas mais capazes e competentes (e os projectos que acrescentam mais valor) que vencem mas antes aqueles que melhor conhecem o sistema prevalecente e nele melhor estão integrados.”
No final são ainda apontados como maiores resistentes á mudança os mais comprometidos e dependentes do sistema tradicional.
“O “sistema” político-económico-social vigente inibe o desenvolvimento e a realização dos cidadãos, desaproveitando as suas capacidades actuais e potenciais, e prejudica o nosso progresso económico e social. É um sistema injusto pois dificulta a criação de um país de oportunidades para todos, mantendo uma grande parte da população com poucas opções, reservando-lhe um papel passivo de meros consumidores e de força de trabalho dependente e massificada. É um sistema ineficaz, pois não permite que os vários recursos e activos do país (humanos, físicos e de capital) sejam aplicados ao seu melhor uso, onde mais valor económico e social possam criar. Nem sempre são as pessoas mais capazes e competentes (e os projectos que acrescentam mais valor) que vencem mas antes aqueles que melhor conhecem o sistema prevalecente e nele melhor estão integrados.”
No final são ainda apontados como maiores resistentes á mudança os mais comprometidos e dependentes do sistema tradicional.
“Estes só mudarão quando não tiverem outra alternativa que não seja a de abraçarem o novo sistema. Então perceberão que, se quiserem alcançar os seus objectivos, terão que apostar num equilíbrio justo entre o interesse público e privado, conviver com o princípio da igualdade de oportunidades, valorizar a liberdade e independência dos cidadãos e demonstrar a sua real capacidade para criarem valor na nossa sociedade.”
Psicóticos e Psico-Amigos que comentário vos sugere estas afirmações?
Psicóticos e Psico-Amigos que comentário vos sugere estas afirmações?
Que modelo de desenvolvimento queremos nós para Portugal?
E no nosso quotidiano que fazemos, ou podemos nós fazer para não alimentar comprometidos e dependentes do sistema?
9 comentários:
Uma pequena nota a juntar ao debate.
2007 foi o Ano Europeu para a Igualdade de Oportunidades para Todos.
Na introdução do Plano Nacional de Acção do Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos disponivel no Portal do Governo lê-se:
"Objectivos a serem desenvolvidos nas acções previstas pelos Estados Membros:
(...)
Reconhecimento – Facilitar e celebrar a diversidade e a igualdade. Destacar-se-á o contributo positivo que as pessoas independentemente do sexo, orientação racial ou étnica, religião ou crença, deficiência, idade ou orientação sexual, podem dar à sociedade como um todo, em particular acentuando os benefícios da diversidade;"
humm... curioso no mínimo!
No seguimento do post anterior, a minha resposta é investigar e punir infractores.
Vou ser muito sincero Elsa,
Pensei imediatamente em enviar um CV para a vodafone com uma carta de apresentação contendo parte das suas palavras, fazendo o desafio de me dar uma oportunidade de topo para descobrir todo o meu potencial latente ;)
Falam falam...
Adoro Carrapatoso e partilho da linha ideológica.
Pena tenho que ainda seja um tímido agente no que toca ao plano partidário. Talvez se envolva mais no futuro.
Nós temos um mercado pode habituado a conceitos como risco e concorrêcia: preferimos o por conta de outrém ao por conta própria.
Há, e é para mim indesmentível, uma audácia surpreendente nas novas gerações, e o Presidente da República tem reiteradamente dado palco aos novos agentes da mudança.
O compadrio ainda é muito e sempre existirá,. E não sejamos hipócritas ao ponto de proclamar imunidade: temos de reconhecer que todos temos tendência a preferir aqueles com quem vivemos aos que desconhecemos.
O compadrio é ineficiente quando padrões como qualidade e mérito são completamente postos de parte e alimentam empreendimentos que, favores à parte, são recusados pelo mercado.
O problema não passa só pelo amiguismo. Na minha perspectiva passa por uma impermeabilidade à mudança que (saudável e natural que seja) é o elemento a ser combatido para o progresso económico-político-seja-lá-o-que-for-o-social.
Pegando no que disse o Né, também admito o Carrapatoso.
Na UV ouvi uma "aula" dele sobre as funções do Estado.
Gostei e estou a ter ideias...
"Nem sempre são as pessoas mais capazes e competentes (e os projectos que acrescentam mais valor) que vencem mas antes aqueles que melhor conhecem o sistema prevalecente e nele melhor estão integrados.” - Não poderia concordar mais com esta afirmação. Factor "C" + Resistência à mudança = situação actual.
O "sistema" não é de hoje. O sistema é portuguesinho desde Afonso Henriques.
Há cunhas com Sócrates? Também as havia com Cavaco.
Há dificuldade da pessoa individual em singrar? Já no tempo do Conde D. Henrique havia monopólios!
Há desigualdade? Sempre as houve!
Temos um país que emperra os cidadãos? Sempre foi assim!
Os incompetentes amigos do Poder chegam onde os capazes nunca chegarão? É prata da casa!
O problema está em nós! Não é dos políticos!
E só nós temos o antídoto: o liberalismo! Ainda que no início seja em primeira escala.
Também admiro Carrapatoso e me identifico com a sua linha ideologica. Recomendo aos que ainda não tiveram oportunidade de ler, um outro artigo seu publicado na revista atlantico de Dezembro: "Politrix" uma abordagem interesante onde se defende que a habitual classificação esquerda/direita é insuficiente para indicar um caminho, que se deve distinguir sim entre não liberal/ liberal.
Colaço gosto das tuas ideias:P
Os que me conheçem sabem que sou acérrima defensora de uma sociedade meritocrática. Porém não sou ingénua. É um facto que o compadrio continuará a existir e que tenderemos sempre a preferir para trabalhar connosco alguém que conheçamos. Neste ultimo, nada objectar desde que tenha as mesmas competencias que outra pessoa de quem não sou amiga.
A cultura do mérito não se impõe, cultiva-se. É uma questão de atitude, de posicionamento e de dar o exemplo.
Enviar um comentário