Escrutino com frequência a wikipédia e não passo ao lado das efemérides. Hoje cumprem 51 anos da criação oficial da PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado), herdeira Polícia de Vigilância e Defesa do Estado.
Tanto tempo volvido, regressou a hiper-vigilância do Estado. Mais branda, mas igualmente aviltante.
Tratar-se-á apenas do excesso de zelo de funcionários para agradar um chefe que já se arrependeu do monstro que criou ou existe um verdadeiro “memorando socrático”?
Tanto tempo volvido, regressou a hiper-vigilância do Estado. Mais branda, mas igualmente aviltante.
Tratar-se-á apenas do excesso de zelo de funcionários para agradar um chefe que já se arrependeu do monstro que criou ou existe um verdadeiro “memorando socrático”?
16 comentários:
Bem, parece-me excessivo que se compare - embora o termo de comparação no meu caso de resuma à história - o regime autoritário salazarista ao que se passa nos dias de hoje.
Verifica-se de facto uma tendencia para o controle no actual executivo governamental, mas não será esta uma tendência generalizada nos governos?
Seja como for, o mais importante é que globalmente nos esforcemos por manter bem activos os mais basilares principios da democracia e da liberdade de expressão.
Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes
PS: Não me digas Colaço que era foi este o post que te sugeriu a minha discussão com o Nelson! Acho que qualquer um de nós é profundamente democrático.
Não, caro Filipe, não foi este.
O post que a vossa discussão me sugeriu tem a ver com a ideologia, mas está ligado a um potencial psico-debate para levar ao escrutínio dos psicóticos no próximo Psico-Congresso, próximo dia 24/25 de Novembro.
Quanto a este post, acho que Sócrates deve estar mil vezes arrependido com o clime de perseguição que, de início, incentivou.
Agora não sabe como calar a besta...
Quanto ao exagero da comparação com a PIDE, não posso deixar de citar a recente obra de Zita Seabra (convidada no próximo evento do Psicolaranja, em Évora) em que alguém lhe disse que se Portugal não fosse uma democracia, em vez de a mandarem embora do PCP, tê-la-iam assassinado...
Desde o tempo da outra senhora, nunca estivemos tão perto de um regime autoritário. A liberdade de expressão parece não constar no dicionário de José Sócrates (recordo entre muitos casos, o caso Charrua), o respeito pela dignidade humana também desapareceu (o caso dos professores, que por doença, não conseguem obter uma reforma antecipada, simplesmente porque as Juntas Médicas os consideram aptos para desempenhar as suas funções) e parece que todos temos que tratar o nosso PM como um Deus e ninguém o pode ofender. Não são estes princípios que regem uma democracia e eu temo pelo rumo que o actual Governo está a dar ao nosso país. São atitudes narcisistas e arrogantes que, pura e simplesmente, repudio.
Sócrates é, sem dúvida, arrogante e autoritário! Aquilo de que o Colaço fala é apenas o reflexo disso.
Se é comparável à PIDE? Por enquanto não, claro. Mas devemos ter cuidado? Sem dúvida!
Eu complementaria, caro Bruno Ribeiro: devemos ter cuidado mas nunca medo!
"Eles" alimentam-se dos nossos medos, dos suores frios, dos silêncios, da cobardia.
Erguer a cabeça, fazer cara feia ao perigo! Podemos levar, mas quem nos bater vai ter de se esforçar!
Desculpem, nao assinei:
Big Mamma
Muito bem completado, cara Big Mamma!
Caro Paulo, a ideia e' perfeitamente inteligivel mas pela minha parte cabe-me expressar o meu lamento por ver a imagem de marca de algumas das melhoras coisas que ouvi na vida depois de "golo do Benfica" associada a tao triste tematica.
Um abraco
Hum... Eu sou da opinião que o lápis azul ainda anda por ai nos nossos dias!
Um abraço
Sim, caro Americo!
Imagens deste calibre não deviam estar associadas a coisas más, mas...
O lapis azul continua a viver em muitas redacções e em muitas instituições. Talvez o seu reavivar se deva a um certo metodo socratico. Esperemos que a proximas fases do metodo não contribuam para voltarmos aos tempos que não queremos recordar.
Meus caros,
O lápis azul, sem dúvida, continua por aí. E não preciso de ir muito longe, basta ir ao microcosmos do único jornal escrito que existe no meu concelho e que é pertença da Igreja/Fábrica Paroquial local.
Que fique bem claro que não tenho nada contra os jornais que são propriedade da Igreja, aliás, até colaboro com um deles, além daquele de que vos falo agora. Porém, não posso deixar de dizer o quanto repudio que padres giram jornais (ainda para mais com a crescente falta de sacerdotes..). Tal como não faria sentido um jornalista gerir uma paróquia, penso que não faz qualquer sentido um padre gerir um jornal, sem o mínimo de noções técnico-jornalísticas, que se traduz em algumas (más) opções.
Todavia, o grande espanto para mim e para os companheiros sociais-democratas é a falta de pudor do director do jornal. Desde notícias sensacionalistas que só abonam a Câmara local (socialista, pois claro..), até à desfaçatez e falta de decoro de barrar artigos de opinião da Oposição (que é laranja coligada com o PP). A mim barraram-me dois artigos, a um colega da AM democrata-cristão outros dois. A mim foram mais longe e convidaram-me a corrigir um artigo sobre Sá Carneiro, que redigi por ocasião do aniversário da sua morte. Um sentimento de revolta me assolou, ao que respondi ao senhor "no "meu" Sá Carneiro ninguém toca!!".
Meus caros, perdoem-me o desabafo, foram meses e meses de emails para o dito director, falei com a redacção toda, tentei reunir com o senhor, mas reuniões só no dia do atendimento paroquial/cartório (ao que eu disse à funcionária que não me queria casar e que queria sim falar com o sr. director. Ela respondeu "com o sr. prior". E eu "não, com o senhor director do jornal". E ela, já algo entediada "são a mesma pessoa, minha senhora". E eu disse "ora aí é que está o problema! O senhor director não distingue trabalho editorial de trabalho paroquial!")
Posto isto, e de ter dito que me queixava à ANPC (Associação Nacional de Publicações Cristãs) e ao Porte Pago, porque o jornal recebe fundos públicos para chegar até às nossas comunidades no estrangeiro, logo não pode ser tendencioso e vergonhosamente parcial, parece que o senhor lá acordou do coma e há umas semanas, aquando da campanha para a liderança do PSD, resolveu publicar o meu texto de Mandatária do LFM. A partir daí, já publicou outro artigo de mais outro colega da Oposição. Não sei se será sol de pouca dura, espero francamente que não.
Se isto é assim num pequeno município do (far)Oeste, imaginem o que não será a nível nacional.. há muitos lápis azuis por aí.. e uma quantidade incrível de afias que alguns nem imaginam!
Finalmente uma discussão na qual com muito gosto participo.
Afirmo e sem medos que o Doutor Engenheiro José Sócrates é um amador de Salazar! Quanto à Doutora Zita Seabra... parece me um exagero afirmar que se não vivessemos numa "democracia" na altura em vez de a terem explusado do Partido Comunista a teriam assassinado, será realmente assim?
Pronto, ok, o Sócrates não tem nenhuma Policia Secreta, pronto...pelo menos ainda não se lembrou de lhes dar nenhum nome.
Acabo este comentário afirmando que é possível enganar parte do povo, o tempo todo; é possível enganar parte do tempo; mas JAMAIS se enganará o povo todo, todo o tempo.
Paulo,
desculpa por usar este teu post para responder directamente á Fernanda. Mas vai ter mesmo de ser!
Fernanda, conhecendo a realidade local, ao ler o teu comentário a minha priemira reacção foi sorrir para não chorar de vergonha.
Como tantos outros munincipes, em especial, aqueles que dificilmente lá conseguem passar mais que o fim-de-semana, leio "religiosamente" o dito jornal.
Sim, é um facto que quando comparada com a linha editorial de outros jornais locais, a do jornal em causa, sobretudo com este novo director, é afectada por uns quantos "tiques"!
Mas, Fernanda, sabes tão bem, ou melhor que eu que esto "pequeno" episódio é apenas o vislumbrar do cimo de um icerberg. Iceberg esse, que ao contrário dos de direito, que malogradamente enfrentam o degelo, vai solidificando e crescendo ano após ano.
Pegando no teu comentário, ora aí está algo que justificava um artigo num dos próximos números. Já se percebeu que não será fácil, mas fica lançado o repto!
Por último, "pequeno município do (far)Oeste", aí está uma designação que tenho algumas reticências em aceitar. Também sinto,frequentemente, que os fisicos 60km que nos separam de Lisboa são muitas vezes bem mais que isso, mas acho que é possível fazer do não assim tão longe, perto.
Acredito que o nosso "pequeno município" bem como todos os outros que compõe o Oeste tem muito mais razões para estar "IN" que "FAR". E é para elas que olho. Haja vontade e um projecto credível (venha ele de onde vier) e não faltará que a ele se associe!
Ainda, e aqui concordo com o "FAR". O municipio está, a meu ver, em certa medida "FAR" dos municipes. Desculpa mas atendendo á posição que ocupas não resisto, não será altura da montanha ir ao Maomé, da oposição dar a conhecer ao municipes o trabalho que faz e em que é que pode marcar a diferença?
Cara Elsa,
Respondendo à tua saudável e bem vinda provocação, tenho a dizer-te que sim, que é tempo da Oposição dar a conhecer o seu trabalho. Porque não basta sermos combativos na Câmara Municipal e na Assembleia Municipal (que o somos e muito!! pena tão pouca gente assistir às sessões, mas isso é um déficit democrático e social que não temos só na Lourinhã, infelizmente..)
Estamos a organizar umas visitas, é algo que está na forja há já algum tempo. Éramos para ter começado antes, mas o Congresso e a falta de tempo para tudo "forçou-nos" a adiar um pouco. Espero que em breve tenhas (boas) notícias nossas. Eu própria me encarregarei de te informar pessoalmente =)
Um grande beijinho,
FML
Fernanda,
Como bem percebes-te das minhas palavras não ouso por em causa a combatividade e o trabalho feito. Apenas acho que a mensagem não passa e assim não poderá ser julgada em altura própria. Parece-me um bom começo a ideia das visitas, e as noticias boas são sempre bem-vindas :)
Mais não me importo nada de ser a última a saber, ou mesmo por terceiros, se isso for sinónimo de que a mensagem passou, chegou e despertou algumas consciências para a imperativa necessidade de mudança. Ainda, voluntario-me para ajudar, no que e como puder, ao sucesso desta missão.
Bom, mas sugiro continuarmos esta conversa num local mais próprio para não desvirtuarmos (se é que não o fizemos ja ;) ) o post do Paulo.
Beijinho,
Elsa
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