domingo, fevereiro 11, 2007

Now what?


É do conhecimento geral, parte do povo português pronunciou-se e manifestou ser a favor da pergunta levada a referendo, ou seja, da despenalização do aborto.

O que importa saber agora, é o que é que vem a seguir? A abstenção superou os 50%, logo o referendo, segundo as palavras do Primeiro Ministro José Sócrates há uns tempos atrás, não seria vinculativo. No entanto, muito recentemente, José Sócrates voltou com a palavra atrás e afirmou que se o 'SIM' ganhasse, o referendo seria vinculativo e a proposta iria ser posta em discussão na Assembleia da República.

Com tanto diz que não disse, e agora vamos mudar o que dissemos e vamos dizer uma coisa completamente diferente, qual é o destino da Interrupção Voluntária da Gravidez em Portugal?

24 comentários:

Paulo Colaço disse...

Parece-me de resposta simples: dentro em breve teremos uma lei e um sistema nacional de saude adaptado ao aborto livre até às 10 semanas, seja qual for o motivo.

Até a leviandade passa a ser motivo válido mas esse, para mim, é o mal menor...

O que realmente conta para mim é evitar o degredo do aborto de vão de escada. Isso e não mais pender sobre a ex-futura-mãe a espada de Dâmocles da prisão...

Margarida Balseiro Lopes disse...

Obrigada pelo esclarecimento Paulo. Para mim também é isso que conta...

Anónimo disse...

penso que a atitude do PM releva uma grande hipocrisia: quando se apercebeu que a abstenção poderia vir a ser superior a 50% e que o Sim entre aqueles q iriam votar tinha maior percentagem, fez algo muito usual por exemplo no governo de santana lopes(que não deixou saudades) de ter uma opinião sobre um assunto de manhã e uma completamente diferente ao final da tarde(proferida por si ou por um ministro q tivesse a tutela da pasta à qual se referisse o assunto em questão.
entre os partidos da esquerda houve hoje um sentimento de vitória generalizado qs parecendo q estávamos perante legislativas e tinha sido partilhada a cadeira do poder numa coligação PS/PCP/BE, esquecendo-se todos de quem realmente ficou a perder: os nascituros indefesos.

Anónimo disse...

Poderei estar enganado, mas penso que Sócrates nunca disse que só respeitaria o resultado do referendo se contasse com a participação de, pelo menos, 50% dos cidadãos recenseados de Portugal.

O referendo não é vinculativo, e quem o disser - como Francisco Louçã o fez - mente! Ainda assim, este não deixa de ser indicativo da vontade do povo português, e deve ser tido em conta na mais que provável alteração legislativa.

Fico satisfeito com a introdução do período de reflexão e aconselhamento dissuassor que Sócrates, muito avisadamente, disse na sua comunicação ao País vir a introduzir na legislação.

Não estou contente, mas satisfeito. Ao menos que ainda aja alguma ponderação no que toca à mais valia da vida humana!

Anónimo disse...

Preocupa-me os nascituros indefesos!!! E o que vem aí... só vi a reportagem da RTP2, que foi suscinta por sinal, e fiquei em estado de choque com a alegria dos apoiantes do sim . Fizeram disto uma tourada. Pareciam os fanaticos por touros de morte , quando vão a Espanha ver touradas de morte,pareciam um fanaticos em plena praça. Meu Deus, mas matar seres humanos ou p mts seres indefesos ou fetos dá tanto gozo a certas pessoas.
Num país em que é proibido: touros de morte, é proibida a eutanasia, é proibido a pena de morte e vai ser permitido matar seres humanos.

Sou uma inconformada.

Vou mudar de país.

Quanto ao Sr. Primeiro Ministro ...bem prometeu tanta coisa que ainda não cumpriu... também disse que ia arranjar emprego para 150.000 pessoas e arranjou foi desemprego.



Isabel _ Ferreira

Paulo Colaço disse...

Cara Isabel Ferreira,
permita-me um momento de humor que, certamente, levará a bem.

Mude de país, de continente, de nome, de estado civil, de sexo, de religião, de cor do cabelo, mas não deixe de aqui vir deixar as suas opiniões: a pluralidade faz falta e é dela que este espaço se alimenta.

Obrigado pela sua participação!

Inês Rocheta Cassiano disse...

Por falar em humor Colaço, gostei muito de ouvir o senhor Francisco Louçã a felicitar todos os católicos porque a maioria deles votou SIM, em consciência e liberdade (e ainda não eram 8.30 da noite). Mas o melhor, foi o comentário genial proferido por Lobo Xavier ao congratular o deputado do BE por grandes contactos com o Vaticano, que passado uma hora do fecho das urnas, já sabia que a maioria dos católicos tinha votado SIM.
Este senhor é dotado de uma influência e poder...

Paulo Colaço disse...

eheheh
Sim, o Louçã é capaz de ter grandes grandes contactos com o Vaticano (ihihih), mas (pessoalmente) eu gostava de saber quais sao os contactos dele para financiar o BE.

É uma dúvida que me assola desde a campanha das Europeias: de onde vem a guita do BE?

Tânia Martins disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tânia Martins disse...

Não concordo com a Isabel quando compara a vitória do sim a uma tourada. Penso também que a campanha do não é que foi meramente persuasiva e entrou por campos que na minha opinião nunca deveriam ser chamados ao caso: a religião.

Outro aspecto é que não se compara uma pena de morte a um aborto, são dois casos completamente diferentes. Uma coisa é matar alguém que já sabe o que é a vida, tirá-la para se castigar, outra é fazer com que um ser que nem sequer nasceu não venha a existir! São casos diferentes para avaliações diferentes.

Anónimo disse...

Não falemos de touros, já que a hipócrita lei portuguesa força os animais que entram numa corrida na sexta, a agonizarem sábado e domingo para serem mortos na segunda num matadouro!

Viva a festa brava!

xana disse...

Eles não poderiam levar isto como uma tourada... são contra os touros de morte!

ah ah ah ah ah!

Sabem como são os esquerdoides... melhor que isso so as tiazocas a fazerem a apologia da happy family...

haja paciencia...

Anónimo disse...

Caro Paulo,
Vejo que é uma pessoa de bom humor!Obrigada pelo comentário! Também considero que a pluridade de opiniões faz falta! Tenho as minhas bem convictas e respeito as dos outros (apesar de divergir de algumas) mas não me conformo com certas atitudes. Dizem que é preciso inconformismo p haver mudança! IOI

Em relação a mudar de país gostava que fosse em breve :-) para outra ponta do globo. :-)

Sim, Tânia! Tb acho que a campanha do Não entrou por campos que não devia. Mas certas pessoas fizeram da vitória do sim uma palhaçada!!!

Para o Faria : Sou contra as touradas e contra os toiros de morte! Acho inademissivel que os touros estejam nas condições que estejam ...isso é outra batalha! Se querem touradas pelo menos equipem as praças com matadouros. Apesar de ser contra a festa brava tento compreender (até respeitar) porque liga mta gente. Enfim, será um assunto importante a debater?!!!!



Isabel_Ferreira

Anónimo disse...

"happy family..."

Desafio os criativos bloguistas a escreverem um post sobre "Happy family" já que estamos numa sociedade que valoriza cada vez menos a Família.

Isabel_Ferreira

Bruno disse...

Sei que sou suspeito porque votei "Não" mas digam-me lá: não será pouco lógico legitimar uma lei, usando para tal a figura do referendo, e depois aceitar que esta seja legitimada por um referendo não vinculativo? não seria conveniente que para mudar uma lei TÃO IMPORTANTE (ao que dizem) pelo menos houvesse metade de um país preocupado com isso?

Se calhar o problema da falta de participação foi porque a Nês e a Margot ainda não podem votar...

Paulo Colaço disse...

Pois é Bruno, mas o pior é que a Margot, a Nês e a Z são a nata de uma geração estranha.

Elas representam o melhor de uma geração parada.

Sendo activas, pensantes, inconformadas e politicamente envolvidas, são uma gota num oceano poluido.

Mas eu sou um céptico da natureza humana...

Paulo Colaço disse...

Sim,~são 7.43 da manhã e eu acordado... será que acordei agora ou ainda nao fui dormir?
Fica a dúvida...

Bruno disse...

A mim não me restam dúvidas nenhumas: depois de ver que me mandaste por mail o Guerreiro Menino - versão original, a esta hora, tenho a certeza que ainda não tinhas ido dormir hehe

Anónimo disse...

Ou andou a festejar a noite de S. Valentim ;-)

Isabel

Anónimo disse...

Ou andou a festejar a noite de S. Valentim ;-)

Isabel

Anónimo disse...

Há praças com matadouro... mas imagina todo o processo de matar e preparar o corpo de um animal no matadouro. Morte na arena, tal como nos restantes países aficionados!

Anónimo disse...

É Desporto do qual não gosto mas tento compreender pois é uma área que liga muita gente. Se terminasse como chegou a ser falado seria mt complicado. Em Portugal, existem mts mts aficionados e em Espanha nem se fala. Mas detesto!
Mts toureiros nem correm em Portugal...dedicam -se a Espanha, França e America Latina . Pessoas desconhecidas no seu país e que levam o nome de Portugal pelas arenas que passam..pelos países que vão. São mais conhecidos na America latina do que cá! Tento compreender !

Anónimo disse...

Já entrei num matadouro há mts anos e ia morrendo... mas penso que não seria assim tão difícil equipar as praças com matadouros. Há um mês em conversa com uma amiga que é Engª Agro-pecuária e que fez o seu estágio no matadouro de Santarém e que por sinal é mulher de um toureiro...Ela concorda que nas praças deveriam ser instalados matadouros devido aos dias que o animal é está a sofrer e a ganhar febre.

Anónimo disse...

Não me agrada nada que se fale de aborto e touradas no mesmo post. Dá ideia que é farinha do mesmo saco (embora concorde com o segundo e não obrigatóriamente com o primeiro). A meu ver é comparar a morte de um suíno com o não desenvolvimento de um feto humano e justifico-me com as diferenças em variadas razões (científicas, sociais, humanas...)

Ambos são assuntos de meu interesse e que justificam "discussão", mas em post´s separados.

Desculpem porque não sou radical, mas esta mistura...causa-me demasiada confusão.