O Ministro da Saúde, Correia e Campos, anunciou na passada semana que os internamentos nos hospitais públicos e as cirurgias, incluindo as que não obrigam o doente a ficar internado, vão passar a ser pagos pelos utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Curioso é que Correia e Campos afirma que “este tipo de receitas é mínimo para o SNS”, recusando o argumento desta medida ter como base fundamentos económicos. Segundo ele, a criação das novas taxas tem “objectivos mais estruturais, como a moderação do acesso e a valorização do serviço prestado”.
Sr. Ministro já alguma vez esteve numa fila de espera para ter acesso a uma simples consulta de clínica geral? Sabe quanto tempo se espera em média para obter uma intervenção cirúrgica? Esta é fácil: tanto tempo que por vezes o doente já não se encontra entre nós!
segunda-feira, setembro 25, 2006
SNS - Uma questão de (des)valorização
Uma psicose de Joana Nave às 3:45 da tarde
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9 comentários:
Rita, essa dos "objectivos mais estruturais, como a moderação do acesso e a valorização do serviço prestado” não te faz lembrar as verbas das propinas?
Supostamente para melhorar a qualidade do ensino mas muito usadas na compra de papel higiénico...
Enfim, socialices! Nós a tomarmos estas medidas seríamos os fascistas!
A mim, Colaço, faz-me lembrar é das críticas que o Santana sofreu quando falou em mexer nas taxas moderadoras de acordo com os rendimentos.
Mas em relação a esta medida, continuo a achar engraçadíssima (sem ter piada nenhuma) a forma como os socialistas continuam a apresentar as coisas:
- Querem receber mas não é lá por causa do dinheiro. Pois não! Toda a gente sabe que os artistas não ligam muito a bens materiais. E que eles são "uns artistas" ninguém tem dúvida!
- São objectivos mais estruturais. Pois! porque o € para eles não é estrutural. Eles acabam sempre por o arranjar e como devem estar a pensar ir embora daqui a 6 anos...
- Moderação do acesso e valorização do serviço prestado. Serei eu que tenho dificuldades de interpretação ou isto quer dizer mais ou menos o seguinte: vejam lá se arranjam uns segurinhos de saúde porque aqui também vão começar a pagar que é p'ra ver se diminuem as listas de espera!
Pois... os fascistas e privatizadores somos nós, não somos? Obrigado pelo elogio então!
Cirurgias não são para qualquer um, é só para quem precisa.
E para o Sr.Ministro ter feito estas declarações é porque há por aí muita gente que se diz doente ou a pôr-se doente, só para ter direito a uma operaçãozita. Isto não pode ser!
Afinal, lá porque o sonho de qualquer pessoa é ficar internada umas semanitas num hospital, a deleitar-se com as magnificas refeições que lá servem e a partilhar aposentos reais com outras pessoas bonitas e saudáveis e, se for possível, ser-se submetida a cirurgia, (um verdadeiro paraíso!) não quer dizer que o Estado tenha de suportar estes spas!!
De facto é preciso consciencializar muita gente que usa e abusa do SNS e não tem necessidade, ou porque tem recursos financeiros ou porque não tem masi nada para fazer. Não acredito que isso respeita a cirurgias, aí estaríamos a desresponsabilizar os médicos.
Mas acho urgente que se remodele o SNS, quem pode deve ter seguro de saúde privado e se para isso é preciso chegar às carteiras, então que o façam. É a mentalidade que temos meus caros...
... bem enquanto se decidem fico em lista de espera... =P
"valorização do serviço prestado"? Os nossos médicos andam com crises de consciência? Têm medo que o Sr. da cama 27 não goste da maneira como o coseram depois de lhe tirarem o apêndice?
Srs. Doutores, esclarecemos já a situação. Se algum dia me encontrar na vossa marquesa afectado por qualquer maleita, quer seja uma perna partida ou um pescoço partido, uma amigdalite ou mesmo uma hérnia discal, curem-me k vos garanto k ficarei mt agradecido.
Cara Xana, deixa-me só lançar mais uma acha para a fogueira. Eu posso e quero ter seguro de saúde. Será justo que continue a contribuir para o SNS porque o Estado a isso me obriga?
Meu caro Bruno eu também sou contra que sejamos obrigados a descontar. Mas a nossa geração vai sofrer com a transição do sistema. E ainda bem pelo simples facto de o sistema mudar de uma vez por todas. Como já te tinha dito, os descontos que fazemos ou vamos fazer ainda serão quase um contribuição social- afinal somos todos uns mecenas do sistema!!
O meu conselho é que todos façam seguros de saúde privados e planos poupança reforma.
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