tag:blogger.com,1999:blog-34505251.post5205809097964827245..comments2023-10-31T11:32:53.788+00:00Comments on PSICOLARANJA: (In)Segurança SocialPaulo Colaçohttp://www.blogger.com/profile/04712992313269304138noreply@blogger.comBlogger12125tag:blogger.com,1999:blog-34505251.post-41304613077359518442008-05-02T12:03:00.000+01:002008-05-02T12:03:00.000+01:00Sim, mais uma das "conquistas de Abril"... Mas que...Sim, mais uma das "conquistas de Abril"... Mas que não altera um facto matemático:<BR/><BR/>Cada vez mais idosos reformados são suportados por menos jovens, numa inversão da piramide etária, tornando o sistema insustentavel no longo prazo.<BR/><BR/>Mas mesmo não indo pelo argumento da sustentabilidade financeira podemos ir pelo argumento da imoralidade do sistema:<BR/>Uma geração, depois de uma revolução, decide atribuir a sí propria "direitos inalienaveis". Para isso nem se importou em fazer contas, se era sequer sustentavel e desejavel, pois a solução era simples: a próxima geração paga!<BR/><BR/>E pagámos:<BR/>Se hoje existem mais recibos verdes, à inflexibilidade laboral e "direitos laborais inalienáveis" o podemos agradecer;<BR/>Se hoje temos pouca ou nenhuma capacidade de poupança ao sistema falido de segurança social o podemos agradecer;<BR/>Se hoje temos uma economia "zombie", sem capacidade de aguentar crises ou capacidade de inovação - e logo uma economia que não cria emprego - podemos agradecer ao excessivo peso do estado para pagar as regalias sociais de uma geração;<BR/><BR/>E o mais engraçado: este é um modelo que não só não podemos replicar como vai consumir cada vez mais recursos...<BR/><BR/>Não me interpretem mal: Eu acredito no conceito de Estado Social, mas um estado social em que o estado não desresponsabiliza o cidação pelos seus actos financeiros e obriga a geração seguinte a pagar a conta!<BR/><BR/>Repare-se bem que vivemos num país onde se acha normal que todos se endividem para comprar casa, carro, ecrã de plasma, computadores, férias, etc etc...<BR/>onde todos depois se queixam que o "Governo é mau" por deixar o BCE subir as taxas de juro, mas ninguém acha normal endividar-se para investir na sua formação - investimento esse que ao contrario do ecrã de plasma ou carro, dá retorno! <BR/><BR/>Incentivos destorcidos pelo Estado?Guilherme Diaz-Bérriohttps://www.blogger.com/profile/08715828301484177416noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34505251.post-42230460947313953932008-04-30T16:59:00.000+01:002008-04-30T16:59:00.000+01:00Guilherme ainda que ao fim de alguns dias, queria ...Guilherme ainda que ao fim de alguns dias, queria dar-te os parabéns por este post.<BR/><BR/>Por não ser uma matéria que domine, não poderei tecer grandes considerações. No entanto há algo que sempre ouvi e que sempre me fez pensar. Refiro-me aquelas pessoas que nunca "descontaram" para a Seg. Social e que a seguir a 74, ficaram com direito a ter uma determinada pensão.<BR/><BR/>A questão que coloco é esta: não serão também estes cidadãos que, a par da ineficiência do sistema em gerir bem os seus recursos, que contribuem para o desiquilibrio do sistema?Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34505251.post-29219612101756826172008-04-29T23:59:00.000+01:002008-04-29T23:59:00.000+01:00Uma das "maravilhas" do estado social "universal":...Uma das "maravilhas" do estado social "universal": Dado que não há dinheiro para todos, não podes tratar quem realmente precisa...Guilherme Diaz-Bérriohttps://www.blogger.com/profile/08715828301484177416noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34505251.post-46164171119944568122008-04-29T23:14:00.000+01:002008-04-29T23:14:00.000+01:00Querem um bom exemplo das pérolas da Segurança Soc...Querem um bom exemplo das pérolas da Segurança Social que nos aguardam?<BR/><BR/>O Courrier noticia este mês que Terry Pratchet, escritor que muito gosto (e que pelos vistos é o segundo preferido dos britânicos, a seguir à senhora do menino que faz magia), descobriu que sofre de Alzheimer.<BR/><BR/>O escritor tem 59 anos. Ainda é muito novo para sofrer de Alzheimer. Não só pelo facto de a doença geralmente surgir em pessoas de mais idade, mas mesmo para o sistema de saúde do Governo de Sua Majestade.<BR/><BR/>É que aparentemente, se Pratchet necessitasse do auxílio do serviço de saúde público, não o teria, com a justificação de ser "muito novo" para que a segurança social inglesa se ocupar dele.<BR/><BR/>Absolutamente sem comentários (frase que, naturalmente, não é para levar à letra)José Pedro Salgadohttps://www.blogger.com/profile/10745943383448574941noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34505251.post-71356495737022984412008-04-28T13:12:00.000+01:002008-04-28T13:12:00.000+01:00O que me preocupa mais nem é isso, mas sim um fact...O que me preocupa mais nem é isso, mas sim um facto:<BR/>O sistema está a dar de sí hoje mas o que vai acontecer quando a geração dos baby boomers se reformar toda?<BR/><BR/>Não só não receberes nada mas vais ter um aumento de carga fiscal para pagar um embuste que foi vendido à anterior geração - não é preciso preocuparem-se com as vossas poupanças, as vossas decisões financeiras, as vossas reformas, com a necessidades financeiras dos vossos filhos para educação, pois alguém o fará por vocês. Deram o nome a isto "Estado social universal", e foi vendido com 'direito fundamental inalienavel'. <BR/><BR/>Agora, vamos ser nós a pagar isso com a 'solidariedade intergeracional', um eufemismo muito engraçado para pedir a uma geração - a nossa - que pague com o seu trabalho os excessos da anterior... e não vamos sentir isso só na falta de reforma!<BR/><BR/>Quanto à coragem - ou falta dela - que o Né refere:<BR/>Esta reforma não resolve nada! Alias, nem vai ao verdadeiro problema de emprego em Portugal: O emprego de longa duração.<BR/><BR/>Um estudo do banco de portugal estimou algo curioso: Protecção ao emprego gera uma perda de 15% do PIB. Porquê? Porque além de não haver rotatividade no mercado de trabalho - de modo a que as pessoas acabem a fazer aquilo que sabem fazer melhor e não apenas terem trabalho por precisam do dinheiro - a 'rigidez' do sistema apenas benificia quem já tem um contrato efectivo. <BR/><BR/>Ao não dar flexibilidade ao mercado de trabalho para destruir empregos não se criam novos empregos. Dai o medo de todo o português: existe a probabilidade de uma vez no desemprego não sair de lá...<BR/><BR/>Por exemplo: a duração média no desemprego em Portugal é 3 vezes superior à duração média nos EUA. E isto também tem custos a nivel fiscal, via subsidio de desemprego.<BR/><BR/>Toda a legislação laboral cria os incentivos para a não criação de novos empregos, e isso reflecte-se no crescimento e desenvolvimento do país...<BR/><BR/>E deixo aqui mais uma pequena provocação:<BR/>Se a empresa <B>compensar um trabalhador com uma indemnização mais elevada</B>, qual é o mal de um despedimento sem justa causa para efeitos de reestruturação? [mais elevada face ao caso de despedimento com justa causa].<BR/><BR/>Note-se o bold por favor, antes de me acusarem de "porco liberal e capitalista" :PGuilherme Diaz-Bérriohttps://www.blogger.com/profile/08715828301484177416noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34505251.post-11474300184940871322008-04-27T22:06:00.000+01:002008-04-27T22:06:00.000+01:00E sabem o que vai acontecer quando este Estado est...E sabem o que vai acontecer quando este Estado estrangulador tiver sugado os jovens até à medula e, finalmente chegar a vês de nós recebermos a reforma que o Estado tão gentilmente nos reserva?<BR/><BR/>A proverbial "BOCA!"<BR/><BR/>Por mim, olha: complemento de reforma all the way, que com estes gajos não me safo...José Pedro Salgadohttps://www.blogger.com/profile/10745943383448574941noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34505251.post-6712378502184872932008-04-27T03:24:00.000+01:002008-04-27T03:24:00.000+01:00Era o meu caso, mas confesso que nem li com muita ...Era o meu caso, mas confesso que nem li com muita atenção as notícias: o afã de promover este texto do Guilherme foi mais forte.<BR/><BR/>Obrigado GDB pela tua participação constante e interessada.Paulo Colaçohttps://www.blogger.com/profile/04712992313269304138noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34505251.post-41472154972458660572008-04-27T03:20:00.000+01:002008-04-27T03:20:00.000+01:00Com este texto o Guilherme conseguiu que abrisse o...Com este texto o Guilherme conseguiu que abrisse os olhos aquele que achava positiva esta medida do Governo...Paulo Colaçohttps://www.blogger.com/profile/04712992313269304138noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34505251.post-68687451963204470332008-04-23T21:07:00.000+01:002008-04-23T21:07:00.000+01:00Eu concordo a 100% com o Guilherme. Posso apenas a...Eu concordo a 100% com o Guilherme. <BR/><BR/>Posso apenas acrescentar isto: acho de muito mau tom a desresponsabilização atroz que esta medida implica.<BR/><BR/>O Governo deste país, incapaz de flexibilizar o Código do Trabalho ou de fiscalizar sériamente o mercado laboral, abdica da responsabilidade que é sua e dispara para o lado.<BR/><BR/>Onera as empresas com as responsabilidades sociais que financiam uma segurança social caduca e desajustada e não resolve o regime de sub-emprego.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34505251.post-57772208177800130032008-04-23T19:37:00.000+01:002008-04-23T19:37:00.000+01:00Antes de mais agradeço o convite =)JFD,Sim é verda...Antes de mais agradeço o convite =)<BR/><BR/>JFD,<BR/>Sim é verdade que não considero o Estado o "melhor gestor", nem considero que deva ser essa a sua função - o Estado deve regular, a gestão fica a cabo dos privados.<BR/><BR/>Se as contas são simplistas? Sabes que às vezes as soluções mais simples são as melhores, e o problema da Seg. Social não é na minha opinião tecnico, mas sim politico.<BR/><BR/>As contas estão simplificadas? Sim estão, por restrições de espaço ;) A verdade é que em média o mercado de capitais "rende" cerca de 8 por cento ao ano (mesmo contando crashes, bolhas e afins) o que, se assumires uma inflação média de 3 por cento te dá cerca de 5 por cento ano em termos reais. (O resto é o que Einstein chamou "O maior milagre de Deus" - o juro composto ;)). Ou seja, são 3000 euros a preços de daqui a 40 anos, não a preços de hoje.<BR/><BR/>Dai a "obsessão" dos economistas pelo combate à inflação - e o "nosso" apoio à actual politica do BCE: esta constitui um efeito muito negativo na poupança, em alguns casos um desincentivo.<BR/><BR/>Quanto à preocupação sobre o que é que "os teus 350 euros" pagam... é preciso ter atenção que estas contribuições não financiam o Orçamento de Estado. Alias, neste momento é o contrario: é preciso transferir dinheiro do OE para subsistema da Seg. Social. <BR/><BR/>A taxa social única financia os pagamentos das reformas já prometidas. Esse valor é cerca de 150 a 200 mil milhões de euros, actualmente. Obviamente que reformar o sistema implicaria a falencia do sistema antigo, dado que este funciona à base da passagem do teu dinheiro para a geraçao anterior, na fé que a proxima geração seja em número suficiente para pagar a tua.<BR/><BR/>Terias de assumir - via divida publica - a totalidade das responsabilidades da segurança social. Traduzindo: pedir o dinheiro emprestado via Obrigações do Tesouro/Divida publica.<BR/><BR/>No entao, à semelhança do que fez a Hungria, isto é apenas assumir este valor na tua divida publica explicita (tecnicamente o Estado já deve aquele dinheiro, apenas não o reconhece "oficialmente"). Mesmo para efeitos de Pacto de estabilidade o eurostat decidiu que a Hungria não o estava a quebrar por estar a fazer uma reforma muito importante.<BR/><BR/>O Chile também, durante a transição, emitiu obrigações "especiais" de modo a financiar o sistema antigo. Não foi por isso que não se tornou a economia mais dinamica e resistente da america latina - a única que não sofreu um colapso ou quase colapso nos anos 90. <BR/><BR/>Alias, a poupança gerida num sistema de capitalização é encaminhada para o mercado como fonte financiadora de investimento, logo produtiva - dai a minha oposição ao PPR Público, por medo de "investimentos politizados" no mercado de capitais.<BR/><BR/>Existirão custos na passagem como é logico: aquele valor de dívida irá pagar juros mas tecnicamente a questão não seria se iria ou não ser um custo mas sim quando o seria...<BR/><BR/>(Tecnicamente o Estado português não iria ao mercado pedir 175 mil milhões, mas sim em tranches anuais de valor igual às responsabilidades, embora assumindo o valor total na sua divida)<BR/><BR/>O rating da republica não sofreria porque como disse nada se altera no "balanço do país": o Estado já devia aquele dinheiro, que seria pago via contribuições, impostos ou emprestimo. Apenas o está a reconhecer.<BR/><BR/>Quanto à questão da estabilidade:<BR/>Eu pessoalmente sou liberal, embora isso em Portugal seja uma "actividade perigosa" :P<BR/><BR/>Tenho mais apreço pela liberdade e flexibilidade e acho que isso não é mau. Puxando de uma frase feita: Onde uns vêem precariedade eu vejo flexibilidade.<BR/><BR/>Já não vivemos num mundo em que cada um de nós aprende a rodar o parafuso para a esquerda e vamos fazer aquilo para o resto da vida. Vivemos num mundo onde temos de ser flexiveis e ir "rodando activades" mesmo dentro da mesma empresa...<BR/><BR/>No entanto, as estatisticas mostram outra coisa: apenas 1 em cada 5 portugueses é "precário". O facto de ser maioritáriamente jovens se calhar não é por "sermos explorados e escravos", mas porque uma empresa se calhar prefere ver como te comportas. A "entrada nos quadros" muitas vezes é visto como um "prémio de desempenho": se és bom, ao fim de 3 renovações ficas, se não és bom se calhar deves ir procurar outra coisa...Guilherme Diaz-Bérriohttps://www.blogger.com/profile/08715828301484177416noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34505251.post-63070706756666634932008-04-23T18:10:00.000+01:002008-04-23T18:10:00.000+01:00Guilherme boa posta fresquinha!Não é, nem de longe...Guilherme boa posta fresquinha!<BR/><BR/>Não é, nem de longe nem de perto, uma reforma de fundo!<BR/>Tem poucos aspectos positivos. Retira alguma da pressão do lado do trabalhador e coloca-a do lado do empregador. Mas num momento em que se quer impulsionar a economia com medidas de contra ciclo, será que estão para aí viradas?<BR/><BR/>Eu compreendo perfeitamente <I> where you come from </I> com o exemplo que dás dos 350€ num fundo de capitalização. Mas mesmo com o intuito explicativo, as contas estão demasiado simplistas para convencer os mais desatentos. Afinal, 3000€ daqui a 40 anos, não são 3000€ hoje. Mas retiro do teu exemplo, e corrige-me se estiver errado, que como eu, pensas que o Estado não é o melhor gestor presente, do nosso futuro dinheiro...<BR/>Mas, a mim assola-me um pensamento, o que fará o Estado sem os meus 350€... Onde os irá buscar para suprir as necessidades que com eles cobre?<BR/><BR/>A outra questão que colocas também é um ponto de encontro do meu pensamento, no teu. É uma questão social importantíssima. Afinal somos educados para ter um diploma, casamento, emprego para a vida, e uma casa. Agora, onde é que encaixa a noção que poderemos mudar de emprego 3, 4 ou mais vezes ao longo da vida e que isso não será fonte de instabilidade?<BR/>Gerir expectativas é muito complicado, e embora o Estado deva ter papel importante, os empresários deverão ter um papel ainda mais importante, sendo eles a força motriz por detrás do Estado e não o contrário.<BR/><BR/>Precisamos de renovar os sindicatos, acabar com o susto da precariedade, com a inépcia e com a incapacidade de acompanhar o ritmo da mudança da sociedade. E se não acabam, entramos nós nos seus territórios, <I>minando-os</I> por dentro ;)jfdhttps://www.blogger.com/profile/04050626220937885606noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34505251.post-46196676983010964552008-04-23T13:03:00.000+01:002008-04-23T13:03:00.000+01:00Um texto claro, para quem considerava a iniciativa...Um texto claro, para quem considerava a iniciativa do Governo bondade a mais...<BR/><BR/>E um abraço ao Guilherme pelo texto que nos remeteu na qualidade de Psico-Convidado.Paulo Colaçohttps://www.blogger.com/profile/04712992313269304138noreply@blogger.com